When Youre Gone escrita por Mel Cherry


Capítulo 2
Wrap Me In Your Arms


Notas iniciais do capítulo

Aqui está a continuação do Flash Back.
Ah, e obrigada pelos lindos reviews que eu recebi no primeiro capítulo. Fique muito feliz :) .
Espero que gostem.



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“... Ele então levanta o olhar e vê uma figura conhecida a sua frente, que o encarava com ódio.”


_ Você é o Goenji, não é mesmo? O que faz aqui? Não vê que está nos atrapalhando? -Disse Takei, ainda no chão. -

_ G-G-Goenji?!


O mesmo nem olha a menina. Sato então tenta avançar em Goenji, que com um chute acerta o estômago do menino, fazendo o mesmo cair ao chão. Ele então encara mais uma vez Takei, se aproxima dele e o pega pela gola da camisa o levantando e tirando seus pés do chão.

_ Eu ainda não acabei com você.

Ele então o joga de volta ao chão e por cima dele, começa a socá-lo com tamanha força e ódio que já não dava mais para ver o rosto de Takei, devido à poça de sangue que se formara. Natsumi, desesperada e assustada com tudo aquilo, com sua voz um tanto falha diz:

_ G-Goenji?! P-P-Por favor, para!

Ele então automaticamente para, e olha para a menina e apenas vê um olhar totalmente apavorado. Ele olha novamente para o Takei e percebe o que fez. Ele se levanta e olha para Sato, que não se mexia devido à dor e ao medo de ele fizesse algo.

_ Você! Pegue o seu amigo e o leve ao hospital. E se eu vir um de vocês perto dela, eu não terei piedade.

_ G-Gomem!

Ele então apoiou o ombro do amigo em volta de seu pescoço, e saiu sem nem olhar para trás. Goenji então novamente olhou Natsumi, que tinha as mãos juntas na frente da boca, não acreditando em tudo aquilo. Ele então tentou se aproximar, mas ao dar um passo em sua direção, a menina deu um para o lado, totalmente apavorada. Naquela hora, Goenji se sentiu um monstro. Olhou para suas mãos e viu o sangue de Takei escorrendo entre seus dedos. Não se arrependia de ter batido neles, e sim de ter a deixado assistir aquilo. O que a garota estaria pensando dele? Certamente teria medo de Goenji, e nunca mais iria se aproximar dele. Foi isso o que passou pela cabeça de Goenji e, maior do que a dor em suas mãos foi a dor em seu coração ao ver a menina com medo dele. Ele não entendeu o porquê de estar sentindo aquilo. Então em um impulso, ele foi mais rápido e a envolveu em seus braços.

E naquele abraço, ela se sentiu segura como nunca houvera se sentido antes. Mesmo tendo passado por tudo aquilo, nada mais importava. Aquele abraço a fez esquecer toda dor, de toda angústia e medo que sentira antes. Devido à proximidade, ela pôde sentir o coração de Goenji tão acelerado quanto o dela, e pensou que fosse devido a tudo o que havia acontecido há alguns minutos atrás. Mas foi um pensamento equivocado de Natsumi, pois o coração de Goenji estava calmo até ele trazê-la para perto de si e abraçar. E foi naquele momento que o coração do Goleador de Fogo incendiou; algo que nem ele mesmo entendeu, foi uma mistura muito intensa de sentimentos. 

Mas ele sentiu o contrário vindo da garota que, antes tinha seu coração em disparada devido a tudo aquilo, ele sentiu seu coração acalmar. E só ali, naquele abraço, eles puderam notar algo que há muito tempo vem acontecendo: Eles conseguiam causar, um no outro, coisas que ninguém mais podia.

_ Vamos entrar, já está esfriando.

Ele disse e ela apenas assentiu com a cabeça. Eles entram e chegam até a sala de Natsumi, e apenas lá ele percebe o estado da garota, e naquela mesma hora ele sente o ódio lhe consumir da cabeça aos pés, como se fosse uma corrente elétrica. Ele então tira sua blusa* e a estende na direção de Natsumi. Ela então estende sua mão para pegar, mas acaba se perdendo nas curvas do abdômen do garoto, que por sua vez tinha os músculos bastantes definidos devido à prática do esporte.

Percebendo a forma que o encarava, seu rosto corou subitamente, e ela rapidamente tomou a blusa de sua mão e foi ao banheiro se trocar. Ele, percebendo como a menina ficou, sorri, se permitindo corar levemente. Natsumi então sai do banheiro vestindo a blusa de Goenji, que por sua vez admirava a beleza da menina, mas ele logo percebeu o que estava fazendo, e mirou seu olhar a janela. Com um silêncio ensurdecedor, ele então quebra o gelo:


_ Então... O que você estava fazendo tão tarde no colégio? -Ele arqueia uma sobrancelha. -

_ Eu... É que eu sempre adianto a papelada para meu pai. Como ele trabalha muito, eu tento ajudá-lo o máximo possível. Eu sempre fui muito boa com isso. É uma das muitas coisas que o senhor diretor pode se orgulhar de sua filha. 

Ela disse um tanto convencida; aquela era a Natsumi de sempre: Arrogante por fora, mas uma frágil e, ao mesmo tempo, forte menina por dentro. E Goenji havia conhecido aquele outro lado de Natsumi naquela noite. E, mesmo depois de tudo, ela ainda tentava continuar de pé. Era incrível como a menina se reerguia depois de tudo. Ela era diferente, e ele sabia disso. Ela então sorri, fazendo-o sorrir também. Goenji então decide brincar um pouco com ela:

_ Mas em compensação na cozinha... -Ele diz com os olhos fechados e os braços cruzados, pendendo a cadeira para trás.

_ E-Eu não sei do que você e-está f-falando! -Ela diz corada. -

_ Ah não? Vai dizer que você não lembra quando você trocou o molho de tomate pelo molho de pimenta, fazendo todos saírem por aí cuspindo fogo? Ou naquela vez em que você queimou o bolo de aniversário do Endo? Sem contar as milhares de vezes que você quase explodiu a cozinha, sujando tudo. E depois eu que tive que ajudá-la a limpar.

_ Eu não me lembro de nada disso, Shuya Goenji! E você ajudou porque quis! -Ela diz cerrando os pulsos com vergonha, e em seguida cruzando os braços fazendo bico. -

_ Hum! Além de péssima cozinheira, é mal agradecida! Que foi senhorita Natsumi? A vossa senhoria bateu com a cabeça em algum lugar? Ou a minha presença aqui a desconcerta tanto a ponto de se esquecer de tudo?

_ Shuya Goenji, não me provoque... ! -Ela diz entre os dentes. -

_ Perdoe-me vossa senhoria, esta jamais foi a minha intenção.

_ Humf! Quem diria que o grande goleador de fogo Shuya Goenji sabe como tratar uma dama. Então quer dizer que por trás de toda essa armadura de um ser frio e arrogante, há um grande cavalheiro? -Ela disse tentando irritá-lo. -

_ Por que está tão interessada assim em descobrir se eu sei tratar bem uma dama?

_ É-É só curiosidade, Goenji. Eu acho que o louco aqui é você que está imaginando coisas. -Ela disse com certo nervosismo. -

_ Se você diz... Que horas seu motorista chega?

_ Quando ele me ligou, minutos antes de...

Ela para de falar e abaixa a cabeça ao lembrar-se de tudo o que aconteceu. E de repente sua máscara cai. Ela tentou ser forte, como sempre fizera. Mas o fato era que Natsumi estava assustada, com medo. Ela nunca havia passado por uma situação daquela, se sentia insegura; tudo ainda era muito recente. Goenji então ergue o queixo de Natsumi a fazendo olhar em seus olhos, deixando-a levemente corada.

_ Natsumi, escute. Se você quiser chorar, chore. Não há motivos para se envergonhar disto; você não teve culpa. Mas não tenha medo, isso não tornará a acontecer. Eu prometo.

Ela então sorri e pela segunda vez naquela noite, ela se vê envolvida nos braços do rapaz. Eles nunca haviam estado tão próximos; tudo foi muito repentino e aquilo assustava tanto a ela, quanto a Goenji.

Quando ela então se desfaz do abraço, acaba ficando com seu rosto muito próximo ao dele. Natsumi então se aproxima mais um pouco dele, e quando estava prestes a selar seus lábios com o de Goenji, é interrompida pela porta se abrindo e um grito vindo de um Endo preocupado:


_ Natsumi! Goenji! Até que enfim eu consegui encontrá-los. Nós procuramos vocês pela escola inteira, já estava achando que algo tinha acontecido com você, Goenji. 

Ele diz com um sorriso de alivio, sem ao menos perceber o que estava acontecendo naquela sala. Aki, que o acompanhava, percebeu a vergonha de ambos ao ver Goenji se afastar de Natsumi e ir em direção à janela. Já a garota, estava com as bochechas totalmente vermelhas. Aki, tentando amenizar a situação, tapa a boca de Endo e diz:

_ Acho que chegamos a uma péssima hora. Perdoem-nos, não queríamos atrapalhá-los. -Ela então tira sua mão da boca de Endo, e o mesmo, sem entender nada, coça a cabeça e diz. -

_ É... Vocês estavam ocupados?

_ Estávamos. -Goenji diz seco, sem ao menos olhá-lo. -

_ Mas o que é que vocês dois estão fazendo aqui? É proibido transitar na escola depois das aulas, principalmente à noite. -Diz Natsumi tentando parecer indiferente ao quase acidente de antes. -

_ Ah desculpa Natsumi! É que eu tinha marcado com o Goenji de vir aqui procurar alguns livros para o trabalho de física, mas eu encontrei com a Aki no caminho, e a gente se atrasou um pouco. Foi mal aí, Goenji.

_ Tá, tanto faz.

_Ah entendi... Bom, se é isso eu posso abrir a biblioteca para vocês, mas é só dessa vez. Eu não quero mais ter que encontrá-los há essa hora no colégio.

_ Obrigada Natsumi.

_ Vamos?

Eles então saíram da sala, e foram em direção à biblioteca. No caminho até a mesma, houvera todo um silêncio constrangedor entre Natsumi e Goenji. Aki, percebendo a situação, começa a conversar com Endo sobre assuntos aleatórios, que ambos, Goenji e Natsumi, não estavam nem um pouco interessados. Estavam tão concentrados em suas lembranças do quase beijo de minutos antes, e tão confusos sobre tudo aquilo, que mal ouviam o que os outros dois tanto falavam. Eles enfim chegaram à biblioteca, e as meninas foram ajudá-los a procurar alguns livros para o Trabalho de Física.


_ Acho que estes quatro livros são o bastante, não acham meninos? -Disse Aki colocando quatro grandes e volumosos livros de física sobre a mesa. -

_ Eu acho que é muita coisa. Não sei se conseguiremos entregar a tempo.

_ Então acho melhor você se esforçar, porque pelo que sei você está precisando de oito pontos em Física. -Disse Natsumi com certa frieza. -

_ Pois é... Por isso pedi ajuda ao Goenji, ele entende melhor que eu dessas coisas.

_ Bom, acho que já está ficando tarde, é melhor eu ir para casa. -Disse Aki. -

_ É, eu também. Eu te levo em casa, Aki. Mas antes... Vocês sabem que sangue todo é aquele em frente ao pátio?

_ É algo que eu também gostaria de saber. -Disse o presidente da escola e também pai de Natsumi, Seichiro Raimon, adentrando a biblioteca, seguido por seu motorista, James. -

_ Papai? O que faz aqui?

_ Eu vim buscá-la. Mas então? O que houve?

_ Fui eu que caí e acabei me machucando, causando aquela sujeira. Mas pode deixar que eu mesma limpasse tudo.

_ Se machucou? Natsumi não minta para mim.

_ Eu estou te dizendo a verdade, pai.

_ Natsumi...!

_ Fui eu, senhor presidente. Esse sangue é de uns babacas que eu acertei porque falaram da minha irmã. -Ele disse sério e convincente. -

_ Você, senhor Shuya?! Você não vê que essa é uma infração gravíssima?! Conhece as consequências para este tipo de infração?

_ Pai, eu assisti a toda a cena, e não aconteceu nada demais com os garotos. Só alguns curativos e eles ficarão bem. E além do mais, eu os conheço. São aqueles dois meninos que estão com as transferências para o Colégio Sobrenatural marcada para esse final de semana. E este é o primeiro deslize do Goenji, ele tem boas notas e um ótimo comportamento. Não vejo porquê de puni-lo.

Ela disse tentando convencer o pai de não suspendê-lo ou até mesmo expulsá-lo. Porém o fato de Natsumi dizer que conhecia os meninos deixou Goenji um tanto enciumado, porém ele não entendia o que estava sentindo.

O pai de Natsumi respirou fundo, e pensou por alguns minutos, deixando os três um tanto apreensivos. Apenas Goenji estava tranquilo com aquela situação, pois não se arrependia de ter feito aquilo, e se fosse preciso faria novamente. Mas ele era responsável e sabia das consequências. O pai de Natsumi então resolve se pronunciar.



_ Pois bem. Eu não vou expulsá-lo ou suspendê-lo do colégio. Porém, como advertência, você deverá ficar até mais tarde na escola, varrendo e arrumando o pátio após as aulas, e quando acabar, ajudar a Natsumi com a papelada, durante duas semanas.

_ O que?! Eu não preciso de ajuda! Eu sou muito boa no que faço!

_ Eu sei minha filha, mas com o Shuya te ajudando, você poderá acabar mais cedo.

_ Eu já disse que não preciso de ajuda, e eu sei me virar sozinha! Além do mais, o que o Goenji sabe fazer além de chutar uma bola?! Ele só vai me atrapalhar com a papelada.

_ Já está decidido, Natsumi. Ainda é pouco perto do tipo de consequência que essa ação do Shuya trás.

_ Mas pai...!

_ Sem mais, Natsumi. E sem discussão. Amanhã cedo mandarei uma das faxineiras vir à escola para limpar todo essa sangue antes que os alunos vejam. E eu espero vê-lo aqui, senhor Shuya.

Endo e Aki, com os livros são os primeiros a sair, e vão para casa. Logo em seguida James e o Presidente caminham em direção à limusine, restando ali na sala apenas Natsumi e Goenji. Ambos se encaram, mas ela desvia o olhar, e então diz.

_ Por que você não disse a verdade?

_ Eu não quero que ninguém te olhe com pena, e fique te lembrando, tornando isso cada vez maior. Ninguém precisa saber.


Eles saem da sala e ela tranca a mesma. Quando estão em frente à portaria, Goenji é surpreendido ao sentir os lábios da garota tocar sua bochecha por longos segundos, e em seguida ouvi-la sussurrar um 'Obrigada' antes de entrar na limusine e sumir da vista do garoto.

E foi naquela noite que algo novo ocorreu no coração de ambos. Eles sempre tiveram uma boa amizade, mesmo que não se falando muito. Mas mesmo assim eles conseguiam se entender apenas com olhares e sorrisos. Era apenas uma simples amizade, até que eles descobriram que por baixo daquela fachada fria, arrogante e solitário de Goenji, e daquela também arrogante, irônica e sarcástica Natsumi, que a pouco se pensava apaixonada por Endo, acabara de despertar sentimentos um pelo outro que há muito tempo existia, mas apenas estava escondido, esperando o momento certo de sobrevir.

-Flash Back Off.-



E ao lembrar aquele beijo, um sorriso brotou em meus lábios. Eu fiquei parecendo um idiota, que antes estava lançando olhares mortais para todo lado e agora estava sorrindo sem nenhum motivo aparente. Mas que diabos está acontecendo comigo?!

_ Endo, é impressão minha ou o Goenji anda muito distraído ultimamente? -Pude ouvir Kido sussurrar para Endo. -

_ Você acha Kido? O Goenji é muito fechado, mas acho que se algo muito grave está acontecendo, quando ele se sentir preparado ele irá nos dizer. Embora eu ache que deve ser apenas pela final que se aproxima.

_ Espero que você esteja certo. 

Foi a última coisa que pude ouvir antes que o sinal tocasse. Como o Endo e o restante do time tinham apenas quatro horários de aula, eles aproveitavam para treinar. E como não havia outro horário que todos estariam disponíveis, eu era obrigado a matar meus dois tempos de Química. O sinal anunciou o fim das aulas, e o começo do meu castigo. Eu apenas tive tempo de dizer um 'até logo', antes de voltar à escola, para assim começar a limpá-la.


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Notas finais do capítulo

*Já que sua jaqueta não fechava de nada adiantaria.
Se quiserem, podem deixar reviews.
Se gostaram, ou não; Suas opiniões importam muito.