Depois da Guerra escrita por MarjhoryMeira


Capítulo 12
Notícias - quase - inesperadas


Notas iniciais do capítulo

POV: Rickon



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Sansa havia partido para a Muralha há horas, e faltavam apenas algumas horas para o fim do dia. Um corvo havia chego da Muralha dizendo que a “Rainha e o Rei encontram-se em segurança em Castelo Negro”. Com eles estavam toda a Guarda Real, sem Bran que havia ficado devido a problemas com a Patrulha da Cidade – o segundo em comando na Guarda Real era Adam Mormont, um jovem que adquiriu a confiança de Bran mais rápido do que se podia dizer, um grande líder, trabalhava bem.

Algumas reclamações estavam chegando com cada vez mais frequência. Todas elas se tratando sobre o gelo, frio e neve, e consequentemente, sobre a falta de alimentos, e com isso, roubos e ataques.

 A rainha ainda não havia sido notificada sobre o assunto. Todos acharam que ela deveria saber das condições dos suprimentos mais necessários desde o primeiro dia dela ali, mas Rickon convenceu-os do contrário. Sansa havia passado muito tempo longe de casa, longe do Norte e da família, perto demais de Lannisters por muito tempo. Seria mais sensato deixar que ela se acostumasse, ou pelo menos, se habituasse à sua nova posição no reino.

Antes de ela chegar todos ali haviam trabalho muito para que estivesse tudo perfeito. O castelo, os jardins, as casas, as ruas, os portões, as muralhas que os cercavam. Tudo teria que estar em seus devidos lugares antes de trazer Sansa. Milhares de pessoas trabalharam para que tudo estivesse como está agora. Algumas vieram da parte sul do Norte, de Fosso Cailin e Correrrio; algumas chegaram do leste, outras do oeste. Não fora fácil. É claro, mas conseguiram.

Concentramo-nos demais na construção e esquecemo-nos do mais importante. Era terrível pensar no fato de que pessoas estavam passando fome e frio ao redor deles enquanto eles mesmos permaneciam no aconchego das instalações do castelo que daqueles ajudaram a construir.

Precisavam de uma saída para esse empasse. As terras estavam começando a ficar cada vez mais congeladas, nem a possibilidade de descongelar nem nada do tipo. O pouco que haviam guardado se esgotava.

Os ataques e roubos que aconteciam nas ruas aconteciam por disputa por qualquer pedaço de pão ou um punhado de grãos. As moedas em si já não compravam mais nada, aqueles que ainda tinham alimentos o suficiente se recusavam a vender, escondiam o que podiam. As pessoas estavam começando a enlouquecer.

Mas nada disso parecia importar para Bran. Este tentava de todas as formas conter as pessoas. A Patrulha da Cidade fazia rondas sem cessar. No início dos ataques eles começaram a prender os “rebeldes” – como Bran costumava chamar - e os levar para as celas. Mas o número apenas aumentou e manter aqueles que já estavam presos estava ficando cada vez mais difícil. Depois começaram apenas a repreender, a assustar. Não que estivesse realmente ajudando.

Como mestre da moeda, Rickon era o primeiro a ser apontado para resolver o caso. Mandara corvos a todos os castelos do Norte. O mesmo acontecia com todos eles. Alguns ainda estavam em melhores condições. Basicamente, os menores castelos, de casas menores. Winterfell abrigava gente de todas as partes de Westeros, era o maior castelo no Norte. Nenhuma delas estavam suficiente equipada de suprimentos para que mandasse uma grande quantidade para Winterfell. Seria como tapar o Sol com uma peneira.

Rickon pensara em enviar corvos para certos reinos ao sul, mas no mesmo instante que colocou sua ideia na mesa Bran a colocou fora de cogitação, sem nem mesmo conversarem sobre o assunto. Arya acabou concordando com o irmão mais velho. “Nunca nos voltaremos para o sul”, dissera Bran. Enquanto isso pessoas morrem dentro dos nossos portões.

Os livros que haviam na biblioteca não ajudavam em nada. Parecia um desafio sem solução. Rickon nunca havia gostado de desafios. Robb era quem adorava resolvê-los. Robb era quem deveria estar aqui. Ele saberia o que fazer. Aliás, o que ele faria? Pensar no que o irmão mais velho faria talvez ajudasse e alguma ideia brilhante aparecesse. Mas não aconteceu.

Precisava ir conversar com Bran, talvez ele tivesse pensado em alguma coisa que pudesse ajudá-lo a resolver o impasse. Quando ele não estava lá fora, nas ruas dando ordens aos seus cavaleiros ele estava sentado na mesa do Conselho pensando em sabe-se-lá-o-quê. E foi diretamente para lá que Rickon se dirigiu. Excepcionalmente correto. Foi encontrar o irmão olhando para uma das janelas da sala.

- Bran...? – Rickon parou na porta, quando Bran o viu ali, fez um aceno permitindo que entrasse. – Eu queria falar com você sobre...

- Eu estivesse fora por algumas horas e quando volto fico sabendo que aquele anão acompanha a rainha até a Muralha. QUERO AQUELE LANNISTER FORA DO CASTELO. Na verdade, QUERO AQUELE LANNISTER LONGE DO NORTE.

Muitas coisas chateavam Bran. Entre todas elas não poder andar continuava no topo da lista – mesmo depois de tantos anos. Sempre que se lembrava de que não podia mais andar, lembrava-se de quem o deixou assim foi Jamie Lannister. Bran se lembrou do acontecido anos depois e depois disso o fato nunca deixou de sair de sua mente. Bran odiava qualquer um que tivesse sobrenome Lannister. Rickon só não havia reparado nisso. Até agora.

Rickon nunca havia visto o irmão tão agitado e nervoso. Conseguia ver uma veia saltando pela lateral do pescoço. Não seria nada sensato perguntar nada sobre os problemas do reino agora, afinal, ele tinha uma espada ali com ele. Mas o jeito como ele falou sobre “aquele Lannister” deixou Rickon um pouco fora de si.

- Não sei se você se lembra, mas “aquele Lannister” é casado com sua irmã mais velha Sansa, a rainha. “Aquele Lannister” é o seu rei agora.

No mesmo instante que Rickon terminou de dizer, a feição de Bran mudou completamente.

- Eu não quis... – Bran começou a tentar se explicar, mas os dois não sabiam que ele realmente quis dizer o que disse. - Olha, não é segredo para ninguém que eu não gosto da ideia de ter um Lannister morando debaixo do castelo que eu ajudei a construir. E ainda mais esse anão que...

- Eu sei. Todos se sentem assim. Mas... Acho que... Não importa o que ele fez. Ele está casado com Sansa e talvez você não tenha reparado, mas ela parece bem ao lado dele. Se ela não se importa, acho que todos não deveríamos nos importar também. Nem tudo o que os cantores e as pessoas falam são verdades.

- Olha só, até você. Está falando como se ele fosse o cara certo para estar ao lado de Sansa. Diabos, Rickon, ela é sua irmã. E está casada com aquele da família que causou toda essa maldita guerra, onde nós quase morremos. Você fala dele como se já tivesse aceitado-o como membro da família. Que lindo. – Bran ria. Um riso irônico e sarcástico, incomum naqueles lábios.

Será que eu tenha realmente aceitado que Tyrion Lannister agora viva entre nós? Se tivesse aceitado, talvez, fosse até melhor. Não arrumaria brigas e intrigas por causa disso. Rickon gostaria de saber o que se passava na cabeça do irmão.

Antes de poder formular alguma frase para responder ouviu aos lobos uivando lá fora. Era Vento Cinzento e Verão. Era certo que os dois animais conseguiram sentir o que se passava dentro dos rapazes. Todos os irmãos estavam passando menos tempo com seus lobos desde que começaram a fazer parte do Conselho. Rickon sentia falta da época em que ficava simplesmente ficavam algum tempo juntos, se divertindo e apenas isso.

Mas diversão era uma coisa que já não fazia mais parte da vida diária deles. Talvez que nunca mais viesse fazer parte. Muitos problemas começavam a surgir o tempo todo. Iam se acumulando sem que eles conseguissem resolver um deles. Rickon decidiu que não iria discutir mais com Bran, principalmente com relação ao duende. Não seria algo que Robb faria. Robb não discutiria com os irmãos, não por causa de um Lannister. Não, Robb não iria agir do jeito que todos estamos agindo; estamos falando de Sansa, se ela confia nele, todos deveríamos fazê-lo também.

Simplesmente deu as costas e deixou Bran sozinho na sala. Seus pés o guiavam lá para fora. Para perto de Cão Felpudo. Para perto do lobo que traria memórias boas dos seus primeiros anos em Winterfell.


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Notas finais do capítulo

O segundo capítulo dessa semana, como prometido. Ando meio sem inspiração, então me desculpem se por acaso eu acabe demorando mais do que o normal para postar novos capítulos. Espero que gostem.



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