- Migaa, você vai embora agora?

- Sim, já passei bastante tempo, né?

- Oh!! – corri e a abracei – Obrigada, Nikki, você é a melhor amiga que se pode imaginar.... nem sei como você ainda me trata tão bem e faz tudo pra mim sendo que eu nunca fiz nada pra agradecer!

- Talvez eu possa ser sua madrinha de casamento.

- Mas é claro que vai ser!!! E madrinha também do meu filhinho... – eu a soltei.

- O Sasuke não quer menina?

- É. Ele tem certeza que é menina, mas EU tenho certeza que é menino! E vai se chamar Sasuke!

Nós duas caímos na risada.

- Sério mesmo? E se for menina?

- É sim! Se for menina é Alice.

- Nhaaaaa, migaaaa!!! Esse nome é show!!! To doida pra ver minha sobrinha ou sobrinho!!!

- Hehe, e eu, quando vou poder ver meus sobrinhos também?

- Ah! Miga! – suas bochechas coraram – Isso não vai acontecer logo... Sumaru e eu não somos tão apegados quanto você e Sasuke...

- Mas vocês se amam

- É só um namoro de adolescentes... ele nem gosta de mim de verdade.

- Miga, não fala isso! Tá na cara que ele te ama!

- Não sei, ele nem sentiu minha falta quando passei uns dias aqui!

- Vocês se viam na escola! E se ele não falou nada é porque sabia que você estava aqui em casa. Queria deixar você passar um tempo com a amiga.

- Sáh, você é minha anja! Eu vou indo, tá? Você tá bem? Se quiser eu fico mais um tempinho se você não estiver bem...

- To sim, pode ir em paz. Deve estar com saudade de seus pais, né?

- É também! Fique bem, tá? – ela olhou pra minha barriga – você também AliSasuke hehehehe – eu ri com a mistura dos nomes que ela fez – Que foi? Enquanto não souber o sexo vou chamá-lo assim - ela se dirigiu até a porta – Beijos miga!

Ela saiu de casa fechando a porta.

=========================================

Mais uma semana se passou.

Todos tratavam o pequeno Sasuke com muito carinho. Inclusive os avôs. Não sabia ainda o sexo do bebê, mas sei que será um lindo menininho com a cara do pai *espero*.

Imagino o menininho com os cabelinhos pretos caídos pelo rosto, a franjinha grudada na testa e atrás arrepiado, como o pai. Ou seja: um mini Sasuke.

Mas não consigo imaginar uma menininha. Talvez possa ter o cabelo rosa, argh não! Rosa não.

É um menino e pronto! Hunf!

Mas, enfim, a barriga estava do mesmo jeito. Não é possível que cresça em uma semana! Estou no segundo mês então a barriga não está grande.

Na escola, tive que enfrentar uma besta loira mais feia que o Chuk Norris quando tá bêbado.

É, a bruxa acabou sabendo com a gritaria do Naruto que estou você-sabe-o-quê. Ela veio já dando risada da minha barriga, só por estar grande.

- Hahahaha, quero só ver quando essa barriga estiver enorme, você vai ficar hilária!

- Sério, querida... eu acho que você usa drogas. Enfim, não vou me estressar por sua causa. Só que sou eu quem devia rir da sua cara. Porque eu estou esperando um filho do Sasuke! Ou seja, e tenho uma prova do que nós fizemos, aí sim tenho como afirmar: “O Sasuke tem um fogo!”.

Ela arregalou os olhos. É, acho que exagerei u.u deu pra notar que ela se lembrou de quando mentiu pra mim falando sobre isso.

Agora provei pra essa bruaca que Sasuke e eu nos amamos de verdade. Claro que eu não precisava provar pra ninguém. Eu sei disso e é o que importa. Mas talvez agora ela o deixe em paz!       

Saindo da escola, abracei o pai do pequeno Sasuke (o bebê) e o beijei como de costume.

- Sasuke – pronunciei enquanto íamos pra casa – Vamos fazer compras pro pequeno Sasuke?

- Compras? Mas nem sabemos o sexo do bebê!

- Será que com uma ultra-sonografia já dá pra saber?

- Acho que ainda não.

Fez-se um silêncio por alguns segundos.

- Sakura... se lembra de quando eu te convidei pra ir ao teatro?

- Hum... sim, claro!

- Você não me respondeu ainda.

- Então você não tava brincando?

- Claro que não. Podemos ir hoje?

- Sim! Ótima ideia! Mas o que vamos assistir no teatro?

- Eu sei que tem apresentações musicais...   

- Aff, não vou ter saco pra isso...

- Você literalmente não tem saco!

- Hahahahaaha, ai, ai, Sasuke... você é tudo de bom!

- Bom, vamos no teatro a noite e nós vemos se tem alguma peça legal.

O convidei para passar um tempo em casa comigo, e ele aceitou.

Nos deitamos no sofá e conversamos sobre tudo o que tínhamos pra conversar.

- Sasuke

- Hm?

Eu o olhei com cara de pidona.

- O pequeno Sasuke está pedindo um lanche bem caprichado do Mc Donalds...

Ele me olhou sorrindo.

- Então poderíamos comprar o lanche e ir direto pro teatro. O que acha?

- Sim, boa ideia! Mas eu tenho que avisar meus pais... vou fazer isso agora – peguei o telefone e disquei o número do celular de minha mãe.

A avisei, e ela me perguntou que horas eu chegaria, o que eu ia assistir, se eu estava levando blusa, e blá blá blá!

Coloquei um vestido rosa claro até o joelho com uma fita branca abaixo dos seios, dando um volume à eles – que já estavam maiores – e também à barriguinha.

Quando desci as escadas, Sasuke me fitou por inteira e fez uma expressão de quem comeu e não gostou.

- Hey, onde pensa que vai com esse vestido?

Eu lhe mostrei um casaco preto que estava levando e disse:

- O que tem de mais? Eu to levando esse casaco.

- Então o coloque logo! Eu não quero que os tarados fiquem olhando pra minha namorada....

- Hunf... você nem precisa andar sem camisa para as garotas olharem pra você! – eu cruzei os braços e andei até a porta, mas senti os braços dele me cercarem por trás e seus lábios em meu pescoço.

- Depois sou eu quem fica emburrado, né?

- Você tem que entender que estou grávida! Mudanças de humor são constantes.

- Você é uma figura!

Eu me virei e fiquei de frente pra ele, pegando em seu rosto.

- Ainda não acredito que tive a sorte de ter você como pai do meu filho...

- Filha.

Eu sorri, ele está errado! É menino! Eu sei que é.

- Veremos. – eu peguei em sua mão e o conduzi até a porta, saindo por ali.

Ainda estava claro, deveria ser quatro horas quando saímos. Fomos ao Mc Donalds e lá comemos um lanche. Eu e ele. Quando terminamos eu pedi um Milk-shake de chocolate.

Sasuke me olhou assustado.

- Foi o pequeno Sasuke que pediu! Você quer que eu negue um milk-shake pro nosso filho?

- Num to falando nada, meu amor...

- Hunf... – eu desviei o olhar e foi quando senti uma tontura, quero dizer... mais uma tontura! Me encostei na cadeira e coloquei a mão na testa fechando os olhos.

- Sakura... – eu senti sua mão no meu rosto – Minha flor... abra os olhos...

- Não posso... a tontura não passa... – disse com a voz baixa, não sei se ele ouviu.

- Calma, respira fundo. – eu senti seus lábios em minha testa – Você tá passando mal? Ou é só tontura?

- Eu não sei... deve ser somente tontura... eu estou bem... é só uma tontura... mais uma.

Ele me abraçou e passou as mãos em meu cabelo. Com o rosto encostado em seu peito, eu senti a tontura passar e abri os olhos lentamente. Mas será que isso vai acontecer todo dia? Que coisa.

Eu o fitei nos olhos, aqueles que me acalmam.

- Tá melhor?

- Sim – eu sorri – Obrigada.

- Termine o seu Milk-shake. É bom não chegarmos tarde no teatro.

Enquanto eu terminava, fitei a mesa à frente onde se sentava uma loira com um cara que parecia ser seu namorado. Ela não parava de olhar pro Sasuke, e o namorado dela nem notou! Filha da mãe!

Notei que Sasuke não tirava os olhos de meu rosto, então ele olhou pra onde eu encarava e percebeu os olhares da loira. Eu o fitei.

- Vamos? – perguntei colocando o Milk-shake na mesa.

- Não vai terminar?

- Não quero mais. – me levantei e senti sua mão ao redor de minha cintura.

O que você faria se uma vagaba não parasse de secar seu namorado com os olhos? Se estivesse no meu lugar já teria quebrado a cara da “oferecida girl”, não é mesmo?

E pra “melhorar”, adivinha quem encontramos quando estávamos saindo? Você disse Luna e sua gangue? Está certa disso? CERTA RESPOSTA!

- Olha quem está aqui... – Luna, a vaca, começou as provocações – A gordinha mais oferecida da escola!

- Me deixa em paz, garota! – gritei.

Ainda bem que ninguém ouviu, estava a maior barulheira no local.

- Sasuke... você acha mesmo que essa coisa que ela tem na barriga é sua?

- Eu não tenho que responder as suas perguntas. Me dá licença, nós temos que ir.

Nós saímos dali deixando a garota soltando fogo pelas ventas.

Garotinha chata!

Nos dirigimos até o teatro. Ainda bem que estava vazio;

Numa parede, na entrada do teatro, se encontravam alguns cartazes das apresentações que aconteceriam nesse dia.

Dança... dança... O Fantasma da Ópera “apresentação de dança”, hunf... Alice no País das Maravilhas... Danç- peraí! Alice? Eu li direito? Voltei a fitar o cartaz. Sim! Alice no País das Maravilhas! E não! Não é apresentação de música nem dança!

- Olha, Sasuke... que tal Alice?

Ele fez uma cara de insatisfeito.

- Não, isso é pra criança!

- Hahahaha, tá, vou tentar com outro argumento... Sasuke! Alice! Nossa filhinha Alice vai gostar de assistir daqui de dentro da minha barriga. – assistir de dentro da barriga? Da onde eu tirei isso?

Ele mudou a expressão na hora.

- Hum, me parece uma boa ideia...

- E hoje é o último dia dessa apresentação. Estamos com sorte! Vamos! – eu o puxei para dentro do teatro e compramos nossos ingressos.

Dentro do teatro estava mesmo abafado, eu já começava a ficar zonza novamente. Não disse pro Sasuke, não queria preocupá-lo. Mas, como ele estava com a mão sobre a minha, notou que eu começava a suar.

- Ei, não está se sentindo bem? Quer ir lá fora tomar um ar?

- Não, Sasuke! Que isso! Eu to ótima!

- To vendo!

- Já vai começar, eu prometo que se você não soltar a minha mão eu não vou passar mal. – eu sorri o tranqüilizando.

Ele apenas retribuiu o sorriso e então assistimos à peça.

Terminando, saímos dali comentando sobre os personagens, a Alice e tudo mais:

- Ai, Sasuke... foi mesmo lindo, né?

- Não. Lindo não. Foi legal. Linda é você!

- Haha, acredito...

- Sakura, você não acha que isso foi um... sinal?

- Um sinal? – indaguei.

- Sim, nós viemos aqui assistir a uma peça teatral e nos deparamos com o cartaz da Alice e bem no último dia. Isso parece um sinal, que nosso bebê será uma menina, já que você quer esse nome.

Eu o fitei confusa.

- Hm... pode ser... – foi o que consegui pronunciar.

Mas me surpreendeu que ele acredita nessas coisas de “sinais”.

Era tarde já, nem tanto, talvez nove horas... Passamos por uma rua deserta.

Eu não estava com frio, pois usava o casaco. E ainda Sasuke mantinha seu braço ao meu redor. Ele me esquenta.

Eu estava com medo de andar ali, no escuro, deserto, é perigoso demais.

Mas com Sasuke ao meu lado, o temor não era tão forte.

Ao andarmos, notamos à frente um grupo de meninos e meninas da nossa idade fazendo o maior barulho e alguns com garrafas na mão. Deveria ser algum tipo de bebida alcoólica.

Sasuke me fitou preocupado.

- Não devíamos ter vindo por aqui...

- O que vamos fazer?

- Vamos continuar andando... não se preocupe, eu estou com você. Tudo bem?

- Uhun...

Passamos por eles, quando notaram nossa presença eles se calaram.

Assim que passamos, quando pensei que tinha acabado o medo, ouvi uma voz masculina nos provocar.

- Olha só, que gatinha! Hey, doçura, quer conhecer o meu quarto? – desgraçado, ele ignorou Sasuke que estava ao meu lado, parece que nem notou sua presença. Já as garotas gritavam coisas como “gostoso” e outras vulgaridades. Mesmo estando do outro lado da rua, eles não pararam de nos provocar, Sasuke sussurrou algo como: “Ignore, vamos continuar andando”.

Mas notamos que quanto mais nos afastávamos, mais o garoto chegava perto. Pela voz estava bêbado.

Eu abri e fechei meus olhos rapidamente, e então não senti mais o braço de Sasuke em meu ombro. Me virei para trás rapidamente e gritei:

- Sasuke!!!!!!!!!!!!

Pude então ouvir um estalo alto. Sasuke deu um soco na cara do garoto que nos seguia. Rapidamente o resto do pessoal se aproximou, ficando ao redor do garoto que estava caído no chão.

Sasuke se aproximou correndo e pegou em minha mão, fazendo-me correr junto.

Mas ainda ouvimos a voz do mesmo filho da puta!

Sasuke soltou minha mão e disse:

- Corre, Sakura, vai pra sua casa.

- Mas, Sasuke!

- Corre!!!

Eu dei dois passos para trás, olhando para o garoto bêbado que vinha na nossa direção. Sasuke deu um soco em sua barriga e o encostou na parede dizendo:

- Não notou que a minha mulher está grávida, seu infeliz? – e o soltou deixando-o cair no chão.

Dessa vez percebi que o cara já não nos seguiria mais.

Sasuke andou normalmente até mim, e pegou minha mão.

Entramos na primeira rua à direita, onde ficava minha casa.

Chegando, Sasuke se pôs em minha frente, dizendo:

- Desculpe... não deveríamos ter vindo por esse caminho. Não voltaremos tarde da próxima vez. – passando a mão em meu rosto, acrescentou – Entre e tome um banho bem quente... você tá gelada!

- Tá.

- Até amanhã e... durma bem. – para finalizar ele me deu um beijo na bochecha e um selinho nos lábios. Mas eu passei a mão em sua nuca e roubei-lhe um beijo de língua.

- Você também. – eu entrei em casa, fui até a janela e o observei até ele desaparecer na escuridão.