And More Confusion escrita por Kaline Bogard


Capítulo 39
Capítulo 39 - Season finale


Notas iniciais do capítulo

Então. É isso

Eu tinha tipo um milhão de coisas para falar, mas esqueci de todas. Nunca pensei que a fanfic seria tão bem aceita, desde a postagem do primeiro capítulo feita ano passado. Desde então tem sido atualizada religiosamente toda segunda-feira, o que fez esse dia ficar mais suave. Um dia que eu esperava chegar logo!

Como dizem por aí: o que importa é a jornada. E essa foi uma das melhores. Alguns leitores se juntaram logo no comecinho. Outros se juntaram no meio do caminho e tem aqueles, ainda, que vão se arriscar quando tudo tiver finalizado...

Vi rostinhos familiares, conhecidos em outras fanfics. Conheci pessoas novas e surpreendentes.

Guardo com carinho cada um desses momentos divididos e posso afirmar que foi divertido. Foi muito divertido mesmo!

Pra você que chegou até aqui lado a lado e deixou uma marquinha especial, obrigado. A você que pegou o trem já no caminho e se aventurou, obrigado. A você que ainda se juntará a nós, obrigado.

Agora é hora de colocar um ponto final na história, por que tudo que começa um dia termina. Vamos lá? Então coragem e boa leitura!



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And more confusion

Kaline Bogard


Parte 39


Season finale




O retorno à fazenda foi inusitado e inesquecível. Nunca, em toda a sua vida, Sam se imaginara cantando músicas como “A dona aranha subiu pela parede” com um irmão de quatro anos numa estrada perdida no meio do nada.





Mas ele cantou. E adorou.



Bobby os aguardava na varanda, sentado numa cadeira com os pés cruzados sobre o alpendre. Ao seu lado repousava a improvisada gaiola com o Cluricaum. E o bichinho despertara, mas não parecia assustado. Apenas curioso.



– Olá, Bobby!



– Tio Bobby!



– Garotos! – o homem sorriu. Então olhou de forma significativa para Sam – Está pronto agora, Sam?



– Sim, Bobby – bateu a porta do Impala e assistiu enquanto Dean disparava feito um raio até o caçador mais velho.



Assim que chegou perto, o loirinho estendeu o precioso álbum.



– A gente completo tudo. O Dean ganho a última!



– Bacana, garoto – elogiou pegando o álbum e folheando pacientemente.



– Vamos terminar com isso? – Sam perguntou. Seu tom de voz era neutro.



Singer devolveu o objeto ao menininho e acenou com a cabeça.



– Com certeza.



E o homem levantou-se, pegando o Cluricaum. A criatura resmungou um pouco, incomodada com o balanço. Pareceu estar numa ressaca das bravas.



– Vou pegar roupas pro Dean. Do tamanho certo – Sam afirmou e seguiu para o quarto onde passara a noite com o irmão, procurar roupas adultas na mochila do mais velho.



Dean sentou-se no sofá, com uma carinha de quem não queria se preocupar com nada além do álbum de figurinhas completo, finalmente. Bobby Singer observava com misto de ternura e preocupação no coração. Nem sabia por que se preocupava, talvez por que o visse como um filho, e Sam tinha razão em querer mantê-lo pequenino, para salvá-lo do inferno. Mas seria errado, egoísta e cruel. Como obrigá-lo a passar por tudo novamente: crescer caçando monstros? Ou pior: mandá-lo para longe da família, sem saber como seria a vida para ele, junto a estranhos...



Não.



Precisavam voltá-lo a forma adulta e então, somente então, continuar na busca pela solução, a maneira de lograr o pacto com o demônio da encruzilhada.



Naquele momento Sam voltou para a sala com umas mudas de roupa na mão. Então aproximou-se de Dean, sentado no sofá, e ajoelhou-se em frente a ele.



– Sardento, hora de trocar de roupa.



O loirinho olhou para as mãos de Sam e franziu as sobrancelhas.



– Porque? – indagou olhando de um adulto para o outro.



– Surpresa – Sam respondeu com um nó na garganta.



Sem questionar mais, Dean colocou o álbum de figurinhas de lado, sobre o estofado de couro desbotado e velho e obedeceu. Estremeceu de leve ao tirar as roupas infantis e, com a ajuda de Sam vestiu a camisa de sua forma adulta. Ficou enorme.



– Parece vestido! – o loirinho protestou com um bico emburrado.



– Por pouco tempo – Sam respondeu com paciência – Agora coloca essa bermuda.



Auxiliou o irmão com uma bermuda enorme para alguém tão pequeno. Mas era apenas um improviso.



– Fico grande! Tá caino.



– Segura dos lados, garoto – Bobby falou divertido e foi obedecido.



Samuel observou a figura do irmão, uma visão tão pequenina e frágil... com o coração disparado colocou as duas mãos enormes sobre os ombros do loirinho e apertou de leve, tentando gravar aquela imagem em sua mente para sempre.



Dean observava de volta, sem entender o que estava acontecendo. Entendeu menos ainda quando o rapaz o puxou para um abraço forte.



– Você sabe que eu te amo, não é, Dean? – Sam perguntou com a voz embargada.



O loirinho acenou com a cabeça, sem certeza do que dizer. Apenas colocou uma das mãos sobre as costas de Sam e acariciou, querendo acalmá-lo pelo que quer que fosse que o estivesse abalando.



Na mente do moreno, flashs da incrível aventura desfilavam como imagens de fotografia aleatórias. Quem diria, semanas atrás, que ao encontrar o Cluricaun se meteriam numa encrenca tão grande?



Confusão após confusão chegaram finalmente ali, enfrentando um espírito Myling cheio de ódio e rancor que quase levara Sam para as garras da morte. A confusão, longe de acabar, deixara Dean a mercê da fome de um Nix, entidade das águas que se alimentava do espírito das crianças.



Depois de um combate difícil, acreditaram que tudo ficaria bem. Estavam enganados. Um monstro sobrenatural disfarçado de mulher raptara Dean e o levara para longe de Sam, trazendo um vislumbre de como seria a vida de Samuel sem a presença de seu irmão mais velho. Fazendo-o empenha todas as suas forças num resgate desesperado.



O que não podia piorar, piorara. O demônio da encruzilhada mandara um capanga antecipar a cobrança da dívida... Sam não podia descrever em palavras o horror sentido, a impotência que amarrara todas suas ações diante do aparente inevitável.



E então, no auge de toda aquela situação, Sam descobrira que o pedido feito ao Cluricaun não fora totalmente em vão. De uma forma distorcida e inusitada ele driblara o acordo com o demônio.



Dean podia ser salvo do inferno. Mas havia um preço para isso. Altíssimo; no entanto tentador. E Sam Winchester quase cedera a tentação. Até Bobby devolver-lhe o bom senso.



Salvar Dean naquelas condições significava abrir mão do menino, virar-lhe as costas e deixá-lo aos cuidados de outras pessoas. Ou obrigá-lo a crescer naquela vida de caçadores pela segunda vez.



Cada instante daquela aventura fora marcada por medo, preocupação, angústia... perdas...



– Sam...? – a voz de Bobby soou baixa e hesitante. Temia que o rapaz mudasse de idéia.



Finalmente Sam libertou o irmão do abraço. Disfarçou a emoção evidente nos olhos marejados e limpou a garganta.



– Tudo bem, Bobby. É hora.



O mais velho acenou com a cabeça e ergueu a gaiola que continua o Cluricaun.



– Na verdade eu diria que já passou da hora – o homem resmungou.



Sam forçou um sorriso e voltou-se para o irmão.



– Fique aqui. Tudo vai acabar bem – garantiu para o loirinho que ainda parecia confuso. Então levantou-se do chão e foi até a criatura mágica – Temos direito a um pedido, não é?



O monstrinho acenou com a cabeça parecendo feliz.



– Pode pedido... um fazer... – repetiu com a voz esganiçada, fazendo a carinha de rato contorcer os bigodes pontudos.



Sam respirou fundo. Olhou para Bobby que o encorajou com um aceno de cabeça.



– Muito bem. Quero que meu irmão Dean Winchester volte ao normal.



– Fácil, fácil – o Cluricaun comemorou – Dean Winchester! Normal!



A gaiola estremeceu e o bichinho desapareceu. Imediatamente os dois caçadores voltaram os olhos para Dean. O loirinho ainda estava em sua forma infantil. Então ele fechou os olhos e espirrou. E no instante seguinte já não era mais uma criança.



– Dean! – Sam exclamou surpreso.



– Bolas! – foi tudo o que Bobby conseguiu dizer ao ver que dera certo.



O loiro, de volta a idade real, levou as mãos ao rosto e alisou, tentando se convencer de que era ele mesmo. Então pareceu lembrar de algo e os dedos voaram para o cós da bermuda para que ele desse uma espiadinha lá dentro.



– Voltamos ao normal, baby! – exclamou com pura felicidade lumiando os olhos verdes. Sam meneou a cabeça, igualmente feliz e Boby olhou para cima, agradecendo que o bom e velho Dean parecia estar de volta.



S&D



– Pronto, podemos partir – Samuel entrou na sala, limpando as mãos na lateral da calça jeans – Tudo bem...?



Dean, que estava sentado no sofá observando a tela do celular, voltou os olhos pro irmão caçula, sorrindo torto.



– Charmoso desde pivete, he, he – se gabou exibindo a telinha, onde tinha uma das fotos que Sam tirara de sua versão infantil.



Sam rolou os olhos com enfado.



– Tá na hora, Dean. Vamos embora.



O loiro ficou muito sério ao ouvir aquilo.



– Okay, Sammy. Espero que tenha aprendido sua lição. Nada de recorrer ao método mais fácil pra se livrar de uma situação.



– Aprendido – o moreno afirmou divertido.



– E eu vou arcar com as conseqüências, Sam. Eu vou para o inferno, não podemos mudar isso, entendeu?



– Claro – o caçula afirmou sem convicção – Bobby está esperando a gente. Temos que ir. A primeira parada é no Parque Florestal... tem um Nix esperando pra ser finalizado.



Dean olhou para o irmão, compreendendo que ele estava apenas mudando de assunto. Respirou fundo e deixou passar. Conhecia o rapaz muito bem, Sam não desistiria tão cedo. Era impossível definir qual dos dois era mais cabeça dura quando tomava uma decisão que achava ser a melhor.



Respirando fundo, o loiro puxou um pedaço de papel do bolso da calça e acenou para Sam.



– Prioridades, cara. Prioridades.



Sam pegou a folhinha e viu que se tratava de uma lista.



– “Item um: dar uma volta no carro. Item dois: torta de limão. Item três: beber até cair. Item quatro, cinco, seis, sete, oito, nove e dez: sexo” – Sam foi lendo a lista, sacando logo do que se tratava – Sério mesmo, Dean?



O rapaz deu de ombros.



– Estou no atraso, hum...?



– Atrasados estamos nós – Sam devolveu a lista para Dean – Vá escovar os dentes antes de irmos, Sardento.



– Tudo bem, eu já... – Dean começou a dizer até perceber o que o irmão estava fazendo – Ei, engraçadinho!



Sam riu. Não parou nem mesmo ao tomar um tapa na nuca. A cara de Dean fora muito engraçada. Sentiria falta de inúmeras coisas naquela louca aventura, mas estava feliz por ter o mais velho de volta.



– Faça isso outra vez e eu juro que vai se arrepender! E não me chame de Sardento... – Dean ameaçou irritado, saindo da sala da fazenda de Connelly com passos curtos e ligeiros.



Sam balançou a cabeça. O loiro se lembrava de toda a aventura. Pelo menos não precisara explicar nada do que acontecera. Ainda não tinham conversado a sério sobre tudo, e talvez nem conversassem. Os Winchester eram bons em evitar tal tipo de conversa. Apenas seguiriam em frente, fingindo que tudo estava bom.



Sam fez menção de dar meia volta quando notou que, jogado sobre o estofado velho do sofá, estava o álbum de figurinhas que Dean tanto adorara em sua forma infantil, agora esquecido e desvalorizado.



O rapaz hesitou por um breve segundo antes de pegar o precioso álbum. Iria levá-lo consigo, como uma recordação de tudo o que passaram naquela aventura. Respirou fundo, enchendo-se de coragem.



A meta agora era a original: livrar Dean do inferno de um jeito ou de outro. E quanto antes melhor!



Mal sabia ele que até o desfecho daquela história muita confusão ainda rolaria. E que o final de tudo seria regado a lágrimas.




The end





– SAMMMMM!




– O que foi?! – o moreno respondeu ainda na sala da fazenda.



– TEM UM ARRANHÃO NO MEU CARRO?!!



– Talvez...?! – a expressão no rosto de Samuel foi impagável.



– EU TE MATO SAMMMMM!!



– Ah, então agora é “Sam”?! O QUE ACONTECEU COM O “SAMMY”?!



– ESSE VAI SER O NOME DA NOTÍCIA QUE OS JORNAIS VÃO PUBLICAR! TALVEZ FAÇAM ATÉ UM LIVRO!!



– Idiota!



– EU OUVI ISSO, VADIA!!



–... – Samuel não respondeu. Apenas saiu da fazenda e foi valentemente enfrentar o seu destino.









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Notas finais do capítulo

Boa semana para todos! E a gente se vê em uma próxima aventura!

Abraços!