And More Confusion escrita por Kaline Bogard


Capítulo 28
Capítulo 28 - Rumo ao reencontro


Notas iniciais do capítulo

Boa semana!



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And more confusion

Kaline Bogard


Parte 28

Rumo ao reencontro



Sammy... tem coisas malvadas aqui... salva o Dean...


Bobby passou a mão pela barba observando o aparelho que Samuel segurava quase com reverencia. Acabara de voltar de um restaurante com o jantar de ambos que, alias, estava esquecido sobre uma das camas.


– Não há engano – decretou – É o Dean.


– Sim – Sam, devidamente vestido, mal podia acreditar naquela reviravolta do destino. Seu irmão era esperto, fora treinado desde os quatro anos. Algumas coisas estavam tão enraizadas no rapaz que ele não as esqueceria nem mesmo enfeitiçado – Verifiquei o prefixo, é da Virginia. Franklin.


– Connelly tinha razão: não foram muito longe. Você não...


– Não – Samuel cortou sabendo o que Singer diria a seguir – Não liguei de volta. Dá pra notar que Dean estava ligando escondido, não sou idiota, Bobby.


– E por que será que eu me preocupei? Ah, sim... por que você não é idiota, mas vive fazendo coisas idiotas. Estamos tentando voltar o seu irmão pra idade adulta graças a uma idéia sem um pingo de idiotice, não?


Sam fez uma careta e ignorou a alfinetada.


– Pelo menos sabemos onde Dean está – Sam mantinha esperanças fortes de encontrar o mais velho vivo, e elas foram devidamente recompensadas. Podia ser ainda mais otimista e acreditar que talvez o garotinho não estivesse muito machucado também.


– Ele falou “coisas malvadas”, no plural. Isso indica que existem outras kitsunes no reduto. Connelly disse que elas valorizam os laços então...


– É provável que ela juntou-se às sobreviventes da família. Pode ser apenas uma aliada, mas vamos trabalhar com a pior possibilidade e supor que as três estarão juntas. Elisa é uma kitsune de trezentos anos... precisamos pensar bem numa estratégia.


– Chegar pela porta da frente, nem pensar – Singer resmungou – Não quero arriscar Dean ainda mais.


– Vamos ver o que o especialista em kitsunes acha disso – o rapaz decretou, dando de ombros.


– Certo. Partiremos amanhã bem cedo, depois de atualizar Connelly sobre essas informações. Ele estava certo sobre tudo o que supôs. Precisaremos da ajuda dele.


A expressão de Samuel se fechou, sombria.


– Amanhã? Pensei que...


O caçador mais velho puxou o boné e jogou sobre a cama, começando a tirar os sapatos. Sabia bem o que Sam tinha pensado e jamais concordaria com partir imediatamente em resgate ao outro Winchester. Seria loucura.


– Já se olhou no espelho, Sam? Você está exausto, eu estou exausto. Precisamos descansar, tentar dormir uma noite inteira pra variar. E comer decentemente.


– Mas...


– Desmaiar de exaustão numa estrada a noite vai ajudar seu irmão em que mesmo...? Ah, em nada. Você estava me dizendo que não é idiota... tem certeza disso?


– Bobby...


– Sei que está preocupado, Sam. Só não deixe o desespero guiar seus passos. Dean precisa que você esteja com a cabeça no lugar. Não podemos dirigir vinte e quatro horas por dia a base de café extra-forte. Vocês são como filhos pra mim, quero salvá-los, não me matar e abandoná-los a própria sorte. E é isso que vai acontecer.


O rapaz balançou a cabeça. Bobby Singer tinha razão, como sempre. Ambos sabiam que não conseguiriam dormir, no entanto o simples fato de colocar a cabeça sobre um travesseiro e libertar-se da tensão do volante e da estrada era algo que o corpo precisava urgentemente, estavam há horas demais rodando por rodovias que pareciam intermináveis numa busca que, felizmente parecia se aproximar do fim.


S&D


Quando Dean abriu os olhinhos na manhã seguinte, sentiu-se envolto pelo abraço de Elisa. Sabia que ela era uma coisa malvada, mas era tão aconchegante estar ali... a sensação trouxe confusão, que desapareceu com os resquícios de sono que ainda sentia e acabou bocejando longamente.


Elisa sorriu do garotinho sonolento em seus braços. Nunca se esquecera da sensação de ter uma criança junto a si, apesar de tal dádiva ter-lhe sido arrancada.


– Bom dia, anjinho. Conseguiu dormir bem?


– Dean dormiu muito bem! Obrigado!!


– Alex e Dan terminam o turno ao meio dia, que tal tomarmos café na lanchonete em que elas trabalham?


– Acho que tudo bem – ele afirmou.


– Ótimo!


Os dois se levantaram, primeiro Elisa ajudou Dean a escolher uma muda de roupas, depois voltou para o quarto de Danilla, para trocar o pijama. Assim que ficou pronta pegou o celular e enfiou no bolso da calça e foi ao encontro do loirinho. O quarto todo cheirava a “Dean”, principalmente a cama e os lençóis. Por isso Elisa não estranhou quando pegou o telefone que também parecia exalar o cheiro do garoto levemente.


A lanchonete ficava a dez minutos de carro, foi fácil estacionar numa boa vaga. Franklin não era uma cidade tão grande, mas também nem tão pequena. A maioria dos fregueses eram moradores tomando o café da manhã antes de sair pro trabalho.


Encontraram uma vaga livre e Alex, que trabalhava de garçonete veio atendê-las.


– Olá! – Elisa cumprimentou – O que sugere?


A morena suspirou, pegando o bloquinho de anotações.


– As panquecas estão boas, com dose dupla de melado. Suco de laranja e bacon. Ajuda na nossa “dieta” – falou dando um olhar significativo para a prima.


– Perfeito.


– Pro menino Milk shake e torta de confeitos.


A simples menção de leite com chocolate fez os olhinhos verdes brilharem de empolgação. Antes de aceitar, Dean olhou para Elisa como que pedindo permissão. A loira meneou a cabeça tentando não sorrir da cena.


– Obrigado! – o Winchester agradeceu feliz, feliz.


Alex lhe lançou um longo olhar antes de se afastar.


– Não se assuste – Lisa falou baixinho para Dean – Ela está preocupada com algumas coisas, mas é legal também.


Dean olhou de Elisa para Alex, depois para a mulher loira novamente.


– Hn. Ela é tipo do tio Bobby. Quando o tio Bobby tá de mau humor ele tem uma língua afinada!


– Afinada ou afiada? – Elisa perguntou sorrindo largo.


O menininho coçou o nariz sem jeito e sem ter certeza da resposta.


Algum tempo depois Alex voltou com os pedidos afirmando que Dan, na cozinha, tinha caprichado em tudo. E que deixassem uma boa gorjeta por isso, obrigada.


Dean praticamente devorou seu café da manhã, sendo assistido por Elisa que não perdia nada dos movimentos infantis afobados, que comia como se a torta e o Milk shake fossem criar pernas e sair correndo.


Quando terminou, o loirinho tinha cobertura de chocolate na bochecha, mas parecia satisfeito e muito feliz.


– Quer mais? – a mulher perguntou.


– Não! – Dean arregalou os olhos – Se come mais o Dean vai ixpludi!


Então ela fez um gesto pedindo a conta para a prima. Assim que Alex se aproximou, abaixou-se em frente a Dean, segurou-lhe o queixo com delicadeza e usou o avental para limpar a cobertura que lhe sujava o rosto.


– Moleque porquinho... – resmungou observando os resquícios das marcas de ferimentos no rosto de pele pálida. Algo tinha machucado aquela criança, as provas estavam desaparecendo quase por completo, mas eram visíveis se olhasse com atenção. Talvez pudessem mesmo proteger aquele menino inocente dos caçadores.


Elisa sorriu e Dean fez um bico amuado, mas não reclamou.


– A gente se fala – as primas se despediram combinando de almoçar em casa depois que Alex e Danilla terminassem o turno.


Saindo da lanchonete Elisa chamou Dean para ir a um parquinho que tinha por perto, para felicidade do menino, que adorava brincar com as outras crianças. Principalmente na gaiola onde podia se pendurar feito um verdadeiro macaquinho.


Deixaram o carro no estacionamento da lanchonete, para que pudessem pegar as duas garotas e irem embora juntos; e foram para o playground caminhando.


Enquanto assistia o menino brincar, a kitsune passava seus planos na cabeça: tinha dinheiro que guardara do trabalho tranqüilo no parque florestal. Podia ficar sem trabalhar por algum tempo antes de precisar encontrar novo serviço.


Até lá dedicaria todo o tempo possível ao garotinho que tinha “adotado”, passaria os dias ao lado dele, satisfazendo-lhe todas as vontades. Aquele dia seria o primeiro de muitos dias especiais. E foi assim, divertido, até o por do sol.


S&D


O sol nascia no horizonte prometendo temperatura mais alta para aqueles fins de outono.


As ruas da cidade normalmente eram bem silenciosas e vazias naquele horário; e nada, absolutamente nada indicava que a rotina estava sendo quebrada, exceto nos limites da periferia, onde as casas eram vagas e escassas e um Impala preto passava, naquele momento, pela grande placa verde de letras brancas que recebia a todos visitantes com suas palavras amistosas.


Seja bem-vindo a Franklin.


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Notas finais do capítulo

Caraca... essa saga ficou muito grande! xD Em compensação a próxima é curtinha... aguardem!



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