Desavenças Às Avessas escrita por RoBerTA, Apenas Uma Sobrevivente


Capítulo 4
Lhe apresento o dedo do meio


Notas iniciais do capítulo

Gente o capitulo esta grande e não esta legal, então lhe peço desculpas, mesmo, o próximo eu compenso (ou tento)!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/281952/chapter/4

Saindo daquele inferno salgado, onde aquele crápula me afogou ( ta, ele não chegou a me afogar, mas bem que poderia, pelo simples fato de eu não dar pé!), ta voltando... saindo do inferno, onde todos estão acostumados a chamar de mar, onde todos aqueles capetas em formas de pessoas me observavam vou até minha moto, disposta a seguir o cafajeste que fez isso comigo.

Vago pela cidade determinada a achá-lo, mas só determinada, pois achar que é bom, nada. Já estava ficando de noite, e eu continuava molhada, a brisa que começava a vagar pela noite estava ficando gélida, então desisto de minha tentativa de vingança por hoje e volto à mansão de papai.

Chagando lá, a mansão estava interditada (?), papai e Leonel estavam do lado de fora conversando com uma viatura dos bombeiros.

–Pai, o que aconteceu aqui?

–Ai Alice sua mini-vadiazinha... - olho para Leonel incrivelmente assustada, ele me chamou de vadiazinha? Nem vadia? Vadiazinha? No diminutivo? E mini?

–Olha como fala com minha filha Leonel.- papai o interrompe incrivelmente irritado. – Alice aonde você foi?

–Abastecer minha moto pai, por quê?

–E antes disso?- Pede um moço incrivelmente bonito da viatura.

–Eu fiquei em casa, por quê? – já estava pensando o que devia ter feito de errado.

–Porque a cozinha, juntamente com a sala de jantar e a biblioteca pegaram fogo, Alice!- fala Leonel, parecendo estar irritado.

–Mas não fui eu, eu juro!- ergo minhas mãos ao alto. Todos me olham com clareza que não acreditaram em minha palavra. - Eu juro pessoal, não fui eu! Poxa. Tão desconfiando de mim? Realmente? – nesse meio tempo a lembrança de brigadeiros passando na TV e eu ficando com água na boca seguindo de procuras incessantes de Nescau e panelas, e “ Como se liga isso?”, e me lembrando de minha ducati que precisava ser abastecida, e mais procuram incessantes pela chave da moto, vieram a tona. Puta que pariu, não acredito que taquei fogo na casa de meu pai! Mas jamais iria confessar isso. Jamais!

–Ta bom Alice, mas nós não vamos poder ficar mais aqui.

–Ué porque? Se só queimo 3 aposentos?

–Fragmentos Alice, fragmentos. Sabe o que é? –

–E você moço, sabe o que é chute em canelas ou chute onde o sol não bate? –Devolvo na mesma ignorância ridícula quanto à pergunta do oficial.

–Respeito Alice!- meu pai fala, amargo.

–Unf! – a única coisa incrivelmente inteligente que saiu de mim o dia todo.

Depois de irmos a uma imobiliária amarela, a propósito, já comentei que detesto amarelo? Então, depois de muito discussão para escolhermos um hotel para passar alguns dias até que a mansão esteja pronta novamente. Fomos para o mesmo escolhido, e dou uma chance para vocês adivinharem que cor o bendito é? Isso mesmo, amarelo.

–Olá Enry! – fala Leonel dando três beijinhos em um cara que estava na recepção do hotel.

–Olá senhores e... senhorita. Nada de gentilezas aqui Leonel, o quarto de vocês é no 8° andar,o quarto 803, tenham uma boa noite, e a propósito, se quiserem, o café é servido depois das 6.

Que beleza 8° andar!- sintam a ironia tomar posse de mim.

–Onde fica as escadas, tio?- pergunto para o tal de Enry.

–Atrás dos elevadores, querida!- responde abrindo o maior sorriso do mundo, a propósito, já comentei que não gosto de elevadores? Então.

 Após uma longa jornada de 8 andares de escadas, chego no devido andar, não sentindo mais minhas pernas, mas sim, duas grandes taquaras se rachando de dor. Via minha morte próxima!- dramática, nem um pouco!

Tudo estava devidamente em seu lugar, e o apartamento era lindo, incrivelmente lindo, tinha um ar moderno-retro, era perfeito.

–O que achou, Alice?- sabe, essa noite eu escutei demais meu nome, é estranho.

–Na verdade... Não gostei muito, mas da pro gasto!- minto só para aborrecer-lhes, abrindo um meio sorriso e me jogando no sofá macio.

 Levanto do sofá com o pescoço doendo, sem saber direito como adormeci naquele lugar vou para meu quarto tomo banho e vou para a escola, sem ao menos despedir-me de Leonel.

 Ao chegar na escola todos me olhavam como se eu fosse uma espécie de animal, bom, no caso, é o que eu realmente sou, mas racial!

Visto ao longe uma pessoa incrivelmente conhecida, ou melhor, um inimigo conhecido, coberto de pessoas, espero que ele esteja tento um ataque cardíaco!- Ou não, esperem, eu é que tenho que matar ele!- Vou para a aula sem muito me importar, afinal, era física, e eu simplesmente adoro física!- acho que meus olhos brilharam!-

–Numero 3 com o numero 9- A professora( que mais parecia uma biruta, do que uma professora!) estava sorteando os números para um trabalho qualquer, agora só faltava saber quem é o numero 9!

Depois de todos os grupos já formados a professora fica me fitando.

–E você?- pede amargurada para mim.

–Eu o que?- Retruco com uma cara mais amargurada ainda.

–Cadê seu grupo?

–Tu acha que se eu soubesse estaria aqui sozin...- sou interrompida por uma ameba que passa pela porta desesperado. Não acredito, se ele for o numero 9, juro que me decapito, estripo, e depois me taco ao fogo!

–Ai que bom, senhor John, esta agrupado com a numero 3!

Fala sério? Bom, eu só não vou fazer tudo isso que prometi a cima, pois antes, vou matar uma certa ameba, depois, eu vejo se cumpro com o trato feito por mim, comigo mesma!

Ele passa os olhos pela turma e pousa-os em mim, onde lhe lanço o meu melhor olhar de fuzilamento.

–Ela é o numero 3?- Pede apreensivo para a professora.

–Ela o escambal!- Grito. E todos repousam seus olharem em mim.

–John, por favor, não quero mais problemas com você.- fala a professora carinhosamente ao “John”, que nojo!

Ele se senta a meu lato apreensivo.

A professora explica o que deveríamos fazer, eu, claro, presto atenção, e John, tenta manter a cadeira o mais distante possível de mim. Parece até que eu mordo! Ta na verdade, eu mordo sim, mas jamais infectaria minha boca com uma bactéria feito ele. É nojento!

John não tirava aqueles olhos verdes capim de cima de mim, o que me deixava meio que vermelha, detesto olhares sobre mim, só de medo, mas depois de um certo tempo, me acostumei com as pessoas olhando meus baracos.

Fiz todo o trabalho sozinha, sem pedir-lhe nada, sem observá-lo, só fiz o que a professora pediu. E assim, com aqueles capins me observando, o sinal bateu.

No recreio, adianto-me até a cantina, estava a comprar um lanche, depois da terrível refeição de ontem, chegando perto da fila, todos me observam cautelosos, isso foi de um certo modo bom, pois detesto esperar na fila e ainda mais com gente fedida; todos abriram caminho até o balcão.

Fui até uma parte do jardim onde tinha grama e por lá fiquei, escutei alguns comentários dos acontecimentos de ontem. ”Você viu só, ele domesticou a cabelo branco”, sério? Fui chamada de cabelo branco? E eu havia sido domesticada? Meu sangue ferveu, e o troco com certeza viria.

Meu suco de amora não havia terminado totalmente, e perto do lixo, outro lixo estava.

Caminho determinada até sua direção, aonde todos vão se afastando.

Shuaa, foi-se o resto de meu suco manchando sua camiseta branca meio aberta, e deixando seus cabelos provavelmente grudentos.

–Tu pirou? - Pede ele ainda indignado. -Bebeu muita água do mar, é?- agora pede tentando brincar com a minha cara.

Chego perto de seu ouvido o bastante para ele congelar e ninguém ouvir, e assim faze-lo arrepiar.

–Acho que bebi muita água do mar, e algo afetou meus neoronios, então... sinto-lhe informar que você...- afasto-me- criou uma inimiga mortal. -Viro as costas quando o sinal bate, e assim volto para a próxima aula.

Isso não foi cruel, nem nada do gênero, algo muito pior ainda estava por vir, eu só não sabia o que seria; mas algumas coisas já vagavam em minha mente.

 E assim a aula passa numa rapidez desigual, enquanto pensava em mil e um planos para acabar com a raça do cretino.

 Na saída da escola vou para o estacionamento, onde John e seu “grupo” estavam ao redor de um carro vermelho conversível, pera; o caro de John, idéias afloram em minha mente. De repente vejo um garoto saindo incrivelmente irritado de perto do grupo. É o mesmo garoto que estave sempre com John, deviam ser amigos, pera... essa gente tem amigos?

Sigo-lhe até estarmos meio afastados de todos os olhares escolares.

–Quer carona?- peço, vendo que ele saiu de seu transe de raiva, para susto, caído na calçada. Acho que devia ser a ultima pessoa que ele deveria querer ver. Bom, ou a penúltima pelo jeito que saiu de perto de John.

Ele se recompõem em pé, e nega-me carona.

–Desculpa te-lo assustado.

–Tudo bem- fala continuando a caminhar. E eu, continuo a seguir.

–A escola é longe da civilização, tem certeza de que não quer uma carona?- insisto, sendo incrivelmente meiga, acho que daqui uns tempos posso seguir carreira como atriz que com certeza iria ganhar vários Oscar!

–O que você quer comigo? A partir de hoje não faço mais o dever dos outros, esquece!

–NÃO!-grito sem querer assustando-o novamente- Desculpa, é que... não preciso que ninguém faça meu dever, só quero oferecer ajuda, poxa, é tão difícil assim de acreditar?- Ele me encara meio que apreensivo.

–Ta bom.- Em fim o garoto acaba aceitando.

–Alice, prazer.- falo abrindo um enorme sorriso.

–David, e não corre, por favor!- sendo que eu estou lhe oferecendo um favor ele ainda exige. Poxa vida!

Depois de David me informar onde ele mora e termos uma longa conversa ao chegarmos em sua casa.

–O que aconteceu com você e o John?- peço, acho que parecendo mais curiosa do que o normal.

–Bom... Tenho que entrar amanhã a gente se fala.- desvia do assunto se despedindo e entrando em sua enorme mansão

 Em casa almoço incrivelmente feliz, sozinha, e no tédio, porem feliz, fico pensando no que fazer essa tarde ensolarada, então David me vem a mente como uma luz.

 “DIM DOM” a campainha de sua casa é mais barulhenta do normal, isso assusta meus tímpanos fazendo-os virarem cambalhota em minha cabeça.

–E... Alice?- pede David a abrir a porta.

–Ooi! –tento parecer feliz, abrindo um enorme sorriso.- Vamos pra prai...- sou interrompida por David.

–Pera só um pouco...- ele entra em sua casa e demora uns 5 minutos até aparecer novamente com uma mochila nas costas.

– O que é isso?- peço curiosa.

–Você não quer ir a praia? Vamos logo então!- falou incrivelmente confiante e aparentando querer sair daí o mais rápido possível.

Assim, David sobe em sua Ducati azul escura e eu na minha preta e fomos para a praia.

–E ai, o que te fez querer vir para a praia senhorita Alice?

–Tédio, e... um pouquinho mais de tédio, divido por mil, e... bom, nem chega a metade do tédio que eu tava sentindo!

–Humm, e porque me convidou para matar esse tédio todo?

–Você é a única pessoa que eu conheço e que não parece ser tão estúpido que nem os outros!- e abro um sorrisinho já sentando numa cadeira da lanchonete de frente pro mar.

Ele sorri também sentando do meu lado apreciando o mar.

–O que o casal de estranhos vai querer?- pede a mesma garçonete oferecida de ontem. Ela nos chamou de estranhos? Pois é, acho que pediu para ser metralhada.

–Um mil...- corto David no mesmo segundo.

–Sua cabeça ao molho, e seu coração com um pouco de brócolis ao redor!- falo sorrindo, fazendo da situação “normal”. Ela e David me observam como se eu fosse um ete.

–Err, ta, dois Milk-chacks de baunilha, por favor.- e assim a garçonete masoquista se retira, me observando com o canto do olho.-O que foi isso?-Pede David apontando para a garçonete.

–Ela nos chamou de “casal de estranhos”!- falo como se fosse a coisa mais obvia do mundo, que no caso, era!

–DAVID, SEU GAY DUAS CARAS! – vem John em nossa direção apontando pra cara de David.

–GAY O CARALHO!- Me ergo da tão confortável cadeira para discutir com John.

–Não estou falando contigo, piralha!-Fala isso para mim, e se vira novamente para David. -Como você pôde velho?

–HAHAHA mas eu estou falando com você seu estúpido desmamado! –Ele se vira, juntamente com todos os presentes na lanchonete.

–Você me chamou do que?

–Ta surdo por um acaso? Tu acha que o David é só teu é?- ele olha para David confuso, e eu olho para David que estava com um leve sorriso querendo sair de sua boca.- Pois saiba que não! Ele não é seu escravo, e nem escravo de ninguém, a abolição já aconteceu, sabia disso? Seu australopiteco sem pelo! –Pego David pelo braço, fazendo-o sair daquela situação “vexame”.

–Nossa, obrigado, ninguém nunca me defendeu, poxa...- fala baixinho David ao descermos as escadas da lanchonete.

–Prazer, ninguém!- falo sorrindo e estendo a mão.

–VOLTEM AQUI, OS DOIS!- grita John nos seguindo.-NÃO TERMINEI COM VOCÊS.

–Que bom John, por que nós terminamos com você. –fala David para John com uma cara muito irritada- To cansado porra- eles param um de frente pro outro, agora só faltava uma pipoca pra ver o circo pega fogo, tudo que eu mais precisava no momento!- Sabe John, eu cansei de ser a sua putinha- disse David fazendo aspas no ar- Cansei de sempre estar com alguém que nem ao menos liga pra minha opinião, que, o que só quer de mim é a companhia, pra que ninguém dessa cidadezinha de merda fique falando de você. Cansei John, Cansei de você, e dessa sua tentativa falha de vida perfeita. Agora me faz um favor?- todos os ouvintes que se formaram ao nosso redor arregalaram os olhos quando David começou a falar, talvez essa fosses a primeira vez que alguém realmente o escutasse, sinceramente, me deu pena- Vai se foder, ou foder alguém, não me importo mais, mas faça isso bem longe de mim. Otário!- e assim David pegou meu braço e saímos correndo em direção as motos, subimos na mesmas, sem por capacete e nem nada, deixei David me guiar. Onde ele fez questão de passar na frente de um John mudo e apresentar-lhe o dedo do meio.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Desavenças Às Avessas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.