Depois da Guerra escrita por MarjhoryMeira


Capítulo 27
Novidades


Notas iniciais do capítulo

POV: Sansa



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/286458/chapter/27

Os dias foram passando vagarosamente. Uma leve mudada no clima havia melhorado os humores e ânimos dentro e fora do castelo. Os raios do sol começaram a derretam algumas montanhas de gelo que haviam se formado e a neve finalmente cedera de uma vez por todas.

A relação com o Tyrion nunca esteve melhor. Ele era atencioso, paciente, amável em um nível que Sansa até pouco desconhecia. Todas as noites conversavam sobre, muitas vezes, coisas banais. Assuntos que normalmente não envolviam precisamente o Reino do Norte e tudo que ele envolvia. Os assuntos iam das uvas que haviam comido no desjejum até a história de reis passados, passando pelas sedas de Myr. Era um tanto quanto desestressante.

Arya chegaria na tarde seguinte, depois de sucessivos imprevistos. Mas são e salva. Assim como todo o grupo. Das torres de Winterfell eles podiam ser vistos como pequenas formigas se arrastando pelo branco de gelo que cobre toda extensão de terra.

A rainha e o rei estavam na sala do Conselho, ouvindo Bran e suas incertezas sobre deixar Arya entrar pelo portão principal com toda a frota de suprimentos.

- Os cidadãos podem se exasperar. Há meses eles não vem essa quantidade de comida. Isso é um fato.

- Eu entendo a sua hesitação, Sor Bran. Mas não acho que seja necessário deixar toda a frota da Patrulha da Cidade em uma barreira quando Arya chegar. Como um cordão de isolamento. Ou ainda fazer com que ela entre pelos portões laterais. Falarei em público momentos antes de ela passar pelo portão, como já foi decidido. Se algo sair do controle, o que eu não creio que vá acontecer, seus irmãos estarão perfeitamente dispostos para que tudo seja posto em ordem rapidamente.

                Por mais que a rainha argumentasse Bran não parecia satisfeito, muito menos, convencido. E isso era notável.

                - Se é só isso que os senhores tem a me informar...? – Sansa voltou a falar, com uma entonação questionadora na voz. Nenhum deles deu sinal de que havia algo mais a ser dito. – Sendo assim, essa reunião está terminada. Peço que os senhores se retirem, preciso de um momento a sós com Sor Bran.

                - Com sua licença, Vossa Graça – despediu-se meistre Theodore, que muito havia trabalho nesses últimos meses.

                - Vossa Graça – Sansa ouviu Rickon dizer antes de se retirar, ao mesmo tempo em que ouvia Tyrion cochichar em seu ouvido:

                - Estarei por perto, quero lhe mostrar algo antes que anoiteça. Espere-me aqui, virei assim que Bran sair – despediu-se Tyrion.

                Sansa esperou com que todos estivessem fora da sala do Conselho e as portas fechadas. Bran continuava sentado em seu respectivo lugar, a duas cadeiras de distância, olhando para parede a sua frente.

                - Bran – Sansa disse com a voz mais cortês que pode. - Agora me dirijo a você como sua irmã mais velha, que é o que sou antes de qualquer coisa.

                Ainda sem obter resposta do irmão, Sansa decidiu se aproximar e sentou-se na cadeira mais próxima a ele.

                - Você tem que confiar em mim. Eu nunca poria a vida da Arya em risco.

                - Faremos como você diz. Não precisa tentar me convencer de nada, Sansa.

                - É claro que farão como eu digo. Eu sou a rainha. Mas a questão não é essa. Não é simplesmente convencê-lo, é fazê-lo ver, fazê-lo compreender, Bran. Deixá-los verem-na pode trazer a esperança que muitos deles perderam no meio do inverno. Eles precisam saber que estamos olhando por eles, que nos importamos.

                - Sansa, já que está aqui como minha irmã, posso te fazer uma pergunta como seu irmão?

                - É claro que pode. O que é?

                - O que há entre você e o Lannister? Eu digo... Quando você chegou, você não... Você tratava-o diferente. Não eram como mamãe e papai, é claro que não. Eu não...

                - Você não...?

                - Eu não suportaria isso! - por um momento, Sansa não soube exatamente como interpretar a reação exaltada de Bran. Sem reação ela o ouviu continuar: - E agora vocês estão diferentes. Cheios de olhares e cochichos...

                - O que você quis dizer com “eu não suportaria isso”? Não suportaria ver-me agindo como uma esposa? Afinal, é isso o que eu sou dele.

                Sem querer, a voz de Sansa saiu mais alta do que gostaria. No mesmo momento se amaldiçoou por isso. O foco da conversa não era ela, era Arya, eram os suprimentos, era seu povo.

                - Você... Você... Você fala como se o amasse Sansa! – contestou Bran, levantando-se da cadeira frustrado. - Ele é um maldito Lannister. Você se lembra? Aquela família que acabou com a nossa? Aquela família que faria tudo de novo se tivesse oportunidade? Aquela fam-

                - Não me importa qual é a família de Tyrion. Você não o conhece, nem tentou conhecê-lo. Não tem o direito de julgá-lo por algo que a família dele fez. Talvez seja você que não se lembra. Não se lembra do quão legal ele fora quando veio para cá com Rei Robert. De todas as pessoas no mundo, ele te ajudou quando você mais precisou. E agora você vem julgá-lo?! Isso é tão hipócrita.

                - Hipócrita? Eu? Não fui eu quem fora acusado de dezenas, ou talvez de centenas, de atrocidades!* Aliou-se aos nossos inimigos, lutou contra nós. Ele fez de tudo para nos destruir.

- Você faria o mesmo para salvar a nossa família, não faria?

Sansa ficou sem resposta de Bran.

Havia algum tempo que Sansa não se sentia tão furiosa. Parecia que logo que um problema estava prestes a ser resolvido outro surgia para ocupar seu lugar.

- E para o seu saber, eu o amo! Eu amo Tyrion Lannister. E nada vai mudar isso. Agora, falando como sua rainha, retire-se. – Antes que Bran saísse pela porta ela acrescentou: - Não quero, nunca mais, ouvi-lo falando desse modo sobre Tyrion.

Lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Sansa. Tentou de todos os modos enxuga-las quando ouviu passos atrás de si. Sem sucesso.

- Sansa, nós... Você está chorando. Porque está chorando? O que houve?

- Eu tive uma discussão com Bran.

- Oh, isso explica porque ele parecia tão irritado. O que aconteceu?

- Não vale a pena contar o que aconteceu – respondeu ela, dando um leve sorriso e correndo os dedos pelo rosto de Tyrion. Você disse que tinha que me mostrar uma coisa, quero vê-la.

- Tem certeza? Podemos deixar para depois.

- Não. Eu quero ver agora.

- Tudo bem. Mas vou avisando, não é nada grandioso, é só... Uma. Coisa.

- Uma coisa? – disse ela rindo. – Não me importo que seja “só uma coisa” eu quero vê-la.

- Então vamos, milady.

Depois de algum tempo andando, eles chegaram ao lugar. Rickon estava lá e Sansa não se surpreendeu com aquilo. Os dois haviam passado um bom tempo juntos, pelo que ela havia percebido. Rickon colocou uma venda nos olhos de Sansa e ajudou-a andar pela neve, passar por uma porta e permanecer ali. Alguns instantes depois de ser posicionada sentiu Tyrion pegar sua mão.

- Antes de você retirar a venda, devo te informar: se você precisar colocar a culpa disso tudo em alguém, por favor, esse alguém sou eu, Rickon não tem culpa de nada, nem aqueles que trabalharam aq-

- Como assim “aqueles que trabalharam aqui”? Onde é aqui? O que é aqui?

Sansa ouviu-o suspirar fundo.

- Pode retirar a venda lentamente – instruiu-a. Enquanto ela retirava a venda, ouvia-o dizer: - “Aqui” é uma espécie de armazém. Acreditei que seria útil para quando Arya chegasse com o carregamento. E, não apenas isso, há mais lá embaixo. Mas eu não tenho certeza se devo mostrar porque não consigo decifrar o que você está pensando... Sansa, por favor, diga algo.

- Eu... Tyrion... Isso é incrível. Eu não tinha ideia...

Sansa rodopiou pelo lugar, explorando todos os espaços, enquanto Tyrion explicava para o que serviam ou o que faziam. O andar inferior foi explorado e explicado com a mesma excitação.

- Isso é incrível. Como vocês conseguiram?

- É uma longa história que envolve a nossa viagem à Muralha.

- Muralha? Eu... Ah. Não sei como agradecer.

- Não precisa agradecer. Mas já que você insiste, eu ficaria bastante satisfeito se eu ganhasse um beijo – disse ele, fazendo uma cara de inocente.

- Só um? – Sansa decidiu entrar na brincadeira.

- Para começar...

Ela riu dele e para ele. E o beijou. Apenas uma vez, colando seus lábios ligeiramente nos lábios dele.

- Aí está o seu beijo de agradecimento – sussurrou ela ainda perto dele.

- Acho que não foi suficiente. Eu trabalhei bastante para erguer isso aqui.

- Já que é assim...

Eles se beijaram novamente. Mais calorosamente do que a primeira vez. Separaram-se apenas quando ouviram passos acima deles e um chamado, e logo, passos descendo as escadas.

- Vossa Graça? – chamou Rickon. E quando finalmente os encontrou: - Desculpa, Vossa Graça. Interrompo? É que Tyrion me disse para... Descer.

- Não, não interrompe – respondeu Sansa. – Obrigada por isso Rickon – disse, gesticulando para o lugar ao redor deles.

- Não foi nada. A ideia toda foi do Tyrion, eu já dei uma ajuda – disse, envergonhado.

- Obrigada a vocês dois.

Sansa estava de mãos dadas com Tyrion e com Rickon, desejando não ter brigado com Bran àquela tarde.

- Vossa Graça devia subir, está ficando tarde, o jantar logo será servido.

- Sim. Vamos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí meu povo... Como tem estado?
Mil desculpas pela demora. Essas duas últimas semanas foram muito atarefadas. Malditas provas e malditos trabalhos que reduzem minha horas dedicadas à escrever fanfics. Mas, porém, contudo, todavia... Antes tarde do que nunca. o/
Espero que gostem.
Até mais meu amores. :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Depois da Guerra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.