Cotidiano escrita por Léo Cancellier


Capítulo 21
Seja Bem-Vindo




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            “Querido Diário (sim, estava precisando me desabafar com alguém. Apesar de já ter 26 anos, estou escrevendo em um diário. Confesso que, desde os 15 anos, não escrevia em um). Já se passaram três meses desde a morte do Richard. Para a minha surpresa, estou me recuperando rápido. O meu bebê está previsto para nascer dia 27 de julho e o da Magali talvez nasça dia 30 de junho. Estamos muito felizes. A minha mãe, o meu pai e a minha irmãzinha, que tem uns cinco/seis anos estão pensando em mudar para cá. Os pais da Magá, do Cas e do Cê também. Recuperarei-me mais rápido da minha ferida com eles por perto. Vocês acreditam que, no dia do enterro do Richard, fez sol? É que geralmente nesses momentos, sempre chove. Parecia que São Pedro estava querendo que tudo fosse bonito. Percebi que Richard sempre estará nos olhando, onde quer que esteja. É muito bom ter você para eu poder me desabafar, diário. Beijos da Mô.”

           

            “Olá, Diário. Faz muuuuito tempo que eu não escrevo em você. A última vez que eu escrevi foi quando eu tinha 16 anos. A Mô que me deu a idéia. Faz três meses que o noivo dela foi atropelado e morreu. Depois disso, ela recomeçou a escrever em seu diário. Disse que relaxa. Até a ajuda a esquecer da morte do Richard (noivo dela tá, Diário?). Eu estou grávida. E o nome do meu bebê vai ser Charlie. Eu e o Cas escolhemos esse nome em homenagem ao pai da Bela, da saga “Tuailáiti”. Aquela dos vampiros, sabe? Estou sentindo que o meu bebê vai nascer em breve. Se tudo der certo, nas próximas duas semanas. Bom voltar a reescrever em você, Diário. Beijinhos da Magá.”

           

            “Eaew, cara. Aqui é o Cas escrevendo. Estou ultra ansioso com essa história de ser pai. O Charlie deve nascer daqui a umas duas semanas. Mal posso esperar para vê-lo. É estranho escrever em um diário que eu não tiro do “baú” desde que eu tinha uns 14 anos. Mas é bom para desabafar. Estou um pouco inseguro com essa história de ser pai, mas acho que já tenho idade suficiente para encarar as responsabilidades (falou o cara que está com 26 anos e escreve em um diário. He He He). Afinal, eu sou o Cas, traceur muito competente, que não foge da raia. Mas que dá um friozinho na barriga, ah isso dá. Bom, até outro dia, cara. Abraços do Cas.”

           

            “Falaí, Diário. Aqui é o Cebola. Eras que eu não escrevo em você, heim? Enquanto a Mônica está se recuperando da morte do Richard, está morando comigo e com a Denise. As duas ficam fofocando sobre o bebê da Mônica, que vai nascer, provavelmente no fim de Julho. Essa foi idéia da Denise, pois assim distrai a cabeça da pobrezinha da Mô. Realmente, foi muito chato o que aconteceu com o Richard. Foi por isso que eu resolvi escrever em você. Para desabafar. O Richard era um cara muito bacana, amigo, camarada. E eu e a Mô fizemos um pacto de amizade na formatura. Sei que seremos apenas amigos, apesar de ainda sentir algo por ela. Sei lá. Acho que nós já estamos muito crescidinhos para esses joguinhos. Dessa vez, ou vai ou racha. Ah, um primo meu, o Fábio, veio se oferecer para ser sócio da academia e substituir o Richard. ajudando o Cascão e eu. Nós aceitamos. Ele é muito bacana. E eu suspeito que está de olho na Claire, a prima da Mô. Até outro dia. Cê.”

Mônica e Magali estavam assistindo um filme na TV. Era um musical. Estavam cantarolando as músicas do filme.

            - Ai, amiga. Adoro musicais, e você? – disse Mônica.

            - Eu também. Meu sonho é participar de um musical. Imagina só: Mônica e Magali na Broadway? – vibrou Magali, com os olhos brilhando.

            - Magá! Vamos largar a carreira de psicólogas e ir para a Broadway tentar a sorte? – perguntou Mônica.

            - Demorou! Simbora!

            As duas olharam uma para a cara da outra por alguns segundos e caíram na gargalhada.

            - Eu prefiro ficar na platéia. Vamos deixar o trabalho duro para os atores. – riu-se Mônica.

            - Verdade. Deve dar muito trabalho. – Magali também ria. – E convenhamos. As nossas vozes não são como o canto dos pássaros, não é?

            - Com certeza. – agora Mônica gargalhava.

            De repente, Magali parou de rir.

            - O que foi? – perguntou Mônica.

            - Nada. Mais uma contração. Ei! – olhando para o sofá, viu que estava molhado. – Ai! A minha bolsa estourou! O que eu faço? Ai! Mais uma contração!

            - Fica calma! – Mônica, desesperada, ligou para Cascão. – Alô! Cas! Está nascendo!

            Ela desligou o telefone. Depois de alguns minutos, Cascão já estava lá, junto com Dona Lili, Seu Carlito e Cebola. Seu Carlito levou Magali até o quarto e cobriu-a com um lençol.

            - Magali! Eu e o seu pai vamos até o seu médico! Não vai dar tempo de chamar uma ambulância e não acho que ele esteja atendendo no hospital agora! Cascão! Deixa o celular dela por perto, para podermos mandar instruções através dele! Mônica! Você ajuda a fazer o parto! Cebola... Você auxilia no que for necessário! – berrou Dona Lili.

            Ela e Seu Carlito saíram.

            - Mônica, você já fez um parto antes? – perguntou Cascão, desesperado.

            - Não. E você, Cebola?

            - Sim. O meu. – e riu. Parou logo depois que a mão de Mônica voou na sua cara. – Credo! Foi só uma piada!

            - Ah, vai caçar sapo, Cebola! Deixa comigo! – disse Mônica, em um tom heróico.

            Ela foi até a cama. Magali berrava de dor. Mônica levantou o lençol. Quando viu o que tinha por baixo, desmaiou.

            - Ai, Careca! E agora? – desesperou-se Cascão.

            O celular de Magali tocou. Cascão atendeu e colocou o celular no viva-voz.

            - Cascão, está me ouvindo? – perguntou a voz da mãe de Magali.

- Sim! O que eu faço? – Cascão quis saber. Estava pulando de ansiedade.

            - Como está a situação? – perguntou o médico.

            Cascão olhou em baixo do lençol e desmaiou também.

            - Cascão? Cascão? – chamava a voz da mãe de Magali.

            Cebola estava pálido e paralisado. Só estavam acordados no quarto ele e Magali

- TIREM ESSA COISA DE DENTRO DE MIM!!! RÁPIDO!!! – berrava Magali.

Ele voltou a si.

            - Dona Lili. O Cascão desmaiou. O que eu faço? – perguntou Cebola, suando frio.

            - Veja como está a situação! – foi a voz do médico que perguntou.

            Cebola levantou o lençol e o abaixou rapidamente.

            - O bebê está saíndo! – berrou Cebola.

            - Peça para a Magali fazer força! – ordenou a voz do médico. – Peça para ela empurrar com força, como se quisesse expulsar o bebê de dentro dela!

            Cebola virou-se para Magali.

            - Magali! Você ouviu o médico! Faça força! – berrou Cebola.

            - Agora se posicione para aparar o bebê. – ordenou novamente a voz do médico.

            Cebola se posicionou, enrolando as mãos em um lençol recém lavado. Magali fazia força. Um barulho de choro invadiu o ar. Magali parou de berrar. Cebola ouviu desligarem o telefone do outro lado da linha. Ainda estava com o bebê nos braços. Não sabia o que fazer com o cordão umbilical. Por sorte, o médico chegou, junto com os pais de Magali, uns 10 minutos depois.

            Depois de tudo resolvido, acordaram Mônica e Cascão. Magali estava segurando o bebê no colo. Mônica e Cascão foram até ela. Ele estava bobo.

            - Eu sou pai. Eu sou pai. – disse, baixinho. –E aí, pequeno? Seja bem-vindo.

            - Seja bem-vindo, Charlie. – disse Mônica. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Façam review. Não gostaram? Façam review. O importante é mostrar a opinião =)
.
E se gostaram dessa, leiam as minhas outras fanfics, garanto que gostarão também. =P