Maldito Intercâmbio escrita por imyourvenus


Capítulo 11
Aquilo parecia o purgatório do inferno.




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Remus Lupin

Eu estava em dúvidas se avisava ou não ao James que a Lily tinha voltado e que tinha mudado tanto a ponto de aceitar ir a uma festa.

Sim, a Lily Evans que eu conhecia não iria pra uma festa nem pra tirar a mãe da forca.

Decidi que deixaria para ser uma surpresa, e bom... Eu não queria que Sirius me matasse, por que do jeito que ele anda só Deus sabe o que ele pode fazer quando ‘James’ e ‘Lily’ são postos na mesma oração.

Ops, ‘Deus’ e ‘oração’ em uma única frase, - Sirius me mataria em dobro por pensar que estou virando religioso – e não, ele não entenderia ‘oração’ como ‘frase’ e sim como reza ou qualquer coisa que vocês façam na igreja.

Digamos que ele tem um pequeno trauma com igreja, eu sempre falei pra ele se manter longe das freiras...

Mas ninguém nunca escuta o Remus aqui.

Lily Evans

Já eram 9:10 e nada de Lene se decidir entre os saltos pretos e os vermelhos.

Era até meio irritante, por que de cinco em cinco minutos ela perguntava minha opinião e sempre achava ruim quando eu escolhia um dos dois.

Quando eu dizia que preferia o preto ela dizia que o vermelho daria um toque de ‘sensualidade’ no look, e quando eu dizia que preferia o vermelho para agrada-la, ela dizia que o preto era mais confortável.

Dorcas estava praticamente dormindo no sofá, o que só a deixava mais parecida com um anjo.

Sabe quando você vê uma foto na internet de uma garota loira com cabelos na cintura, olhos azuis da cor do céu e tudo perfeito como se fosse uma boneca? Aí você pensa: “Deve ser photoshop”, não meus queridos, não é photoshop, é a Dorcas.

Ela é linda, não só por fora quanto por dentro. Como se estivesse alheia a sua beleza ou como se simplesmente não ligasse pra isso.

Ela estava com os cabelos presos em um coque alto, um vestido curto e rodado branco com pregas que cintilavam quando ela se movia, saltos brancos e uma maquiagem levinha, sombra cor de pele só pra dar forma aos olhos, delineador rosa claro e rímel incolor.

Lene – que finalmente tinha decidido que iria como os saltos pretos – estava com um vestido colado que ia até a metade das coxas e uma jaqueta curta de couro vermelho. Os cabelos estavam totalmente lisos, e sua maquiagem estava linda, delineador marrom daqueles que nem parece que você está usando, rímel para aumentar o volume dos cílios e batom vermelho.

Das três eu era de longe a mais simples. Optei por deixar meus cabelos lisos até o meio e cacheado nas pontas, delineei os olhos com o delineador mais preto que tinha e rímel também preto para aumentar o volume os cílios. Estava usando uma bata cinza simples, um short jeans claro e uma ankle boot.

Eu estava terminando de passar meu perfume preferido – não me peça pra falar o nome, ele é francês e quando eu falo francês pareço um babuíno balbuciando – quando a campainha tocou.

Finalmente Remus tinha chegado, não aguentava mais esperar.

Não que eu estivesse ansiosa para a tal festa ou alguma coisa assim, eu só não aguentava mais esperar.

Se tem uma coisa que eu odeio nessa vida é esperar.

– Oi Lene, vamos? – Remus disse assim que Lene abriu a porta.

– Espera um minuto que eu vou acordar a princesa. – Ela indicou Dorcas com a mão – Ô LILY, DISPERDICIO DE OXIGÊNIO, VEM ME AJUDAR. – Lene gritou ainda de costa para a sala.

– Já to aqui cara pálida. – Falei enquanto me abaixava na frente de Dorcas para acorda-la.

– Da pra vocês andarem log... Calma aê, Lily Evans de short? – Remus estava com uma cara como se não estivesse acreditando no que via.

– Algum problema Lupin? – Perguntei ajudando Dorcas a se levantar.

– Não, muito pelo contrário se é que você entende – ele riu e eu revirei os olhos – agora podemos ir?

– Aham. – Dorcas murmurou saindo da casa e indo pro carro.

A animação dela era contagiante. Só que não.

...

Já estávamos todos dentro do carro em direção à casa de Frank e no rádio estava tocando uma música londrina qualquer.

Eu estava totalmente por fora do mundo da música em Londres.

Depois de alguns minutos – que pareceram horas já que estávamos todos em silêncio – chegamos à casa do dito cujo e pelos céus, como ninguém tinha perdido a audição ainda?

Aquilo parecia o purgatório do inferno.

A festa já devia estar rolando há algum tempo já que tinham uns três ou quatro casais se pegando na varanda – ou então, já estavam bêbados antes da festa – e muitos copos dos mais variados tipos de bebidas jogados pela grama.

– Bem vindas a Frank’s house. – Um garoto que reconheci sendo Frank disse enquanto passava os braços envolta dos ombros de Lene e Dorcas.

Lene já estava abrindo a boca para responder quando:

– Opa, opa vai com calma Frank, Alice já deve estar chegando. – Um garoto com cabelos extremamente pretos e que batiam nos ombros falou enquanto retirava os braços de Frank e colocava os seus próprios – Mas pode deixar que dessas duas aqui, eu cuido.

Black.

– O mesmo idiota de sempre. – Resmunguei um pouco alto demais.

– O que você disse? – Ele perguntou com uma das sobrancelhas erguidas.

– O mesmo idiota de sempre. – Falei pausadamente para ver se ele entendia.

– Quem você acha que é pra falar assim comigo? Você nem me conhece garota. – Ele falou enquanto me encarava com um pouco de surpresa e raiva.

Eu já estava abrindo a boca para responder quando Remus se intrometeu:

– Hm, Sirius? – Ele chamou o energúmeno a minha frente.

– Fala. – Ele resmungou de má vontade.

– É a Lily. Lembra-se? Lily Evans. – Remus falou baixinho e fez uma cara estranha, como se estivesse com medo da reação do amigo.

Um brilho de compreensão passou pelos olhos e Black e ele disse:

– Sabia que te conhecia de algum lugar, meu Deus Evans, como você mudou! – Ele me olhou de cima a baixo. – Mas continua sendo a mesma insuportável de sempre. – Ele disse com um tom sarcástico.

– Peraí, quem você acha que é pra falar assim com a minha amiga? Tá perdendo a noção do perigo é moleque? – Perguntou Lene enquanto retirava o braço do Black de seu ombro a tapas.

– E o que você vai fazer gatinha? – Ele perguntou divertido.

Ferrou.

– Você não devia ter feito esta pergunta. – Disse Dorcas enquanto dava uma breve olhada em Lene e caminhava em direção a Remus, se colocando a seu lado.

– Quer saber? Nada. – Lene disse e foi andando em direção à entrada da casa.

Eu e Dorcas estávamos em seu encalço, só pra garantir que ela não surtaria e chutaria alguém pelo caminho.

Se tem uma coisa que eu aprendi durante esse tempo é que com Marlene McKinnon nada – repito, nada – é impossível.

Remus Lupin

Quando as meninas entraram na casa, Sirius se virou incrédulo e me encarou.

– Por que? – Ele perguntou, sem mais nem menos.

– Por que o que? – Respondi com outra pergunta.

Será que ele já tinha bebido o bastante para ter ficado idiotizado?

– Por que não me contou que a Evans tinha voltado? – Ele perguntou como se fosse óbvio.

Ah

– Ela chegou hoje, e do jeito que você anda querendo evitar a simples menção dela na conversa achei melhor não comentar nada. – Falei no mesmo tom óbvio dele.

– Mas que droga Lupin! E agora, o que vamos fazer pra que James não a veja? – Perguntou.

– Nada. – Respondi com simplicidade.

– Nada? – Retrucou com tom incrédulo.

– Nada. – Confirmei.

– Quem nada é peixe. – Uma terceira voz falou.

– Onde você tava James? – Perguntou Sirius com evidente apreensão nos olhos.

– Nossa, por que ninguém nunca me apresentou minha segunda mãe?! – Ele disse rindo – E o porquê dessa sua cara de enterro, almofadinhas? Melhora isso aí, parece que viu um fantasma.

– Quase isso. – Sirius falou baixo, ainda me encarando.

James já estava encarando melhor o fato de Lily ter ido embora, não tinha superado totalmente, mas iria em algumas semanas se ela não tivesse voltado.

– Você nem tá bêbado ainda e já está estranho. – James disse e começou a andar em direção a porta da frente – Vamos beber alguma coisa?

– Não, você não pode entrar aí – Sirius disse em um fôlego só – Quer dizer, nós... Nós colocamos uma bomba aí dentro.

– Uma bomba? – James arqueou uma sobrancelha.

– Uma bomba? – Eu arqueei uma sobrancelha.

– Uma bomba. E nós temos que sair daqui agora, antes que exploda. – Ele falou olhando por lados, estava visivelmente nervoso.

Mas isso não justifica a desculpa ridícula que ele tinha dado. Uma bomba?

Era melhor falar que tinha contratado um avião para jogar banheiros químicos sobre a casa.

Seria menos infantil.

Mas Sirius provavelmente não sabia o que eram banheiros químicos, ele os devia conhecer como ‘banheiro de rua’.

Na verdade eu duvido que Sirius saiba se quer o que significa a palavra ‘químico’.

– Hospício. É pra lá que você precisa ir. – James resmungou e riu da própria piada. – Remus, vamos lá pra dentro curtir a festa já que o Sirius prefere ficar aqui fora.

Ele disse e foi para dentro da casa.

Dei uma última risada para Sirius e segui James.


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