Irmãos, Apenas Irmãos... escrita por Duda
Notas iniciais do capítulo
E... como recebi alguns reviews, e para provar que eu sou uma menina de palavra, eu decidi postar a continuação.
Espero que curtam e que tenham uma óptima leitura!!
Marta estava mal com essa história toda. Não estava com Miguel ao seu lado mais tinha a certeza que o tinha na sua cabeça por todo o momento. Para a gente conversar a levei para uma sala. Para a nossa sala, mais propriamente.
_ Está tudo bem?
_ Está. Está tudo bem mal.
_ O que rolou?
_ Eu e Miguel brigamos.
_ Tá bom. Até aí eu já tinha percebido.
_ A gente brigou por causa de Duarte.
_ Ok. Também não preciso que me diga quem foi o dito cujo que originou a briga e qual foi a razão, porque isso é meio que obvio.
_ Então o que você quer saber exatamente?!
_ Eu quero que me diga, é o que vocês falaram.
_ Eu nem sei por onde devo começar.
_ Talvez se começasse pelo o principio… - falei irónica e tentando a animar, mas acho que foi uma tentativa falhada, pois nem um simples rasgar de lábios obtive.
_ Miguel ontem foi em minha casa, ai a gente estive conversando e eu tentei obter uma justificação sobre o porquê de ele não ir na onda de Duarte e a resposta dele foi “…se mantenha longe dele, e por favor confie em mim…”, eu não gostei do que ouvi e o pus fora de minha porta.
_ E agora?
_ E agora só consigo pensar nele, só consigo me lembrar de como ontem adormeci chorando, só consigo pensar nos momentos que a gente estive junto. Só consigo pensar na vontade louca que tenho de ir ter com ele e me desculpar. Mas por outro lado, continuo a não entender nada. Não sei o que Miguel tem contra Duarte. – Marta fazia um esforço para não chorar, enquanto eu remexia em meu colar e a olhava com uma certa pena. Eu também não compreendia o que havia ali no meio mas depois daquilo que ouvi ontem, as minhas duvidas multiplicaram-se. Não queria falar para Marta o que escutei, mas consequentemente temia, que como Bernardo e Miguel falaram ontem, a gente corresse perigo e ela nem sequer desconfiasse disso.
Desviei o olhar para porta.
_ E por falar em Duarte… - sussurrei baixo para Marta. Ele estava encostado na porta remexendo no celular e se preparando para entrar. Marta se virou e o encarou, sorriu e depois foi até sua bolsa e pegou umas quantas folhas, todas escritas. Depois se dirigiu a Duarte e as mostrou, como se as fosse entregar para ele.
Eu permaneci no mesmo lugar e fiquei assistindo a cena.
_ Aqui está os seus apontamentos. Espero que esteja tudo certo. Se precisar de mais alguma coisa é só gritar. – Marta piscou o olho para ele.
_ Muito obrigado, mesmo. Mas será que seu namorado não fica aborrecido com isso?
_ Deixe para lá como Miguel fica ou deixa de ficar. Quem manda na minha vida sou eu. – Marta se impôs, mostrando seu lado de liderança e de auto afirmação.
_ Sendo assim eu não tenho como não aceitar. – Duarte abriu mais o sorriso que tinha no rosto e depois espreitou para me alcançar. – Bom dia Leonor.
_Bom dia. – estava tão pensativa e remoendo nos acontecimentos e fatos, que quando ele falou para mim, me engasguei por completo. Porém respondi e fingi um sorriso.
Aquilo que Bernardo e Miguel transmitiam era que Duarte era uma pessoa ruim e que trazia o mal junto, mas as suas atitudes demonstravam uma pessoa bem agradável, simpática e boa.
O sinal tocou e cada um de nós ocupou seu lugar naquela sala grande e que não tardava em encher.
_Bom dia classe. Espero que tenham feito os trabalhos de casa e que estejam prontos para trabalhar. Abram seus livros na página 61 e comessem lendo esses textos sobre o grande Ludwig Wittgenstein. Eles vos iram explicar um pouco da vida desse fantástico homem e vos iram dar a conhecer o que o levou a ser um grande filósofo, e que por muitos é e foi considerado o mais importante filósofo do século dezanove. Também vos vão dar a conhecer alguma das suas tão notáveis frases e expressões. – A professora de filosofia pousou suas coisas na secretária e pegou seu livro. Mal ela deu as ordens um barulho de páginas revirando encheu aquele lugar e num curto espaço de tempo todo o mundo estava fixo em seus cadernos e livros.
A aula até passou bem rápido. Foi daquelas aulas divertidas que os papeis são trocados e em que nós alunos é que somos os professores e temos que explicar para a aluna, mais propriamente a professora as coisas. E isso origina a que se abra um diálogo e uma troca de conhecimentos.
Quando ela terminou, Marta saiu primeiro que eu. Demorei mais tempo arrumando minhas coisas e depois tive que a ir procurar. Não era difícil de saber qual a sua localização. De certeza que estaria no bar.
Quando sai da sala e fui percorrendo os corredores gigantes daquela escola me sentia perseguida, observada. Não olhei para trás e asselarei o passo. Não sei o que me deu mais acho que a cena de quando fui estuprada se estava repetindo. A perseguição, a sensação de estar a ser controlada, o silêncio, a pressa no passo.
Senti alguém estar praticamente atrás de mim e agi. Me virei e para meu espanto era Duarte que seguia meu andar. Respirei fundo e levei a mão ao peito.
_ Me assustou garoto!
_ Desculpe, não queria isso.
_ Então o que queria, me matar de coração?
_ Não. Acho que você é uma garota excelente e uma boa companhia e como vi que está sozinha e como vai em direção ao bar, pensei que não se importaria com a minha companhia. – ri da cara dele.
_Conheço bem os da sua laia e olhe que se vem para me engatar te aviso já que não estou disponível, para você.
_ Eu sei.
_ Você sabe? – a gente já tinha começado a andar de novo e seguíamos para a o bar.
_ Você pensa que eu já não notei, que rola um clima entre você e Bernardo. – acho que paralisei naquele momento. Essa sua frase foi a forma que ele arranjou para falar que já sabia de mim e de Bernardo, serviu para falar que já suspeitava, ou serviu para insinuar aquilo que havia entre a gente? Parei de andar e o encarei.
_ Para que fique bem claro entre mim e Bernardo não rola nada.
_ Leonor, você e aquela coisa, podem enganar todo o mundo, mas a mim, a mim vocês, nem ninguém engana. – tentei me defender mais ele não deixou. – E não me venha com a história de que são irmãos e blá, blá, blá, vocês gostam um do outro e não conseguem controlar isso! – de rude, a voz de Duarte passou a meiga, depois bem devagar seguiu seu caminho me deixando meia desnorteada no meio do corredor. E eu ainda dizia que o bipolar era Bernardo, mas na real, Duarte era que era bipolar.
Mas como ele sabia de minha relação com Bernardo? Como ele sabia que a gente era irmão se eu mal falei para ele?
Voltei á realidade e fui até ao bar. A galera estava sentada na mesa do costume. Ocupei meu lugar habitual e pousei minha bolsa nas pernas.
_Está tudo bem? – Bernardo acarinhou meu braço.
_Ah?
_Como assim ah? Em que planeta você estava? Viajava longe hein!
_Desculpe. O que você perguntou mesmo?
_Se estava tudo bem. Não está com muito boa cara.
_Está tudo legal. Não precisa tanta preocupação.
_Mesmo?
_Mesmo! – afirmei com convicção. Mandei um beijo discreto para Bernardo e ele entrelaçou nossas mãos debaixo da mesa, num gesto de união.
Olhei em frente e Marta e Miguel estavam com cara de enjoados assistindo a cena.
_ Essa cara é efeito do quê? Da diferença de ideias, da saudade ou é mesmo porque acham que a gente faz um par invejável? – zombeteou Bernardo obtendo uma resposta rápida de Marta.
_Não. É mesmo porque de uma hora para a outra, um fenómeno raro me pus com náusea…
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Gostaram?
Eu espero que sim.
Postei capitulo novo pensando em vocês por isso exijo muitos, mais mesmo muitos reviews!!
(Estava brincando! Mas se deixarem eu adoraria! *.*)
Um beijão para todas!!
Novo capitulo amanhã!!
Duda c(: