Irmãos, Apenas Irmãos... escrita por Duda


Capítulo 1
Capítulo 1 - Mudei de casa não de vida...


Notas iniciais do capítulo

OI gente esta é a minha primeira fic por isso sejam bonzinhos.
Deixem comentário bons ou maus e digam-me o que acham da capa!!



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Tinha acordado bem cedo com o mesmo pesadelo de sempre e fui pro banheiro, tinha que me arrumar, hoje ia ter com meu pai e não me queria atrasar, estava ansiosa de o vê. Liguei o chuveiro e deixar a água escorrer por meu corpo, fechei meus olhos e gotas salgadas começaram escorrendo por meus olhos se misturando com a água. Não conseguia tirar da cabeça aquelas imagens, a dor que sentia, as lágrimas que escorriam por meu rosto sem eu conseguir controlar, os gritos que dava sem efeito algum, o desespero que tinha de fugir, de correr para bem longe, de esquecer todo mundo, confesso que naquela noite até a hipótese de suicídio passou pela minha cabeça. Desde o dia em que eles me agarraram á força, me encostaram na parede, me beijaram, me levantaram o vestido, me obrigaram a fazer e a dizer o que não queria, milhares de pesadelos pairam na minha mente. O medo de andar na rua sozinha, o pavor de atender o celular ou abrir a porta, o pressentimento de ter alguém me seguindo a forma de como todo o mundo me olha me faz sentir mal. Me faz sentir ainda mais culpa e vergonha, me faz achar que não mereço o respeito dos outros, me faz chorar cada vez mais. Eu me dava bem com a minha mãe até eu contar pra ela o que me tinha acontecido, tinha vergonha, medo da sua reação, de como ela me olharia mais eu tava quase sufocando, precisava de contar pra alguém. No inicio acho que ela chegou a ter vergonha da filha que tinha, chegou a ter vergonha de ser minha mãe e houve alturas em que nem pra mim olhava e tratava-me como uma coisa que se usa e deita fora. Mais depois tudo melhorou quando ela conheceu o Marcos meu padrasto. Ele ao contrário dela me fazia rir, esquecer por umas horas o passado e me concentrar no presente. Desde que tá com o Marcos minha mãe tá diferente, acho que ele a fez entender que eu não deixei de ser quem eu era só por ter sido estrupada e ela começou a se interessar um pouco mais por mim. Ele me compreendia e acho que deve ter havido situações em que a minha mãe chegou a ter ciúmes pois havia coisas que eu falava com ele que não falava com ela.

Há duas semanas ele propôs que eu fosse passar uns tempos com o meu pai, e eu devo dizer que não foi má ideia, ele disse que me vai fazer bem, e até tem razão acho que estou precisando de conhecer gente nova, de conhecer novos sítios, de passar na rua sem ser conhecida. Ele me disse que estou precisando de fazer um novo jardim e correr atrás de outras borboletas. Achei a ideia legal e concordei. Também quero ver como está meu pai e conhecer a Carolina. Ela e meu pai namoram a algum tempo. Meu vive no Rio com a Carolina e com o filho dela. E hoje eu ia conhece-los. Estava nervosa e com um friozinho na barriga era estranho mais eu estava com medo de conhecer minha madrasta.

Desliguei o chuveiro, me embrulhei na toalha e corri pro meu armário. Pequei na única roupa que se encontrava lá pois o resto já estava na mala e me vesti.

Desci as escadas e Marcos estava com minha mãe na cozinha tomando o café da manhã. Minha mãe tava fazendo torradas e meu padrasto estava lendo o jornal.

_Bom dia, mãe - lhe dei um beijo de bons dia e minha mãe fez o mesmo –bom dia Marcos!! – disse e fiz o mesmo que a minha mãe.

_Bom dia filha, tou vendo que está muito animada! – Minha mãe me falou com um sorriso no rosto. Eu sabia que ela tava fazendo um esforço nos últimos dias para não chorar, apesar de tudo eu sabia que minha mãe ia sentir a minha falta.

_Sim mãe tou ansiosa com essa coisa toda de ir vê meu pai. – Marcos parou de lê o jornal e trincou a torrada que a dona Eva lhe pôs na frente.

_É melhor você se despachar a gente vai sair já.- Marcos me disse e sorriu.

Peguei uma torrada pra mim e corri pra meu quarto, enquanto ouvia da cozinha minha mãe dizendo que o café da manhã se faz na cozinha e não no quarto. Ri da situação. Ia ter saudade de ouvir minha mãe batendo na porta do quarto á noite preguntando se eu tava bem, ou de manhã quando ela me ia acordar.

Procurei minha bolsa e peguei meu celular e meus fones e pus dentro dela. Foi uma ultima vez ao espelho ver se estava bem e passei a escova pelo cabelo. Pus de novo perfume e peguei em minha malas para fora do quarto. Respirei fundo e fechei a porta daquele sitio que em anos eu chamei de quarto.

Minha mãe e Marcos me acompanharam em toda a viagem e foram me dizendo que eu tinha que os visitar no Natal, que se alguma coisa de mal acontece-se pra eu ligar, que eu me devia comportar direito na frente da Carolina, que não queria más notas na escola, e essas coisas que os pais insistem em dizer só pra encher o saco aos filhos.

Eu tinha 17 anos, pô, eu não era uma criança eu sabia o que podia ou não fazer. Chegamos na casa de meu pai, já era noite. A casa tinha bom aspeto, tinha jardim e era bem grande. Minha mãe e meu padrasto preferiram não entrar e me deixaram na porta. Minha mãe me ajudou a tirar as malas.

_Vou ter saudades suas garotinha!! – Minha mãe falou com uma lágrima a sair do olho. Confesso que meus olhos deviam estar marejados, sentia eles arderem.

_Eu também mamãe! –Falei lhe dando um abraço.

_Se cuida. Amo você!! – Me afastei dela e a olhei no fundo dos olhos:

_Pode deixar. Também amo você. – Marcos apareceu por trás e me despedi dele.

Vi eles entraram para o carro e o vi desaparecer ao fundo da rua. Toquei na campainha da grande porta branca em minha frente e uma luz do grande condomínio de acendeu. Vi um homem e uma senhora bem vestidos a descer e o rosto familiar de meu pai apareceu no meu da escuridão. Eles se aproximaram e sorrisos bobos se formaram em nossos rostos.

Corri pra ele como uma criança e me abracei nele.

_Filha! – Meu pai disse em tom de espanto e alegria ao mesmo tempo – Como você cresceu meu bem. Você tá linda.

_Oi pai que saudade de você! – Meus pais se separaram quando eu tinha 15 anos e como meu pai veio morar pra longe eu só o vi uma vez em 2 anos, foi nas férias ele me levou com ele para a as Bahamas passar férias foi muito legal. Soltei meu pai e olhei a mulher que o acompanhava. Era bonita, usava um vestido e o cabelo estava preso. Sorriu pra mim e eu retribui.

_Leonor essa qui é a Carolina, Carolina essa qui é a Leonor minha filha.

_Olá Carolina.

_Olá Leonor! - a gente disse junto e nos abraçamos. – Então estou vendo que você é mesmo a menina que o seu pai tanto fala. Ele fala muito bem de você.

Sorri sem jeito e troquei olhares com ela. Carolina era simpática acho que o Senhor Afonso escolheu a pessoa certa. Meu pai pegou nas minhas malas e entramos em casa. Era uma casa grande com dois andares, tinha muito espaço e vários quadros espalhados. Estavamos na sala pois tinha uma televisão enorme e um sofá gigante. Meu pai fechou a porta e eu vi um garoto descendo as escadas. Usava um casaco do time da escola e uns jeans, era moreno e seus olhos eram meio azuis meu cinzentos. Estava fixo num aparelhinho que segurava na mão me pareceu um celular. Ele era lindo e o rapaz do sonho de qualquer menina. Com ele trouxe o cheiro forte de um perfume de homem e um sorriso nasceu em seus lábios quando me viu. Desliguei de tudo o que me rodeava e o encarei, ele fez o mesmo, nossos olhares se cruzaram e um friozinho percorreu minha espinha. Meu pai interrompeu a nossa troca de olhares:

_Bernardo esta é a minha filha Leonor. Leonor este é o Bernardo, o filho da Carolina. – Sorri e em coro dissemos:

_Oi. – Ele se aproximou e me deu um beijo em minhas bochechas rosadas e eu sorri.

Devia estar vermelha que nem um tomate. Minhas mãos estavam suando e meu corpo estava quente demais. A gente voltou a encarar-se em silêncio constrangedor percorreu a sala por uns segundos. Até uma senhora já de idade e com alguns fios de cabelo brancos entrou na sala e perguntou:

_Senhora o jantar está pronto, posso servir?? – Dirigiu-se á Carolina que com um enorme sorriso a olhou e assentiu com a cabeça

_Leonor esta é a Kate a nossa empregada. – Meu pai falou apontando para a senhora que esboçou um leve sorriso no rosto. Fiz o mesmo.

_ Bom Leonor, - Carolina falou – acho melhor você ir pousar suas coisas no quarto, o jantar está pronto. – eu assenti com a cabeça. – Bernardo pode acompanhar a Leonor ao quarto querido?

_Claro que sim mãe! Tou já fazendo isso. – O garoto se aproximou de mim e pegou minhas malas com cuidado me mandado seguir na sua frente.

_Não demorem eu e o Afonso estamos esperando na mesa.

Subimos as escadas e um corredor surgiu na minha frente tinha várias portas e a voz de Bernardo ecoou:

_Vire na segunda porta a direita.

Ao mesmo tempo que ouço isso vejo ele todo atrapalhado com as malas e não deixo de rir. Ele me fitou com o olhar e eu ri ainda mais.

_Tá rindo de quê, se viesse ao menos ajudar. – ele falou bravo e frio. Não parecia o garoto de á pouco que descera as escadas com um sorriso no rosto.

Fiquei sem reação e fui pegar minhas malas a suas mãos.

_ Vê se não demora tá todo o mundo te esperando. – ele virou costas e eu senti uma raiva a invadir me quem ele pensava que era para me tratar assim. Tava vendo ele chegar perto da escada quando se virou:

_E se você e o seu pai acham que vem substituir qualquer pessoa que seja aqui dentro, estao muito enganados! Você aqui não passa de uma vadia que encontrou casa nova.

Não entendi o porquê de ele me ter falado assim e senti meus olhos arderem. Queria entender e o questionar sobre o significado daquilo mais não consegui. Virei costas e deixei uma lágrima percorrer meu rosto. As lembranças do passado voltaram na minha mente. E as palavras dele ecoaram na minha cabeça.

O que será que ele quis dizer com aquilo? Quem é que eu podia vir a substituir?



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Notas finais do capítulo

Então o que acharam??
Deixem reviews e comentem a capa!!
Bjs