Magali já estava com cinco meses de gravidez. Quando foi fazer o ultrassom, não quis saber o sexo do bebê.

            - Serei feliz se for menina ou menino. – disse Magali, certo dia, para um Cascão super ansioso, que queria saber o sexo do bebê. – Se você quiser descobrir, fala com o médico. Só não estrague a minha surpresa, Cas. – terminou, dando-lhe um beijo.

            O seu celular tocou.

            - Alô. Oi Mô. – pausa... – O quê? Sim, nós estamos indo para aí. – e, virando-se para Cascão, disse – Cas, pega as chaves do seu carro. Vamos até a casa da Mônica. Ela precisa nos contar algo.

             Sem falar mais nada, Cascão e Magali entraram no jipe dele e foram até a casa de Mônica (antes, eles dividiam a casa com eles, mas, depois que casaram, compraram uma casa perto da antiga). Quando chegaram lá, encontraram Mônica no portão, com a barriga à mostra e indicando, com os dedos, o número quatro. Magali demorou um pouco para entender. Cascão, que já entendera, foi abraçar Mônica.

            - Mô, meus parabéns! Cadê o Richard? – perguntou Cascão.

            - Está lá dentro. Ainda não caiu a sua ficha. – respondeu Mônica, rindo.

            - Mô, o que aconteceu? – perguntou Magali. – Ainda não pesquei as informações.

            - Magá. Eu estou grávida de quatro meses.

            Magali a abraçou, surpresa.

            - Como você não percebeu antes? – quis saber Magali.

            - Eu já sabia, mas não queria contar para ninguém, entende? Desde a última vez... Já faz muito tempo e eu não queria causar uma alegria precoce, para depois ela acabar diante de uma tragédia...

            - Cala a boca, Mô! Isso não vai acontecer. Você não é mais uma líder de torcida, lembra?

            - É verdade. Nada pode me acontecer.

            - Você e o Richard vão ser muito felizes. Falando nele, como reagiu? – perguntou Magali.

            - Quase caiu no chão de felicidade. Ai que fofo, Magá! Vamos ter os nossos filhos quase juntas. Acho que com um mês de diferença, mais ou menos. - as duas se abraçaram. – e o Rich falou que, quando casarmos, em agosto, a gente vai ver algumas casas para comprarmos.

            - Vai ser estranho sair daqui, não? Para mim foi. – Magá lançou um olhar saudosista para a casa.

            - É, vai mesmo. Afinal... Opa! Os rapazes estão conversando. Vamos ouvir atrás da porta.

            Passaram pela sala e acenaram para Cascão e para Richard. Foram até a cozinha, fecharam a porta de lá e pegaram copos. Colocaram-nos na porta, para ouvir. De dentro do copo, saiam as vozes de Cascão e Richard, que estavam muito baixinhas.

            - Mas a Magali não quer saber o sexo do bebê de vocês? – perguntou Richard.

            - Não. Isso é f... Muito ruim. Ela disse que, seu eu quiser, posso saber, mas não posso contar para ela. A Magá disse que quer surpresa. Só que ela não sabe que eu já sei o sexo do bebê.

            - E qual é? – quis saber Richard.

            - É um menino. Tomara que seja um bom jogador de futebol como o pai. – disse Cascão, rindo.

            - Cara. Bacana. Um garoto. A médica disse para mim e para a Mônica que, no próximo ultrassom já dará para saber o sexo do nosso filho. E a própria Mônica disse que quer saber na hora.

            Magali tirou o copo da porta. Não queria mais ouvir. Pedira para o Cascão não estragar a surpresa. Mônica não sabia o que dizer.

            - Eu sei que ele se esforçou para me esconder essa notícia. – disse Magali. De repente, abriu um sorriso. – Um menino, Mô. Eu vou ter um garotinho!

            Mônica abraçou Magali.

            - Que fofo! E vocês já têm um nome na cabeça? – perguntou Mônica.

            - Já. Eu e o Cas ficávamos pensando em nomes. Se fosse menina iria se chamar Isabella. Se fosse um garoto, nós iríamos chamá-lo de Edward. Mas como é um nome muito antigo, pensamos em Charlie.

            - Não me diga que...

            - Sim. Eu e o Cas adoramos a saga “Tuailáiti”. – riu-se Magali.

            Mônica riu também. Magali abriu a porta da cozinha e foi abraçar Cascão. Beijava-o.

            - Ai, Cas. Eu não pude deixar de ouvir. Vamos ter um menino! O nosso Charlie!

            - É Magá. Eu não queria estragar a surpresa...

            - Mas pelo menos você tentou. Estou orgulhosa de você.

            Mônica abraçava Richard. Aquela cena era muito fofa.

            - Agora só falta nós sabermos o sexo do nosso. – disse Mônica.

            - É. Só falta isso. Já pensou em nomes? – perguntou Richard.

            - Não. Temos muito tempo para isso, mas já tem uma idéia? – quis saber Mônica.

            - Não. E você?

            - Também não.

            - É como você disse, Mô. Ainda temos muito tempo para isso.