When Youre Gone escrita por Mel Cherry


Capítulo 6
Just a Dream


Notas iniciais do capítulo

Depois de um ano ... Literalmente ... Um novo capítulo, que, a propósito, já havia escrito em outro computador, que ficou ruim.
Sem mais. Tenham uma boa leitura !



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Despertei assustado; estava ofegante.

Não … Não pode ser verdade! Não pode! – Pensei.

Olhei ao redor, até que meus olhos foram parar no relógio da cabeceira.

03:30 hs, marcava.

Levei a mão à minha testa, e percebi que estava molhada.

Quão real foi esse pesadelo?

Me dirigi à cozinha, peguei um copo de água enquanto tentava entender …

Por que isso tinha que acontecer novamente? Por que?!

E por que justamente com ela?

Isso não pode ser verdade!

“Estava levando-a para casa. Nossas mãos, entrelaçadas, como de costume.

Naquela noite ela estava mais falante que o normal. Falava apressada, gesticulando bastante com sua mão livre. Emendava um assunto no outro.

— Por que está tão nervosa? -Parei-a, olhando fixamente em seus olhos.

— Quem está nervosa? Não tem ninguém nervoso aqui. Ou você está se sentindo assim? -Disse, desviando aquelas lindas orbes castanhas.

Até que tomei uma atitude um tanto impulsiva.

Puxei-a pelas mãos, até colar seu corpo ao meu.

Pus minha mão livre em sua cintura, e sussurrei ao seu ouvido:

— Calma. Está tudo bem. Eu estou aqui.

Pude perceber a surpresa que ela sentia. Até que finalmente enterrou a cabeça na curva do meu pescoço.

— Hmph. Acho que alguém está ficando muito convencido, senhor Shuya.

Ela se soltou, tanto do abraço, quanto às mãos.

— Se a senhorita preferir, eu posso te acalmar com uma outra técnica. -Falei, com um sorriso de canto um tanto divertido.

— Que outra técnica? -Disse, com um olhar inocente, e ao mesmo tempo, desconfiado.

Me aproximei lentamente, com os olhos fixos nos seus.

A surpresa, com um misto de receio, era notório em seu olhar.

— O que … O que você pensa que está fazendo?

— Relaxa, Natsumi ..

Estava próximo o bastante para, finalmente, fazer o que pretendia.

Minhas mãos foram ao encontro de sua barriga, e com leves movimentos de meus dedos, comecei um pequeno ataque de cócegas.

— Shu … Shuya Goenji! Eu … Eu ordeno que você pare … Agora! -Ela dizia, em meio a uma crise de risos, ao mesmo tempo em que me dava alguns tapas, na tentativa de me fazer parar.

E quando, por um momento, parei para observá-la, ela escapou.

— Haha, quero ver você me pegar agora, senhor Shuya!

Ela disse, em meio às gargalhadas, correndo sem ao menos olhar para onde.

Foi quando, então, tudo aquilo aconteceu novamente.

Eu não conseguia me mexer.

Era aquela mesma cena, mas dessa vez, era a ruiva que estava no chão.

As pessoas corriam tentando ajudar. Alguns curiosos. Outros, me perguntavam o que havia acontecido.

E então, a última coisa que me lembro antes de acordar, foi ver a curva que seus lábios formavam quando ela sorria, se desfazendo …

O desespero novamente tomou conta de mim. Quando percebi, algumas lágrimas rolavam.

Calma, foi apenas um pesadelo. Apenas um pesadelo…

Tentava me convencer, um tanto em vão.

Deixei o copo na pia, e caminhei até o quarto. Observando as poucas estrelas da janela, em meio aquele silêncio acolhedor da madrugada, tentava entender …

Por que com ela?

Com essa pergunta em mente, me deitei na cama, na esperança de conseguir dormir.

Em vão.

Quando finalmente peguei no sono, devia ser por volta de 05:00 horas.

[…]

Caminhava com as mãos nos bolsos da jaqueta; era uma manhã fria.

Algumas crianças passavam correndo em direção à escola, com leves sorrisos em seus rostos.

Em contraste, algumas pessoas andavam um tanto desanimadas, ou talvez até mesmo irritadas, a caminho de seus trabalhos.

Essas foram as poucas coisas que percebi enquanto me dirigia à escola. Pois somente uma coisa tomava a minha atenção.

A cena de seu sorriso se desfazendo era tudo o que havia em minha cabeça.

Essa maldita cena!

Maldita cena que tomaria o resto do meu dia. Que tiraria a minha atenção da aula. Que tiraria a minha atenção do treino, para, novamente, eu atingir e machucar alguém. Maldita cena que não me deixaria prestar atenção ao sorriso que se formaria naqueles lábios logo após os mesmos tocarem as minhas bochechas.

[...]

Ao término da aula, alguns companheiros de equipe vieram me procurar, perguntando se estava tudo bem. Alguns porque achavam que eu estava muito distraído. Outros, pelo meu semblante, que deveria ser um misto de raiva e preocupação.

E, mesmo sentindo que estava os traindo, eu mentia dizendo que estava tudo bem.

Deixei que fossem à frente, pois tudo o que eu queria era ficar um pouco sozinho, pelo menos até eu me acalmar. Pois na condição que eu estava, não conseguiria me concentrar.

Então fui caminhando lentamente em direção ao campo de treinamento. Decidi observá-los de longe. A evolução em cada passe, em cada jogada era notória. Verdadeiramente, o time inteiro tem se esforçado e lutado até o fim por esse campeonato. E, se por algum acaso não ganharmos pelas nossas habilidades, certamente deveríamos ganhar por mérito.

— Sei que este é sonho de todos vocês, e que estão batalhando por ele. Mas … Toda essa série de treinamentos está começando a me deixar preocupada.

Meus pensamentos foram interrompidos por uma suave voz feminina. Era ela …

Não conseguia proferir nenhuma palavra.

— Tenho medo de que tanto esforço possa comprometer a saúde de alguém. Ainda mais a do Endo … -Sua voz falhou.-

— Endo não é o único na equipe que tem dado o melhor de si. Toda a equipe tem sido pontual e responsável. Pois como você mesma disse, este é um sonho de todos, e não apenas do Endo.

Que irônico! Quando eu finalmente consigo estar na companhia da única pessoa que eu gostaria de ver, eu praticamente a afasto. Como? Sendo um completo de um idiota.

Agi tão impulsivamente, que nem pensei que poderia magoar os sentimentos justamente da pessoa que mais queria proteger.

É, eu não estava nada bem.

Girei meu corpo, para, finalmente ficar de frente a ela e poder olhar em seus olhos. Eles demonstravam indiferença. Porém, se tem algo que aprendi sobre Natsumi, é que tudo nela vai além do que os olhos podem ver.

— Olha, perdoe-me, por favor. Eu não queria ser grosso contigo.

— Tudo bem, Goenji. É a tensão, devido a final que se aproxima. Além do mais, hoje cedo fui procurada por alguns de seus companheiros que vieram saber porque você estava assim.

— Assim como ?

— Não se faça de bobo, porque nós sabemos muito bem que você não é, Goenji. Você sabe muito bem do que estou falando.

— Esquece isso, é melhor.

— Eu entendo e respeito sua decisão em não querer falar. Mas … Só saiba de uma coisa: você pode confiar em mim.

Ela disse, fazendo menção de sair. Quando ela já estava girando seu corpo para ir, a segurei pelo braço, fazendo-a parar.

— Espera! Desculpe … -Disse, soltando-a.

— Tudo bem …

— É só que … Eu tive um sonho ruim essa noite. E, ainda estou um pouco abalado e assustado com isso.

— E sobre o que era esse sonho, para te deixar assim ?

— Eu realmente prefiro não falar.

— Certo. -Ela se aproximou, e colocou sua suave mão direita em meu rosto.- Mas não precisa ter medo. Foi apenas um sonho ruim, e nada vai acontecer. Está tudo bem.

Segurei sua mão em meu rosto, e a pressionei levemente durante alguns segundos com olhos fechados, apreciando aquele contato.

— Eu só … Obrigado … Obrigado por tudo. Está tudo bem. E se não estiver, vai ficar.

Ela sorriu. Aquele lindo sorriso que me transmitia segurança. O mesmo que eu não deixaria se desfazer por nada.

— É ótimo saber disso. Agora, vamos ao treino! Tenho certeza que os meninos já devem estar loucos de preocupação com o Senhor Shuya.

E, surpreendentemente, ela tirou a sua mão do meu rosto para juntá-la à minha. E me puxou, conduzindo em direção ao campo de treinamento.

— É … Parece que alguém está trocando as milhares de palavras pelas atitudes.

— É o convívio contigo; está me causando essas coisas.

— Coisas? Que coisas?

E ela, novamente, preferiu o silêncio. E assim, continuamos nosso trajeto.

Quando estávamos nos aproximando, ela abruptamente soltou minha mão. Olhei-a com o semblante interrogativo.

— Desculpa, mas não poderei estar com vocês hoje no treino. Tenho alguns assuntos a resolver em relação à diretoria.

— É só isso mesmo?

— Isso? -Me olhou, sem entender

— É. Ou você está com vergonha de ir comigo? Se quiser, nós podemos continuar normalmente.

Ela me encarou por um instante, e desviou. Para, em seguida, olhar no fundo dos meus olhos.

— Se eu tivesse que entrar de mãos dadas com você, seria com orgulho, e não vergonha. - Dizia, certa de cada palavra.

— Desculpe.

— Não, tudo bem. Eu tenho que ir agora. Nos vemos mais tarde.

Ela se aproximou, e pude sentir sua respiração ao pé do meu ouvido. Estranhamente, no mesmo momento, senti meu coração aumentar o ritmo, e um sentimento de expectativa e ânsia pelo toque daqueles lábios macios em minha bochecha, percorreu o meu corpo. Quando ele chegou, um sorriso um tanto bobo se formou em meus lábios.

— Cuide deles!

Sussurrou, e se foi.

Fiquei por alguns instantes apreciando aquele toque e calma que sua dona me trazia. A observei até ter a certeza que ela estava segura o suficiente.

Por mais que Natsumi tivesse me acalmado, ainda havia um receio em mim. Receio de que aquele maldito sonho viesse a se tornar realidade.

Mas de uma coisa eu tinha certeza: Daria a minha vida se fosse necessário para não permitir que viesse.


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Notas finais do capítulo

Bom, espero não demorar muito para um próximo capítulo.
Obg à todos que leram.



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