- Tire as patas dele. – Falou uma voz autoritária, alta, com classe, feminina.

Kim seguiu a voz e encontrou sua dona. Soltou Sasuke o qual caiu de joelhos no chão, com a cabeça abaixada.

- Haha, veio proteger o namoradinho. – Kim falou com desdém. – Estou curiosa para saber o que uma estúpida princesinha como você vai poder fazer contra mim. – Desdenhou, se referindo as vestes sociais de Sakura.

- Garanto que não vai gostar muito. – Falou Sakura, se colocando em posição de luta. Suas roupas atrapalhariam muito o seu rendimento na luta, porém não era isso que a faria desistir.

Pondo fim no pequeno diálogo, Kim fez uns selos com as mãos, e saltou para traz, ficando oculta pelas arvores. Uma densa neve apareceu, dificultando a visão de Sakura, a mesma concentrou-se para encontrar o chakra da adversária, uma grande habilidade sua era encontrar pessoas facilmente pelo chakra, onde poderia ataca-la de surpresa.

Andou alguns passos para frente calmamente concentrada, sabia que Kim estava procurando uma brecha para atacar, e não deixaria isso acontecer, pois a atacaria primeiro. Acumulou uma grande quantidade de chakra nas mãos, e socou uma arvore um pouco à frente, acertando Kim que estava atrás desta. A mesma voou para trás em grande velocidade, destruindo algumas arvores, mudando o relevo do local drasticamente. Parou com o impacto de seu corpo contra uma arvore a qual fez um grande buraco.

Estava acabada, morta provavelmente. Quando um “pow” e a mesma se transformou em um tronco.

“Kawamari, como fui pega por um jutsu tão simples como esse?” Sakura perguntou-se, assustada, e abalada pela incompetência. Sentiu uma ardência no calcanhar, olhou para o chão rapidamente, e viu que o mesmo estava preso por duas cordas praticamente invisíveis de chakra. Virou-se seguindo as cordas e encontrou a verdadeira Kim um pouco mais a frente, com um sorriso dissimulado no rosto.

- Hum, você é forte, nem imagino o que sobraria de mim, se você estivesse acertado aquele soco. – Revirou os olhos. – Mas...Agora é o seu fim. – Deu um passo para frente. – Pensando bem, não era de se esperar mais de alguém como você. – Fixou os olhos em Sakura. – Ah, antes de morrer devo te contar uma coisa, sobre o porque estou aqui.

Sakura sentia a ardência em seu tornozelo, porém prestou atenção no que a adversária falava.

- Há algumas semanas atrás, uma pessoa muito querida para mim, foi morta.

Ele era uma pessoa muito importante para mim, desde o dia em que me salvara.

Aquela fora a pior noite da minha vida. Os gritos de horror ecoavam em minha mente, como o pior dos pesadelos. Aquela guerra, o sangue, as mortes, não paravam, eu ali a pobre menina de apenas dez anos assistindo aquele filme de terror, o pior deles.

Minha família foi mutilada por ninjas. O motivo? O mesmo de sempre, a ganância do homem pelo poder, quem matasse mais ganharia. Como um jogo de comédia para eles, e um de terror para nós, as vitimas de suas ambições.

Sempre admirei muito os ninjas, achava-os extremamente excepcionais. Eu inocente como era, não conhecia as coisas monstruosas que os mesmos poderiam fazer.

O vilarejo em que eu e os meus pais morávamos foi atacado. Era uma noite chuvosa, feia, a pior noite da minha vida.

Não demorou muito e invadiram a minha casa, meu pai, rapidamente foi morto sem o menor pudor. Minha mãe me colocou para fora de casa, por uma pequena porta escondida que daria diretamente na floresta, onde os intrusos não estavam. Felizmente eu por ser pequena consegui fugir. Naquela época eu não entendia o que estava acontecendo. Simplesmente fugi, sai correndo floresta adentro. Obedecendo a minha mãe. Achava que era uma das brincadeiras que ela costumava fazer. Cheguei em um riacho, me escondi em um canto onde as pedras me escondiam. E fiquei ali esperando minha mãe chegar.

Mas ela não chegou. Ela nunca voltou. Porque ela tinha sido morta, assim como o meu pai. Fiquei sozinha, me sustentei algumas semanas pela pena dos outros. Alguém que cedia um prato de comida para a pobre menininha perdida. 

Certa vez, eu estava andando na rua sozinha, a procura de algum lugar para passar a noite. E um cara andava em minha direção.

- o que uma menininha tão lindinha como você esta fazendo aqui? – Ele perguntou, em uma voz maliciosa. Eu inocente não percebi isso.

- Não tenho a onde ir.

- Oh, então esta perdida. – Fez uma pausa. Olhou para os lados, percebeu que estavam os dois sozinhos. – Venha, vou te mostrar uma coisa bem legal.

Sorri, e inocentemente o segui. Talvez com a esperança de receber um prato de comida, afinal eu estava faminta. Ou quem sabe eu ganharia uma família.

Chegamos um uma rua sem saída pouco iluminada. Ele me puxou para o final da mesma. Chegamos e eu perguntei.

- O que é bem legal?

- Calma, você vai gostar. – Ele segurou os meus pulsos gentilmente e me empurrou contra a parede. Infelizmente eu aos dez anos, já tinha um corpo bem desenvolvido, o qual chamava atenção de alguns tarados. O que era o caso.

Ele me imprensou na parede, e começou a me beijar.  Claro naquela época eu nem sabia o que era aquilo. Então me deixava levar pelo o que estava sentindo. O que naquele momento era muito bom.

Porém as coisas começaram a mudar. Ele estava começando a me machucar, então eu gritei. Gritei com todas as minhas forças. Mas é claro ninguém me ouviu. E aconteceu naquela noite. Eu fui violentada. Sem o menor cuidado. Como sempre, eu sozinha no mundo, onde tudo de ruim aconteceu comigo.

O homem ao terminar o seu ato desprezível, me deixou lá no chão daquele corredor escuro sozinha, imunda. Não conseguia me mexer, agir, fazer nada.

Até que o meu anjo da guarda apareceu. Ele me salvou, ele cuidou de mim. Foi a minha família. Shion era seu nome. O cara que me salvou. Ele me acolheu em sua casa, me deu do melhor que podia. Os anos foram se passando, eu sempre eternamente grata a ele.

Quando as coisas mudaram, ele começou a me tratar de modo diferente. Estava tendo desmaios constantes, estava começando a ter crises de loucura. Eu não entendia o que estava acontecendo. Um dia eu sentei com ele e perguntei. Ele apenas falou que fora atingido por um jutsu, mas logo ficaria bem.

Não foi o que aconteceu, a cada dia que passava ele ficava pior. Semana passada eu o segui em uma missão.

E ele encontrou vocês, ninjas de Konoha. Ele não estava bem eu sabia, pois não lutava como costumava ser. Apenas lançou um jutsu que não foi de nenhum efeito, e morreu com um misero golpe. Fugi, desesperada, amargada, por ter perdido a única pessoa que eu tinha, eu não pude o proteger. Então eu voltei.

- Durante essa semana eu estive observando aquele que o matou. UCHIHA SASUKE. Encontrei aportunidades, para acabar com sua vida no decorrer da semana porém não consegui. – Ela olhou com uma cara raivosa para Sakura. – Então os meus planos mudaram. Como não posso o matar. Eu vou matar alguém importante para ele. Assim como ele matou quem era importante para mim. Vou faze-lo sentir o que eu senti. E hoje eu encontrei a pessoa perfeita. – Olhou-a com desgosto. – A famosa kunoishi Haruno Sakura, sei que vocês dois tem algo, por sorte, não precisei ir até você.

Sakura engoliu em seco. O que Kim queria dizer? Ela fora o alvo, desde o inicio?

- haha, engraçado, imaginei que se eu atacasse o seu queridinho perto da vila, alguém o iria vir ajudar.

- Mas poderia ter sido qualquer outra pessoa. – Sakura falou pela primeira vez, desde que fora presa.

- Poderia... – Kim desdenhou. – Mas não foi. – Sorriu satisfeita. – Eu sabia que seria você, afinal quando se ama, um sente quando o outro esta em perigo.

Sakura ficou sem fala, discretamente acumulava chakra em uma das mãos, enquanto Kim estava distraída.

- Então o meu plano deu certo. Até melhor do que o esperado. – Sorriu maliciosa. – Pena que você não chegou um pouquinho antes, para saber o que aconteceu entre eu e o seu namoradinho.

A rosada arregalou os olhos diante dessa insinuação, aquilo não podia ser verdade.

- M-mas como? – Perguntou incrédula. – Sasuke-kun, não é o seu alvo?

- Sim, ele é. Porém, nada me impede de aproveitar um pouco aquele corpo. – Fez uma pausa. – Quem sabe, depois que eu te matar, eu não posso consola-lo. – Passou as mãos pelo próprio corpo. – Tenho os dotes necessários para isso. E tenho certeza que ele vai querer o segundo round.

Sakura se sentiu enjoada com aquelas insinuações. Não podia acreditar que Sasuke fora capaz de fazer alguma coisa com aquela mulher. Ao perceber que o chakra que acumulava em sua mãos estava prontos. Mecheu-a em direção a Kim, porém antes que pudesse se movimentar sentiu um soco no rosto, o qual não pode se defender.

- Nunca me distraio. Desde o inicio eu vi você acumulando esse chakra. Inútil. – Sorriu convencida. – Bom, acho que chega de conversas, não tenho mas nada para falar com você.

Fez um selos rapidamente com a mão, a qual apareceu uma bola fogo. – MORRA! – Jogou-a contra Sakura.

 A bola ao se chocar contra o corpo estourou. Fazendo sair muita fumaça, e um barulho razoável, mais inaudível para as pessoas da vila. Depois de um tempo a fumaça de dissipou, Kim deu passos confiantes em direção ao local da pequena explosão.

- Tsc tsc, você é muito idiota, se acha que vai me matar com esse jutsu ridículo. – Ouviu uma voz confiante. Olhou em direção a voz e encontrou Sakura. O rosto um pouco arranhado, porém a roupa impecável.

-M-mas c-como? – Perguntou confusa.

Sakura se aproximou, parou diante dela, cara a cara. Colocou a mão no ombro da adversária, e sussurrou.

- Nunca me subestime. – Encostou a mão com um chakra acumulado no pescoço de Kim, e a mesma caiu inconsciente no chão. Fitou a rosto da mulher caída no chão. – Afinal, Sasuke-kun não é meu namorado. - Riu de lado. Voltou a procura de Sasuke.