Lua de Sangue escrita por BiahCerejeira


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Wouuuuuuuuuuu
Mais um capitulo...



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Hinata a encontrou na mesma posição quando entrou.

    - Meu Deus, Saki! - Um olhar rápido foi suficiente para ver a caixa registradora aberta e vazia, os artigos espalhados, e a mulher que tremia no chão. - Meu Deus, está ferida?

    Pousou o filhote de cachorro, e enquanto ele se afastava rápida e alegremente, olhou à zona interior do balcão.

    - Deixa-me ver, deixa-me olhar para ti.      

    - Eu estou bem. Não é nada.

    - Ser assaltada em plena luz do dia nesta cidade é qualquer coisa. Está tremendo. Tinham alguma arma, uma faca?

    - Não, não. Está tudo bem.

    - Não vejo sangue. Bem, está um pouco marcada no pescoço. Vou chamar a polícia. Quere um médico?

    - Nada de polícia, nem de médico!

    - Nada de polícia? Acabo de ver um brutamontes a sair daqui, entro e vejo a tua caixa registradora aberta, vazia, e tu no meio do chão atrás do balcão, e nada de polícia? O que se faz nas cidades grandes quando se é roubado? Bolinhos?

    - Não fui roubada. - Exausta, deixou que a cabeça pendesse para trás e se encostasse à parede. - Eu dei-lhe o dinheiro. Menos de cem dólares. O dinheiro não importa.

    - Se esta dando dinheiro eu também quero. Pretende gerir um negocio assim? Por que deste jeito não irás muito longe.

    - Vou estar aqui. Vou ficar aqui. Nada vai fazer-me voltar a fugir. Nada! Ninguém! Nunca mais!

    Hinata não tinha muita experiência em histeria, a não ser a própria, mas pensou reconhecê-la no aumento do tom de voz de Tory e nos seus olhos subitamente muito abertos.

    - Assim é que é. Porque não nos levantamos do chão e vamos lá para trás um minuto?                                            

    - Já disse que estou bem.

    - Então, ou é estúpida ou mentirosa. Seja como for, vamos lá.

    Sakura tentou empurrá-la, tentou pôr-se de pé sozinha, mas as pernas não lhe obedeceram. Dobraram-se quando Hinata a puxou para cima e não lhe deixou alternativa senão encostar-se a ela.

    - Vamos lá para trás. Vou deixar a cadelinha aqui.

    - O quê?

    - Não te preocupes com ela. Já está meio treinada. Tem alguma coisa para beber e que te ajude a recompor as forças?

    - Não.

    - Era de esperar. A responsável Sakura. Não iria ter uma garrafa de Jim Beam na gaveta. Agora senta aqui, recupera o fôlego e me diz porque não quer que chame a polícia.

    - Só iria piorar as coisas.

    - Por que...

    - Porque foi o meu pai que tu viste sair da loja. Dei-lhe o dinheiro para ele ir embora.

    - Foi ele que te fez isso? – Sakura manteve o olhar fixo, enquanto Hinata inspirava e expirava profundamente. - E acho que não foi à primeira vez. A Hope não me disse. Imagino que a tenhas obrigado a prometer guardar segredo, mas eu tinha olhos para ver. E vi em você várias manchas roxas e vergões, muitas vezes. Tinha sempre uma história sobre ter caído ou ido contra alguma coisa, mas o engraçado é que nunca achei que fosse desastrada. Lembro-me que tinha muitas dessas marcas negras e vergões na manhã em que vieste nos contar sobre a Hope.

    Hinata aproximou-se da pequena geladeira, encontrou uma garrafa de água e abriu-a.

    - Foi por isso que não foi até ela naquela noite? Porque ele te deu uma surra? - Ofereceu a água a Tory, enquanto media o seu silêncio. - Acho que tenho andado a botar culpa pelo que aconteceu naquela noite na pessoa errada.

    Sakura pegou na água e acalmou a garganta.

    - A pessoa que tem a culpa é a pessoa que a matou.

    - Não sabemos quem foi. É mais reconfortante culpar um rosto e um nome. Pode pegar nesse telefone, chamar a polícia e apresentar queixa. O chefe Hatake vai atrás dele.                                    

    - Só o quero longe daqui. Não espero que compreenda.

    - As pessoas nunca esperam que eu as compreenda. Mas pode haver surpresas. - Hinata sentou-se na borda da escrivaninha. - O meu pai raramente me levantou a mão. Acho que apanhei uma palmada na bunda muito de vez em quando e mais raramente do que merecia. Mas ele sabia gritar e aterrorizar o coração de uma menininha.

    Céus, como sentia a falta dele. Foi assolada repentinamente por aquele sentimento.

    - Não porque eu achasse que ele fosse bater-me - disse ela, com suavidade. - Mas porque ele me fazia sentir se eu o desapontava. E eu tinha medo de desapontá-lo. Não é a mesma coisa do que isto. Mas pergunto a mim própria, se ele tivesse sido um pai diferente, um homem diferente, e eu passasse a minha vida a ter medo, o que eu faria?

    - Chamava a polícia e fazia com que ele fosse para a cadeia.

    - Podes ter a certeza. Mas isso não significa que não compreenda suas razoes. Quando meu pai andava com aquela mulher, eu nunca disse à minha mãe. Durante algum tempo, cheguei mesmo a acreditar que ela não sabia, mas não lhe disse. Pensei que talvez tudo desaparecesse. Estava enganada, mas pensar aquilo me deu alguma paz de espírito.

    Mais firme, Sakura pousou a garrafa de água na escrivaninha.

    - Porque está sendo simpática comigo?

    - Não faço idéia. Na verdade, nunca gostei muito de ti, mas isso era sobretudo porque a Hope gostava de ti e eu não queria. Neste momento, anda dormindo com o meu irmão e eu percebo que ele significa mais para mim do que eu pensava. Faz sentido querer te conhecer para ver como me sinto em relação a tudo isso.

    - Então está sendo simpática comigo porque eu ando dormindo com o Sasuke.

    A forma seca como a frase foi dita mexeu com Hinata.

    - De uma forma indireta. E vou te dizer uma coisa porque sei que vai te chatear. Tenho pena de ti.

    - Tens razão. - Sakura pôs-se de pé, grata por os tremores terem parado. – Me chateou.

    - Achei que sim. Mas a verdade é que ninguém devia ter medo do próprio pai. E, com laços de sangue ou não, homem nenhum tem o direito de deixar marcas negras e cicatrizes numa criança. Agora, é melhor ir ver as confusões em que aquela cadelinha se meteu ali fora.

    - Cadelinha? - Sakura abriu muito os olhos. - Que cadelinha?

    - A minha cadelinha. Ainda não lhe dei um nome. - Hinata saiu e soltou uma gargalhada sonora. - Não é uma coisa fofa? É mesmo querida.

    A querida tinha encontrado o papel de seda e estava naquele momento em guerra com ele. As baixas eram muitas e estavam espalhadas pelo chão como flocos de neve. Conseguira também encontrar um rolo de fita, que estava quase toda enrolada à volta do seu tronco roliço.

    - Oh, por amor de Deus!

    - Não fiques tão chateada. Não é nada que cinco dólares não possam pagar. Eu pago. Aqui está o meu bebê.

    A cadelinha ladrou alegremente, tropeçou num pedaço da fita e deitou-se aos pés de Hinata, com ar de adoração.

    -Juro, nunca pensei que uma coisinha como esta conseguisse fazer-me rir tanto. Olha para ti, bonequinha da mamãe, toda embrulhada como um presente de Natal.

    Pegou na cadelinha e fez uns ruídos infantis, como se falasse com um bebê.

    - Esta agindo como uma idiota.

    - Eu sei. Mas não é querida? E também me adora completamente. Agora, a mamãe vai limpar esta porcaria toda, senão a senhora má castiga o meu bebê.

    - Se voltas a trazer aqui esse destruidor de lojas, mordo o teu tornozelo.

    - Tenho andado ensinando-a a sentar. É esperta como tudo. - Apesar da ameaça, Hinata pôs a cadelinha no chão, mantendo uma mão sobre ela. - Sentada. Vá, seja uma boa menina, faz o que a mamãe te diz. Senta.

    A cadelinha deu um salto em frente, lambeu o rosto de Sakura e depois pôs-se a correr à volta, tentando apanhar a sua própria cauda.

    - Mais um burrada.

    - Não é uma querida?

    - Perfeitamente adorável. Mas não pertence aqui. - Pegando no monte de papel e de fita estragados, Sakura levantou-se. - Vai levá-la a dar um passeio, ou qualquer coisa assim.

    - Vamos comprar um belo conjunto de taças para a comida e a água dela.

    - Não vais comprar taças de cerâmica feita à mão, concebidas por artesãos, para o cão comer nelas.

    - Que te importa o uso que lhes dou, desde que pague o preço que pede? - Mais determinada ainda, Hinata foi buscar a cadelinha, pegou nela e em duas taças azuis com espirais em esmeralda. - Gostamos destas. Não gostamos, querida? Não gostamos, docinho?

    - Esta é a coisa mais ridícula que eu já ouvi.

    - Uma venda é uma venda, não é? - Hinata aproximou-se do balcão e pousou as taças. - Faz a conta e não te esqueças de juntar o custo do papel e da fita que ela estragou.

    - Esquece isso. - Atrás do balcão, Sakura meteu o papel estragado no caixote do lixo, e depois tratou da venda. - São cinquenta e três dólares e vinte e seis cêntimos. Por taças para cachorros.

    - Muito bem. Pago em dinheiro. Toma, segura-a um bocadinho.

    Hinata entregou a cadelinha a Sakura, para tirar a carteira da mala. Encantada, apesar de não querer demonstrá-lo, Saki encostou o nariz ao da cadelinha.

    - Vai comer como uma rainha? Uma abelha rainha.

    - Abelha rainha. É perfeito! - Hinata pôs o dinheiro em cima do balcão e voltou a pegar na cadela. - É isso que tu é, Abelha Rainha. Vou comprar-te uma coleira que brilhe.

    Sakura abanou a cabeça enquanto fazia o troco.                        

    - Estou a descobrir uma nova faceta tua, Sakura.

    - Eu também. E acho que gosto. Vamos, Abelha, temos pessoas para visitar. - Pegou no saco com as compras. - Acho que não consigo abrir a porta.      

    - Eu abro. – Sakura abriu a porta e, depois de hesitar um momento, tocou no braço de Hinata. - Obrigada.

    - De nada. A tua maquiagem está precisando ser retocada - acrescentou, e saiu.                                                        

    Não tencionara envolver-se. Hinata achava que a vida pessoal de cada um era fascinante como motivo de especulação, de mexerico, mas tudo a uma distância segura e satisfatória.

    Mas não conseguia esquecer a imagem de Saki enrolada sobre si própria atrás do balcão, com laços e fita-cola e cordões prateados espalhados à sua volta.

    Não conseguia deixar de ver aquela marca feia e vermelha no pescoço de Sakura.

    Hope também tinha marcas no corpo. Ela não as vira, ninguém a tinha deixado vê-las. Mas ela sabia.

    E não tolerava que um homem batesse numa mulher, ponto final. Se fosse um familiar, não se ia correndo fazer queixa na polícia. Mas havia outras maneiras de endireitar as coisas.

    Inclinou-se e beijou a Abelha na cabeça, e depois se dirigiu ao banco, para contar a Jiraya o que acontecera à sobrinha.

    Ele não perdeu tempo. Jiraya cancelou a reunião que tinha a seguir, disse à secretária que tinha de sair para tratar de um assunto pessoal, e encaminhou-se para a loja de Sakura com um passo tão apressado que, quando lá chegou, tinha a camisa transpirada.

 


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Notas finais do capítulo

E aeee gostaram??? A fic esta crescendo muitooo... e jah deu para perceber q eh grande... hehehhh
entao deixem reviews... Por favorrrrrrrr...
Bjux e bom findiii



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