POV Narrador

Annabeth estava sentada no banco de trás do carro de seus pais há praticamente uma hora. Os vidros estavam abertos deixando o ar entrar. A garota se recusou a sair do carro desde que chegaram à Nova York, por mais que seus pais insistissem ela não parecia disposta a sair dali. Pelo menos não agora.

Annabeth não sabia o que fazer sem Percy. Era uma cidade nova, pessoas novas, era tudo novo e diferente. Como ela aguentaria sem ter alguém com quem conversar? Alguém que a entendesse?

E secretamente, Annabeth nutria uma pequena paixão por Percy. A mesma não sabia quando começou, mas toda vez que ele chegava perto sentia sensações estranhas na barriga.

Percy era lindo, todas as meninas eram caidinhas por ele. Mas ele não ligava para nenhuma delas, só queria brincar e ficar com sua melhor amiga. Algumas choravam por ele e faziam de tudo para ter a sua atenção. Pelo menos isso elas não conseguiam, assim como Annabeth.

Melhor amiga. Era isso que ela era. Annabeth tentou de tudo para chamar atenção do garoto de olhos verdes, mas parecia que nada o segurava por muito tempo. Ela tentou parar de gostar dele, como se isso fosse possível. Por mais que ela tentasse disfarçar seus sentimentos eles sempre conseguiam um jeito de se mostrar.

Annabeth só queria ficar sentada no banco daquele carro e espera-lo, na esperança de que ele aparecesse e contasse uma piada completamente inapropriada para aquela situação.

(Ouçam: http://www.youtube.com/watch?v=SN1gi8oq74g)

Guess mine is not the first heart broken.

My eyes are not the first to cry.

I'm not the first to know

There's just no getting over you.

Acho que meu coração não é o primeiro a ser partido

Meus olhos não são os primeiros a chorar

Não sou a primeira, a saber,

Que não da pra te esquecer

I know I'm just a fool who's willin'

To sit around and wait for you.

But, baby, can't you see

There’s nothin’ else for me to do?

I'm hopelessly devoted to you.

Eu sei que sou só uma tola que quer

Ficar sentada aqui e esperar você

Mas,amor, você não consegue ver

Que não há mais nada pra eu fazer?

Eu estou desesperadamente devota a você

Será que ele não percebeu o que ela sentia por ele? Ou só fingiu que não sabia? Que rejeitou o amor de Annabeth, a deixando pensar que ele não gostava dela. Ignorava isso porque só a queria como amiga. Não, não podia ser verdade. Percy não faria isso. Tinha um coração bom. Annabeth achava que ele não poderia pensar em fazer isso, apesar de todas as qualidades Percy era lerdo.

My head is sayin', "Fool, forget him."

My heart is sayin' "Don't let go.

Hold on to the end."

And that's what I intend to do.

I'm hopelessly devoted to you.

Minha cabeça está dizendo"boba,esqueça-o"

Meu coração está dizendo"não deixe ele ir,

“Segure-o até o fim.”

E é isso que eu pretendo fazer

Eu estou desesperadamente devota a você

Em sua cabeça Annabeth pensava que o melhor era esquecê-lo, mas não era isso que seu coração queria. Ela não queria perdê-lo. Era melhor o ter como amigo, do que não tê-lo.

E assim Annabeth passou à tarde. Dentro do carro pensando no que faria sem o garoto que esteve com ela em todos os momentos.

[...]

4 anos depois

Annabeth estava deitada de cabeça para baixo em sua cama. Em suas mãos estava um enorme e desbotado livro, que a mesma comprou em uma livraria a dois dias atrás. Esse livro atraiu a atenção de Annabeth por vários dias, até que em fim, ela resolveu comprá-lo. Era Os Três Mosqueteiros, do próprio Alexandre Dumas. Um clássico, e Annabeth era louca por isso.

Annabeth estava tão concentrada no livro que não percebeu a porta se abrindo, e bem devagar cinco pés adentraram o quarto. Andaram silenciosamente até a cama e...

– Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! –

As cinco garotas riam da cara da amiga, ela realmente tinha levado um susto. Quando Annabeth estava lendo, era a melhor hora para pregar um susto.

– Silena! Bianca! Thalia! Clarisse! Piper! O que deu em vocês?! – diz Annabeth se recuperando do susto.

– Desculpe Annabeth, mas ainda é divertido te dar sustos. – diz Piper rindo juntos com as outras.

– Principalmente quando você está tão concentrada em um livro assim. Você nem percebe o que acontece em sua volta. – completa Bianca.

– Isso se chama concentração. E vocês me fizeram perder a página do livro. – diz Annabeth.

– Deixa de ser Nerd Annabeth! Depois você acha. – diz Silena.

– Mudando de assunto, agente vai à sorveteria e queríamos saber se você quer ir junto. – diz Piper.

– Quero. Nesse calor todo mundo deve ter pensado na mesma coisa. – diz a loira.

Annabeth conheceu as garotas pouco depois de se mudar. Elas eram suas melhores amigas e estavam com ela em todos os momentos.

Annabeth conheceu Thalia primeiro.

Thalia Grace é uma garota com estilo meio Punk. Ela adora usar preto e tem um jeito rebelde de ser. Odeia estudar e principalmente o colégio em que estuda. Dizia que na Godde só tem riquinhos que só se importam como próprio nariz. Mas a verdade era que Thalia também era rica. Milionária, na verdade. Seu pai, Zeus, era um dos melhores advogados do país. Advocacia era um negócio de família, seu avô era, seus tios são e assim por diante. Thalia odiava o dinheiro do pai, quando precisava de algo conseguia sozinha. Ela não precisava dele, pensava, quando sua mãe estava viva nunca precisou e não é agora que vai precisar.

A mãe de Thalia morreu quando a mesma tinha onze anos deixando a guarda dos dois filhos para seu pai. Thalia tinha um irmão de quinze anos chamado Jason, com uma personalidade totalmente diferente da irmã, e era o queridinho do pai. Zeus era casado com Hera, uma planejadora de casamentos que adorava infernizar a vida dos irmãos.

Clarisse La Rue era uma garota briguenta. Essa é a palavra que a melhor define. Era violenta e quando pequena jogava os garotos de sua rua em lixeiras. Seu pai era Ares, um general que batalhou em várias guerras, e era o exemplo de Clarisse. A garota cresceu sem mãe, então não tinha um modelo feminino para seguir. Não era muito de se arrumar e dizia que odiava garotos. Até que conheceu Chris, seu atual namorado. Precisou da ajuda de Silena para conseguir deixar as crenças estúpidas e aceitar o pedido de namoro. Hoje, Silena era sua melhor amiga.

Silena Beauregard era uma garota romântica e fofa. Filha de Afrodite uma famosa estilista e queria seguir a carreira da mãe. Adorava moda e podia ser considerada mimada e patricinha, mas só para os que não a conheciam. Tinha uma beleza extraordinária, com cabelos castanhos e lindos olhos azuis. Namorava Charles Beckendorf sua paixão desde o primeiro ano do ensino médio. Era uma das mais próximas de Annabeth, que ajudava a amiga com certo garoto não superado chamado Percy.

Tinha uma meia-irmã chamada Piper, as duas eram extremamente diferentes e brigavam muito, mas no fundo se gostavam. Clarisse era sua melhor amiga, desde que a ajudou com Chris. Irônico não?

Bianca Di Ângelo era extremamente responsável. Tinha um irmão e cuidava dele como se fosse seu filho. Perdeu a mãe muito nova e tentava fazer esse papel. Quando sua mãe morreu seu pai se tornou um homem amargo e dependente de seu emprego. Bianca praticamente vivia na casa de Annabeth, tentando ficar o máximo longe de casa. Mas mesmo assim, continuava amável com sua família e com todos.

Piper Mclean adorava se esconder. Se sentia intimidada com a beleza da meia-irmã, e acreditava que não era bonita. O que era uma mentira. Piper odiava chamar atenção, usando roupas discretas. Seu pai era ator e trabalhava muito, por isso morava com sua mãe. Gostava do irmão da Thalia, e era mais nova que as outras, tendo quinze anos.

[...]

As garotas conversavam na sorveteira, a mesma estava bem cheia, graças ao calor que estava fazendo.

– Eu acho que aquele cabelo devia ser proibido. – disse Silena.

– Eu tenho que concordar, ela parecia à medusa. – disse Thalia.

Annabeth olhava distraída para fora, quando vê um garoto de cabelos pretos e olhos verdes passar pela sorveteria.

– Não pode ser! Eu estou vendo coisas de novo. – diz.

– O que foi Annabeth? – pergunta Bianca. –

– Eu tenho certeza que eu vi ele. – diz Annabeth.

– Ele? Quem? Ah! – fala Silena.

– É impossível Annabeth, ele mora em São Francisco. – diz Clarisse.

– Eu devo ter visto alguém parecido. – diz Annabeth.

As garotas voltaram para sua conversa, mas Annabeth olhava para porta o tempo todo, com a esperança de que Percy passe por aquela porta. E eles voltassem a ser o que eram antes.