Um Novo Amor Doce escrita por N Baptista


Capítulo 22
Episódio 10 os gêmeos




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Depois de deixarmos a Pedí na casa dela (mansão, diga-se de passagem), rumamos para a minha, onde Tali me entregou o caderno e depois seguiu com seus pais. Entrei no prédio cumprimentando o porteiro, que veio logo na minha direção com um sorriso debochado.

– Bom dia Hallyane. Só queria te avisar que estão limpando o elevador social – (Tudo bem, pode ser...) – E estão fazendo uma mudança no de serviço.

... É brincadeira, né?! EU VOU TER QUE SUBIR DE ESCADA?! Como assim? Ai minhas pernas!

Deixei o porteiro maligno rindo sozinho da desgraça alheia e me arrastei escada a cima. Meu prédio é muito estranho, por ser antigo, tem uma escada de incêndio externa, tipo nos Estados Unidos. Mas (felizmente) ele passou por umas reformas e agora também tem uma escada interna (como um prédio normal) (Por quê eu falei disso?). Quando finalmente cheguei ao meu andar, larguei a bolsa de qualquer jeito no chão sem nem abrir a porta, eu precisava respirar. Pera, o elevador de serviço está no meu andar? Eu mato aquele porteiro! ...No meu andar?

– Armin – (Conheço essa voz) – Você bem que podia ajudar, né?!

Alexy, o rapaz de cabelo azul que eu conheci há um tempo, saiu do apartamento ao lado do meu, falando com alguém do lado de dentro que não respondeu.

– Oi. – Disse tentando chamar a sua atenção.

Ele olhou para mim e piscou algumas vezes antes de abrir um sorriso de orelha a orelha.

– A incendiária!

– O bombeiro! – Respondi rindo com ele.

Alexy veio até mim e me deu um abraço (de urso) que retribui da melhor forma que pude.

– Tá moreninha, hein!

– Tinha que ter visto ontem o meu visual de lagosta (ha ha).

– Curtindo as férias on the beach?

– Quem não gosta de praia? – Gargalhei.

Alguém falou alguma coisa dentro do apartamento que só ele entendeu, mas o fez andar até o elevador e pegar umas caixas.

– Quer ajuda? – Perguntei.

– Claro, pega esta daqui que é mais leve. – Me entregou uma das caixas – Vou te mostrar a minha família!

Entrei com ele num apartamento que parecia muito com o meu (só que era para o outro lado). Os móveis maiores já estavam nos lugares, mas ainda haviam caixas por todos os lados. Cruzamos a sala e colocamos o que carregávamos ao lado da escada.

– Vem comigo. – Alexy me puxou até a cozinha – Mãe, está daqui é a Hally, nossa vizinha.

– Ah oi! – Uma mulher de cabelo preto cacheado e olhos verde água veio me dar um abraço de urso (deve ser de família) – Então você que é a Hally! Meu filho me contou da nova amiga que joga vídeo game e não sabe fazer brigadeiro (ha ha).

Juro, eu podia ter passado sem a parte do brigadeiro!

– Alexy, querido, o seu pai já está me esperando lá no carro, nós vamos passar na antiga casa pra pegar o que falta, ok?

– Certo! Mas onde está o Armin? – Perguntou fazendo cara de filhotinho (ai que coisa fofa!).

– Acho que está escolhendo os quartos. – A mãe deu de ombros saindo pela porta.

–... Antes de mim?! – Ele disse fazendo bico antes de segurar o meu pulso e me puxar escada a cima.

Assim que pisamos no corredor, Alexy me soltou e correu até um dos quartos onde pulou em cima de outro rapaz, gritando:

– Eu quero escolher o quarto primeiro!

– Escolhe o que você quiser – Reclamou o outro se debatendo – Só vê se me larga, se não eu vou perd...

O garoto ficou estático olhando o PSP que tinha nas mãos e o irmão o soltou recuando alguns passos.

– EU TAVA NO NIVEL 15! – Explodiu o de cabelo preto – JOGUEI A MANHÃ INTEIRA! TEM NOÇÃO DO QUE VOCÊ FEZ? VOU TER QUE RECOMEÇAR DO ZERO, ALEXY!

– Calma Armin – O de cabelo azul permanecia risonho – É até bom que assim você tira a cara desse joguinho chato!

O outro bufou e balançou a cabeça, fazendo com que a franja cobrisse os olhos azuis, enquanto o irmão continuava:

– Quero que conheça a Hally – Armin foi puxado até onde eu estava – Ela é nossa vizinha.

– Oi Hally – O moreno estendeu a mão (mas sem abraço) e abriu um sorriso amigável – Então foi você que botou fogo na cozinha?

Apertei sua mão sorrindo sem graça e me virei para o outro gêmeo:

– Precisava contar pra todo mundo?

– Ah Hally, desculpa, mas foi muito engraçado pra eu não contar (ha ha)!

– Tudo bem – Concordei – Foi mesmo engraçado... Mas e você Armin, também banca o bombeiro nas horas vagas?

– Acho que eu ficaria no time dos incendiários! – Respondeu coçando a nuca e nós todos rimos.

Continuamos conversando besteiras por um bom tempo (os dois são muito engraçados!), mas acabamos vencidos pela fome e eu os chamei para almoçar na minha casa.

– Não obrigado – Respondeu Armin – Nossos pais já disseram que vão trazer comida.

– Tem certeza?

Eles concordaram juntos e eu fui para o apartamento do lado com a promessa de voltar mais tarde e ajudar a colocar as coisas no lugar.

– Princesinha! – Vibrou tia Fabi quando cruzei a porta – Gostou do gatinho?

–... Credo tia! – Arregalei os olhos – Já não passou da idade de falar assim?

Minha madrinha colocou as mãos na cintura e fez uma careta estranha.

– Está me chamando de velha, Hallyane?

– N-Não... Que isso! O que eu quis dizer foi... Gato? Qual dos dois?

– Como assim dois? – Ela pareceu confusa – Estou falando do Tiger.

– Quem é Tiger? – Franzi as sobrancelhas.

Tia Fabi não respondeu, apenas apontou para o meu lado. Virei-me lentamente (como naqueles filmes de terror) e me deparei com uma bola de pelos laranja que NÃO ESTAVA ALI há dois minutos! A coisa se mexeu de repente me dando o maior susto. Pulei para o lado tropeçando num calombo do tapete, tombando sobre o braço do sofá, rolando e caindo no chão do outro lado.

– ha ha ha – Minha tia caiu na gargalhada – Eu sabia que você não gostava muito de gatos, mas aí já é demais, não acha?

– (sarcasmo) h ha, não tem graça! Se sabia que eu não gosto desses bichos, por que trouxe um pra casa?

– Ele veio sozinho – Ela sorria – Passou um dia e meio miando na escada externa, aí eu resolvi cuidar dele, e agora não sai daqui de casa.

– Claro né tia?! Foi dar comida prum gato de rua, agora ele volta.

– O Tiger não vai mais embora – A mulher de short jeans e camiseta da Tinker Bell, passou por mim e pegou o bicho na estante – Vai ficar aqui comigo, não é lindinho?

Revirei os olhos diante daquela cena.

– Quero só ver quando esse bicho aparecer atropelado na garagem do prédio.

– Credo Hally! Vira essa boca pra lá! – Tia Fabi segurava o gato longe de mim como se EU fosse fazer alguma coisa com ele.

– Tudo bem, tudo bem – Fiz um gesto de dispensa com a mão – Vou comer que estou com fome.

Caminhei até a cozinha e fiz o meu prato com o que tinha sobre o fogão, quando terminei de almoçar, fiquei responsável por lavar a louça (detalhe, fiquei o tempo todo empurrando a porcaria do gato com o pé para que ele não subisse na pia). Subi para o meu quarto e liguei o computador, enquanto esperava a janela da internet abrir, escutei o barulho de mensagem no meu celular, olhei e era do... KEEEENN!!! Apressei-me em abrir, toda eufórica “Ligue agora, já estou disponível”... Só eu me frustro com essas mensagens da operadora que nos enchem de esperança e depois joga um balde de água fria? Bufei para o alto fazendo minha franja mexer (tá, pelo menos agora eu posso ligar). Apoiei meus pés na escrivaninha, jogando a cabeça pra trás enquanto discava o conhecido número. Chamou duas vezes antes de ser desligado, tentei mais uma vez e desligou no primeiro toque...

– Acho que ele está ocupado. – Falei fazendo uma careta de decepção.

“Miau” manifestou-se Tiger sobre a escrivaninha me fazendo pular de susto e cair da cadeira.

– CHEGAA!!! Você NÃO vai mais me assustar, senhor!

Levantei-me e fui até a caixinha de joias, pegando lá uma fita verde com um guizo preso.

– Assim vou saber quando você se aproximar. – Falei amarrando a fita no rabo do gato que o agitou incomodado.

Dei de ombros pra irritação felina e voltei a mexer no computador, tinha dois e-mails da Iris com links de vídeos divertidos no You Tube, três do Stardoll (aquele jogo chato que Lety (uma antiga amiga) me fez criar conta) falando dos benefícios de virar superstar (coisa que eu não vou fazer, gosto muito dos meus créditos), uns 2398782541987... de notificação do Facebook, e um falando do show da Killer Condor (banda de rock). Suspirei entediada e fechei os olhos, levantando e me jogando na cama sem nem abri-los.

Acordei escutando vozes abafadas, parecia... Garotos? Abri os olhos assustada, mas me acalmei ao ver que não havia ninguém no meu quarto. As vozes estavam vindo do outro lado da parede e pareciam nervosas. Fui para a janela e pulei para a plataforma de ferro da escada externa, o quarto onde eles estavam tinha a janela ao lado da minha.

– Também não está aqui! – Choramingou o de cabelo azul – A mamãe vai matar a gente!

– Para com isso Alexy! – Reclamou o outro que olhava sob a cama – Seria muito mais fácil se tivéssemos a bússola do “Secret Society”!

– E agora? – Alexy fez um biquinho muito fofo.

– Hey guys! – Escorreguei metade do corpo para dentro do apartamento, me sentando na janela – O que aconteceu?

– Ah Hally – O de cabelo azul apoiou as mãos atrás da cabeça – Estávamos desmontando algumas caixas, quando o ARMIN deixou uma cair, aí o porta-joias da nossa mãe abriu espalhando coisas pela sala toda...

– Mas nós conseguimos guardar – Interrompeu o moreno – Só faltou um colar de ouro branco com uma pedra escura.

– Mas se as coisas caíram na sala – Perguntei – Por que vocês estão procurando aqui?

– Porque na hora H, apareceu uma fera quadrupede que abocanhou a joia e fugiu. – Dramatizou Alexy.

– Apareceu um gato, pegou o colar e correu pro andar de cima. – Traduziu Armin.

Os dois suspiraram pesadamente coma cara de cansados. Fiquei observando e tentando pensar em uma solução, até que escutei um barulho de guizo. Minha atenção foi direcionada para dois andares abaixo na escada de ferro, Tiger brincava animadamente com uma pedra escura presa em uma corrente prateada.

– Tenho uma boa e uma má noticia. – Falei engolindo em seco e os dois olharam pra mim – A má é que o gato que vocês falaram é o novo mascote da minha tia e eu estou morrendo de vergonha. A boa é que eu sei onde ele está!

Apontei para Tiger no andar mais baixo e os gêmeos se inclinaram para olhar, quase passando por cima de mim.

– Eu vou lá! – Disse Alexy pulando para a plataforma e descendo as escadas.

Armin também pulou para a plataforma, mas ficou ao meu lado enquanto nós observávamos seu irmão. Quando Tiger percebeu a aproximação do garoto, pulou para um ar-condicionado, depois para outro, aí um muro, e então para o chão.

– DROGA! – Armin e eu exclamamos juntos dando um tapa no corrimão.

– Vamos atrás! – Exclamou Alexy descendo mais andares.

– Pela escada externa? – Estranhei (ela é perigosa, gente).

– É – Concordou o garoto – O gato é rápido, se formos por outro caminho ele vai fugir.

O moreno e eu nos entreolhamos ainda tentando assimilar a ideia antes de correr para também descer as escadas. O último lance era deslizante, e parava pouco acima do chão, o que me deixou um pouco insegura, mas os meninos desceram primeiro e os dois me ajudaram a pisar em “terra firme”. Corremos até onde o bichano estava há alguns segundos e ainda pudemos vê-lo fugir pela rua, então fomos atrás.

Perseguimos Tiger por um bom momento, mas acabamos por perde-lo de vista próximo ao Fórum.

– Com licença – Alexy se aproximou de uma mesa da área externa – Vocês viram um gato, laranja listrado com uma fita presa na cauda, passar por aqui?

– Desculpe, não vimos. – Respondeu... Chino?

– Oi Chino! – Debrucei-me sobre a mesa reparando também na outra presença – Oi Melody. Legal ver vocês!

– Hally! – A de cabelo castanho sorriu – Nem vimos você aí. O que está fazendo?

– Os meninos e eu estamos tentando recuperar o novo mascote da minha tia... Ah, rapazes, estas são Melody e Chinomiko.

– Encantados! – Os gêmeos falaram juntos (que fofos!).

– Igualmente – Falou a presidente – Mas me chamem de Chino, Ok?

– Espera – Mel franziu as sobrancelhas – Não conheço vocês de algum lugar?

–... Tem razão Melody – Disse Chino enquanto os rapazes se entreolhavam confusos – A diretora nos passou as fichas deles no último dia de aula, são os alunos novos que entram no próximo semestre. Armin e Alexy, não é?

– Ao contrário. – Eles riram, já que ela apontou trocado.

– Vocês vão estudar no meu colégio?! – Pulei no pescoço dos dois que riram do meu jeito.

– Vocês são do conselho estudantil? – Perguntou Armin às meninas quando o soltei.

– Eu por pouco tempo – Riu Chino – Bem, como as recuperações, a formatura do terceiro ano ocorre logo após as férias, então só terei mais alguns meses no comando.

– Nathaniel assume quando você sair? – Perguntei.

– Os alunos vão votar – O garoto saiu de dentro do Fórum – Mas sou candidato!

Não prestei muita atenção no que ele disse.

– Tiger, seu folgado! – O gato estava enroscado nos braços de Nath (ainda com o colar na boca).

– Este gato é seu, Hally? – Afirmei com a cabeça – Estava escondido atrás na porta.

Nathaniel fez menção de me passar o bichano, mas este não gostou da ideia, se soltando e voltando a correr.

– DROGA! – Alexy foi o primeiro a ir atrás de Tiger. Armin segurou o meu braço e me puxou junto.

A perseguição nos levou para o centro, onde ficam as principais lojas da cidade. O moreno e eu quase atropelamos o de cabelo azul quando ele resolveu, do nada, parar para olhar uma vitrine. Armin precisou puxar o irmão pela orelha para tira-lo dali.

– Hallyane – Droga, conheço esse mugido – Dois de uma vez?

– Pois é Ambre – Puxei Alexy para mais perto pela camisa – Com inveja?

– O Castiel sabe disso? – As clones deram aquela risadinha chata.

– Ai ai, eu sei que o Cass é obcecado por mim, mas não estamos juntos, então não preciso dar satisfações da minha vida. Agora, se você quiser contar, vá em frente. Isso pode até dobrar as suas chances com ele... Qual é o dobro de zero mesmo...?

A loira ficou vermelha de raiva e bateu o pé no chão.

– Você NÃO VAI ficar com ele, Hallyane!

Apenas revirei os olhos enquanto o trio ternura se afastava.

– Deixa que eu adivinho – Alexy riu – Aquelas são as “poderosas”!

– Pensam que são. – Finalmente soltei a sua camisa – Desculpe-me pela cena, não podia deixa-la em qualquer vantagem.

– Sem problemas. – Disse Armin.

– Quando precisar. – Concordou o outro.

Continuamos procurando Tiger pelo centro, aquele gato é ninja, sumiu de vista.

– Aquela boboca não pode invadir o meu quarto e pegar as minhas coisas. Por isso é o MEU quarto e são as MINHAS coisas.

Escutei uma voz familiar vinda de dentro da joalheria e me aproximei da vitrine. Uma garota de cabelo rosa reclamava com o vendedor que revirava os olhos entediado. Ela estava de costas para mim, então não podia ver o seu rosto, mas tinha certeza que a conhecia.

– Está vendo Armin? – Alexy escorregou para o meu lado – Eu não sou o único que para pra ver as vitrines.

– Que seja – O outro revirou os olhos –... Ali!

O gato saiu de trás de uma lata de lixo e correu em direção ao parque (que foi para onde os rapazes me arrastaram, já que eu ainda estava meio lerda tentando lembrar quem era a garota). Passamos um bom momento serpenteando entre as árvores, até que de repente o bichano parou e ficou olhando para os lados com os pelos eriçados. Os rapazes e eu suspiramos cansados e começamos a nos aproximar lentamente, mas antes disso, Tiger colocou o colar no chão e correu pra longe.

– Cool! – Armin vibrou pegando a joia do chão – Objetivo alcançado, mamãe não vai mais cortar as nossas cabeças.

– Está um pouco sujo, mas inteiro. Ainda bem! – Alexy guardou o colar no bolso.

– Mas o que deu no Tiger? – Pensei em voz alta – Parecia com medo...

“AU!!” Um latido forte ecoou como trovão, fazendo os meninos pularem para atrás de mim.

– Dragon? – Reconheci – AIMEUDEUS, TIGER!

Nem cheguei a pensar antes de correr para onde o gato tinha ido, com os gêmeos no meu encalço. Podia ouvir os latidos intimidadores do Pastor Beauce, e também os gritos distantes do Castiel tentando controla-lo. Estava preocupada, apesar de não gostar muito de gatos (e do Tiger não me dar nenhum motivo pra mudar de opinião) não queria que ele se ferisse. “Prlin”... O guizo! Passei o dia correndo atrás desse bicho e não prestei atenção no guizo! Segui o novo som e rapidamente avistei o gato.

– Dragon! – Gritou Cass quando os dois saíram de trás das árvores.

Estávamos todos em uma área quase aberta, perto do lago.

– Tiger! – Gritei me aproximando da árvore que ele escalava.

Senti algo bater MUITO FORTE nas minhas costas, me fazendo cair de barriga, deslizando feito uma foca morro abaixo e entrando de cara no lago. Depois de engasgar com meio litro de água (e acho que um peixe), virei-me raivosa para a confusão de cão e gato. Dragon (que tinha sido o culpado pela minha queda) estava com as duas patas da frente apoiadas no tronco, e latia freneticamente para Tiger, que dos galhos fazia aquele barulhinho de quando o gato quer parecer ameaçador. Seu pelo estava eriçado e ele dava patadas no ar.

– CHEGA! – Gritei fazendo todo o barulho cessar – Senta! – Apontei para Dragon que me obedeceu imediatamente (mas Tiger também se ajeitou no galho).

Só então me permiti olhar para os meninos, Armin e Alexy me olhavam meio em choque, mas Castiel tentava, sem sucesso, segurar a gargalhada.

– Qual é a graça? Hein Castiel? – Perguntei começando a rir também.

Levantei-me tirando o cabelo molhado do rosto e apoiando as mãos na cintura. A água escorria da minha camiseta roxa de gola canoa e também do meu short preto (nem preciso falar o estado do meu All Star, né?). A cena era tão cômica que nem eu contive a crise de risos enquanto cambaleava morro acima.

– (ha ha) Quando você levantou... – Cass não parava de rir – Com o cabelo na cara... – Ele ria muito – Perecia... Perecia a Samara!

–... O QUÊ?! – Corri em sua direção enchendo o seu braço de tapas (os quais ele nem estava sentindo).

– Para, você está me molhando. – O bad boy segurou meus dois braços acima da cabeça – Volta pro poço, Hallyane!

Continuei me debatendo e agitando as pernas, acabei chutando o seu traseiro.

– Ah, então esse que é o Castiel! – Falou Armin com ar de quem entende algo.

Cass me olhou com cara de quem pergunta “Você falou de mim?” e apressei-me em soltar os meus braços e correr até o moreno.

– Discussões com a Ambre morrem naquele momento – Falei meio afobada – Não vale a pena levar adiante!

– O que foi que essas doentes falaram sobre mim? - O bad boy cruzou os braços, mas continuou com um sorriso sacana no rosto.

– Não sou doente! – Fiz um bico estranho que causou risos da parte do gêmeo de olhos azuis.

– Mas vai acabar ficando, molhada assim. – Alexy colocou o seu casaco sobre os meus ombros gelados.

Escutei uma bufada e olhei para o ruivo, seu sorriso havia desaparecido. Isso me fez gargalhar de forma sacana (mentalmente, claro).

– Castiel, estes são Alexy e Armin – Apontei para os gêmeos – Vão estudar na nossa escola. Meninos, este é o Castiel, meu amigo.

Eles se cumprimentaram com um “Oi” e depois Castiel foi até o seu cachorro (que já estava deitado despreocupadamente) pegando a guia. Mas antes de se afastar, fitou Tiger curioso.

– Por que alguém amarraria um guizo no rabo do gato? – Perguntou falando consigo mesmo.

– Ele não parava de me assustar! – Justifiquei-me – Esse bicho é ninja, precisava saber quando ele estava chegando perto.

– Quer dizer que essa escova de privada é sua, Hallyane? Pensei que tivesse bom gosto...

– Ei, o Tiger é da minha tia... E PARA DE ME CHAMAR DE HALLYANE! É HALLY, OK?!

– Como quiser HALLY – Respondeu revirando os olhos – Te vejo por aí.

– Até. – Observei-o ir embora.

– Hum – Gemeu Alexy me “trazendo à realidade”.

– O que? – Armin e eu perguntamos juntos.

– Nada não – Respondeu me abraçando de lado – Vamos pra casa?

– E o Tiger? – Perguntei olhando o gato que dormia preguiçoso no galho.

– Ele volta quando sentir fome. – Argumentou o moreno caminhando para a saída do parque.

Voltamos para o prédio e foi a maior comédia a cara que a mãe deles fez quando abriu a porta (afinal, ninguém nos viu sair). Tia Fabi já tinha revirado o apartamento inteiro atrás do gato, então eu contei tudo o que tinha acontecido e ela faltou me sufocar no abraço enquanto dizia que estava muito orgulhosa por eu ter defendido o Tiger. Subi, tomei um banho e coloquei as roupas pra lavar (inclusive o casaco do Alexy que ficou todo sujo de lama). Mais tarde liguei o computador e fiquei conversando no Skype com a Violette. Depois de um tempo a garota ficou estática e MUITO vermelha olhando para a tela do computador. Dei uma espiada no quadradinho da minha imagem e tomei o maior susto.

– AAAHHHHH!!!!!!- Gritei pulando da cadeira e correndo para o outro lado do quarto.

– Se fosse um assassino, você já era Hally! – Gargalhou Alexy se sentando na cadeira que antes eu ocupava e se virou para o computador – Oi!

Violette respondeu timidamente e eu acertei o garoto com um travesseiro gritando algo como “Preciso arranjar um guizo pra você também?” e ele respondeu “Gatos são gatos!”. Ficamos conversando os três por um tempo até que a garota teve que desconectar. O de cabelo azul começou a explorar o meu quarto, parrando no mural de fotos.

– Como foi essa daqui? – Perguntou apontando para uma em que Castiel e Nathaniel faziam umas caretas estranhas e usavam as mãos para se proteger do flash.

– Minha amiga achou que tinha um fantasma na escola – (ha ha) – Não tinha!

– Hum... E está aqui?

– Jogando vídeo game na casa da Iris. O irmão dela não gostou de perder pra mim (ha ha).

Ele começou a apontar várias fotos e eu fui falando todas “Fazendo compras com Talixka e Rosalya”, “Almoço de feriado no Fórum”, “Festa do pijama da Melody” e “Jogo de basquete do time da escola” nesta última, Kim e eu fazíamos poses com Dajan enquanto Talixka ria e Cass fazia cara de poucos amigos.

– Esta é diferente. – Ele falou apontando uma tirinha de cabine de fotos.

– São meus amigos da outra cidade – Respondi meio nostálgica – Esse baixinho de óculos é o Ken, ele era muito divertido, e assustadoramente apaixonado por mim. Mas éramos só amigos, e nos dávamos muito bem, até que eu terminei com o meu namorado e saí brigando com todo mundo. Agora ele está num colégio militar, e não consigo pedir desculpas.

– E essa garota? – Ele percebeu que eu estava ficando triste e então apontou para a outra pessoa da foto (tirando eu, é claro, éramos nós três).

– Essa é a Chibi, costumava ser a minha melhor amiga, mas desde que eu saí de Paris, não nos falamos mais.

– Parece que eu a conheço de algum lugar... – Falou pensativo.

– Deve conhecer – Sorri – Ela é modelo, vive posando para revistas.

– Ah, isso mesmo. Agora lembro.

Continuamos jogando conversa fora até ele dizer que precisava ir.

– Então tá, te vejo outra hora – Falei enquanto ele passava pela janela – Amanhã devolvo o seu casaco.

– Beleza, é só bater aqui na janela do meu quarto.

– Ok. – Concordei o vendo partir.

... Espera... O quarto dele é ao lado do meu?!


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