No capítulo anterior...

–Te espero la. Não deixe aquelas garotinhas te intimidarem, você é toda linda do seu jeito. Ouviu, Rose Weasley?

–Sim senhor, Scorpius Malfoy. -Ele riu e deu as costas.

As coisas estavam ficando cada vez mais estranhas... Muito estranhas.

Capítulo 5:

O monstro do lago Ness

P.O.V Rose Weasley.

Scorpius deu meia volta e seguiu seu caminho. Eu olhei para frente, suspirei e continuei minha monótona caminhada até o salão comunal. Estava cada vez mais convencida de que verde não faz meu estilo, prefiro vermelho que realça a cor dos meus olhos. Tudo bem, isso se pareceu muito com Dominique falando sobre seus olhos - acreditem, quando ela começa ela não para mais.

Subi as escadas e fui tomar um banho antes que eu fosse atacada por bombas de bostas ou fosse surpreendida por mais alguma cor que vai tingir o meu cabelo. Ah não, eu estou em um local seguro onde aquelas piranhas não podem me pegar. Bom, pelo menos é isso o que eu acho. Vai saber.

–AH MEU DEUS, O QUE É ISSO NO SEU CABELO? -Gritou Molly quando estava saindo do seu dormitório. -Deu um mergulho no lago da lula-gigante e ficou com alga na cabeça, Rose?

–Isso não fez nenhum sentido, fique sabendo. -Ela ainda continuou rindo com o meu argumento de defesa inútil. -E se isso por um acaso tivesse acontecido, seriam piranhas que teriam colocado isso no meu cabelo.

–Sonserinas? -Indagou ela e eu assenti. -Vem, eu acho que sei um feitiço que vai dar certo!

Ela me puxou para dentro do meu dormitório e fez eu sentar em minha cama. Molly sacou sua varinha e a apontou bem na minha cabeça. Rezei, por um instante para Dominique chegar e impedi-la de me matar. E ela chegou, porém ficou comendo sua asinha de frango enquanto observava a cena.

–Rosa vermelha, morango, maçã. Torna ruivo esse cabelo cor de musgo! -Fechei os olhos e esperei que minha cabeça não explodisse. E por sorte, não explodiu. -É, não deu certo.

–Pelo menos a cabeça dela ainda ta ai, Molly. -Zombou Dominique e a ruiva revirou os olhos.

–O jeito é lavar então! -Exclamou ela e eu suspirei.

Levantei-me e fui até o banheiro. Eu teria que passar bastante shampoo para conseguir tirar esse verde, se eu conseguisse é claro. Se não, teria que me contentar com o novo visual... É, não. Nem que eu tenha que arrancar minha cabeça fora, mas esse verde não vai ficar aqui.

(...)

–Está pronta, Rose? -Indagou Dominique entrando em nosso dormitório. Eu estava em frente ao espelho, prendendo o meu cabelo em um coque malfeito.... Verde.

–Sim, vamos, antes que fique muito em cima da hora! -Ela me olhou estranhamente porém concordou.

Eu nunca gostei de ser o centro das atenções, por isso nunca usei roupas chamativas e essas coisas. Mas parece que a vida gosta de te ensinar algo, como por exemplo, que as vezes temos que passar por coisas que não nos agradam. Tipo, passar em um corredor cheio de gente que fica te olhando como se você fosse um alién... Bem, eu estava com o cabelo da cor de um.

–O que foi? Nunca viram um cabelo verde? -Perguntei a todos que me olhavam, que acabaram por seguir seus caminhos dando risadinhas. -Que ódio!

–Eu até poderia tentar te confortar e talz mas... Olhe pelo lado positivo! -Dominique era boa em animar pessoas, e eu achava isso estranho. Pois ela tinha um dom especial de não conseguir me por para cima. Ela conseguia colocar tudo e todos para cima, menos eu. Má sorte? Oh yeah.

–Tem um lado positivo? -Indaguei esperançosa para minha prima, que abriu a porta da sala de aula e todos magicamente começaram a dar risinhos.

–Ér... Não. -E assim minhas esperanças foram por água a baixo. Nunca me importei com que os outros falavam, porém agora era uma questão de dignidade. Eu sempre fui estranha, mas agora eu era uma estranha de cabelo verde! Eu era um filhote do monstro do lago Ness!

–Não conseguiu tirar a tinta, Weasley? -Perguntou o Malfoy junto com Alvo e seus outros amiguinhos bestas.

–Está vendo meu cabelo ruivo, Malfoy? Não, não está! A não ser que você seja daltônico! -Disse furiosa me sentando em uma carteira, onde Dominique sentaria ao meu lado. Porém ele foi mais rápido do que ela.

–Ok, pode se sentar ai, eu não me importo. -Ela fora ignorada, e justamente por isso sentou na carteira atrás de mim.

–Ei, eu não tenho culpa! -Meu olhar para ele fora fuzilador. -Talvez um pouco.

–A culpa é TODA sua. -Ele mexeu a cabeça e isso foi o suficiente para o professor chegar à sala. Eu odiava aquele professor com todas as minhas forças, ele era entediante. E pior, ele acha que eu não o odeio. Então isso me torna a sua queridinha, o que é uma coisa horrível.

–Bom dia, bom dia! -Disse ele indo até sua mesa.

–Posso ficar com você hoje? -Indagou Malfoy e eu arqueei uma sobrancelha.

–Como é? -Ele deu uma risada abafada e sorriu abertamente para mim.

–Me sentar com você aqui hoje, eu só durmo nessa aula. -Afirmou e eu respirei fundo.

–Por que não vai dormir com as suas... Fãs? -Ele não escondia seu divertimento sobre essa conversa sem sentido, deixava claro que falar com o monstro do lago ness era legal.

–Tudo isso é ciúme? -Eu revirei os olhos e o sorriso em seu rosto demonstrava sua felicidade em me irritar.

–Se eu for pintada de novo, Scorpius Malfoy, eu juro que te racho ao meio. -Ele ergueu os braços em forma de rendição e eu tentei me concentrar ao que o professor falava, mas não foi uma idéia produtiva.

–Eu curti esse seu cabelo verde, é bom mudar um pouco. -Não evitei rir junto a ele. Se bem que esse cabelo não é uma maravilha, mas se estivéssemos na época de Halloween... Seria um bom começo para a fantasia.

–Pinta o seu de vermelho e estamos quites. -Ele se acomodou em cima do seu livro e se preparou para dormir.

–Talvez. -Ele fechou os olhos e tentou dormir enquanto eu tentava prestar atenção na aula.

(...)

–Vejo vocês amanhã! -Disse o professor e todos os alunos saíram como uma boiada esfomeada. Dominique dormia atrás de mim e Scorpius dormia ao meu lado. Minha vontade era deixar os dois ai, mas o monstro do lago ness tem um bom coração.

–Acordem, seus preguiçosos! -Bati meu livro na mesa e os dois acordaram.

–Vamos para o nosso dormitório, eu vou continuar dormindo! -Dominique bocejou em seguida e eu dei ombros. Teríamos uma aula vaga já que o professor está doente e ninguém se propõe e dar aula para nós. -Estou cansada, muito cansada.

–Mas você nem prestou atenção na aula! -Protestei e ela deu um riso para si mesma.

–Ser desatenta cansa. Agora vamos! -Me puxou pelo braço, porém Scorpius me puxou pelo outro.

–Não se esqueça da nossa aula. -Eu assenti e ele me soltou, logo sendo puxado por Alvo que falava sem parar sobre como ele era chato por trocar ele por mim e blá, blá, blá.

Voltamos para o salão comunal, onde Dominique se jogou no sofá e dormiu. Eu, no entanto, como não tinha nada para fazer resolvi ler o livro que Scorpius mandou eu ler: '' Quadribol através dos séculos ''. Sentei em uma poltrona e comecei a ler. No começo não fazia sentido - nada fazia sentido -, pois eu não entendia nada do que se tratava.

Cada vez estava mais convencida de que eu não servia para o quadribol

E o quadribol não servia para mim.

Se fosse algo que envolvesse física, lógica e essas coisas que eu tenho aptidão para entender, tudo bem. Mas era uma coisa que eu não queria - e nem iria - conseguir aprender em três semanas.

–Rose, você não deveria estar na sua aula de quadribol? -Indagou Dominique se despreguiçando.

–Claro que não, só começa quatro e meia. -Respondi continuando a ler o livro.

–São quatro e quarenta. -Ela se jogou no sofá novamente e eu larguei o livro ali mesmo e subi para me trocar.

Coloquei aquela roupa agarrada o mais rápido que pode e torci para que ele não estivesse irritado. Prendi meu cabelo verde e calcei meu tênis. Sai correndo - como sempre - até o campo. Eu realmente não agüentava correr, meu corpo doía e eu não queria fazer esforço para chegar lá e ter que correr mais, fazer abdominais e flexões.

Esporte é uma das coisas que eu abomino.

Outra coisa é verde, o que ataca a minha Verbumbia. Eu vou morrer, apenas.

–Desculpe o atraso! -Disse logo de início quando percebi que sua cara não era a das mais amigáveis.

–Eu vou ter que te ensinar a ver horas também? -Ele fez uma careta e eu suspirei. -Bem, pode começar dando umas voltas no campo.

–Quantas? -Meu desanimo era visível e ele estava percebendo, mas o seu sorriso indicava que eu iria sofrer.

–O quanto eu achar que está bom. -Revirei os olhos e ele se sentou na sua cadeira de praia enquanto eu começava a correr. -Veja pelo lado positivo Weasley, só faltam 20 dias!

20 dias para um mico pior do que meu cabelo estar pintado de verde.

20 dias para Rose Weasley ser massacrada jogando quadribol.

20 dias para eu me livrar de Scorpius Malfoy.