And More Confusion escrita por Kaline Bogard


Capítulo 3
Capítulo 03 - Que situação!


Notas iniciais do capítulo

Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/281190/chapter/3

And more confusion

Kaline Bogard


Parte 03

Que situação!



– (...) Eu sei Bobby, mas é mais complicado do que isso. (...) Não, não. Estamos no Tennessee agora. Hum (...) Não dá pra explicar por telefone, confie em mim (...) Espera, vou pegar um papel. Pode falar.


E o moreno anotou enquanto Bobby ditava um endereço onde poderiam se encontrar. Uma cidadezinha tranqüila no estado de Illinois, a algumas horas de viagem dali.


– Obrigado, Bobby. A gente se fala.


Desligou o celular e respirou fundo. Então deu um longo gole na cerveja que tinham entregado no quarto e mirou o grande copo com leite batido. No exato segundo em que pensou em chamar por Dean o loirinho veio pingando água pelo quarto. Ele vestia uma das camisas brancas que se arrastavam pelo chão de tão grande.


– Sammy – tropeçou no tecido, mas conseguiu se equilibrar – Que droga!


– Dean, espera, deixa eu cortar isso.


Procurou uma tesoura entre as coisas, mas só achou um canivete. Aquilo teria que servir, e serviu. Sam cortou o tecido que sobrava, deixando Dean com uma camisola improvisada.


– Pareçu uma menina! Eca – o loirinho resmungou torcendo o nariz.


– É o melhor que eu posso fazer. Você não se enxugou direito... – Sam acusou vendo a água pingar dos cabelos loiros encharcados – Dean, tem espuma nas suas duas orelhas!


O menino deu de ombros como se não fosse importante.


– Num consegui fechar o chuveiro.


– Tudo bem – o moreno afirmou com um suspiro – Eu já vou tomar banho. Acabei de falar com Bobby. Teremos que ir até Illinois amanhã. está com frio?


Nesse instante Dean notou o copo de chocolate. Seus olhos lumiaram de felicidade.


– Posso beber o leite?!


A pergunta desconcertou Sam.


– É... claro que pode.


– OBA!


Ele exclamou e correu até o criado pegando o copo com as duas mãos. Sam apenas observou, sentindo o coração apertado. Tinha dado mancada de novo com seu irmão! Parecia brincadeira.


Desanimado deixou o garoto se alimentando e foi para o banheiro lavar-se rapidamente. Quando voltou para o quarto Dean tinha bebido tudo e esperava sentado na cama. Parecia sonolento.


– Dean se quiser dormir pode ir. Só escove os dentes antes.


– Eu nem to cum sono – resmungou antes de bocejar – Tá bom, eu vo dormi agora.


Saltou para o chão e foi se arrastando obedecer a ordem do caçula. Voltou pouco tempo depois com uma careta.


– O que foi? – Sam perguntou terminando de ajeitar as camas.


– A escova é dura. Machuca minha boca – o bico aumentou – E eu num alcanço a pia... tive que subi no cestinhu.


Sam sorriu de leve.


– Da próxima vez me chama que eu te ajudo. E a gente compra uma escova nova amanhã.


– Que saco, Sammy. Num quero ser um pirralho!


– Sei disso – o moreno pegou Dean pelas axilas e o colocou na cama, depois o cobriu com o edredom, apesar de o lugar ter um bom aquecimento – Tudo vai dar certo, eu prometo.


O menino piscou devagar, lutando contra o sono. Ao invés de responder ao entusiasmo de Sam fez um pedido inusitado.


– Me conta uma história de durmir pra mim?


– Sé...sério?! – o caçula perguntou surpreso.


– Claro que não! To curtino cum a sua cara.


– Dean!


– Idiota – o loirinho resmungou antes de ajeitar-se melhor no travesseiro e adormecer.


Sam sentiu vontade de beliscar aquelas bochechas rechonchudas e rosadas, mas resistiu bravamente. Ao invés disso terminou de juntar todas as coisas e amontoá-las num canto. Queria partir o quanto antes pela manhã e resolver aquilo no menor tempo possível.


Nunca tinha cuidado de uma criança antes! Não tinha o menor jeito para a coisa, sobretudo levando em conta que o fato era totalmente anti-natural, culpa sua, claro. Sam, sempre metendo os pés pelas mãos, pra variar.


Quando tudo estava ajeitado ele deu um último olhar para Dean, que ressonava vencido pelo cansaço e foi para a própria cama, tentando descansar um pouco.


Mas no fim das contas não conseguiu dormir nem um minuto.


S&D


– Sammy...?


– Estou aqui – ele respondeu ao chamado do banheiro, terminando de escovar os dentes – Já vamos sair daqui.


– Hn! Mais eu vo ter que fica de vestido? Dean não gosta nada disso!


– É por pouco tempo, Dean. Prometo.


O loirinho só fez um bico e não respondeu. Logo Sam voltava para o quarto e colocava seu plano em prática. O quarto ficava no térreo, por isso pulou Dean pela janela e o deixou do lado de fora junto com a mochila do mais velho.


– Não saia daqui, entendeu? Vou dar a volta e já te encontro.


– Certo! – a luz do dia o loirinho não sentia medo algum, pelo contrário. Era muito corajoso até.


Então Sam resistiu a bagunçar os fios de cabelo loiros e deu as costas, indo pegar as próprias coisas. Lançou um ultimo olhar para ver não esquecia de nada e saiu do quarto.


Passou pela recepção onde um rapaz estava acomodado atrás do balcão lendo uma revista. Fechou a conta sem problema algum e saiu do hotel.


– Tudo resolvido, Dean!


– Grande. To morreno de fome.


– Primeiro precisamos passar em alguma loja e comprar roupas adequadas para você. Depois a gente come algo.


– Tá bom.


Pegaram o Impala, com Sam ao volante, evidentemente, e rodaram pela pequena cidade até encontrar uma loja de roupas infantis. Compraram alguns conjuntos, principalmente de frio, pois a temperatura das tardes de outono começavam a cair sensivelmente – e Sam ficou preocupado pela empolgação de Dean com a blusa do Batman -, sapatos e até umas cuequinhas.


Ao sair da loja Dean vestia uma camisa com estampa de um cartoon que Sam não conhecia, uma calça jeans e um par de tênis bem confortáveis. A improvisada bata jazia jogada em uma lata de lixo. Já podiam se locomover mais a vontade sem medo de chamar a atenção.


Finalmente seguiram para o mercadinho que também servia de lanchonete. Antes de mais nada Sam seguiu com o irmão a uma prateleira específica.


– Wow! – Dean apontou uma escova de dente – Posso ficar com aquela?


– Batman? Claro...


– Obrigado, Sammy!


De posse de sua preciosa escova infantil seguiu o mais alto em direção às mesas cobertas com toalhas estampadas de xadrez vermelho e branco. Em segundos uma garçonete morena e sorridente apareceu para anotar os pedidos.


– O que vai ser?


– Pra mim café e panquecas. Pra ele leite com chocolate. E panquecas também.


– Sammy... – o loirinho chamou num sussurro e lançou um olhar significativo para o irmão.


Sam demorou meio segundo para sacar o lance.


– Ahhhhh, claro... er... – voltou-se para a garçonete e ergueu as sobrancelhas de modo um tanto suplicante – Por favor, capricha no chocolate.


– Own que fofo – a morena pareceu se derreter – Temos um viciado aqui. Pode deixar, vou caprichar, rapazinho – deu uma piscada cúmplice para Sam antes de ir providenciar os pedidos.


Assim que ela se afastou o loirinho virou-se para o irmão.


– Então vai me conta o que você pediu pro Cluricaun ou num vai?


– Dean... não é o lugar nem a hora...


– Tem a ver com o meu contrato num tem? – insistiu. Como o Winchester mais novo não respondeu, Dean matou a charada – Droga Sammy. Você sabi que a gente num pode tenta engana o Demônio da Encruzilhada! Ele vai mata você.


– Admito que cometi um erro.


– E foi o último! Promete que num vai tenta mais loucuras assim?


– Com certeza – Sam respondeu com um longo suspiro – Jamais farei pedidos para um Cluricaun bêbado.


– Num se faiz de bobo! Eu to falano sobre quere passa a perna no demônio. Num faiz mais isso – o mais velho exigiu antes de desviar os olhos e observar ao redor desanimado. As idéias de Sam sempre tinham um desfecho inesperado, porém aquela superara todas as outras!


– Dean...


– Oh! – o loirinho exclamou quando seus olhos se fixaram em uma prateleira próxima. Ele saltou da cadeira e correu até as revistas expostas, pegando uma em especial. Então mostrou para Sam – É o álbum da temporada! Compra um pra mim? Por favor, Sammy!


– Dean...


– E um pacoti de figurinhas? – o garoto suplicou – Só um pacotinho... por favor...


Sam engoliu em seco e encarou aqueles olhos verdes enormes que imploravam um agrado. Quem resistiria?


– Tudo bem.


– OBA! Sammy é o melhor irmão do mundo! Obrigado!!


S&D


No fim das contas, ao sair da mercearia que funcionava como lanchonete, ambos estavam bem alimentados e Dean levava não apenas a escova de dente, mas também um álbum da temporada e dez pacotes de figurinhas compradas por Sam. Além de dois pacotinhos extra que a garçonete tinha dado para um “garotinho que era uma fofura”.


– Quando vo pode abri? – os olhos verdes brilhavam observando os prêmios que ganhara.


– Mais tarde, quando estivermos em um hotel – Sam prometeu vendo seu irmão se acomodar no banco de trás praticamente abraçado ao álbum, segurando as figurinhas como se elas fossem sair voando a qualquer momento.


– E falta muito pra chega num hotel?


– Na verdade falta – respondeu sentando-se ao volante e dando a partida.


– Ah – e aquela exclamação soou tão desanimada e triste que quase partiu o coração do moreno.


– A gente pára pra comer e você cola algumas, pode ser?


– Claro! – Dean respondeu sentindo-se animado novamente.


Sam respirou fundo e saiu com o carro. Na verdade precisavam mesmo parar em uma cidade maior. Já tinha achado uma no mapa. A maior preocupação era forjar documentos novos que tivessem a idade que Dean exibia. Se fossem parados por algum policial ou autoridade corriam um grave risco. Era melhor prevenir.


Com esse pensamento Sam acelerou o carro e deu as costas para a pequena e esquecida cidade que só tinha lhe trazido dor de cabeça e confusão.



Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá! Correria da faculdade chegando ao fim! Nem acredito. Faltam apenas duas provas e dois seminários... depois as adoradas férias! Rsrsrsrsrsrs.
.
Boa semana!!