Lua de Sangue escrita por BiahCerejeira


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Aeee pessoal mais um capitulo, espero que gostem!!!



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    Por muito horrível que fosse um homicídio, era também interessante. À distância de uma noite parecia mais um filme do que realidade. Hinata não ia ficar enclausurada em Beaux Revés, quando podia cirandar pela cidade e estar no centro da ação.


    Kurenai adivinhara, claro, e encheu-a de coisas para tratar. Se ia bisbilhotar, disse-lhe Kurenai quando lhe entregou a lista, ao mesmo tempo podia ser produtiva.                                           


    E não devia esquecer-se de contar todos os pormenores quando chegasse a casa.


    Na drogaria, apostava-se num antigo namorado que viera à cidade para convencer Matsuri a voltar com ele, e que enlouquecera quando ela recusara.


    Nos correios havia poucas dúvidas de que o assassino era o amante secreto de Matsuri, e que o sexo saíra do controle. Ninguém adiantou nomes de candidatos prováveis ao lugar de amante secreto, mas entre a compra de selos e o envio de cartas registadas havia o consenso de que ela tinha um. Uma mulher com aquele aspecto havia de ter um amante. E de certeza que ele era casado, senão porque é que ninguém ouvira falar dele?


    Isto levou à teoria de que Matsuri ameaçara contar à mulher dele e que a discussão que se seguira terminara em violência.


    No banco, pegou-se nesta teoria e foi mais longe, colocando na lista de suspeitos todos os homens casados da zona, com idades entre os vinte e os sessenta anos, sendo a grande aposta um professor ou um diretor do liceu de Progress.             


    


    Mas Hinata lembrou-se do que Sakura dissera quando estavam sentadas na grama, à porta do apartamento de Matsuri. E lembrou-se de Hope.


    Não faria mal passar pela loja, para ver o que tinha Sakura a dizer sobre as coisas, hoje.


    Primeiro passou pelo supermercado e, com ar sério, contemplou as bananas. A curta distância, Maxine enchia um saco de maçãs e fungava. Hinata aproximou-se um pouco mais e pegou num cacho de bananas, ao acaso.


    - Olã, Maxine, por aqui? Estás bem, querida?


    Maxine abanou a cabeça, tentando conter as lágrimas que lhe inundavam os olhos.


    - Parece que não consigo funcionar. O Naruto deu-me o dia de folga por eu estar tão triste, mas não consegui ficar em casa.                                                                                                                               


    - Maxine, minha querida.


    Hinata amaldiçoou o seu radar interno defeituoso quando viu Tsunade empurrar o carrinho das compras até à zona da fruta e dos vegetais. Não estava com disposição para voltar a conversar com a mãe de Naruto.


    Os três carrinhos ficaram frente a frente. Tsunade soltou uns sons e ofereceu um lenço a Maxine.


    - Não consigo esquecer-me. - Maxine limpou os olhos. - Disse à minha mãe que fazia as compras, mas não consigo pensar.


    Tsunade concordou, com um aceno de cabeça.


    - Acho que estamos todos transtornados por causa da pobre Matsuri.


    - Não sei como pôde acontecer uma coisa destas. Não compreendo. Não é coisa que devesse acontecer aqui.


    - Eu sei. Não devíamos ter medo. - Com simpatia, Hinata passou a mão pelo ombro de Maxine. - A maioria das pessoas acha que foi um namorado que enlouqueceu.


    - Ela não tinha namorado. - Maxine remexeu no bolso e tirou de lá um lenço amarrotado. - Não andava com ninguém, mas tinha um fraco pelo Naruto.


    - Pelo Naruto? - A mão de Hinata gelou, tal como a expressão de simpatia que tinha no rosto. Sobre a cabeça dobrada de Maxine, os seus olhos encontraram os de Tsunade.


    - Gostava de ir até lá cantá-lo. Começou a fazer-me perguntas sobre ele. Não eram perguntas reprováveis - acrescentou Maxine, com outra fungadela. - Eram feitas de forma simpática. Interessada. Saber, se ele era casado, se andava com alguém, coisas desse gênero. Hinata afastou a mão que reconfortara Maxine.


    - É que ele é tão bonito. Eu própria tive um fraquinho por ele, há uns tempos atras, por isso não a censuro. - Subitamente Maxine corou e espreitou por cima do lenço, na direcção de Tsunade. - Desculpe, Miss Tsunade. O Naruto nunca...


    - Claro que não. - Tsunade tocou suavemente em Maxine. - E, na minha opinião, mulher jovem que não sinta um fraco pelo meu Naruto tem um problema qualquer. - O olhar de tsunade voltou a dirigir-se para Hinata, intencionalmente. - Ele é um homem maravilhoso.


    - É sim, senhora, por isso não podemos culpar a Matsuri por andar de olho nele.


    Ai não? Francamente, pensou Hinata.


    - E tornamo-nos amigas, eu e a Matsuri - continuou Maxine, reconfortada pelos dois pares de ouvidos, tão simpáticos, que a escutavam. - Ajudou-me a estudar, algumas vezes, e tínhamos combinado sair para comemorar quando o meu semestre terminasse. Pensamos ir até Charleston, a uns clubes. Disse-me que não andava com ninguém. Não se tinha importado muito durante a licenciatura e o início da carreira, mas agora andava outra vez à procura de alguém. - Maxine voltou a limpar os olhos. - Queria casar e ter uma família. Falamos sobre isso.


    - Lamento - respondeu Tsunade. - Não sabia que vocês eram chegadas.


    - Ela era tão simpática. E era inteligente e tínhamos muitas coisas em comum. Tinha andado na faculdade, como eu ando agora. Falávamos sobre roupas e rapazes, sobre tudo. Ambas adorávamos cães. Não sei o que vai acontecer ao pobre cão dela. Eu ficaria com ele, mas não posso.


    Nessa altura começou a chorar, não só pelo cão, mas também pela amiga que perdera.


    - Não fique assim, Maxine. - O radar de Hinata estava a trabalhar suficientemente bem para sentir que os outros clientes se aproximavam cada vez mais, na tentativa de conseguirem ouvir alguma coisa da conversa. - Vamos encontrar-lhe uma boa casa. E o chefe da polícia vai descobrir tudo.


    - Sinto-me tão mal por dentro. Ainda ontem estava a rir, e toda animada. Almoçamos juntas no parque. Tinha esperança de começar a trabalhar para a Sakura Haruno. Estava fazendo tantos planos. É que estava tão viva e de repente... Estou tão triste e tão confusa com isto tudo.


    - Compreendo. - Hinata sabia muito bem o que era ficar sozinha, depois da morte. - Querida, devia ir para casa. Quer que te leve?


    - Não, obrigada. Acho que vou a pé. Estou sempre à espera de vê-la, a descer a rua com o Mongo. Estou sempre à espera disso - murmurou Maxine e, limpando as lágrimas, encaminhou-se para a saída.


    - Toma. - Tsunade tirou um segundo lenço.


    - Vim preparada. - Aborrecida consigo própria, Hinata usou o lenço demoradamente, para impedir qualquer estrago da maquiagem.


    - Estou destroçada por causa daquela rapariga, e mal a conheci. - Para dar a Hinata um momento para se recompor, Tsunade começou a escolher maçãs. - Eu própria saí de casa porque não conseguia pensar noutra coisa. Pobre Maxine. Ainda deve ser mais difícil para ela. Foi simpático da tua parte ter oferecido para levá-la em casa.


    - É que se a levasse para casa me livrava das compras.


   Tsunade pousou a mão no braço de Hinata, e deixou-a lá até ela olhar.


    - Foi simpático da tua parte - repetiu. - É reconfortante para mim ver bondade na mulher que o meu filho ama. Tal como foi reconfortante ver esse pequeno laivo de ciúme. Afinal, ainda bem que decidi fazer uma pausa na minha dieta e na do Jiraya e fazer uma sobremesa de maçã para logo à noite. Dá os meus cumprimentos à tua mãe e à Kurenai, está bem?


    Tsunade afastou-se, com as suas maçãs, deixando Hinata a olhar para ela, de sobrancelha franzido.


    - Muito perspicaz para quem parece andar sempre a esvoaçar, não é, Miss Tsunade? - resmungou Hinata. - Muito perspicaz, droga.


    Irritada, Hinata continuou a empurrar o carrinho, tirando das prateleiras as coisas que Kurenai lhe pedira para comprar e desejando sair da porcaria do supermercado.


    Tivera ciúmes. Teria Naruto correspondido ao namorico? Olhou com desagrado para os pacotes de manteiga, na seção de refrigeração. Claro que tinha correspondido. Era homem. Muito provavelmente, devia ter pensado em mais do que namoriscar. Quantas vezes teria imaginado Matsuri nua, fantasiado sobre ela, e depois...


    Cristo, que estava a fazer? A enfurecer-se com Naruto por causa de uma mulher que estava morta? Até que ponto conseguia ser mesquinha, superficial, horrível?


    - Hinata?


    - O que foi? - Deixou escapar as palavras e virou-se, com um pacote de Land O Lakes na mão e um olhar mortífero no rosto.


    Suigetsu levantou a mão, como que a pedir paz.


    - Uau! Desculpa.


    - Não, eu é que peço desculpa. Estava a pensar em outra coisa. - Fez um esforço, pôs um sorriso luminoso na cara e baixou-se para falar com o pequeno que ia no assento do carrinho. - Mas que lindo. Anda às compras com o papai, hoje?


    Luke mostrou-lhe uma caixa de bolacha, aberta.


    - Comprei bolachas - anunciou, e como a cara do filho já estava toda suja de chocolate, era evidente que tinha estado a apreciá-los.


    - Estou vendo.


    - A Karim vai me esfolar vivo, se eu não o limpar antes de ela o ver.


   Faith afastou-se estrategicamente do alcance dos dedos cheios de chocolate.


    - A Karim mandou-te às compras, hoje?


    - Não está a sentir-se bem. Ficou muito transtornada por causa do que aconteceu ontem. Diz que tem medo de pôr o pé fora de casa, e a noite passada fez-me verificar as fechaduras seis vezes.


     - Acho que ficamos todos um tanto espantados.


    - Está uma pilha de nervos. Estou tão preocupado com ela, Hina, ainda falta um mês para o bebê nascer. A mãe está cá, para ficar com ela durante algum tempo. Acho que aqui o Campeão e eu... - Fez uma pausa para despentear o cabelo de Luke. - Resolvemos sair um bocado. Para a deixarmos sossegada.


    - Isso é que é um pai. Suigetsu soube de mais alguma coisa quanto ao caso?


    - O Kakashi está a investigar, e não quer dizer grande coisa. Acho que é muito cedo. Já não deve faltar muito para terem os resultados da autópsia. O cherife é um bom homem, não quero dizer outra coisa. Mas este tipo de coisa... - Interrompeu-se, abanando a cabeça. - Não é com isto que ele está habituado a lidar. Nenhum de nós está.                                                             


    - Não foi a primeira vez que aconteceu.


    Ele olhou para trás, sem perceber, mas passado um momento os olhos ensombraram-se-lhe.


    - Desculpa, Hinata, foi sem intenção. Isto deve trazer-te recordações desagradáveis.


    - As recordações estão sempre presentes. Só espero que desta vez apanhem quem fez isto, que o apanhem e o pendurem pelos pés e lhe cortem o...


    - Atenção... - Com os lábios contorcidos num sorriso forçado, Suigetsu apertou-lhe o braço e olhou de soslaio na direção do filho. - Há aqui ouvidos pequeninos.                          


    - Desculpa - disse ela, enquanto Luke decorava o seu tufo de cabelo com a melhor parte de uma Oreo. - Meu caro, a Karim vai te esfolar até sangrar as tuas orelhas se aparecer lá em casa com o pequeno assim.                                                                    


    - Talvez não seja tão mau, se eu fizer as compras.


    - Também não deve ser muito bom. Tenta outro tipo de coisa. Jóias.


    - Bem, se tu acha... – Suigetsu coçou a cabeça. - Na verdade estava pensando em comprar um presente, para distraí-la das preocupações. Tinha pensado em passar pela perfumaria e comprar-lhe um perfume.                                                       


    - Lá não há nada de especial. Só perfumes para velhotas. Passa pela loja da Saki e vai achar aquilo que procura. A Karim vai voltar a sorrir.


    Suigetsu olhou para Luke, que estava agora a cobrir a pega de plástico vermelho do carrinho do supermercado com uma papa escura de bolacha.


    - Acha que eu vou levar este garoto para uma loja de louças?


    - Aí, tem razão. - O plano que se gizou na mente dela deixou-a satisfeita. - Já sei o que vamos fazer, Suigetsu. Dá-me o dinheiro e eu vou lá e compro qualquer coisa que faça de ti um herói. Quando acabar as compras e raspar algumas camadas de bolacha de cima do teu Luke, passa por lá e eu passo o que tiver comprado.


    - Sério? Não te importa?


    - Eu ia até lá, de qualquer forma. Além disso, para que servem os amigos? - Estendeu a mão, com a palma para cima.


    - Ainda bem que acabei de ir ao banco. Tenho dinheiro. - Encantado, tirou a carteira do bolso e foi-lhe pondo algumas notas na mão. Quando parou, ela olhou-o com ar incrédulo.


    - Vá lá, Suigetsu. Não pode ser um herói por menos de duzentos.


    - Duzentos? Credo, Hina, leva tudo o que tenho aqui, só fico com um dólar.


    - Parece que vai ter que passar pelo banco outra vez. - Arrancou-lhe as notas da carteira, enquanto ele dava um passo atrás, com uma expressão de desagrado no rosto. - Isso vai dar-me mais tempo para fazer uma escolha acertada.


    - E as tuas compras aqui? - perguntou-lhe ele.


    - Deixa. - Acenou com a mão, como se o assunto não tivesse qualquer importância. - Faço-as mais tarde.


    Suigetsu soltou um suspiro e voltou a meter no bolso a carteira quase vazia.


    - Acho que fomos levados - disse ele ao filho.                   


    Era perfeito, decidiu Hinata. Podia entrar, sondar Sakura e fazer uma boa ação. Depois, era apenas um pulinho até ao consultório de Naruto. Teria tempo de decidir se o castigaria por ele a ter feito imaginá-lo em uma cena de sexo com Matsuri.


    Desta vez, tirou a sua Abelha do carro, abraçando-a e falando meigamente com ela.


    - Agora, vai ser uma linda menina, não vai? Para a Saki não se queixar. Vai sentar-te como uma querida e eu te dou um belo osso suculento. Não é, bebê da mamãe?


    - Não volte a trazer esse cão aqui para dentro. - Sakura saiu abruptamente de trás do balcão, pronta a barrar o caminho de Hinata quando ela entrou.


    - Ora, pára de ser chata. Ela vai ficar aqui sentada como uma bonequinha, não vai, Abelhinha querida? - Levantou uma das patas da cadelinha e acenou com ela, enquanto ambas olhavam para Sakura com expressões igualmente inocentes.                                                         


    - Droga Hinata.


    - Ela vai portar-se impecavelmente. - Pegou no osso e depois fez a cadelinha sentar-se, fazendo uma ligeira pressão nas patas traseiras. - Além disso, que tipo de boas-vindas são esta, quando eu tenho uma missão e dinheiro? - disse ela, puxando do maço de notas.


    - Se aquele cão faz xixi no meu chão...


    - Ela tem demasiada dignidade para isso. Estou a fazer um pequeno favor ao Suigetsu. A Karim não se sente bem e ele quer animá-la com um bonito presente.


   


    Sakura suspirou, mas calculou o número de notas que Hinata agitava alegremente.


    - Decoração para a casa ou ornamentos para o corpo?


    - Corpo.


    - Vamos dar uma olhada.                                     


    - Ainda bem que o Suigetsu me encontrou. Os homens raramente têm boas idéias neste campo e o sentido do gosto da Karim é apenas o que tem na boca. E, mesmo assim... - Hinata calou-se, observou o expositor e franziu o sobrolho.


    - Está gozando da minha cara?      


    - Não.


    - Se quer saber, acho que tem demasiada dignidade para o teu próprio bem. Vamos ver aquele colar ali, aquele que tem o topázio cor-de-rosa e os feldspatos.


    - Conhece bem as pedras.                                          .


    - Pode apostar. Uma mulher tem de saber se um homem está lhe dando uma plástico verde ou uma esmeralda. Este é bonito. - Levantou-o e deixou que a luz brincasse com as pedras. - Mas acho que tem muito metal para ela. Faz mais o meu estilo.


    - É assim que cumpre uma missão?


    - Posso fazer mais do que uma coisa ao mesmo tempo. Sou mulher. Vamos deixar este aqui de lado, para eu pensar. - Remexeu no estojo. - E tu, estás bem?                                                             


    - Sim.


    -Bem, desculpe por tentar ter uma conversa.


    Sakura abriu a boca, mas voltou a fechá-la e soltou um suspiro.


    - Estou bem, um pouco abalada, acho, mas estou bem. E tu?


Hinata olhou para cima e sorriu um pouco.


    - Vê? A tua língua não ficou preta, nem caiu, nem nada disso. Estou bem. Andei pela cidade, a ouvir as bisbilhoteras. E não faça essa cara está tão interessada no que as pessoas andam a dizer como eu.


    - Já sei o que andam dizendo. Tive um movimento considerável aqui na loja, hoje. As pessoas adoram entrar e olhar para mim, e depois cirandar de um lado para o outro. Para ti é diferente, Hina, tu pertence a cidade. Eu não. Não sei por que pensei que alguma vez pertenceria.


    - Não consigo compreender porque quer isso, mas se quer mesmo não pode desistir. As pessoas vão habituar-se a ti. Até se habituavam a um anão coxo e só com um olho, se ele ficasse por aqui durante algum tempo.


    - Isso é tranquilizador.


    - Vamos ver esta pulseira. O Sasuke parece ter se habituado a ti bem depressa.


    - Topázio rosa e azul, incrustado em prata. Fecho de pinça.


    - Muito bonita, muito Karin. E aqueles brincos, ali. Ela ha de gostar deles, combinam com a pulseira. Não tem imaginação para mais.                                                                            


    - É estranho que perca tempo a escolher presentes para ela, quando parece que nem gosta dela.


    - Ora, não desgosto. - Hinata franziu os lábios e observou os brincos. - É muito tonta para me fazer gastar a energia suficiente para não gostar dela. Sempre foi. Faz o Suigetsu feliz, e eu gosto dele. Mete estes numa caixa e faz um embrulho bonito. O Suigetsu vai ficar agradecido. Acho que vou levar este colar para mim. Para ficar mais animada.                                                                                                                                   


    - Está a tornar-te a minha melhor cliente. - Sakura levou as jóias até ao balcão. - Quem diria.


    - Tem aqui coisas de que eu gosto muito. - A cadelinha adormecera com o osso na boca. Hinata ficou largos minutos a olhar para ela, em adoração. - Além disso, parece fazer o Sasuke feliz e eu gosto ainda mais dele do que do Suigetsu. - Ficou encostada ao balcão enquanto Sakura embrulhava os presentes de Karin. - A verdade é que andas a dormir com o meu irmão. E eu ando a dormir com o teu primo.                                       


    - Isso torna-nos praticamente amantes.        


     Hinata pestanejou, soltou um som de descontentamento e depois atirou a cabeça para trás e riu.


    - Credo, é uma idéia assustadora. E eu que estava aqui pensando se devia considerar-nos amigas.


    - Mais uma idéia assustadora.


    - É, não é? No entanto, - ontem, quando estávamos sentadas à porta do apartamento da Matsuri, ocorreu-me que provavelmente estávamos a sentir a mesma coisa. A recordar a mesma coisa. E essa é uma ligação forte.


    Sakura atou o cordão com muito cuidado, com muita precisão.


    - Foi muito amável em ter ficado comigo. Digo a mim própria, muitas vezes, que é melhor estar sozinha. Mas é difícil. Às vezes, é muito difícil.


    - Detesto estar sozinha. Mais do que tudo neste mundo. E fico muitas vezes irritada com a minha própria companhia. - Interrompeu-se e riu. - Olha para nós, a ter uma conversa quase íntima. Vou dar-te o dinheiro fresquinho do Suigetsu para pagar o presente da Karin, mas vou pagar o meu, do meu bolso.


    Antes de ela ter tempo de pegar na carteira, Sakura estendeu o braço e pousou a mão na dela. Estranho como se tornara mais fácil tocar, ser tocada, desde que voltara a Progress.


    - Em toda a minha vida, nunca tive outra amiga como a Hope. Não sei se alguém consegue ter amigos como os que temos quando somos crianças. Mas eu gostaria de ter uma amiga.


    Confusa, Hinata olhou para ela:


    - Não sei se serei uma boa amiga.     


    - Eu sei que não tenho sido uma boa amiga, desde que a Hope partiu, portanto isso nos coloca no mesmo ponto de partida. Acho que estou apaixonada pelo teu irmão. - Soltou um suspiro longo e trêmulo, e mexeu a mão, para mantê-la ocupada. - Se estiver mesmo, acho que seria bom, para todos, que tu e eu conseguíssemos ser amigas.


    - Sei que adoro o meu irmão, embora ele seja um chato. - Hinata pousou o dinheiro de Suigetsu no balcão e pegou no cartão de crédito. - Fecha às seis, não fecha?


    - Sim.


    - Porque não nos encontramos neste horario? Podemos tomar qualquer coisa.


    - Está bem. Onde?                       


    Os olhos de Hinata brilharam.                                      


    - Acho que o monumento funerário da Hope é um local adequado.


    - O quê?


    - No pântano, tu sabe.


    - Por amor de Deus, Hina.


    - Ainda não foste lá, não é? Pois bem, acho que está na hora, e parece-me um bom lugar para vermos se tu e eu conseguimos ultrapassar algumas questões. Tem estômago para isso?


    Sakura pegou no cartão de crédito.


    - Se tu tem, eu também tenho.


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Notas finais do capítulo

Buáaaaaaaaaahhhhh
Estou triste, voces nah me deixam reviews... Qual o problema??? Algo com a fic???? Agradeceria se me falassem.
Bom, para aqueles q curtem esta aí mais um cap.
Bjux e please me deixem recados!!!!



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