Save Me escrita por Milena


Capítulo 6
Capítulo 6 - Natal




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Ao estuporar Malfoy, naquela manhã de sexta-feira, Rose sentiu algo mudar dentro de si. Não se sentir mais, a menina fraca e indefesa da Grifinória. Havia determinado, que ninguém mais falaria alguma ofensa para ela e saísse impune. Levantou naquela manhã de natal, mal disposta. Sabia que agora em sua casa, Charlotte estava junto com sua mãe preparando a casa e a comida, Anthony e seu pai estariam jogando quadribol no jardim ou jogando xadrez bruxo sentados no chão da sala. Respirou fundo e levantou-se da cama, que deveria ter cerca de uns quatro embrulhos de presente ou menos. Sentou-se na beirada da cama e abriu o primeiro embrulho de papel vermelho. Era uma caixa relativamente grande de veludo, abriu e viu ali a coisa mais linda que já havia recebido. Um pequeno colar de ouro estava ali dentro e um pequeno rubi servia como pingente, era lindo e delicado. Rose passou os dedos levemente nele, antes de procurar um remetente. Achou um pequeno papel dobrado dentro do embrulho rasgado.

Querida Rose,

Espero que goste do presente, era de minha mãe. Passou por todas as mulheres de nossa família, chegou a hora de passar para você, minha menina. Cuide bem deste cordão, pois possui um valor inimaginável para nossa família. Espero que futuramente, você possa passar para sua filha ou neta. Eu te amo minha pequena rosa.

Com amor de sua avó,

Amélia Jones.

Rose deixou uma breve lágrima escapar de seu olho, sua avó era a pessoa mais amável do mundo. Apesar de ser mãe de um homem frio e grosso com seu pai, Amélia era a única pessoa que nunca julgou Rose da família, que nunca comparou-a com Charlotte ou Anthony, a única que se importava de verdade. Oh, como Rose amava sua avó, doía só de pensar em perde-la, perder a mulher que realmente se importou quando aos 13 anos, Rose voltou de Hogwarts para casa aos prantos, pois seu pai não havia gostado nada dela não ter sido aceita no time de quadribol. Sorriu ao olhar para caligrafia delicada de sua avó, sabia que a mulher já estava velha e logo iria vir a falecer. Apertou o papel contra o peito e deixou que outra lágrima escorresse por seu rosto, guardou o bilhete e abriu o outro embrulho. Um vestido branco estampado de flores vermelhas. Rose sorriu fracamente, já podia adivinhar, era de Charlotte. Ela apesar de não ser a melhor irmã do mundo, ainda se importava, assim como Anthony. O outro embrulho, uma pulseira de ouro, presente de seu irmão. E o último, era o presente de seus pais, um livro trouxa também, que Rose pediu no começo do ano de aniversário e não ganhou.

- Rose? – Chamou à voz de Katie, Rose virou-se para a menina ainda de pijama.

- Sim? – Respondeu a garota.

- Ahn... obrigada, por ontem, você sabe. – Disse Katie envergonhada

- Não foi nada. – Respondeu Rose sorrindo docemente

A ruiva arrumou-se com roupas quentes e grossas, devido à baixa temperatura, os cabelos amarrados em um coque frouxo e luvas de lã. Desceu sozinha para o Salão Principal e se sentou na mesa da Grifinória e atacou a comida. O Salão, em vista do que era durante o ano, estava relativamente vazio. Uns poucos alunos, espalhados por cada mesa, comemorando o natal. A mesa estava farta das mais gostosas comidas, Rose comeu tortinhas de abóboras, pãezinhos, sucos de diversos sabores e outras coisas, chegando ao final empanturrada de comida. Depois de lamber os beiços, satisfeita levantou-se e seguiu para o quarto. Fazia tempos que não escrevia em seu diário, fazia tempos que não colocava os seus pensamentos e angústias em uma folha de papel, ela precisava fazer isso se não quisesse ser sufocada pela nuvem de tormentos que sempre a rondava. Mas algo a impedia, quando molhou a ponta da pena no tinteiro e tentou começar a escrever, ela simplesmente não conseguiu. Não sabia o que escrever, não sentia tão urgentemente que precisava escrever algo. Antes escrever, para Rose era como uma fuga, hoje ela não sentia necessidade de fugir. Fechou o diário, sentindo-se extremamente estranha, calçou suas botas feitas de um material resistente e ajeitou os cabelos sobre um gorro de lã, passou um cachecol, envolta do pescoço e saiu do quarto. Caminhou até o lado de fora de Hogwarts e pôs-se a observar. Hogwarts estava linda ou, melhor estava linda. A grama geralmente verde e bem aparada, estava coberta de flocos de neve, o campo de quadribol, as balizas cobertas também por neve assim como a arquibancada, em meio aquela imensidão de branco, o castelo escuro se destacava. Era lindo de se ver. Hogwarts era sua paixão, apesar de todos os alunos, que a importunaram. Caminhou envolta do castelo, chutando a neve e brincando com ela, mantinha a cabeça abaixada, tão distraída com a neve que nem ao menos percebeu que alguém a observava.

Riddle olhava a garota com curiosidade, desde o azaração que lançara em Malfoy – que ainda reclama e se faz de pobre coitado – não conseguira parar de pensar na ruiva. Não por estar apaixonado, mas Riddle imaginava o que essa bruxa tão poderosa poderia ser capaz de fazer, tão capaz quanto, Katie – a covarde, apelidado dado a ela pelo resto da ordem. Viu a garota se afastar aos poucos, ainda brincando feito uma criança com a neve e sorriu de lado, um mínimo sorriso e o primeiro verdadeiro. O castelo estava em clima de paz e isso agradava a Tom, os tolos se esqueceram de todos os problemas para comemorar o natal, mas Riddle não. Ele soltaria o basilisco novamente em breve, mas uma coisa ainda o deixava confuso, Rose Jones. Tinha planos para ela, queria ver até onde era capaz, por vingança, por ódio, Rose tinha muito poder e talento, só precisava de um incentivo e isso Abraxas iria dar a ela, em breve. Voltou para o castelo e foi em direção à biblioteca, na seção proibida que graças a sua amizade com os professores, tinha passe livre. Pegou um pequeno livro branco empoeirado e começou à ler. Era sobre feitiços antigos, que foram proibidos. Tom continuou folheando o livro de papel amarelado, até ver algo que chamou sua atenção. Tom leu baixo para si mesmo:

Feitiço que suga os poderes de outro bruxo e seu conhecimento sobre magia. Foi terminantemente proibido, por volta do XII, por Baltasar Norton. Quem praticasse esse feitiço, estava condenada a tortura e morte. [...]

Riddle não terminou de ler. A parte de cima da folha, onde estava escrito o nome do feitiço, havia sido arrancada, mas algo na mente de Tom apitava. Já havia ouvido falar alguma vez, sobre Baltasar Norton, mas simplesmente não se lembrava, o quê. Irritado com sua falta de memória, deu-se conta de que estava atrasado. Andava realmente raivoso esses dias, pois o basilisco havia sido esquecido por alguns, pelo menos os bruxos sangue-puro, ainda podia andar pelos corredores e ver alguns sangue ruins, olhando para o lado com medo, mas isso iria mudar rapidamente. Entrou na torre norte, imerso em pensamentos sobre o que acabara de ler, pensamentos que foram interrompidos pela cena que acabara de presenciar, talvez a coisa mais linda que ele já havia visto. 


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Notas finais do capítulo

Primeiramente eu quero agradecer a recomendação que recebi, vocês são perfeitos demais, pvfr. Smilee, esse capítulo foi feito pra você linda, fiquei dando pulos de alegria aqui, até minha mãe perguntar se eu estava bem. Sei que no capítulo não aconteceu muita coisa, foi basicamente explicativo, Amélia Jones e Baltasar Norton, vão ser muito importantes na história, então não se esqueçam disso. Beijos!



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