Hatake Kakashi era um homem bonito com meia idade. Seu pai também fora policial e este apenas seguira a profissão, mas amava o que fazia.

Era alto e forte, tinha o cabelo branco e um tanto arrepiado. Todos o respeitavam pela grandeza que transmitia.

Não reclamou de ser chamado tão tarde da noite, muito menos comentou algo sobre a presença de Sasuke Hyuuga Uchiha na casa de Haruno Sakura tão tarde da noite.

Sasuke o recebeu na porta.

- Obrigada por ter vindo chefe.

- Não há problema. Algum ladrão apareceu por aqui certo?

- não sei. Melhor eu lhe mostrar atrás da casa.

Sasuke mostrou a Kakashi à marca perto da janela.

- Pode ter sido humana, mas também um animal pode ter parado por aqui. Você viu algo?

- Não. Quem viu foi Saki.

- Acho que irei falar com ela primeiro. Seja quem for já esta longe daqui a muito tempo.

Kakashi iluminou com a lanterna os arredores do pântano.

Entraram na cozinha conversando.

- Bom dia Sakura.

- Lamento incomoda-lo chefe Hatake. Tenho café!

- Ótimo. Eu agradeceria. Sua loja teve um grande sucesso não é? Minha mulher comprou uma porção de coisas lá.

- Sim, foi tudo ótimo. Como gostaria de tomar o café?

- Com meio quilo de açúcar. – Kakashi sentou na cadeira em frente à mesa. – Poderia me contar o que viu?

Sakura olhou para Sasuke antes de largar o café na mesa.

- Tinha alguém na janela observando... Enquanto Sasuke e eu...

Kakashi começou a anotar em um bloco o que ouvia.

- Sei que é embaraçoso. Você viu alguém na janela?

- Não... Fui ate a cozinha e... Ele nos observava. Olhava a casa. Ele não quer que eu fique aqui. Esta agitado desde que retornei.

- Quem?

- O homem que matou Hope.

Kakashi bebeu um gole de café.

-Como sabe disso srt Haruno?

Ele podia estar sendo gentil, mas o olhar era de policial. Ela conhecia bem aquele olhar.

- Da mesma maneira que sabia onde ela estava naquele dia. Você estava lá.

- Eu era subchefe naquela época. Foi uma coisa horrível a morte da menina Uchiha. Naquela época o chefe achou que alguém de fora havia feito isso, mas nunca conseguiu provas de nada.

- Jamais descobriram. – Sakura falou sem emoção. – A pessoa que fez isso nos conhece assim como conhece tudo na cidade. Ate mesmo o pântano.

- Mas você não o viu?

- Não da maneira com que você sugere.

Kakashi recostou-se na cadeira.

- No meu trabalho Haruno lido com fatos e provas.

- É um fato que eu sabia onde encontra-la chefe. Naquela época decidiram que eu havia fugido e a deixado ali. Mas não foi isso que ocorreu.

Havia bondade nos olhos de Kakashi.

- Você era uma menina naquela época.

- Já sou adulta agora e estou lhe falando que aquele homem esteve aqui hoje. Matou outras meninas, não só Hope. E já marcou outra para matar. Não é a mim que ele quer.

- Pode me falar isso, mas não pode me dizer quem ele é.

- Não posso. Mas posso lhe dizer o que ele é. Um psicopata que se acha no direito de fazer o que faz. Por que precisa de excitação e poder. Um serial killer que não para de matar mulheres, pois as acham inferiores aos homens. Que devem apenas satisfazer aos homens. Alguém que não vai parar de matar, afinal fazem dezoito anos que faz isso por que pararia agora?

-Não conduzi a conversa muito bem. – Sakura estava sentada no mesmo local ainda.

Sasuke fechou a porta e sentou-se ao lado dela.

- Contou tudo o que sabia.

- Mas ele não acreditou em mim.

- Quer acredite ou não fará o seu trabalho.

- Como fizeram há dezoito anos.

Sasuke não disse nada, pois a lembrança daquele dia era muito chocante.

A quem culpa Saki? A policia ou a você?

- Todo mundo. Naquele tempo era punida quando falava de mais. Então preferi me guardar a falar tudo o que sabia.

- Não é o que todos nos fazemos? – ele levantou e caminhou ate o fogão. – Naquele dia eu vi a bicicleta escondida, mas não disse nada para ninguém. Afinal o que tinha demais em deixá-la sair por duas horas?

Ele virou-se para ver Sakura observa-lo.

- No dia seguinte quando a encontramos não falei nada por autopreservação. Não queria que me culpassem assim como fizeram com você. Depois não havia mais sentido havíamos perdido um pedaço de nós. Nada era mais como antes. Posso refazer na minha mente aquele dia, mas dessa vez avisava a papai o que Hope pretendia fazer e ela estaria viva.

- Sinto muito.

- Também sinto Saki. Venho observando minha irmã restante fazer de tudo para destruir a própria vida. Meu pai se afastar de todos nós, por não suportar a dor. Minha mãe se fechar em uma carapaça de amargura e rancor. Tudo por minha culpa, por me preocupar somente com minha vida e não com a de minha irmã caçula que queria dar uma escapada.

- Haveria outra noite Sasuke.

- Mas não aquela. E nós não podemos mudar isto.

- Mas posso encontrá-lo. Mais cedo ou mais tarde descobrirei quem ele é.

Ou ele me encontrará, pensou Sakura. Não ele já me encontrou.

- Não tenho a menor intenção de ficar vendo alguém que gosto se arriscar. Pegue suas coisas, irá para a casa de seus tios.

- Não posso fazer isso. Preciso permanecer aqui.

- Neste caso eu pegarei algumas roupas.

- O que está dizendo?

- Passarei muito tempo por aqui. Então é mais conveniente trazer as minhas roupas. –ele olhou para Sakura que permanecia de boca aberta. – Não se preocupe Saki uma noite não nos torna amantes. Mas será isso que seremos.

- Considera muita coisa como um fato consumado, Sasuke.

- acho que não.

Segurou o rosto dela e a beijou ate que a sentiu retribuir.

- Acho que não considero nda como um fato consumado, muito menos você. Digamos apenas que tenho certos sentimentos sobre coisas, Saki. Coisas que sabe mas não é capaz de explicar. Eu também. Tenho alguns sentimentos por você e pretendo ficar ate conseguir explica-los.

- Atração e sexo não é um enigma, Sasuke.

- São quando você não conseguiu juntar todas as peças. Deixe-me entrar Sakura. Não conseguirá me excluir da sua vida.

- É um truque esperto como você consegue ser irritante e confortador ao mesmo tempo. –Ela se afastou. – Não sei se poderei deixar você entrar já que entra e sai da onde quiser.

Era verdade e Sasuke não negaria este fato.

- Vai me expulsar?

- Não.

- Ainda bem. Poupa-me muito trabalho e discussão. Mas já que estamos acordados que tal tratarmos de negócios?

- Negócios?

- Isso mesmo. Tenho amostras na pickup. Vou buscá-las para podermos negociar.

Sakura olhou as horas no relógio.

- Por que não desta vez você faz o café.