Eu não tive como não perdoá-lo depois da declaração. Nos beijamos apaixonadamente e ficamos deitados um pouco no sofá. Ele com a cabeça deitada em meu colo e eu acariciando seus cabelos negros. Uma hora ele levantou minha blusa, depositou beijos com seus lábios quentes ali e disse:

- Imagine quando essa sua barriguinha estiver carregando um filho nosso...

- Nossa, você pensa nisso? – perguntei surpresa.

- Quem sabe... – ele sorriu pra mim. Acariciei seu rosto de anjo.

Estávamos só nas carícias, mas não percebemos quando alguém destrancou a porta de casa. Nos olhamos e então ele se levantou e eu baixei minha blusa.   

Sasuke se sentou ao meu lado, com seu cabelo bagunçado, parecendo um anjinho que acabara de acordar. E então meus pais entraram pela porta de casa.

- S-Sakura? Quem é esse seu novo amigo? – disse minha mãe. E meu pai já fez uma cara de poucos amigos.

Sasuke passou a mão nos cabelos os bagunçando ainda mais.

- Oh... – olhei de Sasuke pros meus pais e me levantei dizendo – Mãe, pai... este é o... Sasuke! Meu... namorado.

Ichigo, meu pai, o olhou de cara feia e perguntou:

- Namorado? Você nunca falou sobre ele.

- É... é porque agora que... começamos a namorar sério mesmo. Antes estávamos somente nos conhecendo, sabe... – essa foi uma mentirinha básica.

- Ahn... Tá. – Ichigo disse desconfiando.

- Sasuke, esses são meu pai Ichigo e minha mãe Sarah!

Sasuke se levantou e os cumprimentou somente com um oi. Acho que ele não teria coragem de trocar um aperto de mão com meu pai.

- Er... – disse minha mãe percebendo o clima – Vocês estão aqui desde que horas?

- Hum... Faz pouco tempo – respondi.

Sarah riu olhando pro Sasuke e dizendo:

- Não querem comer algo? – ela nos levou pra cozinha.

Sasuke se sentou ao meu lado, enquanto minha mãe preparava a comida.

Meu pai chegou na cozinha olhando feio pro Sasuke. Ele olhou pra mim me perguntando – com o olhar – o que havia de errado para Ichigo olhar assim pra ele.

Que rostinho fofo ele tem, ainda mais perto do meu. Peguei em seu rosto, me aproximei e sussurrei em seu ouvido:

- Fica calmo, é que eles nunca viram um namorado meu aqui em casa.

Ele retribuiu o sussurro:

- Ah, e são muitos... os seus namorados? – perguntou destacando ‘seus namorados’.

Eu respondi rindo:

- Não. Muito poucos.

Ele se calou, porém não gostou da minha resposta. Passou o braço ao redor de minha cintura e se pôs a observar Sarah fazendo comida.

Meu pai se aproximou mais. Lá vem o interrogatório.

Mas não perguntou nada. Somente ficou nos observando como se fossemos obras de arte que não agrada a ninguém.

Sarah terminou a janta e então colocou os pratos na mesa. Todos nos servimos.

- Sasuke... Você é um garoto muito lindo! Como se conheceram?

- Na escola. – respondi antes que Sasuke abrisse a boca.

- Hum... Namoram a quanto tempo?

- Pouco tempo. – respondi novamente e então Sarah ficou nervosa e disse:

- Filha, eu gostaria de ouvir a voz do seu amado!

Sasuke e eu rimos.

- Diga-me Sasuke, quantos anos você tem, querido?

- Tenho 17.

- Mas que bela voz!

Durante toda a conversa, Ichigo ficou emburrado somente vendo como Sarah tratava bem o Sasuke.

Ele se retirou da mesa e disse que ia tomar banho porque estava cansado.

Então Sasuke e eu também nos levantamos.

- Eu vou embora agora... Muito obrigado pela janta, estava muito bom.

Sarah, rindo, nos acompanhou até a porta. Eu saí com ele para poder me despedir melhor. Não podíamos ficar nos agarrando na frente de meus pais. Ichigo já estava bravo, imagina se visse uma cena dessas. Sarah foi mais suave, gentil com ele. Espero que não tenha sido só fachada.

Quando estávamos em minha calçada, eu passei as mãos em seu pescoço e ele fez o mesmo com minha cintura.

- Desculpa, Sasuke... – suspirei – Eu não sabia que eles chegariam mais cedo hoje... E desculpe pelo meu pai...

- Não se desculpe... Foi até bom. Pense... Nós adiamos o que teria de ser feito uma hora ou outra.

- Ah, mas meu pai foi muito grosso.

- Eu entendo seu pai. Ver sua filha crescer e levar um namorado pra casa não é fácil para um pai. – meu queixo caiu ouvindo isso dele e não entendi quando ele sorriu – Imagine quando tivermos nossa filha! Não deixarei nenhum engraçadinho chegar perto dela tão cedo. E no futuro entenderei melhor o seu pai.

Eu corei com o comentário e o abracei.

- Você não existe!

- Hehe... Vou indo. Nos vemos amanhã, certo?

- Ahan.

Nos beijamos e ele se foi.

Já estava noite, mas eu queria ir à casa de Nikki, eu precisava desabafar sobre tudo o que ocorrera. O ‘Eu Te Amo’ de Sasuke... O ataque de ciúmes dele... e tudo mais. Mas no dia seguinte, Sumaru, Nikki, Tenten e eu terminaríamos o trabalho. Então  eu daria um jeito de falar com ela.