Irmãos, Apenas Irmãos... escrita por Duda


Capítulo 6
Capítulo 6 - Shhhhh... Não diga nada!...


Notas iniciais do capítulo

Outro capitulo pra vocês!!
Se diexarem mais reviews ainda posto outro hoje.
A decisão está nas vossas mãos.



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Acordei com o algo vibrando na mesinha. Meu celular saltava que nem um doido. Alguém me estava ligando. Olhei no visor, era minha mãe. Será que ela não sabe que acordo todos os dias bem cedo e que sábado para mim é um dia santo???

Bufei em cima da cama e estiquei meu braço para alcançar o aparelho. Quando já o tinha pegado e o redirecionava para o ouvido a chamada caiu. Minha mãe só podia estar brincando. Primeiro me acorda, segundo me faz tirar a cabeça da minha preciosa almofada, depois me obriga a esticar o braço e no final me desliga a chamada. Acho que já a tinha matado se ela estivesse ali.

Voltei a pousar a cabeça na almofada e a me virar para o outro lado. Meus olhos já estavam quase fechando de novo quando algum ruido volta a suar no quarto e a perturbar o meu sono de beleza. Mais que raio!!! Será que hoje todo o mundo tirou o dia para me encher?? O dia estava começando muito bem. O barulho vinha da porta. Ou seja alguém estava do outro lado do quarto. Me levantei e fui abrir. E adivinhem quem estava do outro lado!! Se pensaram no Bernardo adivinharam.

_O que você quer garoto?? Perdeu alguma coisa aqui?? – perguntei a Bernardo que estava apoiado na beira da porta. Não estava muito feliz. Me pareceu que tinha os olhos inchados.  Sabe quando a gente chora antes de dormir e depois acorda com cara melada?? Ele estava assim. Tinha um olhar diferente, distante, perdido. Já estava a três semanas a viver naquela casa e esta era a primeira vez que eu via ele assim. Mais também não lhe perguntei o seu estado emocional. Apenas queria saber o porquê daquela coisa ranhosa me ter acordado tão cedo.

_Ei, garota isso aí é que é acordar com boa disposição! -

_Como você queria que eu estivesse, quando um chato, sonolento e irritante me acorda a essa hora da manhã?

_Fique sabendo que só vim aqui porque nossos pais pediram pra eu chamar … - não deixei ele terminar:

_O que meu pai quer?

_Também não sei, minha mãe só disse que tinha um anuncio a fazer, por isso acho melhor você se despachar. Tá tudo o mundo tomando café da manhã e á sua espera. Não demore, vai! - Bernardo virou costas e desceu, sem me dar a chance de me expressar.

Por incrível que pareça, hoje, no pouco que a gente tinha falado ele não me tinha tratado mal. Apenas deu o recado e se foi. Algo se passava, Bernardo não fugiria a uma briga, nem por nada desse mundo., principalmente comigo.

Fui no banheiro e fiz minha higiene, vesti uma roupa qualquer que tinha no armário e soltei meu cabelo, visto que dormia com ele amarrado. Desci e como Bernardo tinha dito antes, meu pai e Carolina já estavam tomando café da manhã.

_Bom dia pai. Bom dia Carolina. – disse sorridente.

_Bom dia filha.

_Bom dia querida. – Nos poucos dias que tinha passado lá eu e carolina nos estávamos intendendo muito bem. Aos fins de semana a gente ia ás compras, ao shopping. Ela era amante de liberdade, entusiástica, autoconfiante, carinhosa, criativa e emocionalmente confiante.

Sentei na mesa e peguei pão com manteiga.

Quando comecei comendo meu pai fechou o jornal que lia e olhou para mim e para Bernardo. A gente se entreolhou confusa. Carolina também pousou o copo de sumo que segurava e se vidrou na gente.

Bernardo tomou a palavra:

_Porque estão os dois olhando assim pra gente, fizemos alguma coisa de mal?

_Sim, porque nos encaram desse jeito? – concordei com Bernardo.

_A gente esteve pensando, - meu pai começou e Carolina assentiu com a cabeça. – e como quando nós casamos não tivemos lua de mel… - Bernardo me olhou como se não intendesse onde esta conversa ia chegar. – eu e a Carolina marcamos uma viagem na Europa.

Estava bebendo meu leite quando me engasgo com tamanha surpresa. Comecei tossindo e Bernardo largou o pão que punha na boca falando muito rápido:

_Como é que é? Vocês vão fazer uma viagem pela a Europa?

_Sim filho, eu e o Afonso, quase não tivemos tempo para comemorar o nosso casamento e pensamos em o homenagear agora! – Carolina falou para Bernardo.

Foi a minha vez de abri a boca:

_E eu posso saber quando é que vocês vão? – Perguntei curiosa para meu pai.

_Amanhã á tarde.

_Quer dizer que vocês planejaram tudo e nem sequer iam consultar a gente?

_Mais a gente tá contando para vocês agora.

Bernardo olhou desapontado para a mãe. Não entendi o porquê. Se sua cara estava mal agora ficou pior. Estava triste, seus olhos estavam brilhando. Ou muito me engano ou tinha uma lágrima quase caindo pelo rosto. Pousou o guardanapo na mesa:

_ Por que está fazendo isso comigo, hein mãe?? Porque me está torturando dessa maneira.

Bernardo se levantou da mesa e saiu de casa. Pelo menos foi o que pareceu, pois a porta da entrada bateu com força.

Sai da mesa também.

Não vi o Bernardo durante o resto do dia. Pode parecer estranho mais eu estava preocupada com ele. Apesar de ser um moleque, debochado, provocador e impulsivo ele era um humano e ele não estava bem.

Apesar daquilo que se passou no café da manhã, meu pai e Carolina não iam desistir da viagem. Passaram o dia todo fazendo as malas e remexendo na casa toda.

Cada vez que diziam que as bolsas estavam prontas, havia sempre um que se lembrava que não tinha guardado os óculos, o livro, o casaco do frio e mais não sei o quê. Tava já cansada de ouvir gente subindo e descendo ás escadas.

Já era tarde quando decidi ir na cozinha. Meu pai e Carolina já deviam estar dormindo, porque já não se ouvia barulho nenhum na casa. Andei pelo corredor fora e um som vindo da varanda me chamou a atenção.

Bernardo estava lá tocando violão. Acho que não deu por mim. Tinha os olhos inchados e me pareceu que estava chorando. Fui ter com ele, me sentei na cadeira ao lado dele e fiquei olhando a luz e o céu estralado. Parou de tocar quando cheguei e tentou descobrir o que eu olhava. Um silêncio bom se meteu no meio da gente. Ninguém falava, somente ouvia os barulhos da noite.

Quis cortar o silêncio, confesso que fiquei um puco indecisa, mas lá disse:

_Porque saiu no café da manhã?

_Isso é da sua conta? Porque quer saber?

_Fiquei preocupada com você!

Ele sorriu fraco.

_E desde quando você se preocupa comigo?

Não falei nada, apenas voltei o olhar para onde estava antes. A noite estava linda e corria uma brisa fresca.

_Meu pai era tudo para mim, era com ele que eu ia fazer longas caminhadas ao pé da praia e eu me sentava com ele e com o nosso cão tipo á filme, num banquinho de madeira, era com ele que eu subia ás arvores, que eu ia buscar a lenha para fazer o lume, era com ele que eu conversava á noite sobre o luar, sobre animais, o espaço as constelações, tudo. Foi com ele que eu cresci. – Bernardo começou a falar – Um dia cheguei em casa e vi umas malas á porta. Meu pai e minha mãe estavam na sala, minha mãe estava chorando. Pegou em minha mão, e meu pai veio até mim. Me abraçou e sussurrou no meu ouvido “ te amo meu filho”. Foram as ultimas palavras que meu pai pronunciou para mim. Mamãe me pegou no colo e entrou no carro. Dirigiu para bem longe, e desde ai nunca mais vi o rosto de meu pai. Compramos casa aqui e refizemos nossa vida. Até á pouco tempo não sabia a verdadeira razão da nossa mudança, até minha mãe me contar a verdade. Soube que meu pai tinha outra mulher e enganava minha mãe constantemente. Por incrível que pareça eu nunca notei nada de estranho entre meu pai e minha mãe. Se davam bem e não brigavam muito. Até hoje não vejo o rosto de meu pai, mais quer saber, eu compreendo a minha mãe, mais acho que não merecia estar até hoje sem ver meu pai. Me fez falta um pai, sabe!! – Ele suspirou e olhou para mim pela primeira vez. Tinha contado sua história de olhos no chão.

Uma lágrima escorreu por meu olho agora. Nunca pensei que Bernardo tivesse um passado assim. Quem olhava para ele via um Playboysinho rebelde que não liga para ninguém apenas olhava para o seu nariz. Mais na real é mole e também chora.

_Não pense que estou contra você e o seu pai, mais… - não o deixei completar a frase.

Shhhhh… Não diga nada. – pus meu dedo em cima de seus lábios.

E Mais uma gota salgada escorregou por seu rosto...



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Notas finais do capítulo

Ficou legal o Capitulo??
O que acontecerá depois!!
Se deixarem reviews eu ainda posto outro hoje.
Bjs Duda xD