No capítulo anterior...

–Eu estou viva? -Perguntei causando risos nos Grifinórios. -Eu não cai?

–Eu disse que você não iria cair. -Relembrou Scorpius e eu o olhei bem no fundo de seus olhos. Ainda não fazia idéia de o porquê dele estar me ajudando e pior, não ter deixado eu me esborrachar no chão. Era estranho... E suspeito.

Capítulo 4:

Loiras&Pegadinhas

P.O.V Rose Weasley.

-Sabe, nós poderíamos continuar aqui o tempo que você bem entender. Mas eu ainda quero jogar quadribol. -Disse ele e eu acordei do transe que entrei quando olhei em seus olhos. -Então me solte, Weasley, minhas fãs não vão gostar disso.

-Fãs? -Indaguei para ver se entendi direito. -QUE fãs? 

-Aquelas! -Apontou para a arquibancada como se fosse bem óbvio. -Ou acha que elas me perseguem por que gostam de te ver? Se bem que você está bem gostosa nesse uniforme e... -Paf, esse foi o som do tapa que ele levou na cara. -Você é tão forte, Weasley, minha cabeça até saiu rolando. 

-Que bom, Malfoy. -Me recompus ao lado da professora que me olhava negando com a cabeça. -Feliz, professora?

-Com certeza. -Respondeu fazendo sinal para Dominique vir junto a nós. -Garotos, vocês vão jogar quadribol até o final da aula! E coloquem as garotas nos times também! Quero vê-las gritando de medo. -Todos a obedeceram, menos nós que sofreríamos no final. -Enquanto a aula não acaba, vocês podem me pagar vinte flexões e depois descansar, pois vocês limparão os vestiários! Podem começar.

Fomos para aonde o sol não pegava e começamos a fazer as flexões. Dominique desistia de duas em duas, reclamando que iria morrer e não sabia como eu iria sobreviver nas garras de Scorpius. Parou de falar somente quando ficou sem ar. 

Eu no entanto acabei primeiro do que ela e me joguei na arquibancada, ficando deitada e respirando fundo enquanto eles se matavam ali ao lado. 

Comecei a pensar então, em por que Scorpius estava me ajudando. Não fazia o menor dos sentidos. Surgiu várias hipóteses na minha cabeça, mas nenhuma delas parecia ser convincente o suficiente para tornar-se uma explicação. Parecia tão vago e bobo, já que ele nunca fez nada por mim.

. Aposta: Ele já disse umas quinze vezes, que por nada no mundo ele me suportaria por mais de duas horas.

Certo, essa foi a única coisa que eu consegui pensar enquanto Dominique xingava a professora de nomes que até hoje eu jurava desconhecer. Eu odiava barulho, mas não era apenas ela que falava. Todos em todo canto gritavam, fazendo daquilo deixar de ser o paraíso. 

-Eu odeio ela, ODEIO, ODEIO, ODEIO! -Dominique esperneava ao meu lado, e eu apenas olhava para o céu.

-Acho que hoje vai chover. -Disse quase em um sussurro, sendo empurrada por Dominique e quase morrendo. -VOCÊ É LOUCA OU SÓ FINGE?

-EU ESTOU XINGANDO ELA E VOCÊ VEM FALAR DO TEMPO? -Berrou ela e eu assenti. -QUE RAIVA, ROSE WEASLEY!

-Domi, olha, você pode xingar ela com esses nomes que eu desconheço, mas... Ela nem vai ligar, só vai piorar. -Afirmei e ela bufou de raiva voltando a se sentar como uma pessoa civilizada. -Agora, se começarmos a falar do tempo quem sabe ele pode mudar e... Sei lá, um sol pode aparecer. 

-Realmente, você está muito pálida! Precisa tomar um solzinho. -Comentou e eu apenas revirei os olhos. Ela era mestra em fazer esses comentários desnecessários. -Mas agora me diga, ruivinha, em que você pensava? 

-Você sabe. -Respondi secamente e me deparei com a loira olhando para a frente, parecendo tentar entender alguma coisa. Dominique não é uma das pessoas mais rápidas de raciocínio que eu conheço, mas ok. Vamos relevar a lerdeza exagerada dela. 

-Oh meu Merlin. -Disse quase que em um sussurro, me olhando com os olhos arregalados. -Você estava pensando no...

-WEASLEY'S, VENHAM AQUI! -A professora deu um grito la de baixo, o que deixou Dominique furiosa por ter sido interrompida. Nos calamos e fomos até onde a velha rabugenta estava. -Podem começar a guardar essas vassouras e quando eles acabarem de se vestir, podem ir limpar o vestiário. 

-Sim senhora. -Dissemos juntas pegando as vassouras do chão e guardando-as.

Foi muito trabalho.

Eu sabia que todo ser humano que joga quadribol é bagunceiro, prova disso são meus primos. Mas nunca pensei que eles iriam conseguir a proeza de superar a bagunça que eu achava que já era demais. Realmente eu não entendo o por que deles amarem tanto uma coisa tão ridícula.

Quadribol: Uma total perda de tempo.

Todos correndo atrás de uma bola, ou três sei lá, quase se matando e mesmo assim: Eu amo quadribol, pô.

Para mim são todos desocupados, que poderiam estar estudando, lendo um livro ou até mesmo tendo uma vida fora desse campo. Mas blah, só é a minha opinião. Não é tão importante assim. 

(...)

-Eu não acredito, nós acabamos! -Exclamei vendo que eu estava suando feito um porco, vulgo meu irmão. Nojento. 

-Podemos ser felizes agora? -Choramingou Dominique colocando a vassoura em seu lugar. Esse lugar não admitia feitiços devido que poderia ser enfeitiçado para os times roubarem informações um dos outros e essas besteiras de quadribol, o que impediu que usássemos feitiços para simplificar o trabalho. -Eu quero entrar naquele salão e comer a primeira coisa que eu ver pela frente. 

-O lado bom é que a idiota da professora fez a gente perder aulas, e o lado ruim é que você está parecendo o meu irmão falando assim. -Comentei e ela deu uma risada fraca. -Vou tomar um banho por aqui mesmo, não vou almoçar toda suada. 

-É, boa idéia, senhorita espertinha. -Brincou e fomos fazer isso: Tomar um belo banho.

Depois de uma manhã inteira de trabalho merecíamos um belo banquete, que matasse a fome antes que ela nos matasse. Em certos aspectos, devo dizer, me pareço bastante com o meu pai. O que me preocupa já que a última coisa que eu quero é ganhar peso comendo mais do que devo. 

Enfim.

Eu e Dominique fomos até o grande salão como alunas normais que só estavam com fome. Mas é claro, como eu sou a pessoa mais sortuda do mundo - note a ironia - achava que seria tudo normal. E a única surpresa seria o que tivesse para comer. No entanto eu estava enganada... Muita enganada.

-Oh-meu-Deus. -Dominique ficou estática ao se afastar de mim. Tinha caído tinta verde em mim. Tinta verde, verde, VERDE. Verde significa sonserina, que significa cobra, que significa vadia. -Oh gosh, Rose! -Dominique não ria, apenas ficava pasma enquanto um grupinho de garotas da sonserina riam. 

-Quem-foi-a-vadia? -Perguntei direcionando o meu olhar para a mesa da sonserina. 

-Mandaram te entregar! -Disse um meninho do primeiro ano me entregando um bilhete.

-''Isso é para você aprender a ficar bem longe dele''.-Li em voz alta com os olhos cerrados. -SCORPIUS? VOCÊS ME PINTARAM DE VERDE POR CAUSA DO SCORPIUS? MAS TINHA QUE SER ESSAS LOIRAS BURRAS! QUE ÓDIO! EU VOU LEVAR NO MÍNIMO UNS CINCO DIAS PARA TIRAR ESSA TINTA DO MEU CABELO! -Berrei histérica enquanto Dominique me olhava tipo: O que você disse? -Sem ofensas, Domi e o resto dos loiros. Eu amo vocês demais, MENOS ESSAS VADIAZINHAS! QUERIDINHAS, SE QUEREM PEGAR ELE É SÓ FICAR SE ESFREGANDO NELE, QUE COISA! NÃO PRECISA PINTAR OS OUTROS! E PARA O GOVERNO DE VOCÊS, ISSO NÃO É NADA PERTO DO QUE OS MEUS PRIMOS FAZEM COMIGO! EU SOU PRIMA DE FRED WEASLEY E JAMES POTTER, VOCÊS AINDA VÃO TER QUE MORRER E NASCER DE NOVO PARA APRENDEREM A FAZER PEGADINHA! SUAS BESTAS! AAAAAAAARGH! 

-Acho melhor você ir tomar outro banho, Rose, eu vou pegar só uma asinha de frango e já vou atrás de você! -Disse Dominique docemente. Eu simplesmente dei as costas e fui até a sala da diretora.

E adivinhem?

Yeah, ela não estava lá.

Dei meia volta e fui em direção ao salão comunal da Grifinória, ou ao menos estava indo enquanto pensava em como ia me vingar daquelas vadias ou como ia esquecer o mico gigante que foi isso. Mas nada vinha a minha cabeça. E tudo isso, por que eu tive UMA aula com ele. Uma. Ainda tem 20. 

Acho que vou repetir de ano, é.

É a solução para os meus problemas!

-Rose! -Ouvi a voz de Scorpius e apertei o passo, não mesmo que eu ia falar com ele. -Espera ai, menina! Eu estou tentando ser legal com você.

-E eu estou PINTADA DE VERDE POR SUA CAUSA! -Gritei e ele puxou meu braço, para eu parar de andar. -Me larga, vai. Vou tomar um banho e depois encarar as outras aulas. Meu tempo não é muito grande. 

-Mas eu avisei que eu tinha fãs. -Ele deu ombro e eu bufei de raiva tentando me soltar dele. -Hum... Releve isso, não é minha culpa. E não desista das nossas aulas, eu realmente posso te ajudar, Rose. 

-Não me chame de Rose, as paredes tem ouvidos e os fantasmas são dedos duros. -Alertei e ele deu risada. -Por que está me ajudando? Eu nunca fui legal com você, eu sempre te maltratei! Diga-me, por que está me ajudando?

-Me deu vontade de te ajudar, simples. -Respondeu pendendo a cabeça para o lado e fazendo cara de cachorrinho que caiu da mudança. -Acho melhor você tentar tirar essa tinta de você. 

-Também acho. -Ri comigo mesma, digo, ri com ele. O que é estranho, por que normalmente eu fico rindo dele. 

-Te espero na aula. Ou melhor, nas próximas aulas por que a próxima é de História da Magia e... É sonserina com grifinória, então. -Afirmou olhando para baixo. -Te espero la. Não deixe aquelas garotinhas te intimidarem, você é toda linda do seu jeito. Ouviu, Rose Weasley?

-Sim senhor, Scorpius Malfoy. -Ele riu e deu as costas.

As coisas estavam ficando cada vez mais estranhas... Muito estranhas.