O ódio fervilhava em minha mente, e tudo que eu queria fazer naquele momento era levantar daquela cadeira e dar um soco no rosto cínico de Sugou, que me encarava com um sorriso desafiador nos lábios. 

- Estou apenas visitando um dos melhores jogadores que conheço - ele deu de ombros - E também o cara que desmascarou a intricada fachada dos testes de SAO. 

- O que está querendo dizer? Se é sobre Yui saiba que... - comecei a dizer, minha voz tornando-se cada vez mais alta.

- Não, não é sobre a pequena - ele respondeu, negando com a cabeça - Apenas estou demonstrando minha fascinação por você ter conseguido provar que ela não era apenas um programa do jogo, o que você fez foi extremamente trabalhoso. 

Havia sido realmente difícil, pensei, enquanto Sugou me observava tentando calcular minhas reações. Até ter saído de ALO eu achava que Yui era um dos dados do jogo, como ela mesma havia dito, apenas depois de muito tempo de pesquisas difíceis e tendo que driblar obstáculos impossíveis, eu e Asuna descobrimos que nossa filha na verdade havia sido uma das pessoas que testaram os jogos antes dos Betas, e que lá permaneceram até o final. 

Antes de anunciar o lançamento de SAO e ALO, a empresa que trabalhava nestes havia pego pessoas de várias regiões, a maioria destas sendo crianças orfãs que não fariam diferença para a sociedade, para testar os jogos, mesmo não sabendo grande coisa sobre estes.

O que os poderosos realmente queriam ver era se o corpo dos jogadores aguentaria o uso contínuo do NerveGear, que aconteceria de acordo com os objetivos de  Akihiko. Essas pessoas que entravam no jogo permaneciam nestes como programas de SAO, sendo que informações sobre sua falsa origem eram emitidas pelo NerveGear para que elas mesmas acreditassem que não eram reais. 

Yui fora cobaia dos dois jogos, e seria de muitos outros se eu e Asuna não houvessemos descoberto sobre todo esse sistema. Assim que tal prática foi divulgada para as autoridades, os jogos foram proibidos e essas pessoas foram libertadas. Depois de muitos processos burocráticos e delicados, nós conseguimos que Yui se tornasse nossa filha legítima, e o assunto nunca mais fora levantado por ninguém. 

Até aquele momento. 

- Isso não é da sua conta - disse a Sugou - E, na verdade, eu não sei por que ainda estou me dando ao trabalho de falar com você. 

Levantei da cadeira com estrondo e dei as costas para o homem. 

- Eu tenho uma proposta - disse ele, alto o suficiente para eu ouvir da nova distância. 

- O quê? - perguntei, virando-me impaciente para Sugou, ele permancia sentado, com um sorriso de vitória nos lábios. 

- Proponho sua volta à Sword Art Online - ele disse, ouvi suas palavras sem acreditar que aquilo pudesse ser real.