Irmãos, Apenas Irmãos... escrita por Duda


Capítulo 49
Capítulo 49 - O que você quer dizer com isso?


Notas iniciais do capítulo

Para os ansiosos de capitulo novo, ele aqui está.
Espero que curtam.
Boa leitura, galera!



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Estávamos jantando quando a campainha tocou. Miguel decidiu fazer uma visita repentina a Bernardo. E pelos vistos, além de se repentina também foi mega importante, pois Bernardo abandonou a mesa e se enfiou no quarto com Miguel. Nem acabou de jantar sequer.

Estava curiosa e suspeitava que a visita de Miguel consequentemente tinha a haver com Duarte. Mal acabei e sem dar a perceber que ia ter com eles lá acima, abandonei a mesa.

_ Já vai filha? Mas a gente nem a sobremesa comeu!

_ Não estou com grande fome para sobremesas e ainda para mais eu combinei que ia ligar a Marta. Ela está mal e… você sabe como é. As amigas nessa idade valem tudo.

Subi as escadas rápido mais silenciosamente. Fui com cautela até a porta de Bernardo e para minha sorte havia uma frincha aberta o que facilitava ouvi melhor para o outro lado.

Eles falavam baixo e roucamente. Falavam de alguém que eu imaginei que fosse o Duarte, mas não referiam nomes, apenas pronomes. “Ele”, “aquele moleque”,…

_ Você acha que ele veio… - Miguel falou e Bernardo completou.

_  Se vingar. Era isso que ia falar? Porque se era acertou.

_ Mas se ele veio fazer isso a gente está…

_ Sem saída. Completamente encrencado. – Bernardo andava de um lado para o outro e batia com o celular na mão. Miguel estava sentado na cama e punha constantemente as mãos na cabeça. Estavam tensos, nervosos,… E o tom de voz deles não me agradava.

_ Você é capaz de parar de completar minhas frases? – Miguel falou e Bernardo não respondeu. – O que acha que ele vai fazer? – questionou por fim.

_ Não sei. Mas ele não está para brincadeiras. E também não veio para festas, nem carinhos.   

_ Eu não tenho medo dele!

_ A mim ele também não me assusta. Eu tenho é medo das coisas que ele pode mandar fazer. E pior que isso. Eu tenho medo é de quem é que ele pode usar como vitima.

_ O que você quer dizer com isso?

_ Se eu não o conhecesse até dizia que nós eramos o seu alvo. Mas temo que as suas vitimas sejam...

_Você não está supondo que ele vai usar…

_ O pior é que estou. A gente as defendeu hoje na escola e ele de certeza que já sabe o que a gente é um ao outro. E se não sabe desconfia. E para confirmar as suas desconfianças ele pode por no meio dessa história gente inocente e que mal sabe o que rolou.

_ Se ele toca com um dedo que seja na Marta eu dou cabo dele.

_ Moleque, se ele tocar na Marta ou na Leonor, ninguém o vai impedir.

_ Nem a gente?

_  Nem a gente! – Bernardo falou respondendo a Miguel.

Não sei o que me deu mas meu coração apertou e eu senti um frio me invadir. Havia gente em perigo por causa desse garoto e eu e Marta eramos as presas principais.

_ A gente não pode impedir mais pode prevenir! – Miguel falou tirando o positivo.

_ A gente pode e não pode prevenir.

_ Como assim?

_ Ó cara, será que eu tenho explicar tudo pra você?

_ Se continuar com esse seu joguinho de meias palavras…

_ A gente pode prevenir, porém inconvenientemente pode ser tarde de mais.

_ E qual é a sua solução?

_  Não a tenho mas duma coisa eu te garanto elas não podem desconfiar de nada disso, ouviu? E quando digo desconfiar, para o caso de você ter alguma duvida, quero me referir a não saber de nada.

_ Aí eu concordo com você. Mas ao elas não saberem  de nada, implica que continuem a dar bola para ele.

_ Pois! – Bernardo coçou a cabeça e parou uns segundos. Deu a entender que estava racionando.

_ Pois! – Miguel obviou. - Sabe o que é pior?

_ O quê? – o rosto do meu moreno transmitiu curiosidade.

_ Esse garoto vai conseguir fazer aquilo que fez no passado. Separar a gente!

_ Eu não vou deixar. Isso eu garanto para você.  Ele já fez isso uma vez e não vai fazer mais.

_ Será que não? – a expressão de Miguel passou de rude a de desilusão.

_ Se explique.

_ As coisas entre mim e Marta não estão nada bem. Ela acredita que ele é um anjo e que veio dos céus e que apenas quer descobrir o seu lugar na terra.

_ Vocês brigaram?

_ Passei na casa dela antes de vir para cá e fui praticamente expulso.

_ Ela te pôs na rua?

_ A gente brigou e quer saber nem sei como estamos agora.

_ O que você está tentando me falar é que podem ter terminado.

_ Entenda como quiser.

_ Ele veio trazer o caos de novo! – Bernardo puxou uma cadeira e se sentou na frente de Miguel -  A Leonor também deu em cima de mim.

_ E… Vocês brigaram?

_ Não propriamente. Ele quis justificações para o lance lá na escola.

_ E você?

_ Eu falei para ele se afastar dela, disse que… - um celular começou tocando de dentro do quarto e cortou o fio da conversa dos meninos.

_ É ele! – os dois se puseram de pé.

Senti a presença de alguém atrás de mim e não me enganei:

_O que está fazendo, Leonor? – Carolina estava atrás de mim.

_Eu?... – não sabia o que falar e gaguejava a cada palavra que falava – Eu perdi meu anel aqui e estou o procurando. – fingi o ter encontrado. – Olhe está aqui. Você não imagina mais eu não consigo passar um dia sem esse anel. Agora estou mais descansada. Até amanhã. – Me levantei e entrei no quarto.

Foi por pouco não ter sido apanhada.

Como Carolina foi capaz, mesmo no momento em que “ele” ligou para os meninos??? A parte melhor estava chegando. E era a parte melhor porque apesar de eu ter ouvido muita coisa, não sabia o essencial. O porquê de eles não curtirem nada Duarte. O porque de eu e Marta corrermos risco. O porquê de Duarte se vir vingar. O que se passou no passado…

Muitas coisas eu tinha ouvido mais de nada serviam se eu não sabia a raiz de tudo. Ainda pensei em voltar e ouvir o resto da conversa, mais era arriscado de mais. Pois tinha a certeza que meu pai era o próximo a subir.

Me joguei na cama de cabeça virada para o teto e fiquei relacionando o que ouvi, com aquilo que vi até o sono pegar.

Acordei cedo demais. E como ainda tinha muito tempo fui no banheiro e fiz minha higiene pessoal matinal.  Depois escolhi uma roupa e preparei minha mochila.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem a Marta. Precisa de falar para ela. Queria saber o que rolou entre ela e Miguel.

Preciso de falar com você! Me espera no portão. Vá mais cedo que eu vou tentar ir também. Bjs Xx. Ah, e bom dia!!”

Não queria contar para ela o que ouvi, pelo menos por enquanto. Queria descobrir mais e saber a verdadeira razão de tudo isso.

Tomei meu café da manhã e quando Bernardo desceu eu já estava pronta. Não deixei ele tomar o seu rico café da manhã e fomos diretamente para o carro.

Quando cheguei na escola, e como combinado Marta já me esperava. Sai do carro e quando dei um passo,  apenas um passo na sua direção, uma mão agarrou meu pulso e me fez dar uma volta de 180 graus para o sujeito que me agarrou.

_ Que foi?

_ Sabe que eu adoro você!

_ Eu também adoro você. – ele se foi chegando e como já devem calcular a cena acabou em beijo. Não um beijo escaldante e cheio de segundas intenções, mas sim um beijo calmo e suave que nos fez render um ao outro. Também foi muito rápido pois estávamos muito perto da escola e não faltava gente pairando de um lado para o outro.

E depois da cena e de um sorriso trocado corri para Marta e ou muito me enganava ou ela também estava precisando de algum carinho…


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Notas finais do capítulo

Novas pistas sobre quem Duarte é e foi... Alguém tem palpites para o que ele é ou foi???
Deixem reviews com a vossa opinião. Pode ser que hoje eu ainda poste outro, depende de vocês...
Um grande beijo para todos!!
Duda xD