Os dois são muito simpáticos. Eu pensava que ia ser difícil fazer amizade com eles. Mas são amigáveis. Tenten antes já era amiga de Sumaru, e eu amiga da Nikki. Então não seria difícil nos acostumarmos um com ou outro.

Fomos embora juntos. Descobri que Tenten mora perto da casa de Nikki e Sumaru na rua da minha casa, mas só um pouco distante.

Decidimos nos dividir. Tenten faria uma parte do trabalho com Nikki, e eu faria outra parte com Sumaru. Depois nos juntaríamos em algum lugar para completar o trabalho.

Sumaru e eu ficamos sozinhos quando nos despedimos de Nikki e Tenten.

- Então Sumaru, quer fazer o trabalho lá em casa?

- Claro, que tal hoje? Você tá livre?

- Hoje sim, é um bom dia!

- Então posso vir umas 2 horas?

Paramos na frente de minha casa.

- Combinado! Duas horas aqui em casa, agora que você já sabe onde é.

- Tudo bem... Até mais – ele se aproximou me deu um simples beijo na bochecha e foi-se embora.

Nossa, que gato hein... ui ui! Claro que ele é um gato, mas não consigo esquecer o Sasuke. Ele sumiu de minha vida, nunca mais apareceu. Fazia mais de uma semana e nada dele dar notícias. Pelo menos pra dizer se está vivo!

Nem me atrevo a ir a casa dele. Ele pode me chutar de lá. Ok, deixarei como está. Se ele não apareceu mais pra falar comigo é porque não me quer mais em sua vida.

Eu devia saber que isso não ia durar muito tempo.

Duas horas eu estava sentada na calçada de casa esperando Sumaru para fazermos o trabalho.

- Olá, Sakura! – eu estava tão distraída que nem percebi quando ele apareceu em minha frente. Devia perceber pela sombra que fez.

- Ah, oi!

Ele ergueu a mão e me ajudou a levantar.

- Estava me esperando?

- Sim. Então, vamos entrar?

- Claro.

Levamos alguns minutos para pesquisar sobre o assunto na Internet e mais uma hora pra montar o trabalho escrito e fazer a conclusão de 50 linhas. É.

- Até que terminamos rápido!

- É sim... bom, já que não temos nada a fazer que tal dar uma volta na praça? – sugeri. Tudo bem que ele poderia pensar que eu estava interessada nele, mas O QUE IMPORTAA??

- Será perfeito! – ah, ele gostou da idéia!!!

Saímos de casa e fomos conversando para a praça.

Chegando lá, ficamos dando voltas.

Até que ele tocou no assunto que eu não queria falar: Sasuke.

- Como sabe sobre ele? – perguntei.

- Todos sabem. Vocês namoravam em público. – ele sorriu um pouco.

- Ah, sim. Isso porque eu pensava que ele gostava de mim.

- Não gosta?

- Não sei. Por causa de um ocorrido ele parou de me ver... nem dá sinal de vida!

- Um ocorrido?

- Sim. – suspirei – Muito desagradável.

- Não quer me contar?

- Você não vai gostar de ouvir. É muito... horrível!

- O quê, ele te bateu?

- Não! Ele nunca faria uma coisa dessas. Mas digamos que os amiguinhos dele ficaram bravos comigo por ter tirado ele dessa vida de rockeiro.

- Eles te bateram – ele adivinhou.

Fiquei em silencio.

- São monstros que tem coragem de bater em qualquer um... só pra dizer que tem uma razão pra ser rockeiro.

- É, pode ser.

- Você ainda sente falta dele, certo?

- Sim...

Nós paramos de caminhar e nos sentamos em um banco da praça. A mesma praça na qual Sasuke me consolou naquela noite. Me lembro como se fosse ontem.

- Eu... eu não o vejo faz muito tempo... e estou morrendo de saudades! – nem percebi quando uma lágrima escorreu. E mais uma e mais outra. E várias lágrimas escorreram.  

- Oh, não Sakura. Não chore! – ele me abraçou sem pedir permissão, como Sasuke naquela noite. Mas claro que eu não senti com ele o que havia sentido quando Sasuke me abraçou.

Sentimos um vento batendo, como se uma pessoa tivesse se posto do nosso lado.

- Ei, larga ela!

Eu me afastei de Sumaru e suas mãos automaticamente foram pra minha cintura, já que antes estavam em minhas costas. E minhas mãos estavam em seus ombros.

- Sasuke! – meus olhos brilharam ao dobro (?). Por causa do choro e por ver o Sasuke.

Ele me ignorou geral! Estava com o olhar fixo em Sumaru.

Eu percebi que ele largou mesmo essa vida do rock. Usava uma calça jeans, um tênis preto com detalhes branco e o mesmo casaco que ele me emprestara há algum tempo.

- Sasuke, que saudade! – eu pulei em seus braços e chorei de alegria. Credo to parecendo emo.

Ele não correspondeu ao meu abraço. Então me afastei e o encarei com uma pergunta no olhar.

- O que foi, Sasuke?

- Quem esse cara pensa que é pra abraçar a minha namorada? – ele olhava Sumaru com raiva.

Ele se levantou e falou pra Sasuke:

- Eu estava somente a consolando como amigo, nada mais. E sabe por que ela estava chorando? Foi por sua causa. – disse Sumaru tentando apartar uma futura briga.

- E você se aproveitando...

- Sasuke... Sumaru é meu novo amigo, não tem porque você ficar com ciúme.

- Não é ciúme Sakura. Só não quero ter fama de corno. – isso foi como uma estaca de ferro em meu coração.  

As lágrimas agora eram de raiva, remorso e decepção.

- C-como é? – não sei como consegui pronunciá-lo, estava tão triste, parecia que eu estava morta, nem conseguia sair do meu lugar. Tudo em volta ficou branco. Eu não havia comido muito durante esse tempo que fiquei sem vê-lo. Estava magra como um palito e pálida, chorava todas as noites. E depois dessa patada do Sasuke, me senti como se estivesse inválida.

Só o que vi quando abri os olhos foram os cabelos negros de Sasuke e os olhos e cabelos esverdeados de Sumaru. Olhei para o teto. Estava em minha casa.

- Você está bem? – perguntaram os dois ao mesmo tempo e depois se olharam com raiva.

Sasuke se aproximou e me deu um beijo no rosto.

- Tudo bem com você, Sakura?

Me lembrei do que ele havia falado.

- Se afasta de mim, Sasuke! – tentei falar alto, mas parecia que somente eu podia escutar. E seria assim se a casa não estivesse tão silenciosa.

Eu me levantei, porém senti uma tontura e caí nos braços de Sasuke na hora, que me ajudou a voltar pro sofá da sala, onde estávamos.

- Sakura... – ele olhou pra baixo, claramente arrependido. Volta o cão arrependido! *momento Chaves off*

- Sakura, vou indo, se precisar de algo é só me ligar. Beijo. – Sumaru saiu de casa.

- Sakura, eu...

- Eu entendi, Sasuke... Você não se preocupa comigo, nem com meus sentimentos... Eu fui muito idiota em cair na sua lábia.

- Desculpe, Sakura. Eu só falei porque estava nervoso quando te vi abraçada com aquele cara.

- Sasuke... É muito difícil te desculpar... Você me decepcionou.

- Eu sei que fui um idiota... Olha, você tem que comer alguma coisa. Está pálida e mais magra do que nunca. – ele foi na minha cozinha e logo voltou com um copo de café com leite e uma bandeja com bolachas e frutas.

Ele pegou um morango e mordeu um pedaço, o outro pedaço ele colocou em minha boca.

- Há quanto tempo está sem comer?

- Alguns dias. Mas eu estava tomando água.

- Sakura... – olhou pra baixo novamente – Isso tudo por culpa minha.

Droga, será que ele não consegue não ser fofo?

Eu não pude resistir, coloquei minha mão em seu rosto e depois o abracei.

- Então por que não matamos essa saudade antes que ela nos mate?

- Eu... – ele beijou meu pescoço – Acho uma ótima ideia... Então quer dizer que você me perdoa?

- Hum – disse já o beijando – Vou pensar no seu caso - Senti seus lábios curvarem num sorriso.

Íamos nos deitando no sofá mas ele parou na hora em que percebeu que a bandeja estava em seu colo.

- Coma logo, senão você vai desmaiar outra vez.

Eu comi tudo até porque estava mesmo morrendo de fome.

Quando terminei, ele me olhou sério e disse:

- Eu não gostei de ver você abraçada com aquele garoto... – ele corou um pouco. Achei muito fofo, mas esse ciúme não era nada fofo. Agora não posso ter amigos?

- Eu que não gostei do que você falou! Sasuke, você me humilhou, em público! Você disse que não estava com ciúme, mas sim que estava sendo traído. Você... Me deixou decepcionada, mostrou que não gosta de mim na frente de todos... Não poderia fazer isso em um lugar fechado? – eu olhei pra baixo. Não queria dizer isso, mas escapou.

Ele arregalou os olhos de surpresa. E então eu vi uma cena que jamais esperaria ver. Não com o Sasuke.

Uma lágrima escapara de seus olhos.

- Eu sou muito idiota... Droga, eu nem percebi o que falei. Mas eu não tive a intenção de dizer aquilo. Só o fiz porque estava com... Ciúme.

- Devia pensar antes de dizer o que quer... Agora eu sei que não conheço você tão bem quanto eu pensava. Você deve dizer que ‘sente ciúme em me ver abraçada com ele’ só na minha frente, mas quando sair daqui com certeza você diz que não foi ciúme e sim só não quer ficar com fama de “corno” como você mesmo disse. Eu estou muito triste com você e estou pensando em terminar com você.

- Não, Sakura, por favor, você não pode...

- Ah, não? Por quê? Você fala aquilo e diz que eu não posso- fui interrompida.

- ACALME-SE UM POUCO! – ele me acalmou sim. Com um beijo.

Eu o empurrei.

- POR QUÊ, SASUKE?! – gritei chorando.

- PORQUE... VOCÊ NUM PERCEBE QUE EU TE AMO, DROGA? – ele gritou na mesma altura.