Cotidiano escrita por Léo Cancellier


Capítulo 8
Outra Vida




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Depois de ter saído do hospital, ainda fragilizada, Mônica continuou em repouso na casa de sua tia. Richard ia todos os dias levar flores para ela. Fora as que as amigas e colegas mandavam: cestas de flores, mensagens de carinho etc.

Em uma tarde, ela resolveu ligar para sua mãe.

- Alô, mãe. Tudo bem. Eu estou melhor, mas ainda estou um pouco triste. Todos aqui estão me apoiando muito.

- Que bom, filha. – disse a voz da mãe de Mônica. – Aliás, estou com saudades.

- Eu também, mãe. No Natal, talvez eu e o Richard passemos aí no Brasil. Mãe, você vai amá-lo.

- É o seu namorado? – perguntou Dona Luisa.

- É. – confirmou Mônica.

- Mônica, tem alguém aqui querendo falar com você. Espere um pouco.

Tempo...

- Alô, Mô.

- Magá?

- Eu mesma. Eu fiquei sabendo das notícias. Meus pêsames.

- Ah, obrigada Magá.

- Eu queria bater um papo com você. Quando vem?

- Acho que uns dois dias antes do Natal.

- Ótimo. É que vai ser uma longa conversa e eu não queria falar por telefone. O seu namorado vem?

- Talvez. Eu vou ver direitinho com ele.

- Eu quero te falar de uma sacanagem que o Toni fez com você e com o Cebola há alguns meses.

- Toni. O que ele fez?

- Ele mandou um vídeo de você na hora do almoço no colégio. E o Cebola viu. Ficou furioso. Principalmente com o cara que estava te olhando. – explicou Magali.

Para a surpresa de Magali, Mônica não se enfureceu com Toni, mas sim com Cebola.

- Isso serve para ele ver como é ruim olhar a pessoa que você gosta com outra. – resmungou Mônica, bufando.

- Mônica! Foi uma armadilha da Carmem! – Magali estava surpresa com a reação da amiga.

- Não me importa mais, Magali. Aquele cara que estava me olhando é o meu namorado. Você tem que entender que eu nem estava mais namorando com o Cebola na época.

- Mas e o seu passado? E a sua vida aqui no Bairro do Limoeiro?

- Desculpe, Magali. Mas essa é uma vida que eu estou tentando esquecer. A minha vida aqui é outra. E eu não quero mais ficar lembrado das coisas tristes que aconteceram comigo. – Mônica começou a chorar. – A minha vida não é mais essa, Magali. Desculpe-me. Avise a minha mãe que eu não vou mais para o Brasil no Natal. – e segurou o choro. – Lembrei-me que tenho um trabalho de escola para fazer no feriado. Eu mando um cartão para vocês.

- Não minta, Mônica. Você já está de férias. Eu já estou de férias.

- Magali, aqui a escola é diferente. As únicas férias que nós temos são as férias de julho e agosto. E algumas pausas de uma ou duas semanas. Ou menos.

- Tudo bem, então. Adeus, Mônica.

Magali começou a chorar.

- Adeus, Magali.

Alguns dias antes do Natal, Mônica teve uma surpresa. Sua mãe e seu pai vieram passar o Natal com ela.

- Você acha que nós iríamos passar essa data sem você? – perguntou sua mãe.

- Estou muito feliz. Como está a turma? – perguntou Mônica.

- Estão muito chateados com você. Principalmente a Magali. – respondeu Dona Luisa.

- É melhor assim. – Mônica abaixou a cabeça.

- Mônica! Por quê? – Seu Sousa estava surpreso.

- Porque daí eu não tenho que sentir saudades. De longe, eu só prefiro a minha família. Apenas a minha família. – respondeu Mônica.

- Bom, se é assim que você quer... – disse o pai dela.

- Eu quero construir a minha vida aqui nos EUA. A minha tia disse que pode conseguir com a embaixada uma maneira de eu morar aqui.

- Mas você sabe que quando quiser voltar, pode.

- Eu sei. Mas eu estou feliz aqui, com a minha tia, com as minhas primas, com as garotas da torcida e com o Richard. Não que eu não vá visitar vocês. E vocês também podem me visitar aqui. Sempre. É que eu tenho medo de encarar a turma. – explicou Mônica.

- Filha, você é quem sabe, mas um dia terá que enfrentá-los. – Dona Luisa colocou a mão no ombro da filha.

- Pois é, mas tenho que me preparar.

- Então se prepare o tempo que for necessário. Seja um ano ou dez. – Seu Sousa deu um beijo no rosto dela.

O Sr. e a Sra. Sousa simpatizaram rápido com Richard, para o alívio de Mônica, que pensara que o pai viria com uma espingarda para cima dele. Falaram que ele seria muito bem vindo quando viesse para o Brasil.

- Afinal – disse o Sr. Sousa. – você ficou do lado da minha filha nos piores momentos e a ajudou a superar tudo.

E, com um abraço, eles se despediram. Os pais de Mônica tinham prometido passar o Réveillon com o pessoal do Bairro do Limoeiro.

- Ah é. Eu me esqueci da festa que tem todo ano. – disse Mônica. – Mande um abraço para o pessoal.

E, com lágrimas nos olhos, acenou para os pais, que entravam na área de embarque.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Façam review. Não gostaram? Façam review. O importante é mostrar a opinião =D
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E se gostaram dessa, leiam as minhas outras fanfics, garanto que gostarão também. =)
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@leocancellier



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