Cotidiano escrita por Léo Cancellier
Mônica estava assistindo um filme com Cebola. Só queria curtir seu namorado. Nem ligava para o filme. Era o quê? Um terror? Um musical? Não importava. Ela estava com a pessoa mais importante da sua vida ali na sua frente. Nem se tocou quando Cebola disse que já havia acabado o filme.
– Nossa. Esse filme é muito... Legal, Cebola.
– Ah, corta essa, Mônica. Eu sei que você estava olhando pra mim e nem estava pensando no filme. – e deu uma almofadada nela.
– Ai, seu convencido.
Ela tirou a almofada das mãos dele e começou a dar-lhe almofadadas. Eles começaram uma guerra de almofadas.
– Olha lá, Cebola! – Mônica apontou para a janela.
– O quê? – distraído, Cebola olhou para o lugar que Mônica apontava.
– Isso! – Mônica aproveitara o lapso de atenção de Cebola e tacara uma almofada na cara dele.
– Ei, não vale assim.
Mônica começou a rir. Dessa vez foi Cebola quem se aproveitou do momento de distração de Mônica e revidou a almofadada.
– Ei! Copiando as minhas táticas, não é? – Mônica riu.
– Copiando, não. Apenas me inspirando. – Cebola tentou argumentar.
Mônica ia dar outra almofadada nele, mas Cebola a puxou pela cintura, tirou a almofada da mão dela e a beijou. Ele ligou o rádio. Estava tocando a, como dizia a Mônica, “Nossa Música”.
Eles começaram a dançar e deram mais um beijo. A campainha tocou. Cebola foi atender. Eram Magali e Cascão, ambos chorando.
– Magá, o que aconteceu? – perguntou Mônica.
– É o Quim. Ele está muito estranho. Hoje, me ligou dizendo que queria terminar comigo.
E caiu em um choro convulsivo. Mônica a abraçou, tranqüilizando-a. Cebola virou-se para Cascão.
– Cara, por que você está chorando?
– É que a Cascuda vai embora e eu fui terminar com ela.
– Mas se você foi, por que está chorando?
– Porque, apesar de amá-la, eu achei que era melhor. Só que nunca pensei que iria sensibilizá-la tanto. Cara, eu sou um monstro.
Cascão enfiou o rosto nas mãos, chorando e se jogou no sofá. Cebola sentou-se ao seu lado e deu tapinhas nas suas costas, tentando consolá-lo.
– Você não é um monstro, cara. Mas, por que você terminou com ela?
– Porque eu tô afim de outra.
– E quem é?
– Não posso falar.
Cebola se levantou bruscamente e começou a andar pela sala, dizendo, com ironia:
– Ah, claro. Assim fica muito fácil de saber se ela gosta de você. Por que não conta?
– Agora não posso. – respondeu Cascão.
Mônica e Magali, que parara de chorar, estavam prestando atenção.
– Conta aí, Cascão – insistiu Mônica.
– Não posso. Parem de me encher!
Cascão levantou-se, irritado, e saiu.
– Afe, foi só um pedido. – disse Mônica.
– Nem dá bola, Mô. O Cas é esquisito mesmo. – riu-se Magali.
– Aê, Magá. Viu como é fácil se esquecer de algo triste? – comemorou Mônica.
– É. E eu percebi que não vale a pena choramingar pelo passado. Ainda mais agora, que eu acho que estou gostando de outro.
Cascão corria pelo parque. Queria chegar até a sua casa. Quando via algum obstáculo, usava a sua incrível habilidade em Le Parkour para desviar deles.
Quando chegou a sua casa, foi até seu quarto e sentou-se na cama. Ligou o som e se jogou na cama. Estava tocando uma música que fez a raiva passar e fez ele sentir-se inspirado. Como iria se declarar para a sua amiga de infância? Será que estava confundindo as coisas? Será que estava realmente apaixonado pela menina, que antigamente devorava tudo o que via pela frente? Pegou o seu celular e ligou para Cebola.
– Cara, as meninas ainda estão aí? – perguntou.
– Não. Já foram. – disse a voz do Cebola. – Por quê?
– Tem como você dar uma passada aqui?
– Claro.
Cascão desligou o celular e aumentou o som. Estava envolvido pela música. Adorava ela. I Want To Hold You Hand...
A campainha tocou. Era o Cebola. Cascão desceu e atendeu a porta. Os dois foram para o quarto de Cascão.
– Cara, eu não podia falar quem era a pessoa que eu tava afim lá porque ela estava presente.
– Cara, se for a Mônica... – disse Cebola, erguendo os punhos.
– Não. É a Magá. – Cascão disse rapidamente.
– Caramba! A Magali? – e, de repente, Cebola começou a rir. – Legal, agora somos uma dupla de casais. Eu e a Mô, você e a Magá.
– Mas eu não sei se ela gosta de mim.
– Você nunca irá saber se não tentar falar com ela.
– F-falar? Como assim? Do nada?
– É. Só assim mesmo para saber. – disse Cebola, cruzando os braços.
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Enquanto isso, na casa da Mônica...
Magali estava conversando com Mônica sobre garotos.
– Mô, agora que eu larguei o Quim, eu estou apaixonada por outro garoto.
– Mas... Já? Assim tão rápido? Quem é.
Sem rodeios, Magali respondeu:
– É o Cas.
Mônica, que estava tomando um refresco, deixou o copo cair. Como não era de vidro, não quebrou, mas fez um barulhão. Mônica saiu correndo para pegar um pano. Quando voltou, começou a limpar o chão. Enquanto limpava, continuou a conversa com Magali.
– Sério, Magá? Mas que fofo. E você já falou com ele?
– Não.
– E o que está esperando? A vaca tossir em alemão?
– É que... É que...
– É que o quê? Você tem medo de dizer para ele? O máximo que pode acontecer é ele dizer não.
Magali sorriu para a amiga. Era a motivação que faltava. Sacou o seu celular e ligou para Cascão.
Na casa de Cascão... Ele olhou para o número no identificador e viu que era Magali.
– Ih Careca. É ela! O que eu faço? – ele estava com uma mistura de euforia e ansiedade.
– Atende logo! – ordenou Cebola.
Cascão atendeu o celular.
– Falaí, Magá. Quê que mandas?
– Cas, eu preciso falar com você. – disse a voz de Magali.
– Beleza. Quando?
– Quando der.
– Que tal hoje à tarde, na pracinha?
– Fechado.
Cascão desligou o celular. Estava quase dando pulos de alegria. Coincidência ou não, simplesmente aconteceu. Os dois estavam apaixonados um pelo outro, mas ainda não sabiam.
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@leocancellier