Lua de Sangue escrita por BiahCerejeira


Capítulo 38
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Oieee
Ultimo capitulo!!!!
ahhhh q triste...
:¨(
Mas faz parte... espero que gostem...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/28701/chapter/38

    Sakura abriu a mente, tentou senti-lo, medi-lo. Mas tudo o que viu foi escuridão. Um escuro frio e vazio. O barulho movia-se num círculo, persistente. Ela movia-se com ele, e mesmo quando a saliva lhe secou na boca virou-se para enfrentá-lo.


    - Qual de nós duas queria naquela noite? Ou será que isso não interessava?


    - Nunca era tu. Porque havia eu de te querer? Ela era linda.


    - Era uma criança.


    - Verdade. - Suigetsu entrou na clareira. - Mas eu também.


    Ela sentiu o coração despadaçar-se. De uma só vez.


    - Era amigo do Sasuke.


    - Claro. Sasuke e Naruto, como se fossem, eles próprios, gêmeos. Ricos e privilegiados e bonitos. E eu era o seu gorducho de estimação. Suigetsu, o Marrão. Pois bem, enganei a todos, não foi?


    Ele devia ter doze anos, pensou Sakura, observando o sorriso fácil no rosto dele. Não teria mais de doze anos.           


    - Por quê?


    - Chama-lhe um rito de passagem. Eles eram sempre os primeiros. Um ou o outro, eram sempre primeiros em tudo. Eu ia ser o primeiro a ter uma moça.


    Uma espécie de divertimento passou nos seus olhos.


    - Não era coisa de que pudesse me gabar. Era mais ou menos como ser o Batman.


    - Meu Deus, Suigetsu.


    - É difícil perceber, porque é mulher. Vamos chamar de uma coisa de homens. Tinha um comichão. Porque não havia de ter usado a irmã do meu bom amigo Sasuke para coçá-la?


    Falava tão calmamente, com tanta naturalidade, que os pássaros continuavam a cantar, notas líquidas em vez de lágrimas.       


    - Não sabia que ia matá-la. Aquilo... Aconteceu. Tinha bebido uísque do meu pai, às escondidas. Beber como um homem sabe? Tinha há cabeça um pouco tonta.


    - Tinha apenas doze anos. Como pode querer uma coisa dessas?


    Ele percorreu o círculo da clareira, não se aproximando exatamente, jogando apenas o paciente jogo do gato e do rato.


    - Costumava observar as duas, enquanto nadavam nuas ou se estendiam aqui, de barriga para baixo, a contar segredos. E o teu velhote também - disse ele. - Pode se dizer que fui inspirado por ele. Ele te desejava. O teu velho queria te foder, mas não tinha bolas para isso. Eu fui melhor do que ele, melhor do que qualquer um deles. Naquela noite, fui um homem.


    Presidente da câmara, pai orgulhoso, marido dedicado, amigo leal. Que espécie de loucura podia esconder-se tão bem?


    - Violou e assassinou uma criança. Isso fez de ti um homem?


    - Toda a minha vida ouvi “Seja homem Suigetsu” - O divertimento acalmou nos olhos dele, que se tornaram frios e vazios. - Por amor de Deus, seja um homem. Não se pode ser homem sendo virgem, não é? E nenhuma moça olharia para mim duas vezes. Eu tratei disso. Aquela noite mudou a minha vida. Olha para mim agora.


    Abriu os braços e se aproximou, observando-a.


    - Tenho confiança, estou em forma, e não é que acabei por ficar com a moça mais bonita de Progress? Tenho respeito. Uma mulher linda, um filho. Tenho posição. E tudo começou naquela noite.


    - Todas as outras moças...


    - Porque não? Não pode imaginar o que é. Ou talvez consiga. Sim, talvez consiga. Enquanto está a acontecer, sou a pessoa mais importante do mundo para elas. Sou o mundo para elas. Isso dá um prazer inimaginável.


    Sakura pensou em fugir. A idéia lhe entrava e saía da cabeça a cada segundo. Até que viu o brilho nos olhos dele, viu que era exatamente disso que ele estava à espera: que ela tentasse fugir. Deliberadamente, Sakura começou a respirar mais devagar e abriu a mente. Outra vez o vazio, como um buraco, mas à volta havia uma espécie de fome.                                                         


    Reconhecê-la, antecipá-la, era a única arma que Sakura possuía.


    - Nem sequer as conhecia. Eram estranhas para ti, Suigetsu.


    - Limito-me a imaginar que elas são a Hope, e é aquela primeira noite que se repete. Não passam de vagabundas e falhadas, até que eu as transformo nela.


    - Não foi o mesmo com a Matsuri.


    - Não quis esperar. - Encolheu os ombros. - A Karin não anda muito virada para o sexo, ultimamente. E aquela professorazinha sexy queria. Mas queria que fosse o Naruto, devassa estúpida. Pois bem, fui eu que lhe dei o que ela queria. Mas não foi bem o que eu achava que ia ser. A Hinata é perfeita.   


    Suigetsu viu Sakura sobressaltar-se.


    - Pois, anda muito juntinha à Hinata, não anda? Eu também tenciono ficar muito juntinho a ela. Ia esperar por ela até agosto, tenho o meu pequeno ritual, como sabe. Mas vou ter de apressar as coisas. Ah, a propósito: ela vai atrasar-se. Convenci a Karin a ir visitá-la, e tu conhece a minha mulher. Vai manter a Hina ocupada o tempo suficiente.


    - Desta vez vão ficar sabendo, Suigetsu. Não vai conseguir culpar mais ninguém.


    - O teu pai colaborou muito, não colaborou? Já te disse que fui eu quem matou a tua mãe? Dei um telefonema, disse que era um amigo e que o seu adorado marido estava a caminho da casa, para ir buscá-la. Pareceu uma boa tática para deixar os polícias ocupados e para me deixar em situação de observador, na minha qualidade de presidente da câmara preocupado.


    - Ela não significava nada para ti.


    - Nenhuma delas significava. Exceto a Hope. E não te preocupe comigo. Ninguém vai desconfiar de mim. Sou um cidadão exemplar, e neste momento estou no centro comercial a comprar um ursinho para o meu filho que vai nascer. Um grande urso amarelo. A Karin vai adorá-lo.


    - Nunca consegui te sentir - murmurou. - Porque não há nada para sentir. É praticamente vazio por dentro.


    - Cheguei a pensar nisso. Passei uns maus momentos por causa disso. Hoje peguei na tua mão, uma espécie de teste, só para ver. Não sentiu nada. Mas agora vai sentir, antes de terminarmos. Porque não foge, como ela fez? Sabe que ela fugiu e gritou. Vou te dar uma oportunidade.


    - Não. Eu é que vou dar uma oportunidade a mim própria.


    Sem um instante de hesitação, investiu com o pau afiado na mão, apontando aos olhos de Suigetsu.                                         


    Quando ele gritou, ela correu, como Hope fizera. O musgo emaranhava no seu cabelo, roçava nas pernas como aranhas, e o chão sugava os pés avidamente. Os sapatos escorregavam por entre os brotos ensopados, enquanto ela chocava-se dolorosamente nos ramos.


    Viu o que Hope vira, as duas imagens sobrepostas numa só. A noite quente de verão fundida com a tarde chuvosa. E sentiu o que Hope sentira, com o seu próprio medo e a sua própria raiva a correrem logo à frente do terror da criança.


    Ouviu o que Hope ouvira, os passos a ressoarem atrás dela, o restolhar entre os arbustos.


    Foi à raiva que a fez parar e que a fez se virar para trás, antes de a intenção estar perfeitamente definida na sua cabeça. Queimou-a por dentro, negra como alcatrão, quando investiu sobre ele com os dentes e as unhas.


    Surpreendido pelo ataque, meio cego devido ao sangue, caiu aos pés dela, uivando de dor quando ela lhe cravou os dentes no ombro. Ele debateu-se, mas ela se agarrou a ele como um gancho, lhe cravando as unhas na cara.


    Nenhuma das outras conseguira lutar contra ele, mas ela lutaria. Por Deus, lutaria!


    Eu sou a Sakura. As palavras eram um grito de batalha a tinir-lhe nos ouvidos. Ela era Sakura e lutaria.


    Mesmo quando as mãos dele lhe apertaram a garganta, ela continuou a investir. Quando a visão lhe nublou, quando o ar começou a faltar-lhe, usou os punhos.  


    Alguém gritava o nome dela, num desespero que ecoava por entre o tumulto do sangue que tinha dentro da sua cabeça. Cravou dedos e unhas nas mãos que lhe apertavam a garganta, quase sufocada quando elas a soltaram.


    - Agora estou a te sentir. Medo e dor. Agora sabe. Agora sabe, filho da mãe.


    Sentiu-se agarrada e lutou desesperadamente, o olhar fixo no rosto de Suigetsu. O sangue escorria-lhe do olho e tinha a cara rasgada pelas unhas dela.


    - Agora já sabe.


    - Sakura. Pára, pára! Olha para mim.


    Com o rosto pálido e empapado em suor, Sasuke lhe segurou o rosto até ela voltar a ver claramente.


    - Ele a matou. Foi sempre ele. E eu nunca vi. Te odiou durante toda a tua vida. Detestava a todos.


    - Está ferida.


    - Não, não estou. É sangue dele.


    - Sasuke, meu Deus. Ela enlouqueceu. - A tossir, Suigetsu rolou até ficar de lado, e tentou pôr-se de pé com a ajuda das mãos e dos joelhos. Sentia-se como se estivesse a sangrar de mil feridas. O seu olho direito parecia carvão em brasa. Mas tinha a cabeça a funcionar, e a funcionar bem e depressa. - Ela pensou que eu era o pai dela.


    - Mentiroso! - A raiva renasceu e fê-la debater-se violentamente para se libertar de Sasuke. - Ele matou a Hope. E estava aqui à minha espera.


    - Matei a Hope? - O sangue escorria-lhe da boca rasgada quando Suigetsu caiu de joelhos. - Isso foi há quase vinte anos. Ela está doente, Sasuke. Toda a gente pode ver que ela está doente. Meu Deus, o meu olho. Tem que me ajudar.


    Tentou pôr-se de pé e ficou genuinamente chocado quando as pernas não lhe obedeceram.


    - Por amor de Deus, Sasuke, chama uma ambulância. Vou perder a porra do olho.


    - Sabia que elas vinham aqui. - Sasuke manteve os braços de Sakura firmemente agarrados enquanto observava o rosto maltratado do seu velho amigo. - Sabia que elas se esgueiravam à noite para virem para aqui. Fui eu que te disse. Até rimos por causa disso.


    - O que é que isso tem a ver com o que quer que seja? - O olho são de Suigetsu mexeu-se quando ele ouviu o fustigar dos ramos molhados. Kakashi arquejante devido ao esforço, surgiu entre os arbustos. - Graças a Deus. Chefe, chame uma ambulância. A Sakura teve uma espécie de ataque nervoso. Veja o que ela me fez.


    - Meu bom Jesus Cristo! - murmurou Kakashi enquanto se apressava a chegar junto de Suigetsu.


    - Ele queria que eu fugisse. Mas eu parei de correr. - Sakura deixou de se debater e pôs a mão sobre a de Sasuke quando Kakashi se baixou para pôr o seu lenço sobre o olho devastado de Suigetsu. - Ele matou a Hope, e as outras. Matou a minha mãe.


    - Já te disse, ela é maluca - gritou Suigetsu. Não conseguia ver. Merda, não conseguia ver. Começou a bater os dentes. - Ela não consegue enfrentar o que o pai dela fez.


    - Vamos te levar para o hospital, Suigetsu, e depois vamos resolver isto tudo. – Kakashi olhou para Sakura. - Está ferida?


    - Não, não estou ferida. Não quer acreditar em mim. Não quer acreditar que o que ele é tem vivido lado a lado consigo, durante todos estes anos. Mas tem. Encontrou uma maneira de viver.


    Virou-se e fixou os olhos de Sasuke.


    - Lamento.                                                                           


    - Eu também não quero acreditar. Mas acredito.


    - Eu sei. - Agarrando-se a isso, pôs-se de pé. - A arma que ele usou para matar a minha mãe está no sótão da casa dele, por cima das vigas, do lado sul. - Suavemente, passou a mão pela garganta, no sítio onde a violência dos dedos dele deixara marca. - Cometeste um erro, Suigetsu, ao deixar chegar tão longe, ao deixar aproximar tanto. Devia ser mais cuidadoso com o que pensa.


    - Ela está a mentir. Foi ela que pôs a arma. Ela é maluca. - Cambaleou quando Kakashi o puxou, fazendo-o levantar-se.


    - Sasuke, fomos amigos durante toda a vida. Tem de acreditar em mim.


    - Tu é que tem que acreditar numa coisa – disse Sasuke. - Se eu tivesse chegado aqui mais cedo, há esta hora estaria morto. Pode acreditar nisso.


    - Agora tem de vir comigo, Suigetsu. - Kakashi pôs as algemas nos pulsos de Suigetsu.


    - O que está fazendo? Que diabo está fazendo? Está dando mais importância à palavra de uma mulher maluca do que à minha?


    - Se aquela pistola não estiver onde ela disse, ou caso não condiga com a que foi usada para matar um polícial jovem e uma mulher indefesa, vou apresentar-te um enorme pedido de desculpas. Vem comigo. Sakura é melhor ir ao hospital também.


    - Não. - Limpou o sangue da boca com as costas da mão. - Ainda não fiz o que vim fazer.


    - Vão lá - disse-lhes Kakashi - Eu trato disto. Sakura passo na sua casa mais tarde, para falar contigo.


    - Ela é maluca. - Suigetsu continuou a gritar a frase repetidamente enquanto Kakashi o levava.


    - Sente-se insultado. - Com uma gargalhada nervosa, Sakura pressionou os dedos contra os olhos. - É essa a emoção primária que o percorre neste momento. Insultado por ser tratado como um criminoso. É ainda maior do que o ódio e do que a demência.


    - Afasta-te dele - pediu Sasuke - Não olhe para ele.


    - Tem razão, Sasuke.


    - É a segunda vez que quase te perco. Diabos me levem se vai voltar a acontecer.


    - Acreditou em mim - murmurou Sakura. - Senti como isso te magoava, mas acreditou em mim. Não tenho palavras para te dizer o que isso significa para mim. - Apertou-o num abraço forte. - Tu gostava dele. Lamento muito.


    - Nem sequer o conhecia. - E, ainda assim, Sasuke estava a sofrer. - Se eu pudesse voltar atrás...


    - Não podemos. Demorei muito tempo a aprender isso.


    - Tem o rosto ferido. - Beijou-a.


    - A dele está pior. - Encostou a cabeça ao ombro dele quando começaram a andar. - Eu estava fugindo, e ia continuar fugindo, mas de repente ali estava esta vida dentro de mim. Esta raiva viva. Ele não ia ganhar, não ia me perseguir como uma raposa atrás de um coelho. Por uma vez, ele iria saber como era. Ia ficar sabendo.


    Sasuke sabia que nunca tiraria completamente aquela imagem da sua cabeça. A imagem de Sakura, de rosto ferido e ensanguentado, a atacar Suigetsu como um gato. E as mãos dele à volta do pescoço dela.


    - Ele vai continuar a negar - disse Sasuke - Vai contratar advogados. Mas não importa. O que ele vier a fazer não interessa.


    - Não. Acho que pode confiar na agente Williams para resolver o assunto. Pobre Karin. - Suspirou. - Que ela ira fazer?


    Sakura parou na clareira para apanhar as flores que tinham caído. A fogueira estava agora em cinzas, e a luz penetrava por entre as árvores em raios oblíquos e líquidos.


    - Vou voltar aqui e fazer isto com a Hinata em outra ocasião. Esta é para mim e para ti.                                                               


    Juntos, caminharam até à margem do rio.


    - Nós a amávamos e havemos de recordá-la sempre. - Tory lançou flores à água. - Mas agora acabou. Finalmente. Esperei tanto tempo para dizer adeus.


    Sakura ainda tinha lágrimas dentro de si, mas eram lágrimas tranquilas e apaziguadoras. Brilhavam no rosto quando se voltou para Sasuke.


    - Gostaria de casar contigo no jardim, amanhã, e usar o vestido da minha avó.


    Ele pegou na mão dela e beijou-a.


    - Gostaria?


    - Sim, gostaria. Sim, gostaria muito. E gostaria de ir a Paris contigo, e sentar em uma mesa bem iluminada, e beber vinho e fazer amor contigo ate o nascer do Sol. Depois, gostaria de voltar aqui e construir uma vida contigo.                                                                


    -Já estamos a construí-la.


    Cade puxou-a mais para si. O sol brilhava em raios finos e do musgo pingava água.


    As flores, de pétalas vivas, flutuavam silenciosamente, levadas pelo rio.


 


** FIM **


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aeeeeeeeeeee
Finalllllllll
O que acharam da minha grande fic????

Tenho alguns agradecimentos a fazer...
liliu
Grazi_chan
Obrigado por recomendarem a fic, fiquei muito mega feliz!! XD

Saa-Chan
Ouka
narutozinha
Luanny
Meguari Uchiha
Hana Shopie
narusaku uzuhar
kizy
liliu
lory_san
Naillim Hatske
koneko-hime
Hyuuga Uzumaki
sarasaik
kyou-san
Miminrj
Grazi_chan

Ahhhh obrigada por deixarem reviews que me fizeram muito feliz... Comentarios q ajudaram na fic e a me empolgar a continuar escrevendo!!!

VLW a todos os leitores anonimos que leram e apreciaram a fic mesmo sem deixar nenhum comentariozinhu...
hehehehh
Faz parte da vida, mas fazer o que neh????
ushauhsuhaush
Obrigada d coraçao S2

Obrigada pessoal e ate a proxima fic que eu jah estou mentalizando e botando no papel... ops... quer dizer no Word!!!!
suahsuhaush
Bjux



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lua de Sangue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.