Irmãos, Apenas Irmãos... escrita por Duda


Capítulo 51
Capítulo 51 - Ele já sabe da gente!


Notas iniciais do capítulo

Novo capitulo!!
Para não deixar isso para as notas finais eu quero dizer que estou amando os vossos reviews e cada dia aparece um novo leitor e isso é muito bom, isso me deixa mega feliz.
Espero que gostem deste novo trecho!!



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Miguel almoçou comigo e com Bernardo. Marta só apareceu lá em casa mais para a tarde. Mas não ficamos por lá muito tempo. Fomos correr um pouco para relaxar e porque estávamos precisando de perder umas calorias. Manter a forma é muito importante. Quando demos por nós já estávamos bem longe de casa e enfiando nossos pés na areia brilhante, iluminada pelo sol ardente de meia tarde. Nos chegamos mais perto do mar e deixamos a água tocar nossos pés.

Depois de um tempo olhando o horizonte seguimos de novo para casa.

_ Hoje de manhã não cheguei a perguntar pra você, como é que você tinha ficado com Miguel!

_ Ficado com Miguel? Como assim?

_ Vocês terminaram? Deram um tempo? Decidiram esperar um pouco?

 _ Acho que nenhuma das suas hipóteses. Se quer saber nem sei como a gente tá.

_ E você já considerou em ir falar com ele para “saber como vocês estão”? – fiz aspas com os dedos na ultima parte.

_ Bom. Acho que é a minha deixa. Viro aqui e fico na trilha até minha casa. Vai, até amanhã.

_ Até amanhã e veja se pensa naquilo que eu te sugeri.

_ Tá bom. Eu vou pensar.

Vi Marta virar numa ruela á direita e depois segui meu caminho. Já corria á algum tempo e a minha respiração estava muito descompassada, por isso foi abrandando o passo até praticamente apenas ir andando. Levava os fones nos ouvidos e a musica me abstraia de tudo o mundo a minha volta.

Uma mão pousou em meu ombro e eu estremeci. Retirei logo os fones e desliguei a musica.

_ Você de novo?

_ Desculpe. Não tenho culpa que seja tão sensível aos meus encontros.

_ O que você quer?

_ Calma. Tanta brutalidade e arrogância. Não me diga que o seu namoradinho já andou a por coisas na sua cabeça.

_ Tá falando do quê? – me fiz de desentendida.

_ Ah, então quer dizer que o  moleque ainda não abriu o bico. – ele falou entredentes, mas deu para eu escutar.

_ O que há para ele me contar?

_ Lhe pergunte por um vicio passado e por paninhos vermelhos.  – ele começou andando e quando já ia a três ou quatro passos de distância, voltou a se dirigir á mim – E fale também para Bernardo que não é muito bom deixar a namorada andar sozinha na rua, não vá um dia acontecer uma surpresa.

Cheguei em casa rápido e Miguel já não lá estava. Corri para meu quarto e liguei o chuveiro. Estava transpirada e um banho vinha mesmo a calhar.

Que vicio do passado? E o que tem haver paninhos vermelhos com um vicio? O que significa paninhos vermelhos?

Vesti uma roupa e fui até ao quarto de Bernardo. Ele estava de pé e via alguma coisa no computador.

O agarrei por trás e passei meus finos braços em volta de sua cintura. Como ele estava meio curvado, consegui alcançar seu pescoço e lhe depositei um beijo no ombro. Ele passou suas mãos por cima das minhas e sorriu. Depois se voltou para mim e me beijou. Começou me guiando até contra a parede e me encurralou por lá. Não esperei que ele me beijasse, enrolei minhas mãos em seu pescoço, o puxei para mim e colei nossas bocas.

Ele sorriu e passeou suas mãos por minha lateral. Troquei nossas posições e ele arrumou tudo o meu cabelo que de um momento para o outro colou em sua cara. Passei minhas mãos por seus peitorais e com as unhas arranhei até ao final de seu peito.

_ De que mundo você veio, hein, garota? – ele sussurrou baixinho perto de meu ouvido me roubando uma risada rouca e abafada perto de seu pescoço.

Depois de mais uns quantos amassos eu o afastei e o encarei. Pus meu olho dentro do seu e tentei alcançar o seu outro lado, o seu lado infinito.

_ Bernardo. – respirei fundo.

_ O que foi?

_O que quer Duarte de você?  - juntei minhas mãos ás de dele.

_ Outra vez essa conversa?

_Ele já sabe da gente!

_ Ele o quê? – Bernardo largou rápido minha mão e passou para trás de mim, me obrigando a  me virar.

_ Hoje de manhã quando eu estava indo ter com você e eles no bar ele se encontrou comigo e arranjou uma desculpa para meter conversa e acabou dizendo que a ele  nem a gente nem ninguém enganava e que já sabia muito bem o que eu e você sentíamos um pelo outro.

_ Como ele descobriu isso? Ele sabe demais.

_ Demais mesmo.

_ Ele pode usar isso para… - encarava Bernardo esperando resposta mas ele não ma deu e eu fiquei com a maior cara de boba.

_ Para… - tentei puxar o resto do fio da conversa.

_ Para me encrencar. Para nos encrencar.

_Como assim nos encrencar?

_ Duarte é capaz de tudo para acabar comigo, com você e com quem quer seja. Ele pode usar esse seu estranho conhecimento para nos denunciar para nossos pais. E sendo assim a gente não pode fazer nada.

_ Nada, não. Deve haver qualquer coisa que a gente possa fazer.

_O pior é que a não há. E agora a gente está rendida a ele. A partir de agora quem manda e quem dita as regras é ele.

_ Mas afinal o que ele fez pra vocês e o que você fez para ele?

_ Eu não  posso … - olhei para Bernardo quase suplicando e ele cedeu. - Oh, que de dane. Afinal você já está mais dentro disso do que aquilo que eu supunha e queria.

_ Isso quer dizer que vai contar?

_ Tenho outra saída? – Abanei com a cabeça negativamente. – Acho melhor você se sentar, é uma longa história.

_Pode começar por explicar que história é essa dos paninhos vermelhos e do vicio?

_ Como você sabe disso?

_ Duarte me disse para te falar de uns tais  paninhos vermelhos e por um antigo vicio seu.

_ Pera aí, ele também te falou isso? – eu assenti mais uma vez. – Me diga pelo o amor de Deus que ele não te pôs um dedo que seja em cima!

_ Isso eu não deixei!

_ Ele tentou? – Bernardo falou aflito e rude, dando uma certa melodia ao nosso diálogo.

_ Não, não tentou. Agora me conte, o porquê disso tudo.

 Bernardo e Miguel no passado se envolveram com Duarte e com os amigos dele em jogos clandestinos. Faziam corridas de carros ilegais, jogavam poker sem autorização e muitas outras coisas que perante a lei teriam consequências muito graves. Aquilo se tornou um vicio para eles  e um dia as coisas correram mal e Duarte foi apanhado numa dessas corridas. Miguel e Bernardo também iam participar na corrida só que a policia não os apanhou e o culpado e julgado passou a ser Duarte.

Desde sempre que ele não aceitou bem essa coisa e culpou os meninos de o terem traído e denunciado e agora ele voltou para se vingar.

História complicada mas perigosa e que já envolveu muita gente inocente. E pelo que Bernardo falou Duarte até capaz de matar é.  E o papel que ele encarava de menino bom e adorado por todos era apenas uma máscara.

Bernardo  também me aconselhou para eu não contar para Marta nada e para que quando Miguel estivesse presente eu disfarçasse e fizesse de conta que nem sequer sonhava com uma coisa dessas.

Estava me preparando para ir para a escola quando Bernardo entrou por meu quarto dentro.

_ Bom dia baixinha!

_ Bom dia. Passou algo?

_ Será que você é capaz de hoje ir a pé para a escola?

_ Porquê? Você não vai?

_ Vou, mas como hoje não tenho a primeira aula, Miguel e eu vamos em um sitio antes.

_ Tudo bem. Não arranjem é mais problemas, ok! E me diz por favor que esse sitio onde vocês vão antes não tem nada a haver com o…

_ Não se preocupe. A gente não vai fazer nada. Pelo menos por enquanto. – Bernardo fez carinho em meu rosto e beijou minha testa, depois saiu.

Peguei minha bolsa e como não teria boleia para a escola iria demorar mais tempo, o que me obrigava a ir mais cedo.

Deixei o café da manhã para tomar na escola e sai. E com um passo ligeiro, não muito rápido nem muito lento, moderado.

Estava uma manhã cinzenta e as nuvens que formavam  o céu ameaçavam que ia chover em breve. Não havia muita gente na rua.

Os parques infantis tão apreciados por crianças que têm sempre sorriso no rosto e que dão risadas altas e contagiantes, que correm atrás umas das outras, que jogam á apanhada e que adoram se sujar na lama, estavam desertos, sem ninguém.

Nem mesmo o velho solitário, que é mal humorado com todos  que tanto gostava de se sentar naquele famoso banco de jardim a ver os garotos e as garotas correndo atrás de borboletas e lembrando sua velha infância, que costumava dar grãos de milho aos pássaros e os via esvoaçar, hoje estava lá.

O Sr. Evaristo, da mercearia que tinha sempre um caramelo ou um doce para dar a cada menino que entrava na sua loja, também não tinha sua banca montada do lado de fora.

Cantarolava baixinho uma espécie de medley daquelas musicas que a gente decora sem saber como e que depois de ficarem no ouvido nunca mais saem, quando uma mão tapou minha boca e me agarrou no colo. Taparam meus olhos também e eu esperneava para tentar me soltar mas era impossível quem me agarrou era bem mais forte do que eu.

Não consegui reconhecer ninguém pois me fizeram cheirar algo e depois…


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Notas finais do capítulo

Alguém desconfia de quem é o garoto que raptou Leonor? Já estão mais esclarecidos de quem é Duarte?
Deixem reviews com o que acharam e com as vossas suspeitas!!
Um beijão para todas!!
Duda xD