Mônica acordou com um beijo no pescoço. Esquecera que não morava mais com as tias, mas sim com Richard, Magali e Cascão. Agora ela estava na universidade, fazendo Psicologia. Ela e Magali. Cascão e Richard estavam fazendo Educação Física. Cebola fazia Educação Física também, mas morava com Denise, que estava fazendo Moda. Luiza, Amber e Claire tinham ido morar juntas. Também faziam Moda. Amber e Claire tinham terminado com os seus namorados, por causa da distância. Luiza, ao contrário, estava cada vez mais apaixonada por Drew, que também fazia Psicologia e morava com elas.

            Confuso? Um pouco. Mas voltemos ao beijo que acordou Mônica.

            Ela sentiu um arrepio quando recebeu o beijo.

            - Feliz aniversário. – sussurrou uma voz familiar no seu ouvido.

            Mônica abriu os olhos e os esfregou com as mãos.

            - Richard? Nossa. Nem me lembrava que hoje era o meu aniversário. Valeu.

            Ela deu um beijinho nele. Richard logo passou um pacote para ela. Mônica começou a abrir, lentamente. Quando terminou, viu que era um porta-retratos eletrônico.

            - Que bacana! – exclamou. – E como funciona?

            - É simples. Você pega o seu Pen Drive com as suas fotos ou músicas favoritas, coloca na entrada USB que tem aqui na lateral e depois é só curtir as suas fotos e ouvir as suas músicas favoritas.

            - Ai que chique, Rich! Valeu. Vou mostrar para a Magali.

            Ela saiu do quarto, indo em direção à porta do quarto de Magali. Bateu e não ouviu resposta. Bateu de novo. Nada.

            - Ué? Que estranho. Será que ela saiu?

            De repente, ouviu um barulho saindo do quarto do Cascão, que ficava do lado do quarto do Richard. Sim, cada um dormia em um quarto.

            - Ops. Acho melhor não interromper.

            Quando ia se virar para sair, a porta do quarto do Cascão abriu-se. Ele e Magali saíram, segurando um embrulho muito grande.

            - Feliz Aniversário, Mô. – disseram ao mesmo tempo.

            - Peraí? Então o barulho que eu ouvi no quarto era... Ah, esquece. Pensei bobagem. Bom, mudando de assunto... O que é? – perguntou, muito curiosa.

            - Abre. – disse Magali.

            Quando Mônica abriu, ficou impressionada.

            - Magali! Cascão. Como vocês fizeram isso?

            - Você gostou? – perguntou Cascão.

            - Se eu gostei? Eu AMEI!

            E tirou o presente do embrulho. Era um quadro com toda a Nova Turma. Ela via a si mesma, Richard, Cascão, Magali, Cebola, Denise, Luiza, Drew, Amber, Claire, os garotos do time de futebol de Skrof High School e as líderes de torcida da época em que ela estudava lá. Era lindo. Trazia-lhe tantas lembranças. Ela abraçou o quadro e começou a chorar de felicidade. Richard, Cascão e Magali a abraçaram.

            - Nós fizemos um pouco depois da formatura, mas estávamos esperando você completar 20 anos para lhe entregar. – explicou Magali.

            Ela retribuiu os abraços.

            - Adorei. Valeu, galera.

            - Ei, Mô. Vamos tomar café. – disse Richard.

            - Boa. Estou com fome mesmo.

            Quando desceram, outra surpresa: Cebola, Denise, Luiza, Amber, Claire e Drew estavam lá, todos em volta de um bolo de aniversário.

            “Happy Birthday To You! Happy Birthday To You! Happy Birthday, Dear Mônica! Happy Birthday To You!”

            Entre os rostos, ela reconheceu alguém que não via há muito tempo: a sua prima Mari, que morava no Bairro do Limoeiro.

            - Mari!! Há quanto tempo!! O que faz aqui nos EUA? – perguntou Mônica, abraçando-a.

            - Eu vim para cá fazer um curso de informática, no ano passado. Mas não consegui te encontrar. Só depois que eu falei com a sua mãe por telefone e ela passou esse seu endereço.

            - Que surpresa linda! – exclamou Mônica, apagando as velas e cortando o bolo. – Gente, o primeiro pedaço eu vou ter que dividir em muitas partes, para poder dar para todos aqui. Então, já que não tem como fazer isso, podem atacar!

            E, pegando o seu pedaço, foi conversar com Mari.

            - E aí? Quais são as novidades? – quis saber Mônica.

            - Sabe que não tem nenhuma? Nada de interessante, fora que agora o Bairro do Limoeiro está muito menos animado. Quase todos vieram para cá. E as crianças de hoje em dia só querem ficar trancadas em casa. Não saem para brincar.

            - Realmente, isso é muito triste. Quando eu tiver o meu filho, vou fazer questão de que ele sai para tomar um sol. – disse Mônica. As duas riram.

            - Ah, eu me esqueci. Feliz aniversário. – Mari entregou um pacotinho para Mônica. – Para você e para o seu gato.

            Era uma correntinha com um pingente em forma de coração, que se abria e dava para colocar duas fotos 3X4.

            - Amei, prima! Valeu.

            E a abraçou. A mini-festa estava bombando. Também apareceram alguns colegas da universidade.

Mônica acordou tarde no dia seguinte. Não havia dormido bem. Tivera pesadelos em que o Poeira Feia (“é Poeira Negra, pô”) a enforcava com uma corda, que depois virava uma cobra, que começava a engolir Mônica, que dentro da cobra descobriu o Mundo Mágico do Sr. Marshmallow e da Srta. Borboleta Vesga. Acordou assustada.

- A Borboleta Vesga!!!!! – ela gritou, mas percebeu que estava em seu quarto, segura.

            Lembrara que a sua colega viria pegar uns livros de psicologia com Mônica, pois estava apenas começando a estudar Psicologia. Ale (como Mônica a chamava), apareceu depois do almoço. Era domingo e Mônica sempre almoçava um pouco mais tarde nesse dia.

            - Oi Mônica. Feliz aniversário. Desculpe não ter vindo à festa surpresa, mas você sabe como é o primeiro ano na universidade. – disse Ale.

            - Não tem importância. Eu sei como é difícil o primeiro ano. Quer almoçar? – convidou Mônica.

            - Não, não. Eu apenas vim pegar o livro.

            Mônica, que já havia separado os livros, os entregou para Ale.

            - Opa. Valeu, Mô. Quando eu terminar de usá-lo, te devolvo. Até outro dia.

            - Ok. Até. – Ale deu um beijo no rosto de Mônica e foi embora.