A Funcionária escrita por DennyS


Capítulo 2
Capítulo-II- O maldito “Muito bem!”


Notas iniciais do capítulo

Aviso>> Capítulo tenso... :

Boa leitura!!



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~*II*~

O maldito “Muito bem”

Tsunade virava seu quinto copo de vodca goela abaixo enquanto eu lia os papéis que ela havia me entregado. Eu não precisava olhar na sua direção para saber que seus olhos me sondavam cheios de curiosidade.

–Por que quer tanto saber sobre essa moça, Sasuke-kun? – ela perguntou depois de bater o copo vazio sobre a mesa do bar. – Ela descobriu sobre você? Posso dar um jeito nisso se quiser.

–Não, ela não sabe quem eu sou. – respondi sem tirar os olhos da folha em minhas mãos. – Por que ela abandonou a faculdade? – perguntei para mim mesmo, um tanto confuso, mas Tsunade respondeu:

–Essa informação eu não consegui, sinto muito. Mas não deve ser muito difícil de adivinhar. – Tsunade pediu outra bebida ao garçom. – Uma jovem de vinte anos, bonita, filha de um empresário (que não é muito rico, mas que tem uma vida confortável) abandona a faculdade, muda-se para a cidade grande com uma amiga e vai trabalhar de telemarketing para se sustentar?

–Rebeldia? Buscando atenção da família? – ponderei essa ideia, mas não acreditei nela. Sakura não parecia do tipo que buscava atenção. Ela tinha atenção sem fazer esforço algum.

–Pode estar fugindo de alguém ou da madrasta. As opções são diversas, Sasuke-kun.

Me encostei à cadeira deixando os papéis sobre a mesa. Eu pensava que me sentiria melhor depois de descobrir mais sobre Sakura. Mas eu estava redondamente enganado.

Descobri que sua mãe havia morrido quando era criança, seu pai tinha uma fábrica de tecidos e acabara de abrir uma imobiliária, Sakura abandonou a faculdade de administração faltando apenas um semestre para se formar, estava em Tóquio há dez meses, foi contratada pela central de cobranças há três meses e morava com a amiga chamada Tenten Mitsashi, que ironicamente era estagiária na CGCG.

Tsunade conseguiu até mesmo cópias de sua identidade, número da conta bancária, carteira de motorista e muitos outros documentos. Não queria saber como ela havia conseguido tudo isso e não me importava que estava invadindo a privacidade de alguém. Mesmo com todas essas informações eu não estava satisfeito. Alguma coisa estava faltando.

–O que ela tem de especial? – perguntou Tsunade interrompendo meus pensamentos. Sua expressão dizia que ela me fitava há um bom tempo.

Suspirei, sem saber exatamente o que dizer para minha tia sem que ela pensasse que eu era um maníaco. Ela não iria me julgar de nenhuma forma, era a única pessoa em quem eu confiava para contar tudo sobre a minha vida, mas com certeza se eu dissesse no quanto meus sentimentos por Sakura eram estranhos à ponto de me fazer maltratá-la para que me odiasse, ela me colocaria em uma camisa de força.

–Sente tesão por ela? – perguntou Tsunade com um sorriso malicioso. Fechei a cara no mesmo instante e bufei de irritação. Com certeza aquele seria seu último copo de vodca da noite. Eu não tinha paciência com ela quando ficava bêbada. – Não, se fosse só tesão você já a teria levado para cama...

–Ela me irrita. – disse por fim e Tsunade arregalou os olhos.

–Todo mundo irrita você. – disse ela dando de ombros.

–Não do jeito que ela me irrita. – suspirei pesadamente e passei a mão pelos cabelos ao me lembrar de como aquela criatura pequena e atraente me irritava. – Ela me desafia. Mesmo sabendo que sou o seu chefe e posso demiti-la, ela...

–Não tem medo de você... – completou Tsunade quando me calei.

–Não, não tem.

–Muito interessante, mas você já se perguntou que se ela soubesse quem realmente é Sasuke Uchiha, o tratamento a seu respeito mudaria?

–Sim. E depois de hoje eu tenho certeza que não. Não mudaria.

Tsunade me fitou atentamente e eu tinha certeza sobre o que ela estava pensando. Eu estava me precipitando. Eu não conhecia Sakura Haruno o suficiente para ter certeza de que tipo de pessoa ela era. Mas depois daquela tarde, quando decifrei o seu olhar desafiante, alguma coisa havia despertado dentro de mim.

–Eu sugiro a você apenas uma coisa, meu querido sobrinho. – Tsunade gesticulou para o garçom trazer a conta. – Não se apaixone. Eu sei que você não pretende, mas tome cuidado. O amor pode ser traiçoeiro e você como ninguém sabe disso.

–Não vou me apaixonar por ninguém. Não acredito nessa droga de amor.

–Talvez você até já esteja. – disse ela sorrindo torto de novo.

Bufei mais uma vez de irritação. Era o álcool fazendo efeito novamente em Tsunade?

–Eu lhe asseguro que não estou. Você estava certa, só estou atraído por ela. Quero leva-la pra cama. É isso. Mas não posso.

–E por que não?

–Porque estou substituindo o Naruto nesse trabalho e... Pelo amor de Deus, ela só tem vinte anos!

–E você tem vinte e oito. Não é tão velho como imagina.

–Não quero me envolver com ninguém. Não quero ter nenhum relacionamento no momento. E você sabe muito bem por que. – afirmei em um tom cortante. Não queria discutir com Tsunade.

–Acha que essa moça não é do tipo que faz sexo casual, sem compromisso?

–Sim, eu acho. E não estou à procura de nenhum tipo de compromisso. Essa era a ideia de dar um tempo na rotina, não se lembra?

–Mas se você está perturbado pela atração que sente por essa moça, a ideia de relaxar dando um tempo na sua rotina normal não está servindo de nada.

Tsunade não precisava me lembrar disso. Eu já sabia que minha cabeça estava fervendo mesmo estando longe das minhas responsabilidades na CGCG. E tudo por culpa de uma mulher de cabelos róseos e olhos verdes...

–Está bem. – disse com um suspiro. – Desisto de tentar saber mais sobre ela. Voltarei ao ponto de partida. Que se dane!

–Ponto de partida? – perguntou Tsunade confusa.

Dei de ombros e me levantei pegando o paletó sobre o encosto da cadeira. Eu nunca iria revelar a ela que tinha um plano malévolo de maltratar a Srta. Haruno para que ela me odiasse e desistisse do trabalho e que eu estava disposto a continuar com ele.

Sim, estava disposto a seguir com o plano. O que realmente eu estava planejando ao tentar descobrir mais sobre ela? Aquilo era loucura! Pouco me importa seus motivos de abandonar a faculdade, sua casa em Konoha e se aventurar na capital para trabalhar por sua sobrevivência. Não quero saber!

Talvez eu estivesse me deixando enganar por ela. Talvez ela fosse uma jovem fútil e rebelde que conseguiu me enganar com o seu senso de humor e o seu sorriso hipnotizante.

Me despedi de minha tia e fui embora. Amanhã seria mais um dia longo e irritante.

~*~*~*~

No dia seguinte eu a monitorava da minha sala. Sakura estava se saindo muito bem durante a negociação com um cliente e como eu estava disposto a continuar com o meu plano, buscava algum erro em que eu pudesse usar contra ela. Mas Sakura não cometeu nenhum. Disse apenas “muito bem” ao cliente quando ele decidiu, muito educadamente parcelar suas dívidas e parecia encantado com a sua voz. Não era proibido dizer “muito bem” ou ficar feliz pelo cliente ter aceitado o parcelamento, mas eu deveria usar aquilo contra ela. Não encontrei outra desculpa para trazê-la até minha sala e lhe dar uma bronca merecida...

Espere, eu disse desculpa? Não era uma desculpa, era... Era...

Ah, a quem eu estava tentando enganar? Era claro que eu queria ficar alguns minutos sozinho com ela na minha sala, mesmo que fosse para dizer coisas desagradáveis que a deixavam pálida. Sakura era a melhor atendente daquela central e a mesma que mais visitava a minha sala para receber broncas. Não entendia como ninguém havia reparado nisso ainda.

Ajeitei melhor a gravata e desisti no mesmo instante. A retirei e guardei no bolso do paletó, depois abri os botões do colarinho. Pedi a Konan pelo telefone que chamasse a Srta. Haruno até a minha sala naquele momento. A antecipação me fez suar. Me aproximei da janela atrás da mesa, imaginando no que exatamente eu iria acusá-la daquela vez.

Pelo que pareceu uma eternidade, ouvi três batidas na porta. Limpei a garganta e mandei que entrasse.

–Mandou me chamar, Sr. Uchiha? – ouvi-a a minhas costas. Sua voz parecia empolgada, como se ela estivesse sorrindo. Claro que ela sabia que foi muito bem durante aquele atendimento. Fechei os olhos por um momento já me arrependendo pelo que iria dizer, antes de fita-la por cima do ombro.

–Você aprendeu alguma coisa de útil durante o treinamento, Srta. Haruno? – notei como o seu sorriso se desfez aos poucos e ela me fitou confusa.

–Como?

–Acho que você deixou passar muitos pontos importantes. – disse virando-me para ela. – seus olhos me tatearam brevemente enquanto eu fazia o mesmo. Notei que usava uma saia cinza de cintura alta modelando seu corpo perfeitamente e uma camisa branca de mangas até os cotovelos. Me amaldiçoei por não poder apreciar a vista por mais tempo. Ela tinha uma ruga no meio da testa, tentado lembrar desesperadamente que erro havia cometido.

–“Muito bem”. – disse sem tentar esconder nem por um momento a ironia. Me aproximei dela em passos lentos, tomando o cuidado de não olhar para ela ou não poderia controlar o impulso de joga-la contra a minha mesa e beijá-la até que ela me implorasse para parar. – Caso não se lembre, as ligações são feitas pelos agentes, na maioria das vezes, desprovida de emoções. Você não elogia um cliente pela decisão que ele tomar...

–Eu só queria demonstrar a satisfação da sua decisão. – ela me interrompeu para se explicar. – Eu não pensei que...

–É claro que não pensou. – a cortei rudemente me aproximando com mais um passo. Ela desviou os olhos de mim ainda confusa e eu tive que reprimir meus instintos mais uma vez. Como eu a queria! O pensamento me fez balançar a cabeça antes que eu começasse a ter fantasias mais uma vez. – Você ainda é muito imatura, Srta. Haruno. Eu não entendo a sua decisão de escolher esta área para começar a carreira profissional.

Ela voltou os seus olhos para mim e ficou em silêncio por um momento. Eu havia dito com muita firmeza, pois eu queria dizer totalmente o contrário. Ela era imatura, mas era muito inteligente. Não deveria ter começado com telemarketing. Ela notou como eu estava sendo sincero, mas não o significado real da minha afirmação.

–Na verdade, esta me pareceu a área mais fácil para começar. – disse ela cuidadosamente olhando nos meus olhos rapidamente, como se não suportasse o meu olhar. – Eu não pretendo permanecer aqui por muito tempo. – disse ela antes de morder o lábio, como se estivesse arrependida do que acabou de falar, mas para mim, aquele pequeno ato quase me levou a loucura quando fitei a sua boca, desejando morder seu lábio também.

–É por isso que faz o seu trabalho de qualquer jeito. – afirmei com um sorriso irônico, forçando-me a controlar os instintos novamente.

–Não, eu não quis dizer isso. – disse ela alarmada – Eu quero dizer que pretendo crescer profissionalmente e não ficar apenas neste setor, eu pretendo...

–Já entendi. – a interrompi, afastando-me dela antes que cometesse algo de que me arrependesse depois. Aproximei-me da mesa e toquei os papéis que estavam sobre ela – Diz na sua ficha que você tem vários certificados de cursos de informática. Pretende seguir carreira na área de TI? – eu não pude me conter. Estava curioso a esse respeito desde que li atentamente a sua ficha. Precisava de um momento como aquele para perguntar.

–Sim. Estou atrás de uma vaga nas empresas mais conhecidas do país. – disse ela parecendo orgulhosa por isso.

Corporação Global de Computação Gráfica? – arqueei uma sobrancelha, tentado disfarçar minha surpresa.

–É uma das primeiras da minha lista. – confirmou para minha derrota. Poderia ser mais irônico? E se eu a tivesse encontrado primeiro na CGCG? Ela teria despertado o meu interesse como fazia agora?

Como eu poderia saber?

–Interessante... – larguei os papéis sobre a mesa e me coloquei na frente dela cruzando os braços ao me encostar. – Na verdade, não acho que seja competente para esse tipo de trabalho, já que não sabe realizar uma tarefa simples. É melhor desistir antes que perca metade de sua vida sem descobrir no que pode ser útil.

Ela me fitava com os olhos arregalados e por um momento a cor sumiu de seu rosto. Seus olhos se desviaram dos meus e ela ficou um momento pensativa, os olhos percorrendo a minha sala nervosamente, respirando com pesar. Naquele momento me arrependi amargamente do que acabara de dizer. Quem era eu pra lhe dizer que era uma inútil? Merda! A imagem dela chorando diante de mim era demais para suportar. Eu sabia que ela iria chorar, pois estava engolindo em seco muitas vezes. Me aproximei sem pensar com um passo rápido, mas seu olhar me deteve de tentar ampara-la.

Não havia lágrimas, não havia mais insegurança. Ela tinha novamente aquele olhar determinado que dizia com todas as palavras que ninguém seria capaz de lhe dizer no que ela era ou não era capaz de fazer.

Pigarrei disfarçando a minha perplexidade e murmurei sério mais uma vez:

–Siga o meu conselho, Haruno. Desista.

–Era só isso que queria me dizer, Sr. Uchiha? – sua expressão era tão séria e sem emoção que eu quase não a reconheci.

–Sim. Pode voltar ao trabalho.

Antes de virar as costas e abrir a porta, Sakura me desafiou com aquele olhar forte novamente, como se quisesse dizer muitas coisas, mas que só podia dizê-las através do seu olhar.

Quando ela saiu, suspirei e passei a mão pelo cabelo sentindo-me ridículo. Novamente, aquela criatura atraente me pegava de surpresa. Pensei que ela fosse desabar em lágrimas na minha frente, mas depois me lança um olhar mortal que dizia: Não mexa comigo! E sai de cabeça erguida como se nada tivesse acontecido.

Eu já não sabia mais o que fazer. Ela não ia deixar a peteca cair, disso agora eu tinha certeza. Nunca na minha vida tinha conhecido alguém tão forte e determinado como aquela garota. Nunca tinha encontrado alguém capaz de me desafiar e demonstrar que não tinha medo de mim. Aquilo me deixava tão admirado que chegava a me assustar.

O que eu vou fazer agora, a respeito de Sakura Haruno?

~*~*~*~

Durante três dias, eu ainda não sabia o que fazer. Sakura parecia evitar o meu olhar toda vez que nos encontrávamos pelos corredores ou na operação. Ela parecia um tanto desanimada e eu estava frustrado de não saber exatamente qual era o motivo, embora ela não disfarçasse a sua raiva quando eu a repreendia durante as rondas e comparava o seu trabalho com o da Karin. Não era difícil saber por que ela parecia tão derrotada, claro que a culpa era minha. Mas e se eu estivesse errado?

Odiava o fato de não poder conhecê-la melhor. Perguntar o que a abatia, se estava bem, como foi a sua semana... Merda!

Eu estava realmente ficando louco...

Era sábado, o dia da maldita festa da Corporação Global de Computação Gráfica e eu era obrigado a ir e aguentar todos aqueles bajuladores perguntando onde eu estava e por que não estava tomando conta da presidência nos últimos três meses. Não que eu fosse realmente responder. Nenhum daqueles fodidos tinha alguma coisa a ver com a minha vida. Simplesmente, ter que respondê-los para irem à merda me tirava a paciência.

Mas, eu tinha um nome a zelar. Todo o meu esforço para com aquela empresa era por meu pai. Antes de morrer ele prometeu para si mesmo que eu não o decepcionaria, afirmou que tinha certeza disso e eu queria provar que ele estava certo.

Depois de me vestir com traje a rigor totalmente preto, saí do apartamento e desci para o estacionamento, dizendo a mim mesmo que não ficaria muito tempo na merda daquela festa.

Pelo caminho, dentro do carro, meu iPhone tocou e quando reconheci o número estava decidido a ignorá-lo. Mas como aquele filho da puta parecia insistente, apertei um botão no painel do carro e atendi usando o viva voz.

–O que você quer, Itachi? – perguntei entredentes.

Nesse momento? Bom, eu gostaria que alguém pegasse o controle remoto que está do outro lado da sala para mim. Não quero perder nenhum segundo do final do campeonato.

–O que?! Você ainda está em Nova York? – perguntei incrédulo e apertando o volante de raiva. Aquele filho da puta não vai à festa?

Sim, estou em casa, irmãozinho. Yoko está com febre.

–Espero que você não esteja inventando uma doença para sua filha como desculpa para deixar a responsabilidade toda no meu rabo. – murmurei tentando me controlar. Itachi nunca inventou uma doença para algum de seus dois filhos pequenos para não ter que trabalhar, mas ele sempre estava presente nas festas da empresa, era a primeira vez que isso acontecia.

Não estou! – disse ele irritado. – Ela só tem uma gripe, mas está tão mal que me pediu para ficar com ela. Estou ligando só pra avisá-lo e não ficar esperando por mim.

–Pois não ia mesmo. Não pretendo demorar mais que o necessário nessa festa idiota.

–O Sasuke de sempre... Vê se não vai fazer uma cena com o Akasuna. Todo mundo espera por isso.

–E Você levanta esse rabo do sofá e vai cuidar da Yoko. – dei fim a ligação com um bufo de irritação. Em menos de um minuto depois, cheguei ao estacionamento do prédio da CGCG.

Peguei o elevador do estacionamento e subi para o salão de festas do prédio. As portas mal se abriram e fui saldado com palmas, cumprimentado por mulheres me abraçando e por palmadinhas nas costas. Me forcei a seguir para o interior da festa tentando esconder a minha cara de desagrado e encontrar Tsunade perto do bar junto com o marido.

–Você veio! – disse Jiraya fazendo menção de me abraçar. – Sei que o seu gosto para festas não é o mesmo para mulheres... Falando nisso, você ainda está saindo com aquela loira da playboy?

Vi a cabeça de Jiraya rodar pelo ar e não fiquei surpreso de Tsunade ter lhe dado um tabefe forte na nuca. Isso era tão comum...

–Seu velho pervertido! Isso com certeza não é da sua conta! – Tsunade puxou o marido para perto do balcão do bar e se aproximou de mim. – Itachi ligou pra você? – perguntou ela. Confirmei com a cabeça. – Você não tem que se preocupar com brindes e discursos, o conselho já cuidou de tudo. Aparentemente, esse ano a festa não seguirá as tradições.

Por aquilo eu não esperava. Mas não posso negar que fiquei aliviado por não ter que discursar sobre a história da empresa na frente daquela multidão. Todos os anos, era Itachi quem cuidava dessa parte. Ele sempre teve mais jeito para lidar com as pessoas do que eu.

–Ótimo. – murmurei pegando uma taça de champanhe. – Vou dar uma volta.

Tsunade assentiu e voltou sua atenção ao marido.

Pelo caminho tive que fazer muito esforço para não demonstrar o meu mau humor para as pessoas que me paravam felicitando-me pelo aniversário da empresa. Depois de longos minutos, consegui despistar alguns membros do conselho e parei ao lado de uma pilastra no canto do salão, onde poucas pessoas repararam na minha presença.

Olhei no relógio, calculando mais ou menos quantos minutos eu ainda ficaria ali e com impaciência, lancei meu olhar irritado na direção da saída.

Foi quando eu congelei.

Mas que porra...?

Sakura Haruno acabara de entrar. Eu tive que piscar os olhos várias vezes para acreditar no que estava vendo. Era realmente ela? O que estava fazendo ali?

Minha dúvida sobre a sua presença foi logo substituída por outro pensamento. Ela estava tão... Ela estava tão...

Porra! Dizer que ela estava linda era um eufemismo!

Que palavra eu poderia usar para descrever então?

Era a primeira vez que eu a via vestida de azul e nunca poderia imaginar que Sakura e azul combinasse tanto. Meus olhos se atreveram a vasculhar cada canto daquele corpo para memorizar cada detalhe. O vestido azul escuro lhe caía tão bem às curvas que senti meu corpo ficando tenso. As alças eram finas e trançadas às costas, deixando sua pele nua. Mudei de posição para observa-la melhor e para o próprio conforto das minhas calças. Tanto tempo sem sexo estava quase acabando comigo.

Ela caminhou para o interior da festa lentamente com a sua amiga e foi então que me dei conta do motivo dela estar ali. Sua amiga era estagiária na empresa! Como não passou pela minha cabeça que ela poderia estar lá?

Para a minha própria desgraça eu tinha que sair dali. Se ela me visse poria em risco a minha discrição na central de cobranças e por incrível que pareça eu não queria deixar aquele trabalho nem tão cedo.

Quando eu fiz um movimento para desaparecer de vista, não pude mais me mexer. A visão de Sasori Akasuna se aproximando de Sakura, fitando-a daquela maneira tão faminta prendeu meus pés no chão.

Ela sorriu pra ele estendendo-lhe a mão quando a amiga os apresentou e aquele FILHO DA PUTA segurou nos ombros dela e a BEIJOU no rosto!

Senti minha visão ficar vermelha, meu corpo começou a tremer involuntariamente e fiquei impressionado com o meu próprio controle. Respirei fundo e encostei-me à pilastra novamente, tentando a todo custo me acalmar.

Aquele fodido dos infernos teve a coragem de tocá-la! De BEIJA-LA!

Fechei meus olhos por um instante, buscando novamente o controle e quando abri, Sakura estava me olhando com os olhos arregalados de surpresa.

Agora já era tarde demais e pra falar a verdade eu não me importava mais com discrição nenhuma. Que fossem todos para o inferno na porra daquela central de cobranças e todos daquela festa maldita! Eu só queria tirar Sakura das garras do Akasuna, jogá-la nos meus ombros e leva-la para minha cama. Lá eu lhe daria umas palmadas para castiga-la por tudo que ela estava me fazendo sentir!

Desviei meu olhar quando percebi que o Akasuna caminhava com Sakura na minha direção. O que aquele desgraçado queria agora? Eu tinha certeza que não conseguiria ouvir sua voz sem desejar silencia-lo com o meu punho, mas tinha que me controlar.

Não era por mim ou pelo bem do Akasuna. Muito menos para alguém daquela festa, até mesmo meu nome não era importante no momento. Era pela Sakura. Alguma coisa me obrigava a controlar a minha insanidade por ela.

Respirei fundo e tratei de parecer a pessoa mais tediosa do mundo enquanto pelo canto do olho percebia o casal se aproximar.

~*~*~*~

Continua...


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Notas finais do capítulo

Como prometido, o segundo capítulo está aí! XD Adorei os reviews! Obrigada a todos que estão acompanhando!!

=Denny