Lua de Sangue escrita por BiahCerejeira


Capítulo 5
Capítulo 5-


Notas iniciais do capítulo

Aeee mais um capitulo!!!! Esse esta um tanto melhor... Agora as coisas começam a esquentar...

Espero que gostem!



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A sombra mexeu-se lentamente do lado de fora como se estivesse espiando quem realmente estava dentro da casa.


- Sakura? – Perguntou o seu nome num tom auto e grave que fez com que um arrepio de medo passasse por suas costas.


Como havia ainda dentro de si tanto da menina que um dia fora. As suas pernas não obedeciam ao cérebro que gritava para ela correr e se esconder, mas seu corpo estava imóvel. Sua expressão devia ser de medo.


- Desculpe. – Ele abriu a porta lentamente e a claridade de fora iluminou o seu rosto moreno. – Não queria assustá-la. – A voz agora era branda. – Só achei meu dever vir perguntar se necessita de algo! – Falou serio porem gentil.


Seu corpo relaxou ao ver que aquele estranho não era nenhum de seus fantasmas.


- Como sabia que estava aqui ou quem eu sou? –Perguntou seria.


- Ficou tanto tempo longe de Progress que esqueceu como as noticias correm por aqui?


- Quem é você? – Perguntou decidida, ignorando a pergunta dele.


- Esta ouvindo esse som? É meu ego desmoronando. – Falou aquilo para quebrar o clima pesado do ambiente. – Eu a reconheceria na rua assim que lhe visse.


Neste momento ele saiu da porta dando um passo a frente, fazendo com que a claridade que antes ofuscava não deixando vê-lo bem ficar para trás.


- Sou Sasuke Hyuuga Uchiha.


Claro o irmão de Hope. O observou atentamente e chegou à conclusão que não o reconheceria se não estivesse sido apresentado. Não havia mais nada de menino em suas feições, muito pelo contrario, tudo nele era másculo. Lembrou que a amiga sempre lhe falava que seu irmão gostava do campo e de ficar ao sol. Talvez fosse por isso que a pele dele continuava morena como lembrava quando era criança. Seus olhos também permaneciam iguais, em um tom de negro que lembrava muito a pedra ônix. Os cabelos estavam mais arrumados do que quando eram crianças, mas mesmo assim estava meio rebelde. Nada que o deixasse desleixado, mas sim sexy, não sabia dizer se essa era a expressão certa, mas foi a primeira que passou por sua mente. A camisa estava com os primeiros botões abertos deixando a mostra o inicio de seu peitoral definido, e as mangas eram dobradas ate a altura do cotovelo mostrando os músculos do antebraço.


Sua analise foi completa, afinal fazia anos que não o via.


 Aqueles olhos negros agora a fitavam com paciência descontraída, algo que poderia deixá-la embaraçada se seus batimentos não estivessem descompassados.


- Faz muito tempo. – foi à única coisa que conseguiu murmurar.


- Sim, oito anos se não estou equivocado.


Ele poderia ter estendido a mão para ela, mas algo lhe disse que ela teria um sobressalto. Não a queria desmaiada, mas foi o que pensou que ocorreria se caso a tocasse. Enganchou os dedos nos bolsos da calça jeans surrada olhando-a.


- Poderíamos ir para a varanda? Poderíamos sentar na cadeira de balanço.


- Não obrigado, esta tudo bem assim. – Ela murmurou.


Podia vê-la branca como o mármore e com os olhos verdes brilhantes. Era algo que sempre o encantaram aqueles enormes olhos.


Sasuke era esperto o bastante para saber que não se contraria uma mulher, principalmente porque morava com duas. Mas com paciência aprendeu vários truques que deixariam qualquer homem abobados com as suas atitudes, como poderia dizer diferentes e eficazes com o sexo oposto.


 Com destreza saiu pela porta se encaminhando para a varanda. Ficou esperando-a já que sabia que a boa educação não o deixaria na mão, ela acabaria por acompanhá-lo.


Quando Sakura saiu pela porta, ele sentiu o leve perfume de flores de cerejeiras e lembrou-se de que sua irmã e ela costumavam brincar em baixo de uma arvore de cerejas quando eram meninas.


- Deve ser muito difícil, voltar. – Ele falou tocando-a no braço a fim de guiá-la ate a cadeira. – Você é corajosa.


Ela não se sobressaltou, mas delicadamente retirou o braço e afastou-se.


- Precisava de um lugar para morar. – Disse rapidamente de maneira firme.


Seu estomago estava revirando não gostava de conversar com um homem desse jeito, nunca se sabia o que passava em suas mentes apesar do sorriso e das gentilezas.


- Morou muito tempo em Charleston... Lá é bastante movimentado!


- Quero sossego.


Ele encostou-se na grade, havia nervosismo ali. Apesar da aparência delicada havia algo de cortante em suas atitudes, como se estivesse pronta para explodir. A delicadeza de Sakura era como a ponta de um bisturi.


- Estão comentando muito sobre sua loja. – Falou observando-a.


- Isso é ótimo. – O sorriso era singelo e os olhos continuavam vigilantes. – Os comentários levam a curiosidade, a curiosidade leva as pessoas a irem a loja.


- Você tinha uma loja em Charleston?


-Não era gerente. Mas é bem diferente de ser dona.


- É verdade. -Agora ele era dono de Beaux Reves o que era muito diferente. As responsabilidades eram muito maiores e complexas. Olhou para suas terras e a plantação que se destacava. – O que esta achando de Porgress, Saki? Depois de todos esses anos?


- Continua igual. – Ela olhava diretamente para Sasuke. – Mas ao mesmo tempo diferente.


- Pensei a mesma coisa de você. – Ela apertou os dedos nos braços da cadeira. – Cresceu nos olhos. Sempre teve olhos de uma mulher. Quando eu tinha doze anos, seus olhos me assustavam.


Sakura precisou de toda a sua força de vontade para se manter impassível.


- Quando você tinha essa idade, estava muito ocupado se divertindo com Naruto e Suigetsu para prestar atenção em mim.


- Esta enganada. Quando eu tinha doze anos teve um período em que prestei muita atenção em você. – Falava devagar. – Ainda trago aquela imagem nos meus pensamentos. Porque não paramos de fingir que ela não esta aqui se interpondo entre nós?


 Sakura levantou-se bruscamente e foi ate o final da varanda abraçando-se enquanto olhava os campos.


- Ambos a amávamos. – Murmurou Sasuke. – Ambos perdemos. E nenhum dos dois a esqueceu.


 O peso no peito de Saki era intenso como se uma mão a comprimissem.


- Não posso ajudá-lo.


-Não estou pedindo sua ajuda.


- O que deseja então?


 Surpreso ele se mexeu. Depois a estudou. Ela se fechara, compreendeu Sasuke. Qualquer que fosse a abertura já não existia mais.


- Não estou pedindo nada, Saki. É o que você espera de todo mundo?


Ela sentia-se mais forte agora, virou-se para fita-lo.


- É sim.


- É uma pena. Não quero nada de você, exceto uma conversa cordial, de vez em quando. O fato é que minha irma era muito importante para nos dois. Perde-la teve um efeito profundo em minha vida. Hesito em chamar uma mulher de mentirosa, mas se você vai ficar ai parada, fitando-me nos olhos e dizendo que não afetou sua vida, entao será isso que terei que dizer.


- Que diferença faz para você como me sinto? – Ela tinha vontade de esfregar os braços para aquecer-se daquele calafrio. – Não nos conhecemos.


- Mas a conhecíamos. Talvez sua volta mexa com certas coisas mas a culpa não é sua.


- É uma visita de boas-vindas ou uma advertência para manter-me longe?


Ele a olhou por alguns instantes depois balançou a cabeça e seu humor voltou.


- Não há duvidas que cresceu para se tornar irritante. Em primeiro lugar não estou acostumado a pedir que lindas mulheres se mantenham a distancia. Eu é que sofreria, não é mesmo?


 Sakura não sorriu, mas ele sim dando um passo a frente.


- Você pode pedir para ficar longe, mas é improvável que eu escute. Vim lhe dar boas vindas, Saki, e aproveitar para vê-la. Tenho o direito a minha própria curiosidade. E ver você sempre traz de volta um pouco daquele verão. É uma coisa natural. E vai traze-lo de volta para outros também. Você devia saber disso antes de tomar a decisão de vir a Progress.


- Vim somente por minha causa.


É por isso que parece nauseada, assustada e cansada? Especulou Sasuke.


- Então seja bem vinda.


Ele estendeu a mão. Saki hesitou, mas parecia um desafio tanto quanto um oferecimento. Quando apertou a mão estendida, ela descobriu-a quente, mas firme do que esperava. Foi nesse instante que sentiu a conexão, uma espécie de clique interno, inesperado. E indesejável.


- Desculpe-me se não lhe pareço amigável. – Ela retirou a mão. – Mas tenho muito trabalho a fazer e preciso começar logo.


- Basta me avisar caso precise de ajuda.


- Agradeço. Ah antes que esqueça fez uma boa reforma na casa.


- É uma boa casa. – Ele a fitava. – E um bom lugar. Agora vou deixa-la fazer o que precisa.


Desceu os degraus. Parou ao lado da Pickup, que parecia muito resistente e precisava ser lavada urgentemente.


- Sabe aquela imagem sua que disse que permanecia em minha mente Sakura? – Ele abriu a porta e o vento agitou seus cabelos negros. – Tenho uma bem melhor agora!


 Ele partiu, mas continuava a olhar pelo espelho retrovisor. Não pretendia ser tão direto assim e muito menos falar de Hope, mas foram conseqüências. Foi ate lá por pura curiosidade, e acabou falando mais do que devia.


Não sabia como fazê-la confiar nele, mas daria um jeito. Afinal Sakura era a pedra que se jogava no lago e que as ondulações em volta iam longe do centro.


Não sabia bem o que fazer, mas não agüentou e parou a pickup na beira da estrada e saiu, seguindo o caminho que levava ao pântano.


As arvores e as flores impregnavam o local que seu pai acabou por mudar após a morte de Hope. Em parte como um modo de por para fora toda sua raiva e melancolia pela morte da filha amada. Agora podia ver o banco onde um dia Hope ascendera uma lareira, alem da pequena ponte que passava sobre as águas marrons do pântano.


Entre o banco e as flores de tonalidades azuis se encontrava a estatua de sua irmã, que permaneceria para sempre com o sorriso de seus oito anos.


Haviam a enterrado há quinze anos no alto da colina, mas o espírito dela estava ali naquele lugar. Não ia ali desde que seu pai morrera há oito anos, e acreditava que ninguém da família também ia visitar a estatua.


Sentou no banco e admirou o local, podia sentir a presença dela.


Sua mãe apagou aquele lugar da memória a partir do momento em que sua filha fora estuprada, estrangulada e morta, largada como uma boneca usada.


Recostou-se no banco e fechou os olhos, mentira para Sakura. Ele queria algo dela, deseja respostas e sabia que estas somente ela poderia lhe dar.


Demorou cinco minutos para se controlar. Sakura estava certa quando disse que ele não prestava atenção nela, na verdade nenhuma garota lhe chamava atenção naquela época.  Saki era apenas a garotinha que sua irmãzinha brincava.


Mas a partir do momento em que abriu a porta e viu aquele rosto de olhos enormemente verdes, esfolado e machucado, marcado por lagrimas começou a notar tudo em Sakura.


  Tinha feito questão de saber tudo o que acontecia com ela desde que saiu de Progress, e soube rapidamente quando começou a fazer os planos de voltar.


Teriam que lidar um com o outro e principalmente teriam que lidar com Hope.


Levantou enquanto pensava nisso, dirigindo-se para o carro.


Saiu em direção as plantações, teria que ver como andava tudo. Se caso algum de seus funcionários precisassem de algo.  


 


 


 


Estava cansado, suado e totalmente sujo, já que estava vindo das plantações. Desceu da pickup batendo os pés para tirar o barro antes de entrar em casa. O piso branco de mármore não poderia ter nenhum grão de sujeira e muito menos pegadas de barro.


Gostaria de uma cerveja, um banho e comida quente antes de ir para o escritório resolver os problemas administrativos da fazenda.


Aproximou-se lentamente do bar e pegou a garrafa, quando estava prestes a abri-la escutou os barulhos de salto alto femininos. Virou-se com a expressão impassível e observou sua irmã Hinata.


- Sirva-me uma taça de vinho branco querido, tive muitos problemas hoje.


Ela se atirou no sofá cruzando as longas pernas torneadas e femininas, mostrando o salto vermelho. Passou as mãos pelos cabelos negros azulados ajeitando-os.


Hinata era uma mulher em tanto, trocava de amantes como trocava de sapatos. Sua vida nada discreta era motivo de fofocas na cidade. Já havia casado duas vezes e despachara estes tão rápido como havia casado. Seus olhos azuis eram claríssimos assim como de sua irmã gêmea que morrera quando criança, a pele era branca e lisa que deixavam os homens loucos.


 Sasuke levou a taça de vinho para ela.


- Ah querido por que não se senta? Parece cansado. – Falou puxando as mãos do irmão.


- Se quiser me dar uma mão de vez em quando... – O devolveu com um leve sorriso.


Ela fez uma careta.


- Beaux Reves e sua Sasuke, papai sempre deixou isso claro!


- Papai está morto Hinata.


- O que não muda os fatos da fazenda ser do único filho homem.


 Levou aos lábios carnudos a taça de vinho. Ela fazia questão de estar sempre bonita e bem arrumada mesmo estando em casa. Naquela noite ela usava uma blusa de seda e saia que deixavam boa parte das pernas a mostra.


- Fui feita para ser um bibelô, apenas para enfeite. – Ergueu levemente o queixo. – E faço isso muito bem.


- Você me irrita Hina! – Ele exclamou indignado pela teimosia dela.


- Isso também sei fazer muito bem, e adoro te ver irritado. – Falou isso enquanto cutucava as pernas dele com seu pé já descalço dos saltos. – Não brigue comigo se não vai estragar o meu paladar para este vinho. E já tive uma discussão hoje com a mamãe.


- Me diga um dia em que você não brigue com ela?


- Nos não discutiríamos se ela não estivesse sempre pegando no meu pé. Fora que esta de mau humor a tarde inteira desde que Karim Ligou.


-Isso é inútil ela sabia que Sakura esta voltando.


- Mas saber é muito diferente do fato concreto. E me parece que não ficou muito satisfeita por você ter alugado a casa do pântano para ela.


- Se não ficasse ali seria em outro local. – Recostou as costas apoiando a cabeça no encosto do sofá a fim de aliviar a tensão do dia. – O que importa é que ela voltou e não pretende ir embora.


- Isso quer dizer que já foi visitá-la. – Tamborilaram os dedos na perna. – sempre cortes não é Sasuke? E então como ela é?


- Polida, reservada. Nervosa, eu achei, por ter voltado. – Tomou um gole longo de cerveja. – E atraente.


- Atraente? Lembro de cabelos rosa, joelhos ossudos. Magricela e assustada.


- Pode fazer um esforço para ser simpática com ele Hinata? Sakura não responsável pelo que aconteceu. Para que culpá-la?


-Eu disse que não seria simpática?


Hinata passou os dedos pela borda do copo.


- Imagino que ela vai precisar de uma amiga.


- Talvez não. Mas acontece que Hope não esta mais aqui. E você também precisa de uma amiga.


- Querido tenho vários amigos, mas nenhum é mulher. – Sorriu maliciosa. – Acho que esta noite vou a cidade ver se encontro algum amigo com quem possa me divertir.


- Como quiser. – Empurrou o pé da irmã e levantou. – Tenho que tomar banho.


- Sasuke... – Chamou ele antes que atingisse a porta. Vira o brilho de raiva nos olhos dele o que fizera seu coração doer. – tenho o direito de levar a minha vida como quiser.


- Sim tem o direito de desperdiçar a sua vida como quiser.


-Sim e você também. Mas pela primeira vez concordo com a mamãe, estaríamos muito melhor se Haruno Sakura voltasse para a cidadezinha de onde saiu e não voltasse mais.


- Do que tem medo Hina?


De tudo, pensou vendo seu irmão se afastar. Levantou e foi ate a janela da sala. Observou o horizonte. Talvez devesse ir mesmo à cidade, já estava ficando entediada. Odiava aquela cidade e sua vida, queria algo a mais, apesar de não saber distingui o que. Mas naquele momento a única coisa que sentiu foi à vontade enorme de mandar Sakura Haruno para o inferno.


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Notas finais do capítulo

Pessoal me deixem Reviews por favor!!!!
Preciso saber o que estao achando..
Abçs