Freed corria desesperado em direção da caverna nas montanhas onde seu filho devia estar à velocidade foi aumentando com o passar do tempo, algo lhe dizia que seu filho não estava bem, já estava perto da caverna, mas foi então que o esverdeado viu uma cena que não lhe agradou em nada.

Pov Freed

Caída ao lado da arvore estava Charles, meu coração falhou ao ver o estado deplorável da gatinha a minha frente fui até ela e a peguei, a gata estava desacordada, mas ainda estava vivam letamente ela foi abrindo os olhos, quando estes se focaram em mim logo marejaram.

– Desculpa Freed, mas eu não pude fazer nada - falou a gata chorosa, eu olhei para ela sem acreditar, somado a suas palavras e ao fato da gata estar sozinha era mais do que certo que tinham levado seu filho - Eles foram por ali - à gata falou apontando um caminho à esquerda - Deixe-me aqui e vá atrás dele, eu ficarei bem - ela falou, eu acenei com a cabeça e a deixei encostada a arvore mais próxima.

Sai em disparada, se eu perdesse meu filho tudo estaria acabado, eu prometi a Mira que o traria de volta e vou cumprir, ele é a minha família e eu não deixo ninguém machucar a minha família, com estes pensamentos eu sai em disparada, não demorei á cruzar com os seqüestradores.

– Devolva o meu filho - eu mandei, minha voz estava embargada de raiva e ódio, os dois homens e a mulher deram risadas sarcásticas.

– E por que eu faria isso? - falou a mulher, ela tinha cabelos brancos como os da Mira, olhos negros como carvão e uma expressão fria, seu sorriso sarcástico se destacava no rosto sombrio da garota, já que os lábios da garota tinham uma enorme cicatriz que atravessava o meio de ambos os lábios, tanto o superior quanto o inferior, quando vi a cicatriz me lembrei de quem era à mulher.

Aquela cicatriz e aqueles olhos negros só podiam pertencer a ela, uma mulher que só se importava com o amante que atualmente estava morto, a mulher que há um ano jurara se vingar de mim e da Mira.

– A vingança é tão boa - falou ela sorrindo - Ver esse seu rosto de desespero é o que compensa tudo - ela falava enquanto passava a faca perigosamente perto da garganta do meu filho - Eu ainda me lembro de como doeu aquele dia - falou ela, em seus olhos eu pude ver a insanidade, a verdade era que depois de perder o amor de sua vida ela perdeu toda a sanidade e se encaminhou para o caminho das trevas - Quero que vocês passem a mesma dor que eu passei.

– Chega Lisa - eu me pronunciei, aquela mulher podia fazer qualquer coisa se não fosse parado o mais rápido possível - Isso não vai lhe ajudar a apagar a dor - eu falei, as lagrimas já não eram mais seguradas e meu rosto estava encharcado por elas - Você sabe que ele morreu para nos ajudar, também sabe que ele não iria querer ver você fazendo isso consigo mesma - eu falei, as lagrimas que escorriam por meu rosto eram de dor, medo arrependimento, remorso e a maldita culpa.

Sim, culpa, esse era o sentimento que predominava em meu coração, ver uma pessoa importante da minha vida se jogar nas trevas como Lisa tinha feito era doloroso e saber que era minha a culpa era ainda mais doloroso, quando olhei naqueles olhos negros que já não possuíam brilho algum eu me culpei mais ainda.

Eles já não tinham o brilho que antes era constante, agora só possuíam um vazio que me fazia sentir mais culpa, aquela mulher era uma completamente diferente da qual eu conhecerá, a causa todos da Fairy Tail sabiam.

– Pare, por favor, eu imploro - eu falei cabisbaixo - Tente se lembrar dele Lisa tente se lembrar o que ele fazia com as pessoas que iam para o caminho das trevas, tente se lembrar das ultimas palavras dele - eu falei chorando desesperadamente, vi em seus olhos o fraquejar de seu objetivo, ela se lembrava tão bem quanto eu do dia em que sua vida mudou e a minha também.

– Isso não importa mais, eu não quero saber, ele já não esta mais entre nós, ele não é nada pra mim! - ela exclamou irritada, mas em seus olhos eu vi a mentira, Lisa sabia que jamais poderia mentir para mim, não depois de termos ficado tanto tempo juntos.

– Pare com essa loucura, volte para a guilda, todos ainda te amamos, você é nossa Nakama, por favor, volte - eu supliquei, ela deixou que algumas lágrimas caíssem de seus olhos, ela não esperava que mesmo depois de tantos machucados que elas nos infligiu ainda pudéssemos aceitá-la - Volte para a sua casa.

– Eu não posso - ela falou - EU NÃO POSSO - ela gritou por fim, querendo acreditar em suas próprias palavras, ela passou a chorar em desespero, mas ainda se mantinha firme com a faca perto da garganta do meu filho, quanto mais ela ficava abalada mais fácil seria fazer mudar de idéia, mas também era mais perigoso já que ela estava com meu filho em seus braços, quanto mais instável mais perigosa, lembrei-me do ditado do meu velho amigo.

– Você lembra-se da nossa primeira missão juntos? - eu perguntei para ela, que apenas acenou com a cabeça em sinal positivo - Aquele dia nós prometemos ficar sempre unidos - eu falei - Você não pode descumprir uma promessa dessas.

Flashback on

Enquanto a chuva caia sobre os quatro magos que se encontravam deitados na grama daquela linda campina depois de uma longa missão, eles sorriam como bobos era como se cada um estivesse voltando a serem crianças que se divertiam na chuva de verão, algo que nenhum dos quatro teve a chance de realizar quando pequenos.

– Vamos fazer uma promessa - falou uma das albinas, ela possuía os olhos negros como carvão - Vamos prometer aqui e agora que jamais em nenhuma circunstancia vamos nos separar, não importa se um de nós partir, os outros vão seguir em frente por ele, ouviram? - depois de um longo tempo os outros três se sentaram na relva e olharam para a mais nova do grupo, cada um tinha um sorriso de canto.

– É claro que prometemos, afinal de contas, somos uma família - falou a outra albina que também sorria, ela colocou a mão no centro do circulo que era formado pelos magos - Eu prometo - ela falou sorrindo, em seguida a outra albina colocou a mão sobre a da albina mais velha.

– Eu prometo que de hoje em diante vamos sempre estar juntos - falou o esverdeado que também colocava a mão sobre as das garotas.

E logo a ultima mão estava por cima de todas as outras, as albinas e o esverdeado miraram o jovem de cabelos azuis longos até a cintura de olhos vermelhos e um sorriso carinhoso – Nunca vamos nos separar, pois somos uma família, certo? - ele sorriu para os amigos que retribuíram o sorriso, logo depois a albina mais nova deu um beijo no azulado sem retirar a mão do pequeno monte que se formou ali no meio.

– Certo - ela falou para ele.

Flashback off

A albina me olhou com as lagrimas sem secar, era obvio que ela não queria lembrar-se dos momentos em que passamos juntos, não agora que ela faria algo do qual não iria se orgulhar depois.

– Pare, por favor, não me faça lembrar-me do passado - ela pediu com a voz baixa, está estava embriagada de culpa e arrependimento - Eu não sei se vou conseguir esquecer a morte dele - ela falou triste e chorando.

– Eu te entendo, também me culpo pela morte dele, mas sabe o que me fez seguir em frente? - a mulher fez que não com a cabeça e ele voltou a dizer, agora olhava para as estrelas - Naquele dia eu nunca me senti tão mal na minha vida, quando você me contou o que tinha acontecido eu não pude acreditar.

Flashback on

A albina e o esverdeado estavam sentados em um banco do parque totalmente feridos esperando pelos colegas de equipe, eles se sentiam culpados por ter deixado tudo para eles, foi quando eles menos esperavam que a mais nova aparecesse, seus cabelos estavam curtos de mais, pelo que eles se lembravam ela tinha cabelos até a cintura, em seus lábios havia um corte que antes não estava lá e por ultimo seu corpo completamente ferido.

– Onde está o Akihito? - perguntou a albina mais velha, atraindo a atenção da outra, quando ela levantou o rosto os outros ficaram chocados ao ver os olhos negros sem vida.

– Ele está morto - ela falou com a voz embriagada de dor, os outros dois ficaram em choque, a mulher mais velha levou às mãos a boca e depois se deixou cair no chão chorando, enquanto o outro apenas olhou incrédulo para a maga a sua frente - É tudo culpa de vocês - ela falou, os outros a olharam sem acreditar em suas palavras - Se não tivessem nos deixado sozinhos ele estaria vivo - depois de suas palavras os outros tentaram remediar o que tinha se passado, mas a verdade era incontestável, se eles estivessem lá ele estaria vivo.

Flashback off

 – O que me fez seguir em frente foi lembrar que ele jamais nos abandonaria - eu falei para ela que vinha até a frente e me entregava o bebe - Ele se orgulharia de você - eu falei novamente, a garota caiu a minha frente chorando eu me ajoelhei ao seu lado lhe afagando a cabeça.

– Eu pensei que iria me sentir melhor, pensei que se me juntasse ao seu inimigo poderia ter a minha felicidade de volta - ela falava, mas minha atenção e a dela foram para algo que aparecia do nosso lado, olhamos assustados para a miragem, ela foi tomando forma e logo depois pudemos ver um homem, mais novo que nós dois, de cabelos azuis longos e olhos vermelhos.

Quando percebi quem era fiquei em choque, afinal de contas o homem devia estar morto há um ano, a reação da albina ao meu lado não foi muito diferente, ela colocou as mãos na boca e piscou varias vezes para ter certeza do que estava vendo.

– Finalmente vou poder ficar em paz - a miragem falou nos olhando - Vocês cumpriram a nossa promessa, eu nunca me esqueci de vocês e nunca vou, digam a Mira que estou com saudades, e meu deus Freed, não acha que foram muito rápidos? Já tem um filho? - logo ele deu um de seus sorrisos de assinatura e se virou para a garota - Veja se arranja encrenca viu? - depois de sua frase já tão conhecida ele falou - Vou sentir sua falta e quero que saiba que sempre te amei... - a imagem desapareceu em meio à frase, dando lugar para um homem que portava uma espada apontada para meu filho que estava nos meus braços.

Quando vi o que o homem estava fazendo já era tarde e eu não poderia fazer nada, mas não era tarde para a albina, esta me jogou para o lado e recebeu o golpe diretamente no coração, eu segurei firme o meu filho e olhei para ela que me deu um sorriso calmo e logo depois suas ultimas palavras.

– Peça perdão a Mira por mim, e diga que a amo como irmã e você também - ela falou - Lembre-se que sempre vai nascer um novo dia para concertar os nossos erros, eu aprendi isso - ela falou suas ultimas palavras com um tom brincalhão já que estas eram a frase que nosso time sempre carregava consigo depois seus olhos se fecharam para nunca mais abrirem, em uma onda de fúria meu corpo foi preenchido por uma magia que eu não tenho conhecimentos, a fúria era o único sentimento que podia existir neste momento.

Sem nem perceber os dois homens que antes acompanhavam Lisa estavam mortos a minha frente, já que fora um deles que tirara a vida de sua Nakama, momentos depois eu estava abraçado ao meu filho chorando por minha perda, me levantei e trilhei o caminho para Magnólia, ainda tínhamos uma guerra para vencer.