Um Novo Amor Doce escrita por N Baptista


Capítulo 6
Episódio 4 (suspensão)


Notas iniciais do capítulo

Só pra alertar, assim como o capítulo do encontro, esse também conta coisas que não aconteceram no jogo (no ep 3 só fala que a docete foi ao parque com o Castiel e o Dragon e quando tentou levar o cachorro na guia, caiu e ralou o joelho). Quero seguir a ordem real do AD, mas também quero deixar certas partes mais emocionantes e passar o caderno de mão em mão pras outras personagens também serem significativas.
Espero que gostem.



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 Acho que a tia Fabi não me viu chegar com o Castiel ontem, ou pelo menos não disse nada, de qualquer forma vou pra escola de calça comprida pra esconder o curativo no meu joelho.

 Cheguei na Sweet Amoris, atrasada se novo, e tive de correr pra não perder o primeiro horário. Todos estavam falando do jogo de basquete, aparentemente ganhamos, mas a Talixka não parecia muito animada, estava rabiscando qualquer coisa nas bordas do seu caderno:

- Oi.

- Ah, oi Hally.

- Como foi o jogo?

- Legal. Ganhamos, mas eu não lembro o placar.

- Ah, tá. O que você está desenhando? – Puxei o caderno pra ver.

- Ô Hally, eu ainda não tinha terminado. – Ela falou em um tom bem tranquilo, que me fez sentir mega mal educada.

- Desculpa, mas... Nossa, você desenha muito bem. Esse vestido é incrível!

- Ah, valeu...

- Ela ainda vai ser estilista. – Pedí entrou na conversa.

- Bem, talento não falta. – Completei e vimos nossa amiga de cabelo azul corar.

 Eu só vi o vulto das unhas postiças passar na minha frente e logo o caderno da Talixka não estava mais nas minhas mãos:

- Credo, que lixo – Ambre estava em pé do nosso lado – Vocês acham que “isso” é ser estilista?! É brega, obsoleto. Dá pra ver que não tem criatividade.

 Os risinhos de Charlote e Li (as clones) ferveram o meu sangue, então provoquei:

- Tá certo Ambre, temos que aplaudir a SUA criatividade, e a coragem também, afinal não é qualquer um que consegue transformar um saco de batatas em blusa e ainda achar que fica bem assim.

 Aquilo deve ter fervido o sangue da víbora, porque o veneno começou a escorrer:

- Fica na tua ô usurpadora, e não vem se fazer de boazinha pra cima de mim. Todo mundo sabe que você roubou a melhor amiga da Talixka, agora quer o paquera também?! Que coisa feia Hallyane.

 Nem quis ver a reação da minha amiga, agarrei o braço da loira azeda e saí puxando para o corredor:

- Tá maluca garota?! Como você fala esse tipo de coisa?

- E é alguma mentira? Você é uma santa-do-pau-oco Hallyane, é isso que você é. Fica por aí se fazendo de amiga de todos, mas na verdade só manipula os outros. Conquistando o Nathaniel e o Castiel ao mesmo tempo, você é igual... àquela garota.

- O quê? Quê garota? Ah, não me interessa, você só pode ter bebido algumas antes de vir pro colégio. Eu NUNCA tentei conquistar ninguém.

- Não engulo as suas mentiras Hallyane. Fica bem longe do MEU Castiel!

- SEU Castiel? Bebeu com certeza! Ele não é propriedade, muito menos SUA propriedade... E mesmo que eu quisesse ficar longe dele, quem disse que ELE quer ficar longe de mim...

 Só ouvi o estalo da mão dela acertando o meu rosto, mas o meu corpo reagiu antes mesmo que sentisse a bochecha arder, girei os calcanhares e o punho levou todo o peso do meu corpo pro rosto da loira. Ambre cambaleou pra trás com o efeito do soco e precisou se segurar nos armários pra não cair no chão. Os barulhos fizeram alguns curiosos correrem pro corredor e logo tinha um circulo de alunos ao nosso redor gritando “Briga, briga, briga”. Eu não pretendia brigar, mas se ela partisse pra cima é claro que iria me defender:

- O quê está acontecendo aqui? – Trovejou a diretora e logo os alunos abriram espaço para ela passar.

- Foi essa doida – Choramingou a jacaroa loira – Me bateu sem mais nem menos...

- Eu? – Reagi no automático – Foi essa aí que me deu um tapa.

- Diretora, por favor – Continuou a azeda – Olhe o leu rosto e olhe o dela.

 Droga! Meu soco tinha feito muito mais estrago que o tapa da Ambre:

- Diretora, eu...

- Já chega! Quero todos os estudantes de volta às suas salas e você Ambre, vá à enfermaria colocar gelo nesse olho. Quanto à Hallyane... Me acompanhe.

 O corredor esvaziou em menos de um minuto e eu tive que seguir a figura baixinha da diretora até a sala dos representantes onde ela já entrou falando:

- Nathaniel, como representante do 2° ano, quero que cuide da suspensão dessa aluna – Ele veio pra perto de mim com cara de decepcionado (realmente, primeira semana e eu já to suspensa) – Nada menos de dois dias...

- Dois dias? – Falei sem pensar – Mas foi um soco só... – Tapei minha própria boca e Nathaniel me olhou com cara de “não piora a sua situação”.

- DOIS DIAS! – Repetiu a diretora saindo e batendo a porta.

 Nathaniel permaneceu calado e foi até a mesa preparar a papelada:

- Nath, desculpa.

- Está se desculpando por ter sido suspensa? – Ele me olhou confuso.

- Estou. É que eu só me meto em confusão, desde o primeiro dia... Você deve se arrepender de não ter me entregado.

- Não diga besteiras Hally. Você é uma boa garota, só está andando em más companhias.

- Não foi culpa do Castiel!

- Então ele não teve NADA haver com isso?

-... Diretamente, não.

 Ele me entregou uma folha e aproveitou para segurar a minha mão e olhar no fundo dos meus olhos:

- Tente andar mais com a Talixka e a Pedí, e menos com “aquele cara”.

 Eu não falei, mas se pensar bem, andar com a Talixka e a Pedí está vinculado “àquele cara”, porque uma o ama e a outra o odeia, no final ele sempre acaba sendo o assunto:

- Valeu Nath! – Me virei pra sair.

- Ah, Hally?

- Hein?

- Da próxima vez – Ele riu – Não deixe marca.

(Quem contou pra ele?) Danei a rir enquanto ia até o armário pegar a minha mochila, a única coisa que me fez voltar a ficar séria foi olhar praquela folha de suspensão que a minha tia vai ter que assinar. Acabei encontrando a Pedí:

- Não sei como a briga começou e sinto muito pela sua suspensão – Ela apontou pro papel na minha mão – Mas, na boa, só de saber que a Ambre vai ficar com o olho roxo até a semana que vem... Já me sinto vingada por tudo o que ela aprontou esse ano.

- Verdade, essa é a parte boa – Concordei – Mas a ruim é que em casa não vou ter nada pra escrever. Quer ficar com o caderno até eu voltar?

- Seu diário de bordo? Claro!

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 A Hally me entregou o caderno e pegou a mochila no armário, pendurou em um ombro só e saiu acenando.

 No intervalo, não tinha nada pra fazer, e a Tali (Talixka) tinha se trancado na sala de música querendo ficar sozinha, então fiquei no pátio indo de um lado pro outro em cima do skate. Vi Castiel sentado no pé da árvore com um violão no colo e um amigo do lado (sim, aquela coisa tem amigos), ele me encarou e eu sustentei seu olhar, depois o garoto danou a rir e eu olhei pra frente, mas já era tarde e não deu pra evitar a trombada:

- Nathaniel, me desculpa – Nós tínhamos caído e os papéis que ele carregava se espalharam pelo chão – T-Te machuquei? Deixa que eu te ajudo!

- Calma Pedí, eu estou bem. Mas e você, se machucou?

- N-Não. E-Eu estou bem.

 Ele se levantou e estendeu a mão pra me ajudar, o que me fez corar (acho que eu estava quase da cor do meu cabelo):

- Toma mais cuidado com o skate, ok? Não quero que termine na enfermaria.

- Obrigada pela preocupação. Eu vou tomar cuidado.

 Ele deu aquele sorriso hipnótico e foi embora. Eu fiquei completamente paralisada até escutar:

- (Fazendo voz fina) Ai Pedí, o Nathaniel é tão fofo, não acha?

- SAI DAQUI Ô IDIOTAAAA!!!!!! – Empurrei Castiel pra longe da minha orelha.

- Vei, você é muito patética. Ficar aí babando pelo mala do representante...

- O único mala aqui é você. Aspirante a RBD!

- Suas amigas parecem gostar.

- Não sou responsável pela deficiência mental das minhas amigas.

 Baixei e peguei o meu skate, a aula já ia começar e o mané não me deixava em paz:

- É verdade que a Hally foi suspensa por causa da Talixka?

- O quê? Claro que não! Se a Hally quis dar um soco na cara da Ambre, isso não é culpa da Talixka.

- Ah, então foi isso que aconteceu.

- E por que você parece orgulhoso?

- Porque eu estou mesmo. Já era hora de alguém parar a peste da Ambre. Você devia ser mais como a Hally.

- Ah, claro. Que tal se eu começasse te dando um soco?

- (sarcasmo) Tá bom. Gostaria de ver você tentar.

 Ele bagunçou o meu cabelo e saiu andando para o prédio com o amigo logo atrás (eu nunca lembro o nome desse amigo do Castiel).


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