Cotidiano escrita por Léo Cancellier


Capítulo 17
Formatura




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Mônica estava desesperada, pois não achara um vestido para a formatura. “Mas quem manda um convite para uma formatura um dia antes de acontecer?”, pensou ela. Pelo menos não estava sozinha nesse drama. Magali também não achara um para ela. E como a noite anterior fora mágica, a lembrança só voltou a aterrorizá-las na hora do almoço, no dia da formatura.

- Ai, Mô! O que faremos? – perguntou Magali.

- Magá! Já sei! – Mônica deu um tapa na mesa de repente. - Eu vou usar o ultimo vestido que a Luiza fez para mim.

- Então eu farei isso também. – disse Magali.

- Mulheres. – sussurrou Cascão para Richard, que riu.

- Para vocês homens é fácil falar. É só colocarem uma camisa e uma calça social e pronto. Nós precisamos ir ao cabeleireiro, na manicure, etc. – disse Mônica.

De repente, o seu celular tocou. Mônica comeu os restos do almoço e foi atender. Era Luiza.

- Mô. Conseguiu achar um vestido aí para ir à formatura da Ale? – perguntou a voz de Luiza.

- Não. Nem eu nem a Magali. Nós iremos com o último vestido que você fez para nós.

- O QUÊ?!?!?!?!?!?!?! O QUE EU FALEI SOBRE USAR VESTIDOS IGUAIS?!?!?!?!?!? UMA OU DUAS VEZES NO MÁXIMO!! ESTOURANDO, PODE USAR UMA TERCEIRA VEZ!! – berrou Luiza. Mônica afastou o celular do ouvido. – Eu estou chegando hoje com as meninas e, como eu sabia que vocês não iriam achar um vestido tão bom, fiz dois modelos para vocês.

- Convenciiiida. – disse Mônica, rindo.

Luiza riu e desligou.

- Ai. Essa Luiza é tão exagerada! – disse Mônica, rindo.

Quando Luiza chegou, com as meninas, mostrou dois vestidos para Mônica e para Magali. O de Mônica era azul-turquesa, com pedras da mesma cor cintilando no vestido. O de Magali era roxo, com ametistas na barra e nas alças do vestido.

- Não disse que traria dois vestidos para vocês? – gabou-se Luiza.

- Claro. E você salvou a nossa vida. – disse Mônica.

Chegaram ao ginásio da faculdade e sentaram-se em seus lugares. De lá, viram Ale, que parecia um pouco nervosa. Acenaram para ela, que retribuiu o aceno. Começaram a chamar os nomes dos formandos. Quando chegou a vez de Ale, ela estava tão nervosa, que tropeçou e quase caiu. Ao receber o seu canudo, vazou dali rapidinho.

Depois, anunciaram que a festa seria no dance-club do pai de Fontes (a idéia fora do próprio Fontes). Quando chegaram lá, Ale tirou a roupa de formatura e revelou um vestido verde-água, que não precisava de pedras para brilhar. Luiza estava com água nos olhos.

- Gostou, Ale? – perguntou Luiza.

- Adorei. Que bom que você mandou esse vestido para mim. Eu enviei os convites á séculos. – disse Ale.

- Estranho. – falou Mônica. – O meu e o do Drew só chegaram ontem.

- É que eu não me lembrava do seu endereço da casa, então eu mandei para o consultório. Só que eu não sabia se coloquei o endereço certo. – disse Ale, rindo.

            - Bom, o carteiro parecia muito confuso. – disse Drew.

            - Ai, gente. Já passou. Vamos para a festa. – Denise interrompeu a conversa.

            - É. Vamos. – disse Cebola.

            Eles entraram na limusine, que ficou um pouco apertada, afinal, lá estavam Mônica, Richard, Magali, Cascão, Denise, Cebola, Luiza, Drew, Amber, Fontes, Ale e Claire, com o seu namorado francês, que só falava um pouco do inglês.

            A festa fora muito bacana. Só terminou quando o sol estava nascendo. Aliás, a turma assistiu ao nascer do sol, sentados no deck do dance-club.

           

            No dia seguinte à festa, Mônica acordara com o barulho da campainha. O carteiro não parava de tocá-la.

            Mônica levantou-se furiosa. Como ele ousara acordá-la? Olhou para o relógio. Eram onze da manhã. “Como ele se atreveu a me acordar às 11 da madrugada?” pensou, ainda com sono, Mônica.

            Abriu a porta e foi até o portão. O carteiro entregou a carta para ela, que o fuzilou com os olhos. Voltando para dentro da casa, Mônica abriu o envelope e tirou uma folha de dentro dele. Era um convite.

            - “Campeonato de karatê hoje, às 19h. Compareça.” – leu Mônica. E reparou que tinha algo escrito à mão. – “Professora Mônica. Venha se puder. Robert.” Ah, é do Robert. Vou ter que ir.

            Quando era 18:30, ela avisou a Richard que iria ao campeonato. Ele resolveu ir junto. “Que bom!”, comemorou Mônica, mentalmente.

            Para a sua surpresa, o ginásio onde seria o campeonato estava lotado.

- ROBERT!! ROBERT!! – gritavam.

- Caramba. Ele é muito famoso para um garoto de 14 anos. – comentou Mônica.

- Você está brincado? Não conhece o Robert? – perguntou Richard, com cara de impressionado. – Ele é uma lenda. O mais jovem lutador de karatê a participar das Olimpíadas. Você não o conhece?

- Claro que o conheço. Eu ajudei o instrutor de karatê dele, há uns cinco anos. Eu sabia que o Robert era bom, mas nem tanto.

- Você tá brincando comigo? – bufou Richard. – Ele é o melhor! Ganhou uma medalha de ouro na última Olimpíada!

- Rich! – disse Mônica, rindo. – Você está parecendo aqueles adolescentes super fanáticos por bandas. Pega leve.

Richard não tinha reparado que estava exagerando na emoção. Ambos se dirigiram aos seus lugares. Richard, embora não demonstrasse, estava eufórico.

As lutas começaram. Quando chegou a vez de Robert, Richard não se segurou e berrou, junto com várias pessoas.

- ROBERT!!! ROBERT!!! – todos gritavam.

Cada vez que Robert lutava, o estádio estremecia. Quando chegou à luta final, as unhas de Richard já estavam todas roídas. Mônica tinha que admitir que o garoto era bom, pois já estava terminando de roer as unhas da mão esquerda. Quem diria que aquele garotinho que zoava com ela em todos os treinos (Mônica ficara quase um ano ajudando o instrutor e até tivera aulas particulares para poder ensinar melhor os alunos) iria se tornar um campeão olímpico aos 14 anos? “Ele é muito bom!” pensou Mônica.

O final do torneio fora algo que todos já esperavam: Robert vencera todas as lutas em que participara e ganhara a medalha de ouro. Mônica foi parabenizar o seu “ex-aluno” de karatê e todos ficaram interessados, ainda mais depois que descobriram que ela era a famosa psicóloga das celebridades. Depois de conseguirem se safar das câmeras, Richard e Mônica foram falar com Robert, que recebeu ambos com muito carinho.

- Professora. Você veio! – disse Robert.

- Ah, Robert. Me chama de Mônica. – falou Mônica, rindo.

- E você é o Richard, não é? – perguntou Robert

- Você sabe o meu nome! – os olhos de Richard brilharam.

- Sei. É o namorado da Mônica. – disse Robert, rindo. – Prazer.

- O prazer é meu em conhecer o campeão olímpico mais jovem do século. – disse Richard, meio eufórico. – Pode autografar aqui? – perguntou, dando um bloquinho de folhas e uma caneta para ele.

Robert se surpreendeu, mas assinou. Mônica ria.

           

Quando chegaram à casa deles, Cebola e Denise estavam lá, conversando com Cascão e Magali. Richard estava todo agitado, exibindo o autógrafo para Cebola e Cascão, que ficaram de boca aberta.

- Nem parecem que eles têm 25 anos. – comentou Mônica com Denise e Magali.

- Tá provado que os homens amadurecem mais devagar que as mulheres. – disse Denise.

- Nem me fale. Babar por um autógrafo de um garoto de 14 anos. – resmungou Magali.

As três caíram na gargalhada.

- Mas o garoto realmente é bom. E olha que eu fiquei um ano ajudando o instrutor dele lá em uma academia que o garoto praticava karatê. – disse Mônica. – Ele não perdeu nenhuma luta. Eu só não sabia que ele era o mais jovem lutador de karatê do século.

- Ai, que fofo! – comentou Denise. – Eu deveria também ser famosa. A primeira garota a usar gírias na história.

As três riram.

- Sério. A minha mãe disse que as minhas primeiras palavras foram: “Estou pronta para divar”.

E continuaram rindo.

Uma semana depois, Mônica deu uma passadinha no consultório de Magali e se assustou ao ver Ale lá.

- Ale. O que faz aqui? – perguntou.

- Estou ajudando a Magali. Nós dividimos as despesas, que nem você com o Drew. – explicou Ale.

- Bacana. A Magali tá por aí? – Mônica quis saber.

- Ela deu uma saidinha. Disse que estava indo resolver uns assuntos do seu casamento e deixou esse recado para você. – disse Ale, entregando um bilhete para Mônica.

- Valeu, Ale. – agradeceu Mônica.

Saindo do consultório, Mônica entrou no seu conversível vermelho (ela trocou a cor do carro, mas ele era o mesmo, com as letras MS pretas, brilhando sobre o capô.) e foi até o local indicado no bilhete de Magali. Era a casa de Luiza. Lá estavam Luiza, Amber, Claire e Denise, em volta de Magali, que estava sobre um banquinho, com um pano branco de seda que a cobria quase que completamente. Mônica parou à porta.

- Magá! Esse será o seu vestido? – perguntou Mônica.

- Não. – quem respondeu foi Luiza. – Isso é apenas o começo do vestido da Magali. E depois dela, eu preciso fazer a mesma coisa com você. Tentei ligar ontem, mas você não atendia. O que aconteceu?

- Prefiro não comentar. – riu Mônica. – Mas eu e o Richard ainda nem marcamos a data do casamento. Queríamos que fosse depois do da Magá.

De repente, o seu celular tocou. Ela olhou o identificador de chamadas e atendeu.

- Fala, Rich. Não morre mais. Eu tô aqui com as meninas. – pausa... – O quê? Marcou a data? Quando? Tá ótimo! Dois meses depois do da Magá! Adorei! Beijos. Te amo também.

E desligou o telefone.

- Ele marcou a data! – Mônica estava eufórica.

- E eu não sei, garota? – Terry ria.

 - Todos sabiam, menos eu? Bom, ele disse que será dois meses depois do casamento da Magá. Quando que é o seu casamento mesmo, Magá?

- Dia 26 de Setembro. – respondeu Magali.

- Então o meu será dia 26 de Novembro. – disse Mônica.

- Então isso nos dá tempo para fazer um vestido maravilhoso para você. – disse Amber.

No dia seguinte, todas foram até a florista para conversarem sobre flores (dããã). Magali escolheu flores brancas para enfeitar a igreja e flores vermelhas para o buquê. Depois de um dia cansativo vendo flores, foram resolver o problema da comida. Cascão foi junto para ajudar.

Dois dias depois, os pais de Magali e de Cascão vieram para os EUA. Dona Lurdes e Dona Lili foram ajudar Magali com as provas de vestidos, convites, etc. Seu Antenor e Seu Carlito foram ajudar o Cascão com a parte de aluguel de carro, do salão de festas, etc.

O casamento de Magali e Cascão estava se aproximando...


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Façam review. Não gostaram? Façam review. O importante é mostrar a opinião =)
.
E se gostaram dessa, leiam as minhas outras fanfics, garanto que gostarão também. =P



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