Depois da Guerra escrita por MarjhoryMeira


Capítulo 16
Uma rainha


Notas iniciais do capítulo

POV: Rickon



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Enquanto Sansa estava fora, Arya e Bran reuniram o Conselho diversas vezes discutindo o melhor momento e a melhor maneira de contar a Sansa que o reino estava passando por maus bocados e o povo tem andando dos limites da insanidade.

Na verdade, Rickon duvidava que Arya e Bran estivessem realmente preocupados com a maneira que Sansa receberia todas as notícias. Arya estava cansada de ter de assumir certas tarefas como Mão do Rei, tarefas de não condiziam com o que se esperava dela. Pessoas doentes procuravam de qualquer forma ter com ela e conseguir os remédios necessários ou até um punhado de grãos e um copo de leite. Bran estava sempre irritado, havia recebido apenas dois corvos da Muralha e os dois diziam praticamente nada. No fundo ele temia que Tyrion Lannister pudesse ter feito qualquer coisa com a Rainha. O que, no final das contas, talvez nem fosse tão ruim. Se Sansa morresse o reino passaria para as mãos de Bran e assim ele poderia mandar o Lannister para longe de seu reino.

Rickon ia atrás de qualquer fonte de alimentos em qualquer lugar... No norte. Melhor dizendo, Rickon havia contratado um grupo de homens para correrem o Norte de cima a baixo. Foram atrás dos animais marinhos nas Ilhas de Ferro, mas pouco havia conseguido por lá. Apesar de terem dobrados os joelhos para o reino do Norte pouco havia mudado na forma com que os homens de ferro viviam seu dia-a-dia, os barcos de piratas eram sempre um impasse, o medo do “preço de ferro” mantinha vários barcos longe de das ilhas. Haviam ido até às florestas de Karhold, até mesmo à Ilha dos Ursos na Baia de Gelo. Era muito dizer que haviam conseguido o suficiente para abastecer Winterfell.

Todos esperavam pela Rainha na sala do Conselho. Já nos seus devidos lugares. Assim que Sansa pusesse os pés em Winterfell seria avisada de que sua presença era requisitada na sala do Conselho. Rickon achara que Tyrion também deveria ser avisado da reunião ao passo que ele era o rei, mas sua ideia fora rechaçada assim que a colocou para fora. Era quase uma piada.

As portas se abriram e a rainha passou por ela, quase voando. Talvez temendo que um dos irmãos estivesse com problemas pessoais. Talvez nem em seus piores pesadelos pudesse imaginar o que estava por vir.

- Vossa Graça, é por tê-la de volta – Rickon ouviu-se dizer. Não faria mal nenhum haver um pouco de simpatia e gentileza antes de... Qualquer coisa.

- É bom estar de volta. Mas o que aconteceu para essa reunião tão às pressas?

Todos os presentes ali – menos Sansa – reviraram os olhos, esperando pelo primeiro a falar. Durante alguns segundos o silêncio ali não poderia ser mais desconfortável. Até que Arya tomou as dianteiras. Sem rodeios.

- Estamos com problemas. E quando digo estamos quero dizer todo o reino.

Podia-se ver um lampejo de medo no fundo dos olhos da rainha. Mas ninguém além de Rickon pareceu perceber. Mais alguns segundos se passaram antes que ela dissesse alguma coisa.

- E qual problema seria esse? – o olhar que antes estava fixado em Arya deu um giro pela sala parando em Bran.

- Estamos com falta de suprimentos. O reino inteiro. Pessoas estão se matando lá fora por causa de quase nada. Qualquer pedaço de algo comestível é motivo para assassinatos, roubos e sabe-se lá mais o quê. Estamos em guerra atrás dos alimentos. O gelo tem estado espesso demais para qualquer tipo de plantação e a nevasca apenas piora. E não apenas Winterfell, são todos os reinos, todas as casas. Alguns ainda tem reservas. As nossas quase não existem mais. Além disso, o frio em si tem matado pessoas todos os dias.– Enquanto Bran falava Arya olhava para as próprias mãos em cima da mesa. Bran parecia estar olhando para o nada no além. Rickon prestava atenção à expressão que se instalava no rosto de Sansa, poderia dizer que havia resquícios de medo, temor, receio e acima de tudo, percebia-se que ela tentava manter a expressão séria. Ninguém se atrevia a interromper Bran. – Não sabemos mais onde buscar ajuda. Rickon tem feito de tudo para conseguir qualquer coisa. Tem mandando homens para os quatro cantos do Norte. Mas não houveram grandes resul-

- Porque não me disseram antes? Permitiram que eu viajasse até a Muralha sabendo de todos os problemas aqui – não havia uma resposta concreta para aquilo. – Já tentaram pedir ajuda ao Sul?

No mesmo instante os olhos de Bran pareceram se encher de fúria. A fase proibida foi dita e agora o lobo dentro de Bran despertará. Arya alternava o olhar de Bran para Sansa, por vezes passando por Rickon. O meistre ainda não havia se pronunciado sobre o assunto. E o fez numa boa hora. Quem sabe o que Bran poderia dizer.

- Não seria prudente pedir ajudar ao Sul. Afinal, toda a Guerra dos Tronos começou devido a casa Lannister. Talvez o povo afinal não gostasse dessa, digamos, aliança. Além disso, quem ajudaria o Norte? Para quem Vossa Graça pediria ajuda? Porto Real? Rochedo Casterly? Jardim de Cima? Lançassolar? Todos espadas que já foram juramentadas ao falecido Rei Joffrey.

Sansa que até então ouvia as palavras do meistre sentada decidiu se levantar da cadeira e andar até a janela mais próxima. Apenas o som dos seus passos ecoando. Rickon gostaria de saber o que se passava na cabeça de cada um naquela sala. Bran ainda estava visivelmente alterado. Arya permanecia quieta. O meistre após seu discurso aquietou-se.

Não havia mais a ser tido. Todo o reino ruía. Ninguém conseguia encontrar a solução. E todos esperavam que a rainha tivesse a solução para todo o caos.

- Não me importa quais espadas foram juramentadas a Joffrey, ele agora está morto, quem comanda o Sul é Tommem. Tommem não é igual à Joffrey, talvez vocês não saibam disso. Tommem não diria não. Não posso ver e não verei meu povo morrer devido à um fato que ocorreu há anos. Meu povo não deve sofrer ainda mais as consequências de uma guerra ocorrida por poder. Meistre Theodore envie corvos ao Sul, envie corvos à Correrrio e Ninho da Águia, inclusive Porto Real. Rickon deve ajudá-lo nas transações com as moedas, afinal, é nosso mestre da moeda. Mande me chamar assim que os reinos mandarem suas respostas.

- Mas...

- Não há nenhum mas, Sor Bran. É uma ordem.

Os olhos de Bran só faltavam pular para fora das órbitas. Rickon não sabia o porquê exatamente, se por ela tê-lo tratado como apenas alguém que trabalha para ela, ou pelo fato de que iriam pedir ajuda ao Sul. Um espasmo de sorriso surgiu nos lábios do mais novo ali dentro, mas logo desapareceu. De alguma forma era bom ouvi-la ser autoritária. Todos imaginavam que ela não conseguiria.

E já que o que a rainha diz é a lei mais nenhuma palavra de hesitação fora dita. Arya mantinha os olhos em Bran, pedindo que ele se acalmasse. O meistre mantinha-se calado anotando suas ordens em um pedaço de papel.

- Mais alguma coisa, Vossa Graça?

Mais uma olhadela rápida para a janela – talvez seja ali a sua fonte de inspiração­ – antes de dizer mais alguma coisa.

- Sim, mais uma coisa. Ninguém além de nós aqui precisa ficar sabendo do que foi dito e decidido aqui dentro. Fim da reunião.

Um instante depois ela já não estava mais na sala do Conselho. Bran, ainda nervoso, retirou-se dali num rompante. Sem pedir licença ou o que quer que fosse. Seria difícil conversar sobre o que quer que fosse com ele.

- Rickon, me acompanha até os corvos?

- Claro. É melhor mandarmos logo esses corvos – e com um aceno breve se despediu de Arya. 


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Notas finais do capítulo

Eeei. Quem aí vai pular carnaval, desfilar para alguma escola de samba? Quem vai viajar? E quem, como eu, vai ficar em casa mesmo?
Tenho uma notícia boa: espero conseguir adiantar alguns capítulos no feriado. Entretanto, essa foi a minha primeira semana de aula na faculdade e um dos professores já passou um trabalho super longo, então...
Enfim, farei o melhor que puder.
Aproveitem o feriado. :*



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