–Bianca? – Percy assustou-se.

–Sim. Zoe, Beckendorf, Silena, Luke, Nakamura e Yew também estão aqui.

Annabeth prendeu a respiração:

–Luke?

Lentamente, os sete adolescentes foram aparecendo, com roupas brancas e com a mesma idade que tinham quando morreram.

Annabeth começou a chorar ao ver os amigos, Percy sentia uma extrema vontade de abraçar todos eles. Luke franziu a testa ao ver as lágrimas da menina, que prendeu o choro. Bianca sorria para Nico, Beckendorf e Silena estavam abraçados. Nakamura acenou a cabeça brevemente para Percy e Yew sorria para os amigos. Zoe fez uma reverência e sorriu, satisfeita.

Sem falar uma palavra, os sete fecharam os olhos e cercaram o casal. Uma aura de luz branca e dourada envolveu os dois. Percy e Annabeth sentiram o amor dos amigos cercá-los e uma sensação indescritível de paz preencheu o espaço em que os dois se encontravam.

–Eles estão abençoando vocês, e o bebê também – ofegou Nico, maravilhado.

A luz pairou no ar por alguns instantes e os espíritos se afastaram. Eles acenaram para os três, se despedindo, e despareceram no ar.

***

–Tem visto Bianca frequentemente, Nico? – perguntou Annabeth. Eles tomavam sorvete na varanda e observavam as crianças brincando no parquinho do condomínio.

–Nem tanto... Ela conversa comigo, mas raramente aparece. Ela diz que está trabalhando com papai. Parece que ele tem julgado menos severamente nos últimos anos, os campos Elísios estão mais cheios do que nunca. O que é ótimo, claro. Silena, Ethan e Luke obtiveram perdão e vão encarnar novamente.

–Beckendorf não está triste? Vai perdê-la de novo. – Percy perguntou.

–Ah, não. Ele pediu para reencarnar na mesma época que ela. Eles vão se encontrar novamente, podem ter certeza. Bianca vai permanecer lá, está extremamente feliz ajudando os outros. Zoe está bem, encontrou outras ex-caçadoras, e juntas ajudam a cuidar das florestas do Elísio. Michael Yew está feliz lá, com outros campistas...

–Parece maravilhoso – disse Annabeth, com um olhar distante.

Os três permaneceram em silêncio por alguns minutos, até que Nico, inquieto, perguntasse:

–Annabeth... O que sua mãe disse?

Annabeth cravou as unhas no estofado do puff em que estava sentada, ela tinha esquecido desse detalhe. Percy congelou, com medo da reação de Atena. Ele sabia que a deusa não ia muito com a cara dele.

–Droga... DROGA, DROGA, DROGA! – Annabeth fechou os olhos, pensativa.

–Não me surpreenderia se eu fosse reduzido a pó em dois segundos. – Percy ponderou.

–Poseidon deve ser bem tranquilo quanto a isso, ele sempre aprovou nosso casamento. Lembro até que ele ficou cantando minha mãe na festa. Ele estava quase tão bêbado quanto o Sr. D, que não parava de gritar dizendo que ele era uma fada roxa. – lembrou Annabeth.

–Atena estava com cara de quem estava em um enterro, e fazia cara feia sempre que meu pai fazia alguma piada sobre corujas marinhas. – Percy riu, mas interrompeu o riso com o olhar de censura da esposa.

–Acho que preciso voltar para o Acampamento, quero chegar a tempo da sobremesa. Foi muito bom revê-los, e boa sorte com Atena. Passo aqui outro dia para deixar uns presentes.

O casal se despediu de Nico e entraram em casa, o sol já se punha. Annabeth foi para o banho e Percy entrou no quarto, onde encontrou dois envelopes dourados na cama. A caligrafia caprichada do primeiro era bem clara ao informar o remetente: Olimpo.

“Os deuses convocam uma reunião de extrema importância com os senhores Percy e Annabeth Jackson em dois dias.”

Arrepiado, Percy abriu o segundo envelope.

“Rapaz, você está frito. Atena destruiu sua placa de honra no Olimpo. E com as próprias mãos. É bom se preparar.

Cuide-se,

Hermes”