Um Novo Amor Doce escrita por N Baptista


Capítulo 23
Recuperação




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–AAA!!! To atrasada!

Pulei para fora da cama acertando Tiger com as cobertas, fiz minha higiene matinal, vesti uma blusa tomara-que-caia verde água e uma saia alaranjada e calcei meu All Star preto. Desci as escadas aos pulos, peguei uma caixinha de suco na cozinha e a torrada na mão da minha tia (que bufou e me chamou de folgada). Corri feito uma desesperada até a escola e cruzei os portões bem quando o sinal estava tocando.

– Meu Deus! Correu a maratona, Hally? – Iris começou a rir quando cheguei arfando na sala de aula.

Só consegui fazer que sim com a cabeça enquanto ria fraco pela falta de ar. O professor Faraize entregou as nossas provas corrigidas e suspirei aliviada, fiquei na média. Perguntei para a ruiva de trança como tinha ido e ela fez uma cara triste mostrando que tinha ficado em matemática. Rosalya se agachou ao lado da minha mesa para comparar a nota (ela foi melhor :p). Quando a aula acabou, fui para o corredor e encontrei Talixka abanando uma Pedí paralisada com olhar de peixe morto.

– O que aconteceu? – Perguntei preocupada.

– Ela está de recuperação. – Respondeu a de cachinhos.

– Ah, mas é só fazer a prova e fica tudo bem.

– Tudo bem? – A ruiva acordou do transe – Hally, se o meu pai descobre, ele me engole viva! Vou preparar o meu testamento, eu estou morta! Morta! Mortinha!

– Calma, não é assim – Tentei parar seu ataque histérico – Se você recuperar, sua nota no boletim muda, e seu pai nem vai ficar sabendo. Calma.

– É Pedí, relaxa – Tali concordou – Vai dar tudo certo.

O sinal tocou e eu fui para a minha próxima aula, sentei ao lado de Armin que ficou jogando o tempo todo escondendo o PSP no caderno... Tá admito, a gente estava alternando as fazes pros dois jogarem. No intervalo, Melody disse que tinha visto a Pedí na biblioteca, cercada por livros, pouco depois vi o Castiel saindo de lá, deve ter ido ver se ela estava bem. Eles são primos, e eu fiz o maior escândalo porque não sabia disso. Não acredito que até briguei com a Pedí e... EU BRIGUEI COM A PEDÍ! Bem no dia da prova! Ela está de recuperação por minha culpa. Droga, estou me sentindo mal.

– Tudo bem Hallyzinha? – Alexy se aproximou – Você está pálida.

– Ai Alexy, acabei de me dar conta que uma amiga ficou de recuperação por minha culpa.

– E você não pode ajuda-la a estudar? – Ele franziu as sobrancelhas.

– Sou péssima na matéria. Passei raspando.

– E não conhece ninguém que possa fazer isso?

– Ah, tem o Nathaniel... NATHANIEL! Valeu Alexy!

Ideias a mil! (eu tenho medo de mim) Quando meus horários permitiram, fui logo para a sala do grêmio. Mel tinha saído para colar a lista de notas no mural, caso alguém ainda não tivesse visto, e pelo que eu entendi, Chino estava na sala dos professores. Entrei no grêmio e encontrei o loiro com o rosto afundado em um livro grosso.

– Você nunca para de estudar, Nath? – O comentário saiu sem querer.

– Não estou estudando, só lendo um livro – Ele colocou a mão na testa – E o que você está fazendo aqui, Hally?

– Calma, não se estressa, foi só uma brincadeira – Ele me olhou de lado desconfiado – Nath, você é tão inteligente, e tão gentil, sempre pronto para ajudar os amigos...

– O que você quer?

– Credo Nathaniel, eu não sou tão interesseira não! – Fiz bico e ele arqueou a sobrancelha – Tá bom... Pedí está de recuperação e...

– PEDÍ DE RECUPERAÇÃO?! – O loiro faltou só cair da cadeira – Como isso aconteceu?

– Ela não estava muito bem na hora da prova – Respondi – Pode ajuda-la a estudar?

– Posso, claro! Onde ela está?

– No intervalo ela foi para a biblioteca, e agora de novo, acho que vai passar a tarde por lá.

– Já estou indo encontra-la.

O garoto levantou e começou a juntar as suas coisas.

– Obrigada – Sorri – Ah, Nath. Entrega esse caderno pra Pedí, ela sabe o que fazer.

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Nathaniel aparece de repente na biblioteca, pronto pra me ajudar a estudar... Ninguém me belisque! Comecei a entender quando ele me entregou o caderno da Hally. Tenho as melhores amigas do mundo! Eu levantei de onde estava sentada (corredor entre duas estantes) e ele me ajudou a recolher o circulo de livros que tinha a minha volta, para que fôssemos a uma mesa. Nath que vai me ensinar a matéria, como as coisas mudam...

Flashback on:

Quando a professora lhe entregou a folha de papel, o loiro baixou a cabeça até bater com a testa na mesa.

– Tudo bem cara? – Perguntou o moreno de olhos cinza que sentava na carteira de trás.

– Não Castiel, fiquei na final – Resmungou Nathaniel – Já posso dizer que reprovei o sexto ano!

– Ah relaxa. Ainda tem a recuperação. – O outro tentou anima-lo.

– Se eu não aprendi em um ANO, você acha que vou aprender em uma SEMANA?

O moreno o encarou preocupado enquanto deixava a sala em direção o seu armário.

– Qual foi a sua nota? – Uma garota de cabelos castanhos bem claros e profundos olhos azuis se pendurou nas costas de Castiel.

– Ai Pedí, me solta, você é pesada.

– Pode parar Cass! Primeiro, eu não sou pesada. E segundo, não me chame desse nome estranho aí, meu nome é Pietra.

O garoto deu uma gargalhada abafada.

– Na verdade o seu nome é... – A pequena se apressou em tapar a boca dele.

– Não ouse falar em voz alta! Sabe que é horrível.

– Então não critique “Pedí”!

– Mas isso nem é um nome – Ela cruzou os braços – O que quer dizer afinal?

– É uma abreviação do seu nome verdadeiro.

– Tudo bem que o papai queria fazer a vontade da mamãe com o lance dos dois nomes de menino, mas até ela concorda que eu não posso me chamar assim. Por isso me deu o apelido de Pietra.

– Mas todo mundo te chama de Pietra, eu não sou todo mundo – O menino fez uma cara malandra – Sou especial, te chamo de Pedí!

– Como quiser Cass – A prima deu-se por vencida – Você quem sabe.

– Você ainda vai adotar esse apelido!

Os dois ficaram em silêncio e viram Nathaniel passar por eles, extremamente desanimado.

– O que aconteceu com o irmão da Ambre? – Perguntou a garota.

– Está na final. – Respondeu Castiel.

– Coitado!

–... Bem que você podia ajudar ele, né nerd?

– Castiel, eu nem conheço o garoto direito.

– Tudo bem então. Mas seria legal da sua parte.

Quando Castiel fechou a porta do seu armário, um papelzinho rosa voou para o chão.

– Que isso Cass?

– É da Ambre – Respondeu o garoto amassando o bilhete – Será que ela não cansa?

– Quer que eu devolva? – Perguntou Pietra com ar de inocente.

– Você vai adorar fazer isso. – Afirmou o moreno lhe entregando o papel amassado e saindo pelo corredor.

A garota sorriu brincalhona e rumou para a escadaria.

– Oi meu amorzinho. – Um garoto moreno de olhos azuis a abraçou de lado.

– Oi Rick – Ela o fitou desconfiada – Aconteceu alguma coisa?

– Cinco doidas que não largam do meu pé – Ele olhou o corredor – Acho que despistei – Deu um beijo na bochecha da irmã – Até mais tarde bonequinha.

A menina continuou o seu caminho em busca da Ambre, dessa vez lendo o bilhete e dando boas gargalhadas com o conteúdo.

– (hi hi hi) Achei muito bem feito! – A loira ria escandalosamente ao falar com o irmão – Você precisava mesmo baixar a sua bola! Vai reprovar o sexto ano, e papai vai te dar a maior surra da sua vida!

– Para Ambre, para! – Ele tinha lágrimas nos olhos – Eu não vou reprovar! Ainda posso recuperar!

A loira deu mais uma gargalhada cheia de vontade. Pietra sentiu o sangue ferver, como aquela garota podia querer mal ao próprio irmão?

– Nath, meu querido, o único jeito de você passar de ano agora, é se um anjo aparecer aqui na sua frente para te explicar a matéria...

– Prazer, anjo, tudo bem? – A garota de olhos azuis se colocou entre Ambre e o menino, falando diretamente com ele.

– O QUE?! – A loira gritou assustada e indignada, mas a outra não deu atenção.

– Vem Nathaniel – Disse Pietra o puxando pelo braço – Vamos para a biblioteca, lá não tem ninguém gritando. – Lançou um olhar superior à Ambre – Desculpe a demora, eu teria vindo antes, mas estava ocupada com o Castiel.

– C-Castiel? – Gaguejou a loira com os olhos arregalados.

– É, Ambre. Por falar nisso – Pietra jogou o bilhete para a outra – Cass pediu que eu te devolvesse, ele não está interessado.

Nathaniel e a garota de olhos azuis saíram andando pelo corredor, ele estava realmente aliviado por se livrar da irmã.

– Espera, aonde você vai? – Pietra perguntou ao vê-lo tomar outro caminho.

– Ao pátio... Por que? – Perguntou confuso.

– Vamos para a biblioteca, você tem que estudar!

– Você estava falando sério?

– Lógico! Você quer passar ou não?

– Claro que quero – Bradou impaciente – Mas posso fazer isso sozinho!

Pietra arqueou a sobrancelha e agarrou o colarinho do garoto o puxando pelo corredor.

– Olha esse mural – Ela apontou a parede – Sabe o que é?

– A lista dos melhores alunos – Ele revirou os olhos – Por que?

– De quem é a foto que está lá no topo? – O garoto fez uma careta – Isso mesmo, estive lá o ano todo e vou ficar pelos próximos. Mas estou te dando uma chance incrível, a de ficar em segundo lugar. Pra isso só precisa...

– Espera! Está dizendo que eu nunca serei melhor do que você?

– Não será! – Ele começou a ficar vermelho de raiva – Ah, por favor Nathaniel, como espera me superar se não pode nem passar de ano?

– Eu posso sim! As duas coisas.

– Então me deixa te ajudar agora, e ano que vem você me mostra do que é capaz. O que acha?

O loiro pensou por um tempo e então estendeu a mão para ela.

– Feito!

Flashback off.

– Pedí, concentre-se. Não é tão difícil de entender…

(Nada fácil de me concentrar quando você está tão perto assim!)

– Desculpe... Acho que me distraí um pouco. – Suspirei pesadamente voltando a olhar o livro.

– Está tudo bem? – Nath me olhou preocupado.

– Sim, só estava pensando... Quando foi que eu saí daquela lista Nathaniel?

Ele ficou um breve momento olhando o caderno a sua frente antes de se virar para mim sorrindo.

– Não tem listas no ensino médio Pedí!

– Seu bobo – Dei um tapinha de leve em seu braço – Você entendeu.

– Não te quero triste. Você sempre será a melhor!

Balancei a cabeça em negação.

– Você é o melhor Nath! Me superou, como disse que faria.

Ele me olhou por um tempo e abriu um sorriso presunçoso.

– Bem, você pode ficar em segundo lugar...

– Convencido! – Joguei a borracha em sua cabeça.

– Nossa – Ele brincou – Eu aqui te ajudando e você já me bateu, já jogou a borracha, assim eu vou embora...

Nathaniel levantou da cadeira rindo e eu o puxei pelo colarinho.

– Quer que eu fique? – Perguntou com o rosto bem perto do meu.

– Quero – Respondi fitando os seus lábios e depois subi o olhar para seus olhos rindo – Preciso de nota!

– Interesseira! – Falou rindo e nos soltamos para que ele voltasse à sua cadeira.

– Amassei a sua camisa. – Comentei olhando as marcas que deixei próximas ao seu colarinho.

Nath pegou a minha mão direita e levou à sua camisa.

– Pode amassar mais – Riu travesso – Eu não ligo.

– Doido! – Puxei a minha mão de volta.

– (sussurrando) Por você...

ESPERA! EU OUVI DIREITO?

– O que? – Perguntei assustada.

– O que? – Perguntou confuso.

– O que você disse? – (será que imaginei?)

– Nada. – Respondeu dando de ombros.

É, devo ter imaginado. O Nathaniel nunca diria uma coisa dessas pra mim.

Flashback on.

– Pietra! – Nathaniel correu até a garota – O que está fazendo aqui?

– Esperando você terminar a prova! Como foi?

– Ah, eu... – O garoto baixou o rosto fazendo com que a menina arregalasse os olhos apavorada – Passei, claro! – Olhou para ela rindo.

A pequena de olhos azuis levou um tempo para processar a informação.

– Seu boboca! – Pietra começou a dar tapas nele – Não me assusta desse jeito! – Ela o abraçou – Parabéns Nath, eu sabia que conseguiria.

– Sério? – Ele arqueou uma sobrancelha – Não pareceu muito segura.

– Nathaniel – A menina o encarou séria, fazendo-o corar violentamente – Se eu não soubesse que você era capaz, nem teria tido esse trabalho todo bancando a professora.

– A melhor professora que já tive... – Ele comentou sem graça, vermelho e olhando para o chão.

– Bonequinha – Rick se aproximou pelo corredor com um sorriso amigável – Se despede aí do seu namorado pra gente ir embora.

– Nós não somos... –Falavam juntos, quando perceberam que ainda estavam abraçados.

Extremamente vermelhos de vergonha, pulou cada um para um lado se afastando o máximo.

– Então... – A garota tentou fazer sua voz ser ouvida por sobre as gargalhadas do irmão – Te vejo no sétimo ano Nath.

– Até. – Ele acenou enquanto ela ia embora.

Flashback off.

É agora, estou na sala das provas esperando pra fazer a minha. Iris não para de repetir as fórmulas de matemática como se fosse um mantra. Ambre também está aqui, mas não para de trocar olhares cúmplices com Charlote, que será uma das fiscais (melhor nem pensar sobre isso). A outra fiscal será Melody e agradeço por ser esta que está do meu lado. O sinal tocou e começaram as provas... Estou pronta!

POV Hally:

– Eu sei, só não gosto de ficar fazendo compras – Bufou Armin – É muito chato!

– Não é não – Contra atacou Alexy – Chato é ficar a tarde inteira em um quarto escuro jogando vídeo game.

Os gêmeos, Lysandre, Castiel, Talixka e eu estávamos vadiando no pátio enquanto esperávamos Pedí terminar a prova. Tali, Cass e Armin estavam sentados no muro e o resto de nós só encostados.

– Admite irmãozinho – Gargalhou o de cabelo azul – Você é muito desleixado, não escolhe nem a própria roupa, eu faço isso pra você.

– Mas só porque não é importante. – O moreno tentou rebater.

Continuamos rindo e conversando coisas aleatórias até o gêmeo de olhos azuis se distrair com algo do outro lado da cerca viva do clube de jardinagem. Alexy esticou o pescoço para tentar ver o mesmo que o irmão e soltou uma gargalhada.

– Armin, seu tarado!

– O QUE?! – O garoto tomou um susto – Mas eu não disse nada!

– E se tivesse dito eu ia ter que concordar, aquela ali... – Castiel riu com cara de safado.

Tive vontade de tacar o meu tênis na cabeça desse bad boy duma figa, mas sou mais curiosa que ciumenta... Pera, quem falou em ciúmes?! Não importa. Estiquei-me na ponta dos pés para tentar ver o mesmo que eles, mas sou muito pequena.

– Vocês tem razão – Talixka falou simples e sincera – Ela é bem bonita.

– Acho que a conheço de algum lugar... – Disse Lysandre pensativo.

– Onde? – Comecei a pular no lugar – Também quero ver!

– Ué Lysandre, andou pegando e nem conta pros amigos?!

Tali arregalou os olhos com o comentário de Castiel (faltou cair do muro), mas o outro fez questão de se explicar.

– Não é nada disso! Ela só me parece familiar.

– Agora que você falou – A de cachinhos virou para ele – Acho que é a garota com quem eu trombei na praia.

– QUEM? – Eu gritei – NÃO TO VENDO NADA!!!

– Ah é – Comentou Lysandre – Deve ter sido lá.

– Vou voltar pra praia!

– Tu tá demais hein Castiel! – Gargalhou Armin – Isso tudo é seca?

– Que seca o que – Riu Alexy – Ele tem a Hally!

– O QUÊ?! – Gritamos juntos e todos começaram a rir (menos a gente).

– Chega, vocês estão de brincadeira – Comecei a dar tapas no joelho do Armin – Não tem ninguém do outro lado!

Castiel bufou e pulou para o meu lado fazendo “pezinho”.

– Sobe aí baixinha!

Não gostei do jeito que me chamou (e por isso fiz um bico enorme), mas subi no muro mesmo assim, sentando onde ele estava antes (lógico, tomando o maior cuidado por causa da minha saia). Finalmente pude ver a garota de cabelos rosa, seus olhos verdes encontraram os meus...

– CHIBI?!


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