And More Confusion escrita por Kaline Bogard


Capítulo 20
Capítulo 20 - O ataque


Notas iniciais do capítulo

Bom começo de semana, seus lindos! ♥



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And more confusion

Kaline Bogard

Parte 20

O ataque

Sam deixou um longo e entediado suspiro escapar.  Estavam na estrada a um bom tempo desde o fracasso em Michigan.  Já tinham deixado os estados de Indiana e Illinois para trás e avançavam por Iowa.

Aquele estado tinha muitas características marcantes, entre elas as longas e solitárias rodovias, perdidas no meio do nada, exatamente como a que passavam naquele momento.

Pudera a Mulher de Branco surgisse tanto por ali, parecia o habitat perfeito para atraí-la direto até os motoristas incautos.

Sam buscou a caminhonete de Bobby com o olhar.  O veículo ia cerca de uma milha e meia a frente, um ponto os guiando rumo ao horizonte entrecortado pelos tons do poente.

E nenhum hotel a vista.

– BUM! CABUM!! MORRA!!

A vozinha soou mais exaltada vinda do banco de trás.  Sam olhou pelo retrovisor e observou enquanto o irmão brincava com alguns apetrechos que tinha surrupiado da mochila.  Nada muito perigoso, espalhado pelo banco: alguns saquinhos de mojo, os celulares, mapas, o notebook de Sam, um ou outro amuleto, o canivete suíço.  Tudo parecia ter virado “homenzinhos” no campo de batalha: um mapa aberto sobre o PC portátil.

– Tudo bem aí atrás, Sardento?

– Tudo! – Dean afirmou.  Então exibiu um amuleto triangular – Tamo levano a melhor!

– Por falar nisso, onde está o seu amuleto?

O loirinho enfiou a mão dentro da blusa e puxou dois cordões, exibindo-os com ar vitorioso.

– Aqui!

– Muito bem.

Dean sorriu e voltou a guerrear com os brinquedos improvisados e Sam concentrou-se na estrada novamente.  Ligou o som do carro, localizando uma estação com músicas mais tranqüilas e diminuiu o volume.

Aquilo lhe trouxe dois pensamentos bem contrários.  Pensou que era a primeira vez que dirigia tanto o Impala e tinha a chance de escolher a rádio que bem entendesse sem que Dean reclamasse ou lhe cortasse o barato.

E Samuel percebeu que sentia falta.  Muita falta do jeito possessivo e ciumento que Dean agia com o carro, do jeito mandão em decidir sempre que música ouviriam por todo o percurso... dos atritos entre personalidades tão diferentes, apesar dos fortes laços fraternais.

A compreensão de algo ainda maior apertou seu coração: se Dean Winchester fosse para o inferno aquelas ausências seriam para sempre.  Sam teria que dirigir o Impala sozinho, escolheria todas as músicas e as rotas.

Perderia seu irmão, amigo e companheiro de aventuras.

Não.  Não podia acontecer!  Tinha que haver um jeito de evitar que o rapaz fosse arrastado para as profundezas do inferno, uma prisão onde parte significativa dos condenados fora enviada de volta pela família Winchester e aguardavam apenas uma chance para se vingarem.

Sam traria seu irmão à forma adulta e o salvaria do pacto com o demônio da encruzilhada.  Ou morreria tentando.

Uma mensagem de celular cortou a linha de pensamentos de Sam.  Dean pegou um dos celulares com que brincava e estendeu para o motorista.

Era uma mensagem de Bobby avisando que avistara um motel e que talvez tivessem um lugar para passar a noite.

S&D

– Droga – Sam resmungou.

– Isso no mínimo – Bobby tirou o boné da cabeça e correu os dedos pelos fios que começavam a branquear aqui e ali.

Os dois observavam o motel que estava lacrado com faixas amarelas e avisos de “Dedetização” por todos os lados.  Um cartaz escrito a mão informava que voltariam com as atividades dentro de dois dias.

– Não podemos ficar aqui – Singer afirmou categórico.

Sam lançou um olhar em direção ao Impala, de onde Dean acompanhava tudo com vivaz interesse, ajoelhado no banco de trás e com as mãozinhas espalmadas no vidro.

– Teremos que dormir outra vez na estrada, não é? – suspirou cansado.

Bobby observou o céu.  A noite estava estrelada e o tempo firme.  Apesar disso o outono ia embora e isso representava temperaturas cada vez mais frias.  Seria um risco ficar com uma criança num tempo assim, mas que opções tinham?

Relutante recolocou o boné e enfiou a mão no bolso do colete, puxando um mapa amassado.

– Tem um posto de gasolina há cerca de cinco milhas daqui.  Vamos reabastecer, comprar agasalhos e algo pra comer.

– Dirigimos a noite toda depois?

– Não.  Só nos afastamos um pouco do posto.  Não quero que ninguém veja os carros dando sopa e tenha idéias erradas.

– Okay – Sam concordou e voltou para o Impala.  Quanto antes voltassem para a estrada, melhor.

S&D

O posto de gasolina não era grande coisa: duas bombas e uma pequena e mal cuidada loja de conveniências.  Dessa vez Sam permitiu que Dean viesse junto.

Compraram salgadinhos e barras de chocolate, refrigerantes e água.  Não encontraram agasalhos.

– Pelo menos tem o que comer – Bobby ergueu um saco de Elma Chips, não gostava muito daquilo, mas era melhor que passar fome.

Na hora de pagar, Sam usou parte do dinheiro que tinha pegado de reembolso no Parque Florestal.

– Sabe dizer se tem um lugar para passar a noite por perto? – o rapaz perguntou ao funcionário, um sujeito que mal passara dos vinte anos, moreno e com o rosto cheio de espinhas.

– Voltando na estrada tem um motel, mas tá fechado.  Ratos, eu acho – o rapaz foi explicando – Pra frente tem um hotel, umas quinze milhas.  Mas eu indiquei esse lugar para alguns viajantes que passaram por aqui o dia todo.  Talvez esteja lotado.

– Obrigado – Sam agradeceu a informação.

– Por nada – o atendente devolveu o troco e a notinha fiscal – Essa estrada parece infinita.  É o que eu mais gosto no Iowa: longos e solitários caminhos.  Uma paz... as vezes dá pra sentir como se eu estivesse sozinho no mundo.

Sam e Bobby se entreolharam.  Não viam graça alguma em ficar sozinhos no mundo.  Enfim...

O Winchester sentiu um puxão na perna da calça.  Olhou para baixo e reconheceu a expressão de Dean.  Foi impossível segurar o sorriso.

– Precisamos usar o seu banheiro.

O funcionário também olhou para o loirinho e sorriu.

– Claro.  Fica na lateral.

Os sanitários eram até bem limpos para um lugar de beira de estrada, e para Dean não havia nada melhor do que aliviar-se e poder lavar as mãos.

– Já tem onde dormi, Sammy?

Sam respirou fundo antes de responder.

– Hoje teremos que ficar no Impala.

– Vamo dormi no carro? OBA!

– Que felicidade é essa?– o moreno debochou.

– Nada!  É divertido.

– Sei... – ia implicar um pouco mais com o garotinho, porém notou a expressão cansada e os olhos pesados de sono.  Talvez tivesse exigido muito dele nos últimos dias – Vamos voltar pro carro, Sardento.

Ao invés de reclamar do apelido, Dean ergueu os bracinhos e pediu colo.  Sam o pegou com cuidado, sentindo os dedinhos segurarem em seu pescoço, em busca de maior apoio.

Reencontraram com Bobby na frente do posto.  O caçador mais velho abrira um mapa da estrada e observava o caminho.

– Aqui nesse ponto tem uma estrada secundária.  Podemos achar um lugar sossegado para ficar – lançou um olhar rápido para Dean que parecia cansado nos braços de Sam – São apenas duas milhas.

Sam concordou e seguiu para o Impala, abrindo a porta de trás para que Dean se acomodasse no banco e entregou uma barra de chocolate para que ele pudesse comer algo antes de dormir.

– Vou pegar algo para te agasalhar.

Encontrou um dos casacos de Dean, enorme para a forma atual do garoto, mas era algo que ele poderia usar como um improvisado cobertor, caso a noite esfriasse muito.

Depois de enrolar o menino naquilo e certificar-se que Dean estava protegido foi sentar-se ao volante, tomando a direção da estrada logo atrás de Bobby.

Quase passaram direto pelo desvio, uma estrada pequena e escura.  Um lugar bem seguro para dormir aquela noite.

– Vou dar uma olhada nas redondezas – Bobby afirmou descendo da caminhonete depois de estacionar fora da estrada de terra, no meio do mato que crescia um tanto alto, junto a algumas árvores.

– Está bem – Sam também desceu do carro – Dean não agüentou, está dormindo pesado.

– Pensei que a temperatura fosse cair mais – Singer resmungou procurando uma lanterna no porta-luvas – Fique atento enquanto eu não volto.

Sam meneou a cabeça concordando e foi sentar-se no banco do carona, mantendo a porta aberta e as pernas pra fora do carro, vez ou outra olhando para Dean e verificando que o irmão continuava a ressonar calmamente, deitado no banco.

Algum tempo depois Bobby voltou satisfeito por não encontrar nada suspeito.  Despediram-se e enquanto o mais velho ia para a caminhonete, Sam batia a porta do carro e travava os quatro pinos.

Lançou um olhar para o irmão certificando-se de que ele estava bem e, finalmente, inclinou o banco ao máximo abandonando-se num sono exausto e pesado.

S&D

Samuel não soube dizer exatamente quanto tempo dormiu, antes de ser abruptamente despertado.  Só soube que não era um sonho por que depois do som de vidros quebrando sentiu algo acertá-lo em cheio no rosto e a dor o paralisou por completo, antes de jogá-lo direto à inconsciência.

Inconsciência da qual foi arrancado pela voz firme de Bobby Singer que o chacoalhava desesperado.

– Sam!  Sam!  SAMM!

O rapaz arregalou os olhos e por puro instinto levou a mão ao nariz onde sentiu algo escorrer.  Sangue.

– Ai... – gemeu de dor.

– Você está bem?  O que nos atacou corria muito rápido.  Não pude fazer nada – afirmou com gravidade.  Tivera a criatura na mira da arma por breves segundos e hesitara.  Vacilara ao notar, chocado, que o ser levava uma preciosa carga nos braços.

Atordoado, Sam passou os dedos sujos de sangue pelo casaco e ergueu-se saindo do carro.  Rapidamente pensou que Dean daria pulos de raiva ao ver o vidro quebrado da janela.  Bem, não a versão criança, claro.  Talvez tivesse tempo de trocar antes de...

Qualquer pensamento coerente sumiu de sua mente ao lançar um olhar rápido para o banco de trás e ver que seu irmão não estava lá.

– Dean?!

– Aquilo o levou.  Sinto muito Sam.

– Temos... temos que ir atrás agora mesmo! – Sam sequer conseguiu compreender a situação em toda a sua gravidade.  Sabia, tão somente, que precisar seguir os rastros enquanto estavam frescos.

Bobby não respondeu.  Não precisou.  Samuel descobriu desesperado que os pneus dos dois veículos tinham sido furados.  Aparentemente com golpes de garras.

Que criatura era ágil o bastante para aproximar-se e rasgar as câmeras de ar sem que percebessem?  De onde viera e o que pretendia levando o menino indefeso?  Porque deixaria Sam e Bobby vivos?

E o pior: como iriam atrás de Dean?!  Por onde sequer começar a busca?

– Meu Deus... – foi tudo o que Sam conseguiu sussurrar.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Dels: ah, não é bem um metamorfo! Os olhos dourados deles são perceptíveis em gravação de câmera. Eu to me baseando mais no livro, então peguei uma criatura de lá e dei uma formatada nela! Sobre Imorais eu vou terminar de digitar And more confusion, daí me concentro totalmente nela! Obrigada!


Vish... conhece um leãozinho que vai me acertar umas pedradas por causa do final desse capítulo! Huahsuhasuhasuhaushashaush mas não entrem nessa onda! Autora machucada não digita tão rápido e feliz assim! Ahuahauauhauhauhauah
...

Boa semana!

PS: VOU FICAR UM MÊS SEM POSTAR SÓ PRA MATAR VOCÊS DE CURIOSIDADE! HAUHSUASHAUSHAUSHAUSHAUH

#LevaPedrada

1º de abril, gente. Cade o senso de humor...? o.o