#np One Step At A Time

Há quatro fases pelas quais, nós, mulheres traídas e em processo de divórcio, passamos. Negação, raiva, depressão e aceitação.

A primeira, quando você não acredita que sua história de amor foi uma completa mentira e sua vida virou um caos. A segunda é quando você vê que aquele homem que julgou ser o perfeito pai para seus filhos é, na verdade, um grande filho da puta. A terceira é quando você se vê sozinha, perdida, totalmente dependente de um novo começo e não tem forças pra isso. E finalmente, a quarta. Sim, você é uma mulher traída, enganada, mas não pode se deixar abalar, tem que seguir em frente.

E foi em meio a esse turbilhão de emoções que dois meses se passaram.

Comprei um apartamento, mudei o visual, viajei pra casa dos meus pais e passei duas semanas desfrutando da monotonia e tranquilidade de Forks. Voltei mais pronta do que nunca pra reconstruir a vida e não perder tempo com o passado.

Foi então que certo dia, eu estava arrumando algumas roupas no armário e achei uma calça de moletom cinza e blusa masculina do mesmo tom. Estava prestes a grunhir de ódio, pensando ter pegado roupas de Jacob sem querer, mas no mesmo segundo me toquei. Não eram de Jacob.

Fui tomada pela lembrança atraente dos olhos verdes e o sorriso debochado que não saía daquele rosto.

–Edward... –murmurei, sorrindo.

Apesar de tê-lo conhecido numa circunstância tão desastrosa na minha vida, ele havia sido a parte boa, ele foi um anjo que me acolheu.

Olhei o relógio e passava das oito. Troquei minhas roupas casuais por algo mais arrumado e resolvi ir até o Cullen’s Club Bar.

Era sexta-feira e o movimento era grande, o bar muito bem frequentado. Procurei por Edward onde estava daquela primeira vez, mas não o vi. Sentei-me no balcão antes que não conseguisse lugar e um cara enorme e forte veio me atender.

–Boa noite. O que vai ser? –ele sorriu simpático apesar da aparência intimidadora.

–Uma cerveja, por favor. –pedi.

Enquanto ele enchia o copo, procurei por Edward pelo resto do lugar, mas ele não estava em lugar algum.

–Pode me dizer se Edward está aqui? –perguntei quando o cara voltou.

–Ele está lá embaixo. Quer que eu o chame?

–Não, tudo bem. –quando ele subisse me veria, certo? – Obrigada.

Mal tomei a cerveja, belisquei alguns amendoins que me foram servidos e quando já estava impaciente, me deparo com a figura de Edward abrindo a porta com o ombro enquanto carregava um engradado de bebida nos braços.

Ele entregou-as para o cara que me atendeu e voltou pelo mesmo caminho, olhando distraidamente para os rostos no balcão. Quanto seu olhar cruzou o meu, por um segundo ele desviou, mas com um choque de surpresa, voltou o rosto pra mim novamente e veio sorrindo em minha direção.

–Bella! Pensei que não fosse aparecer mais... –ele disse cumprimentando-me com um beijo no rosto.

–Ficou com saudade? –brinquei.

–Digamos que você esteve assombrando meus sonhos desde aquele dia... –fingiu estar pensativo.

–Deixe-me adivinhar: estava bêbada e dançando? –sugeri.

–Saindo do banho. –ele respondeu sucinto, me deixando perplexa. –Procurando uma toalha, sabe como é. –fez uma cara safada e me fez corar.

Desviei os olhos pra bolsa em meu colo e puxei dela uma sacola.

–Vim devolver suas roupas. –estendi a ele.

–Ah, que droga... Eu pretendia visitar sua casa em breve com a desculpa de pegá-las.

–Ainda bem que eu resolvi devolvê-las antes que você arrumasse confusão com meu ex-marido. –pisquei.

–Uh... Isso seria um problema. Seu ex... –disse sugestivamente.

–É, meu ex... –repeti. –E eu mudei de endereço, caso queira buscar coisas suas que eu futuramente possa pegar emprestado. –provoquei.

–Bom saber. –ele riu. –Como você está? –perguntou amigável, mas eu percebi que ele queria saber sobre meu estado agora que tinha me separado.

–Bem, obrigada. –pigarreei.

–Ei, chefe. –um cara baixo e careca o chamou da porta onde havia acabado de sair. –Precisamos de mais uísque pra despensa daqui de cima.

–Tudo bem, Joe, eu pego. –Edward respondeu e o cara fechou a porta indo pra algum lugar lá dentro.

Pensei que ele fosse me dispensar, dizer tchau, mas ele abriu uma portinha ao lado do balcão e pegou minha mão com uma intimidade agradável e perguntou:

–Me acompanha? Vem pegar algo lá em baixo comigo... –sorriu travesso.

O que eu podia dizer? Te acompanho pra qualquer lugar, Cara do Bar.

FIM