Shooting Star escrita por Morgana Black


Capítulo 1
Prólogo




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Prólogo





31 de Agosto de 1976.




A lua nova era apenas uma fina risca no céu, rodilhada por brilhantes estrelas coloridas.

Um rapaz adolescente fitava o céu com uma expressão de desalento, os olhos perdidos na imensidão do universo. Por incrível que pareça, não era a lua que lhe chamava a atenção, aquela que exercia um poder tão devastador sobre seu corpo e seus extintos. Não. Hoje a sua atenção era totalmente voltada para aqueles pequenos pontos brilhantes. Conhecia cada uma delas, seus nomes, suas posições no céu... Sorriu brevemente ao se recordar como Almofadinhas ficava cheio de si, ao dizer que ele era uma estrela. Aliás, essa era a única tradição da família Black que o seu amigo prezava.

Mas o seu sorriso logo desapareceu de seu rosto ao pousar os olhos sobre uma carta cuidadosamente dobrada que estava sobre seu criado mudo. Nas últimas duas semanas, ele lera e relera aquela carta, na vã tentativa de compreender o porquê das coisas terem acontecido daquela maneira. Afastando-se do parapeito da janela, inclinou-se sobre o criado mudo e recolheu a carta, mergulhando mais uma vez em melancolia.


“Querido Remus,


Sem dúvida nenhuma essa é a carta mais difícil que escrevo a você. Gostaria de honrar a nossa querida Casa Grifinória e ser tão corajosa quanto você, mas não sou capaz disso.
Não sei dizer ao certo como isso começou, mas saiu totalmente do meu controle.
Remus, nesse último verão, eu conheci uma pessoa no vilarejo onde os meus avós moram. Ele estudou na Beauxbatons, provavelmente você não o conhece. Enfim, o caso é que estamos apaixonados. Ah, se você soubesse o quanto eu me sinto tão mal com isso. Sei que é covarde te falar por carta, mas não teria coragem de dizer pessoalmente a você.
Eu realmente acho você uma pessoa maravilhosa e quero mais do que tudo que você seja feliz. Será que você é capaz de me perdoar? Espero que possamos ser bons amigos outra vez, com o tempo...”


E Remus não foi capaz de reler a carta de Claire outra vez.

“Amigos?”

Oferecer amizade a alguém que se ama é praticamente uma ofensa. Era como oferecer esmolas, migalhas do que sobrava de sua atenção e ele não precisava disso. Se ela não queria ficar com ele, teria apenas de se conformar. Era realmente dolorido. E Remus sabia exatamente quando tudo aquilo começara: no momento em que revelara seu segredo. A garota ficou surpresa e um pouco assustada, isso era inevitável. Mas não se afastou dele de imediato, foi deixando ele aos poucos, com desculpas bobas e sem fundamento. E finalmente viera aquela carta.

Remus suspirou e guardou a carta dentro de seu malão, onde as suas coisas já estavam arrumadas para o dia seguinte, quando embarcaria no Expresso de Hogwarts. Finalmente o seu último ano. E ele se sentia realmente feliz por isso, estaria de volta à tão querida escola, aos marotos, às possíveis aventuras que enfrentaria ao lado de seus amigos. E estaria de volta para revê-la.

O rapaz voltou a se encostar no parapeito da janela de seu quarto e continuou observando o céu estrelado. As estrelas continuavam ali, parecendo todas iguais, uniformes, mas ele sabia que aquilo era meramente uma ilusão. Cada uma delas tinha uma história, um segredo. Assim como ele. Mas então, aconteceu algo. Uma única estrela, de brilho incandescente rasgou o céu deixando um rastro prateado para trás. Ele tinha a impressão de que as demais estrelas abriam caminho para que aquela estrela singular desfilasse, única, soberana e majestosa.

Dizem que se você fizer um pedido a uma estrela cadente, ela será capaz de realizar o seu desejo. Pode até parecer uma superstição boba, mas naquele momento, com o coração cheio de esperanças, Remus Lupin fechou os olhos e se concentrou em pedir aquilo que seu coração ansiava em encontrar, mas que sua razão teimava em dizer que lhe era impossível.

Quando voltou a abrir os olhos, se sentia um pouco ridículo e riu ao imaginar a cara de Sirius e James se soubessem que ele andava fazendo pedidos à Estrelas Cadentes.

“Patético"

Deu uma última olhada no céu e foi se deitar. O dia seguinte seria longo e desgastante e ele precisaria estar bem disposto. Apagou as luzes e deixou que somente a luz das estrelas iluminasse o quarto.

Ele apenas não contava que fazer um pedido era algo muito sério. Ele deveria ter cuidado com o que pedisse, afinal, quem sabe o seu desejo não seria atendido?


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