Cotidiano escrita por Léo Cancellier


Capítulo 2
Causando




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/286423/chapter/2

16h e 00min. Pracinha do Bairro Do Limoeiro. Magali esperava, sentada em um banco, ouvindo o seu Mp4 (ou 5, ou 6, ou 136, sei lá). Quando viu Cascão se aproximando, sentiu o coração palpitar. Desligou o seu Mp, vamos supor que seja 4, e levantou-se. Quando ele se aproximou, perguntou:

– Que foi Magá? O que você quer falar comigo?

– Cas. Você sabe que eu fiquei muito fragilizada com o término do meu namoro. E, depois, eu reparei que eu estava mesmo era apaixonada por outro. Há muito tempo.

– Sei como é. Foi por isso que eu terminei com a Cascuda. E eu também estava querendo falar sobre isso com você. Eu acho que estou...

– Apaixonada por você.

– Apaixonado por você.

Os dois falaram ao mesmo tempo. E taparam as bocas com as mãos ao mesmo tempo. E se aproximaram ao mesmo tempo. E... Cascão tomou uma bolada na cabeça.

– DUDU!!! Eu vou te matar, seu moleque!!

– Foi mal, Cascão. Não foi culpa minha. Você sabe que eu quero ser um grande astro do futebol, como você. – disse Dudu. Os olhos de Cascão brilharam de emoção. – Mas é claro, sem aquela parte sua que gosta de animes, mangás, Berro Nas Estrelas, Cosmogeurreiro, O Armadura Dourada e semelhantes. Acho muito nerd da sua parte.

O brilho de emoção foi substituído por um brilho de ódio. Rapidamente, Dudu vazou dali, pois vira que tinha sujado para o seu lado.

O clima fora quebrado. E a magia também. Reparando nisso, Cascão sugeriu:

– Magá, vamos tomar um sorvete? É para comemorar.

– Comemorar o quê?

– Isso.

E a puxou para um beijo bem intenso e apaixonado. Ficaram nessa por alguns minutos.

Dudu, que observava a cena de longe, ao lado de Maria Cebolinha, balançava a cabeça.

– Isso é nojento. – resmungou.

– Que nada. É muito romântico, isso sim. – Maria Cebolinha o encarou por alguns segundos e deu um selinho nele. Dudu ficou meio abobado e, um tempo depois, ambos caíram na gargalhada.


Naquela noite de sexta teria uma balada eletrônica atrás da velha fábrica. Todos tinham combinado de ir. Casais já estavam formados: Monica/Cebola, Magali/Cascão, Denise/Xaveco e Carmem/Ninguém. Essa última estava no fundo do poço (quase abraçando a Samara). Enraivecida, Carmem resolveu “causar”. E tentaria tirar Cebola das mãos de Mônica, a Dona da Rua.

Enquanto ela pensava direitinho no seu plano, Mônica, Magali e Denise foram ao banheiro, retocar a maquiagem, entre outras coisas.

– A Carmem não está muito estranha não? – perguntou Mônica.

– Bom... Deve estar mesmo, porque ficar forever alone em uma baladinha eletrônica nem rola. – disse Denise, passando batom.

– Mas você também veio sozinha. – Magali a encarou.

– Como assim? Eu vim com o Xaveco. – Denise ergueu as sobrancelhas.

– Ah... É. – Magali disfarçou, ajeitando o cabelo.

Do lado de fora do banheiro, a balada continuava bombando. Carmem, já com o plano em mente, se aproximou sutilmente de Cebola, sem ser notada, e colocou um pozinho na bebida dele. Quando o garoto foi beber, Carmem não pôde esconder o riso. De repente, Cebola estava meio tonto. Quase caindo.

Mônica, que estava saindo do banheiro, ficou chocada. A cena que ela via era inaceitável: Carmem tentava segurar Cebola, que estava zonzo. Só que ela não sabia que ele tinha sido drogado e estava caindo na armadilha de Carmem, de modo que, do ponto de vista de Mônica, parecia que Carmem e Cebola estavam se agarrando.

– CE-BO-LI-NHA! O QUE É ISSO? VOCÊ ESTÁ SE ESFREGANDO COM A CARMEM!

Toda a balada virou-se para o foco da briga. A música até parou de tocar. Cebola olhou, com cara de tonto, para Mônica.

– O que está acontecendo? – perguntou ele, zonzo. – Mô, não é nada disso o que você está pensando.

– Mô, a história é essa: o Cebola estava todo alegrinho aqui na balada e, de repente, me agarrou. – Carmem olhou para Mônica com um olhar de falsa indignação.

Voltando um pouco ao normal, ele tentou se defender:

– Não, Mô. Não acredita nela. Eu...

Mas a mão de Mônica já estava voando na cara dele.

– SEU DESGRAÇADO! NUNCA MAIS ME DIRIJA A PALAVRA!

E, chorando, ela saiu correndo. Carmem a olhava, escondendo o riso. Asgarotas tentaram ir atrás de Mônica, mas não conseguiram alcançá-la.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Façam review. Não gostaram? Façam review. O importante é mostrar a opinião =D
.
@leocancellier



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cotidiano" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.