Um Novo Amor Doce escrita por N Baptista


Capítulo 5
Tarde entre dragões e bad boys




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Ainda estou meio confusa com o jeito que a Talixka falou, será que ela ouviu o Castiel me chamando pra sair? Espero que não, ela é tão gente boa, e não quero magoa-la. Mas a minha maior preocupação agora é o Cass, ele e esse cachorro enorme dele, o Dragon é gigantesco, e juntando o tamanho, a cara de mau e esse nome, é de assustar qualquer um, mas eu não sou qualquer uma e achei ele muito fofo. Quando fomos buscar o cachorro, o Castiel me fez ficar atrás dele caso o Dragon estranhasse, mas o bicho me adorou, veio todo feliz abanando o rabo e ficou fazendo festa, pulou e quase me derrubou, mas era só brincadeira, e o Castiel achou tudo muito estranho.

– Ele não faz festa pra qualquer pessoa. – Disse Cass quando estávamos chegando ao parque.

– E eu não sou qualquer pessoa. – Brinquei olhando o cachorro saltitar de um lado pro outro.

– Nossa – Ele debochou – As vezes eu esqueço o quanto você é convencida.

– Eu não sou convencida! – Protestei atravessando o arco de entrada do parque.

– (Sarcasmo) Não, imagina.

Bufei e virei o rosto pro outro lado.

– Relaxa garota, eu só to brincando contigo. Não aguenta nem uma piada?!

– Se você fosse engraçado... – Provoquei.

– Ei! Eu sou muito engraçado.

– (Sarcasmo) Claro que é. Engraçado, humilde, gentil, prestativo...

– Ah, é assim que você me agradece por ter te ajudado hoje? – Ele fez cara de ofendido e eu ri.

– Falando nisso, como é que num dia você me diz que está a ponto de ser expulso por falta, e no outro mata todas as aulas?

– Ah, eles não vão me expulsar assim. – Disse parando à beira de um lago e pegando umas pedrinhas.

– Tá dizendo que eu contrariei o Nathaniel atoa?!

– Por que se importa com o que aquele mauricinho pensa? – Falou jogando uma das pedras, que quicou na água duas vezes antes de afundar.

– Não me importo – Castiel tinha soltado a guia de Dragon e este deitou na grama, então eu me sentei ao seu lado – Acontece que sou nova na escola e não quero problemas.

Acrescentei um “Ainda não” mentalmente à minha frase, já que me conheço o bastante para saber que os problemas (pra mim) são inevitáveis. Castiel me olhou intrigado, mas deu de ombros e jogou outra pedra:

– Por que você odeia tanto o Nathaniel? – Perguntei acariciando as costas do enorme Pastor Beauce.

– Ah, o santo não bate!

Comecei a rir e olhei pra ele:

– Como assim?

– O Nathaniel tá sempre no meu pé. Odeio receber ordens. Sem falar que parece que ele fica só esperando eu dar um passo em falso pra me derrubar.

– Aí pra não ser derrubado você simplesmente cai sozinho?!

Cass me olhou confuso e deu alguns passos na minha direção, mas ficou calado então continuei:

– Se acha que ele tá de marcação pra cima de você, por que não tenta andar um tempo na linha? Se não estiver fazendo nada de errado, não pode ser punido.

– Vou pensar no assunto. – Ele bateu com a ponta dos dedos na aba da minha boina e sorriu.

Eu o olhei com cara de “sei que não vai” e voltei a acariciar Dragon. Castiel se inclinou para sentar ao meu lado, mas o Pastor Beauce rolou e se colocou entre nós dois o fazendo sentar mais distante rindo muito.

– É a encantadora de cães!

Eu também comecei a rir e mudei de posição, com isso Dragon levantou e foi tentar abocanhar uns pombos que estavam ali perto. Castiel deitou na grama e a jaqueta caiu para os lados revelando a caveira em seu peito.

– Nossa, ainda não tinha reparado na sua camiseta. É o símbolo de uma banda, né?

Ele me olhou de rabo de olho e sorriu.

– Belo chute!

– Não foi chute. - Observei melhor aquele símbolo conhecido - É Winged Skull!

Pela cara que o Cass ficou eu acertei e ele não esperava por essa. O garoto se levantou rápido e acabou ficando com o rosto bem pertinho do meu.

– Curte essa banda?

– M-Mais ou menos, eu escuto um pouco de tudo...

Por exemplo, agora eu estou escutando uma sirene disparar dentro da minha cabeça, acompanhada de uma voz que diz que "é melhor ele se afastar da minha zona de segurança!".

– Legal – Ele sorriu – É difícil achar garotas que gostam desse tipo de música.

– Então procurou no lugar errado...

– Arrgg!!! – Alguém do outro lado do lago estava com muita raiva.

Olhei na direção do grito e encontrei Ambre rangendo os dentes. A loira azeda me fuzilava com os olhos e por um momento até esqueci que era perigoso ficar tão perto do Castiel. Na verdade, se me conheço bem, para ver a bruxa loira queimar de ódio eu seria capaz de fazer alguma coisa da qual me arrependeria depois , tipo abraçar o bad boy ou quem sabe até beijá-lo no meio do parque... (Ok, talvez beija-lo não) Ainda bem que o Cass reagiu antes de mim e se pôs de pé, chamando Dragon para perto e pegando a guia.

– Vem Hally. Vamos para algum lugar que não tenha paparazzi. – Ele falou alto o bastante para que a Ambre ouvisse.

Levantei-me e fomos andando por uma das trilhas, Castiel com a cara emburrada que sempre mantinha na escola e eu me esforçando ao máximo para conter o riso. Caminhamos em silêncio por um tempo, mas eu não consigo ficar sem falar, é de família!

– Qual é a da Ambre? Vocês já tiveram alguma coisa?

– Nem pensar! Ela não faz o meu tipo. Acontece que a doida colocou na cabeça que gosta de mim e agora eu não consigo me livrar dela.

(Por que será que isso me lembra alKen?) Comecei a rir e ele desmanchou a postura tensa.

– Tá achando engraçado é?!

– (risos) Muito!

– Pera aí que eu vou te dar um motivo pra rir...

Ele me cutucou abaixo das costelas, onde sabe que sinto muitas cócegas (foi assim que me convenceu a vir nesse encontro). Eu implorava pra parar, mas admito que foi divertido, até a minha boina cair no chão e ser abocanhada pelo Pastor Beauce.

– Dragon, solta!

Do jeito que o Castiel falou até eu obedeceria. Ele me entregou a boina, um pouco amassada, mas inteira.

– Foi mal.

– Tudo bem. – Eu sorri e olhei para a guia de Dragon – Posso tentar levar?

– Não sei não, ele é muito forte.

– Por favor? - Fiz uma carinha fofa.

–... Tá bom. – Ele me entregou a guia, mas ficou apreensivo.

Demos alguns passos, estava indo tudo bem... Estava (passado), porque o cachorro resolveu disparar atrás de um pombo e eu acabei caindo e ralando o joelho. Castiel veio correndo na minha direção.

– Hally, tá tudo bem?

– (Ai) Sim. Não foi nada.

Ele me ajudou a levantar e agarrou com força a guia de Dragon falando que era melhor me levar para casa. Eu estava meio que mancando, então o Cass me deu a mão para caminharmos pela rua. Na verdade eu não estava pensando muito nisso até chegar à portaria e dar de cara com a minha tia. Despedi-me de Castiel e entrei no elevador o mais rápido que pude (Depois daquele diálogo estranho no carro, vai que ela pensa besteira?!).


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