POV Narrador

Percy estava entediado. Ele não sabia como as pessoas aguentavam fazer isso. Em sua opinião, era entediante.

– Mãe, porque eu tenho que vir com você? - perguntou.

– Por que são seus materiais escolares. – respondeu Sally.

– É só comprar um fichário e lápis. Resolvido. – diz Percy dando meia volta.

– Nada disso mocinho! Você não pode usar fichário nessa escola. Só é permitido cadernos. – fala Sally o puxando de volta.

– Que saco! Só falta eu ter que usar uniforme! – grita Percy. Chamando a atenção de todos na papelaria.

– Fale baixo Percy! Ninguém aqui quer ouvir um adolescente gritar. E você teria que usar uniforme, se tivesse estrado no colégio ano passado. Foi aprovado o uso de roupas normais esse ano. – diz Sally.

Percy resmunga algo e volta para sua bolha do tédio.

As aulas começariam no dia seguinte e Percy estava preso em um misto de animação e desânimo. Ele e Sally passaram aquele dia inteiro cuidando de todos os preparativos para o dia seguinte. Percy dormiu mais cedo naquele dia, e teve sonhos estranhos com um colégio zumbi.

[...]

Percy acordou com uma animação inusitada, se trocou e foi tomar o seu café da manhã.

– Animado para o primeiro dia de aula filho? – pergunta Poseidon.

– Por incrível que pareça, estou sim. – responde Percy.

– Então não devemos desperdiçar. Tome seu café e nós saímos. – Diz Sally.

Percy terminou seu café sem pressa, tinha acordado mais cedo que o normal. Iria para a escola em um carro normal, se um Camaro preto é considerado normal.

Entrou no carro com seu pai no volante. Percy e Poseidon ficaram conversando o caminho todo, distraindo a cabeça de Percy.

O carro parou na frente da Goode High School. Adolescentes rodeavam o colégio, alguns estavam em grupos e outros sentados na grama sozinhos com fones em seus ouvidos.

– Boa sorte Percy! – diz Poseidon.

– Obrigado pai. –

Percy anda pela entrada do colégio. Alguns alunos o encaram, principalmente as garotas. Algumas ousavam, e davam uma piscadela a ele. Percy passou pela porta ignorando todos.

Percy estava perdido. Ele devia ter seguido a orientação. “Todos os alunos novos devem se dirigir a secretaria do colégio.”Lembrou. Infelizmente ele tinha resolvido ignorar esse aviso.

Agora ele estava perdido. Preso entre um corredor sem saída e portas que levavam a diferentes salas.

– Que ótimo. Agora estou perdido no primeiro dia de aula. – Percy grita.

Ele se senta no chão frio e encosta a cabeça na parede.

– Ei cara! – ouve alguém gritar. – Você está perdido? –

Percy levanta a sua cabeça e vê o dono da voz.

Luke estava usando uma blusa azul que resaltavam seus olhos da mesma cor. Seus cabelos cor de areia estavam jogados para um lado e tinha um sorriso brincalhão no rosto.

– Cara não acredito! Você estuda aqui? – Percy grita indo na direção do amigo.

– Infelizmente sim. – diz Luke cumprimentado Percy.

– Vem, vou te mostrar o seu armário. –

[...]

–... E assim eu fui designado para mostrar o colégio para um calouro. Eles chamam isso de “Anjo”. Coisa mais ridícula em minha opinião. Então, eu fui à secretaria e o tal do novato estava demorando demais, a mulher de lá me mostrou uma foto dele e vi que era você. Como você estava demorando muito eu deduzi que você estava perdido, e fui ao lugar onde os novatos sempre acabam se perdendo. E te achei lá. Isso significa que eu sou seu “Anjo.”. Por favor, diz que eu não vou ter que ficar andando pelo colégio inteiro com você grudado em mim. Falando nisso, você me fez acordar mais cedo. Está me devendo uma. – Luke explicava a Percy como tinha o achado naquele corredor.

– Eu não preciso de um "Anjo", se fosse uma garota eu até pensaria no caso. Mas eu não vou sair andando pelo colégio com um marmanjo grudado em mim. – diz Percy rindo.

– Temos que ir para a aula. – Luke diz depois de ouvir o sinal.

Percy e Luke foram para suas diferentes salas. O tempo passou voando, em todas as aulas os alunos só se apresentaram. Logo a hora do almoço chegou e todos os alunos se dirigiram ao refeitório.

–Hey Percy! Senta aqui! – gritava Luke em sua mesa.

Na mesa estavam sentados vários adolescentes. Havia um garoto grandão e forte, aparentava ter uns dezessete anos. Dois garotos extremamente parecidos estavam sentados na ponta, tinham cabelos castanhos cacheados e olhos travessos da mesma cor. Duas garotas também muito parecidas estavam na mesa, uma tinha cabelos de um castanho bem escuro, como a terra. A outra tinha o cabelo em uma tonalidade mais clara, eles estavam presos em duas tranças. Um garoto loiro com olhos azuis estava na outra ponta da mesa, o mesmo estava rindo e era familiar a Percy. Do lado desse garoto havia outro, tinha cabelos castanhos e olhos de um castanho avermelhado. Quando se olhava de perto, parecia que chamas incendiavam seus olhos. Ele era baixinho e tinha feições de elfo.

Percy caminhou em direção à mesa e Luke se levantou para apresentá-lo aos amigos.

Percy, esse é Leo. – aponta para o de olhos flamejantes. – Jason. – o loiro familiar. – Katie. – a garota de duas tranças. – Miranda sua irmã gêmea. – a de cabelos escuros. – Charles Beckendorf, por favor, não o chame pelo nome. - o grandão forte. – Travis e Connor. – aponta para os dois gêmeos.

Percy olhava para Connor e Travis tentando distinguir qualquer diferença. Travis era um pouquinho maior que seu irmão e seus olhos eram mais claros.

– Pessoal esse é o Percy. – diz Luke.

– Oi Percy. – disseram em uníssono.

– Então Percy, você é daqui? Por que você não parece ser daqui, está muito bronzeado. Digo que é da Califórnia. – diz Leo puxando assunto.

– Sim, sou de São Francisco. – Percy responde.

– Uh! São Francisco. As garotas são loucas pelos caras de lá. Estou pensando em me mudar para lá e virar surfista. Será que eu fico bem bronzeado? – diz Leo.

Todos riram e Percy começou a pensar que podia viver ali.

[...]

O sinal do término das aulas havia sido tocado e os corredores estavam cheios de pessoas. Percy estavam com o pessoal que conheceu mais cedo. Eles estavam andando pelo corredor quando Percy avista um garoto.

Ele tinha cabelos pretos e pele morena, seus olhos eram escuros como a noite. Estava trajado de cima abaixo por roupas pretas e parecia absorto em seus fones de ouvido.

Percy foi em direção ao garoto, rindo de antecipação. Quando chegou perto o suficiente percebeu que ele ainda não o havia visto. 1,2,3.

O garoto estava no chão uma expressão apavorada. Percy estava ao seu lado, rindo como um condenado.

– Mas que diabos... –

O garoto olhou na direção de Percy e sua raiva parecia ter sumido. Um meio sorriso apareceu em seu rosto.

– Percy! – disse abraçando o de olhos verdes.

– É bom te ver Nico! –

– Vocês se conhecem? – pergunta Jason.

– Sim, Nico é meu primo. – diz Percy.

– Não só seu, meu também. – diz Jason.

– É por isso que eu estava te reconhecendo! Jason Grace? – diz Percy.

– Sou eu. Percy, cara como você está diferente. – diz Jason abraçando o primo.

– Desculpe atrapalhar a reunião de família, mas acho que o pai de alguém chegou. – diz Luke.

– Por acaso o carro do seu pai é um Camaro preto Percy? – pergunta Connor.

– É sim.

– Ele está ali te esperando a um tempão. – diz Beckendorf (que preferia ser chamado pelo sobrenome)

– Foi um prazer conhecer vocês pessoal, mas eu tenho que ir. – diz Percy.

O mesmo começa a correr quando para bruscamente. Uma garota de cabelos loiros cruzava o corredor com a cabeça baixa. Não podia ser ela. Ou podia? Percy pensava. Parecia tanto com ela. Com sua Annabeth.

Percy não pode observar mais, uma garota a puxou e ela sumiu entre a multidão.

[...]

Percy estava encarando a tela da TV sem aprestar atenção nas figuras que apareciam na tela. Desde que viu aquela garota, tinha ficado mais pensativo que o normal.

Decidiu não ficar parado em casa. Saiu a pé de casa e foi ao Central Park. O sol estava bem quente esse dia, eles estavam saindo do verão e o sol continuava o mesmo. As crianças brincavam no playground e casais de namorados se beijavam na sombra das árvores.

Percy não pode deixar de pensar em como o Central Park o lembrava do seu parque. Na verdade o parque deles.

Sentou em um banco e pareceu ficar assim por horas, até um ponto onde o sol começava a se pôr. Percy se levantou e virou-se para ir para casa. Quando a viu.

Ela o encarava como se pensasse se ele era real. Ficaram se encarando por segundos, minutos, quem sabe. Até que começaram a correr na direção dos braços um do outro.

Quando Percy sentiu o pequeno corpo de Annabeth chocar-se contra o seu, se sentiu completo. Ela era o seu sonho. Seu sonho de adolescente.

“You make me feel like I'm living a Teenage dream.”