Cotidiano escrita por Léo Cancellier


Capítulo 22
Beijo Roubado




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           Charlie estava com quase um mês. Sempre ia, com Magali e Cascão, visitar Mônica (madrinha) e Cebola (padrinho). Denise mimava muito o garoto. O seu novo namorado também gostava de Charlie.

            Certo dia, Mônica foi visitar Magali. Quando chegou lá, Magali a recebeu com alegria.

            - Olha só, Charlie. É a sua madrinha. – e abraçou Mônica. – Como está se sentindo?

            - Gorda. – disse Mônica. – Como se fosse explodir.

            As duas riram.

            - O Cebola está aqui, conversando com o Cas. – disse Magali.

            - Ah... É?

            - É.

            Mônica reparara que Cebola estava se aproximando muito dela. Isso a incomodava um pouco. Ainda não estava preparada para viver um novo romance.

            - Magá... Eu só vim avisar que a minha mãe acha melhor eu ir pro hospital e esperar a hora do parto por lá mesmo. Ela entrou em pânico com a história do seu parto.

            - Ah tá. Se eu não soubesse que era a sua mãe, poderia jurar que é uma desculpa para não ficar perto do Cebola. – Magali deu uma piscadela para amiga.

            - Vai plantar couve de bruxelas, Magá. – disse Mônica, tentando esconder o riso.

            No dia seguinte, Mônica estava preparada para ter o bebê. Já recebera todas as visitas possíveis, menos a de Cebola. Isso a estava incomodando. No começo da tarde, começou a entrar em trabalho de parto. Antes de ir ter o seu bebê, todos queriam saber: quem iria com ela?

Sra. Souza foi. O Sr. Souza estava ansioso demais e acabou mandando o Cebola em seu lugar. O Cebola, que se atrasara para visitar Mônica. Quando ela começou a fazer força, Cebola não soltava a sua mão. Ela fazia força e apertava a mão dele. Cebola sentia que eles estavam unidos como nunca antes (sua mão já estava ficando roxa, de tanto que Mônica apertava). Quando o choro de um bebê encheu a sala, Mônica deu um suspiro e apenas dormiu. Estava tão cansada, que nem conseguiu segurar o seu filho.

            Mônica acordou em seu quarto, no hospital. Não se lembrava de muita coisa. Apenas sabia que sua mãe e Cebola estavam na sala de parto. Também ouviu o choro do seu filho, antes de dormir. Sentiu uma vontade de vê-lo. Apertou a campainha que ficava do lado da cama. Uma enfermeira entrou.

            - Eu gostaria de ver o meu filho. – pediu Mônica.

            - Você é Mônica Souza? – perguntou a enfermeira.

            - Sim, sou eu. Por quê?

            - A famosa psicóloga de celebridades, Mônica Souza?

            - Sim.

            - Ai, que emoção. Assina aqui pra mim? – pediu a enfermeira, estendendo um bloquinho e uma caneta.

            Mônica riu e assinou. Depois, a enfermeira pegou uma cadeira de rodas.

            - Pra que isso? – Mônica quis saber, assustada.

            - Você não pode fazer esforços. É só até você deixar o hospital. Vamos?

            Ela respirou aliviada, sentou-se na cadeira de rodas e a enfermeira a levou para a maternidade. No caminho, as duas conversavam.

            - Eu fiquei muito triste quando soube o que houve com o seu noivo. Meus pêsames. – disse a enfermeira.

            - Obrigada. Foi um choque. Mas eu já estou me recuperando. Antes de morrer, ele disse que não queria me ver triste. Que era para eu viver a vida. Procurar outro.

            - Por acaso, o “outro” é aquele ali? – perguntou a enfermeira, apontando para Cebola, que olhava o vidro da maternidade.

            - Ah... Não. Ele é só o meu amigo de infância. – disse Mônica, corando.

            A enfermeira engoliu um risinho e levou-a até o lado de Cebola, que continuava a fixar o vidro.

            - Bom. O seu filho é aquele ali perto da porta. – disse a enfermeira, saindo.

            Mônica fitou o bebê que estava perto da porta. Tinha o nariz e os olhos de Richard, mas a boca parecia muito com a dela.

            - Ele é lindo, não é? – perguntou Mônica para Cebola, ainda fixando os olhos no vidro.

            Cebola foi pego de surpresa. Parecia que estava em outro planeta.

            - Heim? Ah, sim. Tem a cara do Richard, mas a boca é igual a sua.

            - Que nome você acha que eu deveria dar para ele? – Mônica quis saber.

            E Cebola foi pego de surpresa de novo.

            - Ah... Sei lá, Mô. Você me pegou desprevenido. Pode me perguntar quando sairmos do hospital? – perguntou Cebola.

            - Sim, sim, Cê. Você é um fofo. – disse Mônica, e olhou em seus olhos.

            Os dois, que antes olhavam os bebês, agora olhavam um para o outro. Mônica desviou o olhar e fez menção em ir embora. Cebola prontamente a ajudou e empurrou a sua cadeira de rodas até o quarto em que Mônica estava. Ela deitou-se na cama. Cebola virou as costas para ir embora.

            - Cê, espera. Eu preciso conversar com você.

            Cebola voltou e sentou-se na cadeira de rodas. Mônica estava apreensiva, mas já planejava essa conversa há alguns dias.

            - Cê, eu estava querendo ter essa conversa com você há um tempinho já.

            - Fala logo, Mônica.

            - Quando o Richard morreu, disse para mim que não era para eu ficar triste. Era para eu ficar perto dos meus amigos. E foi isso que fiz. E eu queria agradecer a todos. Magá, Cas, Dê, Amber, Claire, Ale, Fon, etc. Só que foi você que ficou comigo na hora do parto. Você e a minha mãe.

            - É que eu cheguei atrasado para visitar você. Tinha dado um problema lá na academia e eu não pude vir mais cedo. Daí o seu pai ficou muito nervoso na hora do parto e mandou-me vir com a sua mãe. Desculpe-me por não visitá-la mais cedo.

            - Não precisa se desculpar, Cê. Pelo menos você ficou comigo na hora certa. E ficou me dando apoio. Segurando a minha mão.

            - A circulação parece não ter voltado até agora. – disse Cebola, rindo.

            - Ai, caramba. Foi mal. – e riu também.

            - Contaí. Já tá namorando alguém? – perguntou Mônica.

            Cebola corou.

            - Ah... Não. Ainda não. – e, mudou rapidamente de assunto. – Fala pra Claire que o meu primo está ligadão nela.

            - Que primo? – perguntou Mônica, bebendo um pouco de água.

            - O Fábio.

            Mônica cuspiu a água.

            - Não creio! Que Fábio? O Fázinho? Que coincidência.

            - Por quê?

            - Eu mostrei algumas fotos de infância para as minhas primas e a Claire achou que ele era bonitinho. – explicou Mônica.

            - Mas qual foto era? – perguntou Cebola.

            - Uma de um dos seus aniversários de sete anos.

            - Caramba! Eles vão ficar felizes.

            Alguém bateu na porta.

            - Pode entrar. – disse Mônica.

            Magali e Cascão entraram. Os dois abraçaram Mônica e Cebola.

            - Mô. Nós passamos pela maternidade e, só de olhar, já sabemos qual é o seu filho! – vibrava Magali.

            - É o que está perto da porta, não é? – perguntou Cascão.

            - Esse mesmo. – confirmou Mônica, rindo.

            - Ele tem... – começou Magali.

            - A cara do Richard, mas a boca se parece com a minha, acertei? – perguntou Mônica.

            - Exatamente. – riu-se Cascão.

            De repente os dois olharam para Cebola e Mônica. Os dois estavam de mãos dadas. E pareciam não perceber isso, porque quando notaram, soltaram suas mãos rapidamente. Cebola e Mônica coraram.

            - Ah, qual é? Corta essa! Vocês estão apaixonados um pelo outro, não é? – perguntou Cascão, com um risinho no rosto.

            Magali riu e os dois saíram.

            - Qual é o problema desses dois? – perguntou Mônica. – Nós fizemos o pacto de amigos na formatura da escola, não é?

            - É. Fizemos.

            Cebola levantou-se e foi até a porta. Quando estava com a mão na maçaneta, Mônica saiu da cama, correu até ele e lhe deu um selinho. Voltou correndo para a cama, deitou-se e dormiu. Cebola olhou-a, sorriu e saiu do quarto. O pacto estava quebrado.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Façam review. Não gostaram? Façam review. O importante é mostrar a opinião =)
.
E se gostaram dessa, leiam as minhas outras fanfics, garanto que gostarão também. =P



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