Cotidiano escrita por Léo Cancellier


Capítulo 26
Surpresas




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As garotas estavam fazendo uma “reunião de garotas” na casa de Luiza, Amber e Claire. Já fazia mais de um mês que Mônica tinha esquecido as mensagens de Richard, que não mandou mais nenhuma para ela.

Todas se divertiam, quando, de repente, um envelope foi enfiado por debaixo da porta. Amber foi até lá.

– Ei, é para mim. – se surpreendeu. – De quem será? – e começou a ler. – “Amber. Vá com as suas amigas na loja de vestidos da esquina. Amigas da Amber: não deixem que ela veja o vestido. Luiza: obrigado pela ajuda.” – terminando de ler, perguntou. – O que é isso? É pegadinha? Luiza, quem é?

– Ah, já sei. Vem! – disse, puxando Amber pelas mãos. O resto do dia foi só arrumação: de cabelo, de unhas, vestidos para todas. Quando chegou a vez de Amber experimentar o seu vestido, Luiza a vendou, impedindo-a de ver qual era o modelo. As próximas instruções do anônimo era que fosse para o endereço que estava indicado no bilhete.

Quando chegaram ao local, tiraram a venda de Amber, que, olhando para onde estavam, começou a sentir borboletas no estômago. Ao ver o que estava vestindo, as borboletas “saíram voando” e ela começou a chorar. De felicidade.

Estavam na porta da igreja e ela estava com um vestido branco. As portas se abriram e a música começou a tocar. As madrinhas entraram. Amber ia entrar, mas sua mãe cutucou o seu ombro.

– Não vai entrar sem mim, não é? – disse, dando o braço para a filha.

Ambas entraram. Fontes a esperava no altar.

“Filho da p*@#@! Como pode ser tão esperto?” pensou Amber.

Depois da cerimônia, todos foram para a festa. Tudo correu normalmente. Amber e Fontes foram passar a lua-de-mel na França.

Mônica já estava mais feliz do que podia estar. Cebola estava ao seu lado, o seu filho era uma fofura, os tratamentos com a Amy estavam dando resultado (ela diminuiu as doses de whisky quando acorda. Antes eram 10, agora já é só uma). O que faltava? Nada. Foi com esse pensamento que Mônica beijou Cebola. Beijou-o apaixonadamente.

Depois que Fontes e Amber voltaram da lua de mel, a turma já tinha uma nova idéia: iriam fazer uma visita ao Brasil, especificadamente ao Bairro do Limoeiro. A viagem tinha fins “esclarecedores” para Mônica e Denise. Foram para o Brasil Mônica, Cebola, Magali, Denise, Dante, Amber, Fontes, Claire, Fábio, Ale e Gustavo.

Quando chegaram ao Bairro do Limoeiro, repararam que o local tinha mudado bruscamente. Não emanava mais a alegria de sempre. Poucas crianças brincavam nas ruas, as casas estavam todas com muros altos, cercas elétricas, etc.

Todos ficaram hospedados na mansão de Denise. Os pais dela ficaram felizes por receber toda a turma.

Mônica entrou com Magali no quarto que dividiria com ela. Denise foi junto. Magali se sentou na cama.

– Você não veio aqui apenas para passear, não é, Mônica? – perguntou Magali.

– Não, Magá. Eu e a Denise temos um assunto pendente para resolver aqui. – respondeu Mônica.

E começaram a contar o plano para Magali. Quando terminaram, Magali ficou em silêncio.

– Ué, Magá. Você não queria saber? – perguntou Denise.

– Eu queria. Eu apenas não vou me envolver. A idéia foi de vocês duas. – disse Magali.

– Entenda apenas uma coisa, Magá. – começou Mônica. – Eu tenho certeza que você faria o mesmo.

– Eu sei, Mô. Apenas disse que não vou me envolver.

E, levantando-se, Magali saiu do quarto.

De noite, a campainha tocou. Denise foi atender e, para sua surpresa, eram Carmem e Xaveco.

– Amigas! Há quanto tempo não vejo vocês! – disse Carmem, em um tom meio falso.

– Eu odeio gente falsa. – sussurrou Mônica para Denise. E, virando-se para Carmem, usou o tom mais falso que poderia criar. – Amiga!! Faz muito tempo mesmo!

– Sabe que nós não guardamos mágoas? – perguntou Denise.

– Sei. Ainda bem. – disse Xaveco.

– Denise, quem está aí? – perguntou Dante, vindo da cozinha.

– Dante, meu amor. É a minha amiga de infância e o namorado dela. – respondeu Denise, beijando-o.

– Noivo, amada. – corrigiu Carmem, mostrando a aliança. – Noivo.

Xaveco deu uma risadinha.

– Bom, nós soubemos que vocês viriam e viemos os convidar a galera para uma festa no clube dos meus pais. – disse Carmem.

Mônica e Denise se olharam, rindo.

– Mal podemos esperar. – disse Mônica.

Xaveco e Carmem saíram.

No dia seguinte, Denise e Mônica planejaram bem a maneira de se vestir para a festa de Carmem. Colocaram anéis com pedras salientes e pintaram as unhas compridas de vermelho. O resto da turma estranhou o modo delas agirem. Todos chegaram ao clube de manhã, para aproveitarem o dia por lá, pois a festa seria de noite. Mônica e Denise logo encontraram Carmem. Magali ficou conversando com o resto da turma, alegando que não sabia o que Denise e Mônica estavam tramando.

Enquanto isso, Mônica, Denise e Carmem conversavam tranqüilamente.

– Carmem, você sabe se aqui tem algum lugar em que possamos conversar sossegadas, sem que ninguém nos ouça? – perguntou Denise.

– Claro, mas por quê? – quis saber Carmem.

– É que queríamos conversar com você em particular. Esclarecer alguns assuntos. – disse Mônica.

As três foram até uma sala de ioga, que estava vazia. Havia apenas incensos acesos e uma música zen tocando no fundo, além de uma placa dizendo que a professora de ioga voltaria logo. As três depositaram as bolsas sobre uma mesinha que tinha na sala.

– Pronto. Acho que aqui ninguém vai nos ouvir. – disse Carmem. – O que querem me dizer?

– Lembra que nós dissemos ontem que não havíamos guardado mágoas do passado? – perguntou Denise. – Nem da cachorrada que você fez com a Mônica, nem da traição sua e do Xaveco para cima de mim?

– Lembro. Qual é o problema? – indagou Carmem. Ela reparou que Mônica aumentou o som com a música zen. – Por que você aumentou o som, Mônica?

– Nada não, “querida”. – disse Mônica, enfatizando essa última palavra.

– Então, Dê. Qual é o problema? – voltou a perguntar Carmem.

– Ah. Sabe o que é? – disse Denise, rindo. Mônica havia trancado a porta sutilmente. – Nós mentimos!

E Denise deu um tapa na cara de Carmem. O seu anel fez um corte na sobrancelha dela.

– Que é isso, Denise? Está maluca? – berrou Carmem.

– Não, “amada”. Estou apenas sendo vingativa! – disse, dando um chute na canela de Carmem, que deu um berro. – Mô, agora é a sua vez! Acaba com essa vagabunda piranha. – completou Denise, depois de dar mais um tapa na cara de Carmem, Mônica derrubou Carmem no chão e deu três tapas seguidos na cara dela. Depois disso, a boca de Carmem já sangrava.

– Sabe, Carmem. – disse Mônica, tomando um pouco de ar. – Há muito tempo eu estava querendo fazer isso com você. Quase dez anos.

E deu mais um tapa na cara dela. Trocou de lugar com Denise, que deu um soco na cara de Carmem, deixando-a com um olho roxo. Depois disso, Denise a atacou à unhadas, deixando marcas no pescoço de Carmem. Denise levantou-se e deu um chute no estômago de Carmem. As duas passaram uma água no rosto, pegaram suas bolsas e saíram da sala.

Enquanto caminhavam pelo clube, encontraram Xaveco.

– Vocês viram a Carmem, meninas? - perguntou.

– Não. – respondeu Denise, secamente. – Ela apenas disse que iria fazer ioga e que iria esperar a professora lá na sala.

E, dando as costas para ele, as duas foram se encontrar com a turma. Passaram o resto do dia agradavelmente, até ouvirem um grito, no meio da tarde. Era Xaveco, que trazia Carmem nos braços. Ela parecia muito ferida.

– Nossa, Xaveco. O que aconteceu? – perguntou Mônica, fingindo muito bem.

– A Carmem. Ela disse que tentaram assaltá-la! – berrou Xaveco.

Mônica e Denise se olharam, escondendo um sorriso.

– Mas ela está muito ferida! – disse Denise, numa imitação perfeita de tom preocupado. – Não é melhor levá-la para o hospital?

– É exatamente isso que eu vou fazer. Mas podem continuar a festa. – respondeu Xaveco. – Era isso que a Carmem teria desejado, não é, amor? – perguntou para Carmem.

Ela confirmou com a cabeça. Xaveco e Carmem desapareceram na direção do estacionamento. Todos estavam comentando o assalto.

– Será que esse assaltante ainda está por aqui? – perguntou Mônica, piscando para Denise.

– Não sei, gatz. – respondeu Denise, devolvendo a piscadela.

Magali se aproximou das duas.

– Vocês capricharam, heim? – disse, tentando ser séria, mas sem sucesso.

Ao reparar que havia pessoas ouvindo a conversa, Denise disfarçou.

– Não sei do que você está falando, Magá. – disse Denise.

Magali não se segurou e deu risadinhas discretas.

– Acho melhor irmos para a casa. – disse, parando de rir. – Não tem clima para festa alguma aqui.

Mônica e Denise concordaram. As três avisaram a turma e foram embora. Os outros continuariam lá. Estavam todos muito curiosos.


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Notas finais do capítulo

Último capítulo do ano, espero que tenham gostado ;)
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Gostaram? Façam review. Não gostaram? Façam review. O importante é mostrar a opinião =)
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E se gostaram dessa, leiam as minhas outras fanfics, garanto que gostarão também. =P
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@leocancellier



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