Um Novo Amor Doce escrita por N Baptista


Capítulo 17
Happy Birthday


Notas iniciais do capítulo

Nem demorei tanto, né? XD



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Que droga, as provas são na semana que vem, eu estou perdida! Matemática, química, física, biologia, gramática, história, geografia, literatura, redação... Pra que tudo isso?! Saudade do tempo em que era só UMA professora, UMA sala de aula, e ao invés de tantas matérias, era só “escola”. Minha mochila está cheia, se forçar com o caderno vai acabar rasgando. Talixka largou sua bolsa no chão (É verdade, a Tali quase não escreveu ainda), tive uma ideia.

– Tali – Chamei – Quer ficar com o caderno um tempo? Você quase não escreveu.

A de cachinhos azuis abriu um sorriso de orelha a orelha e agarrou o objeto na minha mão.

– Valeu Hally! Eu estava mesmo com vontade de escrever...

– Ah, Talixka, quando for assim me peça! Ele estava todo esquecido na mochila.

–---+----+----+----+ (troca) +----+----+----+----

(Como eu faço para explicar que não tive coragem de pedir o caderno?) Logo após a aula, encontrei Pedí em frente os armários.

– Parabéns – Sussurrei discreta.

– Obrigada. – Minha amiga respondeu com o pior dos ânimos.

Não sei direito o porque, mas a Pedí não gosta muito de aniversários, digo, ela não demonstra, e até consegue curtir uma festa, mas dá pra ver que não fica muito feliz. E hoje que é o dela então... Não quer que ninguém saiba, a não ser quem já a conhecia de outros anos (e eu, claro).

Uma bolinha de papel atravessou o corredor e acertou a cabeça da ruiva. Ela estava prestes a praguejar, mas a risada distante do Castiel a fez somente revirar os olhos.

– Não vai abrir? – Perguntei já sabendo o que aquilo significava.

Minha amiga pegou a bolinha e desamassou as várias camadas de folhas de caderno que faziam o embrulho ficar macio. No meio tinha um delicado bracelete de pedrinhas azuis como os olhos dela.

– Pedí, que coisa linda!

– Verdade, é lindo mesmo. – Sua voz era quase triste – O Castiel sempre me surpreende nesta época do ano.

– Acho isso tão fofo! – Ajeitei a bolsa no ombro antes de começarmos a andar – Mesmo sempre brigando, ele te dá um presente todo o ano.

– Troca de favores, Talixka – Finalmente ela falou normal – Eu também dou um presente para ele todo o ano.

Sorri e acenei mostrando que entendia, então nos separamos para cada uma ir para a sua aula.

Pedí’s POV ON:

Não deixei que a Talixka visse, mas as folhas de caderno que embrulhavam o presente do Castiel, não estavam em branco. Era um bilhete, escrito com a péssima letra do garoto, que dizia “Eles chegaram ontem, estão loucos pra te ver. Passa lá em casa as 3h”. Vai ser um dia longo!

Pedí’s POV OFF.

Hally me perguntou se eu sabia o porque de a Pedí estar tão para baixo, mas eu não podia dizer a verdade...

– Vocês não vão acreditar na notícia BOMBÁSTICA que eu tenho! – Manifestou-se Peggy pulando na nossa frente.

– Fala! – A de cabelos castanhos juntou as mãos toda empolgada, já esquecendo o assunto da Pedí (valeu Peggy!).

– Eu descobri um evento supersecreto que os professores estão preparando, obviamente não posso escrever sobre isso no jornal, mas nada me impede de contar pra todo mundo, assim a informação vai ter só vazado, não podem provar que a culpa é minha.

– Fala logo, Peggy! Tá me deixando curiosa – Hally estava impaciente – É o motivo de você ter ficado tão vidrada nos últimos dias?

– Não, na verdade esse é um outro evento, mas o que eu mencionei está mais próximo.

– Fala logo! Fala! Fala!

– Não!

– O queeee??? – Hally e eu despencamos o queixo ao mesmo tempo.

– Isso mesmo – Rebateu a outra – Vocês não quiseram me convidar para aquela festa boba, agora morram de curiosidade.

– Mas, Peggy, a festa nem era minha para eu convidar...

– Nem quero saber, Hallyane. Eu fui a única da escola que ficou chupando o dedo, não tem desculpa para isso.

Não é bem verdade, Ambre e as amigas também não foram convidadas, mas acho que isso não vai servir de argumento agora. A jornalista nos deu as costas e saiu, levando consigo a informação.

– Temos que convencer a Peggy a nos contar que evento é esse! – Minha amiga pulou no lugar assim que a outra se foi.

– Tem certeza, Hally? Ela pode muito bem ter inventado tudo isso.

– Não, nem pensar! Peggy pode ser fofoqueira, mas não é mentirosa. Ah, isso ela não é!

Dei de ombros, não vou conseguir parar a Hally agora. Pelo menos não tenho mais que me preocupar com o segredo da Pedí.

Pedí’s POV ON:

Evitei cruzar com o Nathaniel, ele é um dos poucos que sabem do meu segredo e não sei o que faria. Quando a aula acabou, eu estava livre da maioria das preocupações, mas ainda teria que passar por uma pessoa se quisesse ir embora, e também faltaria ao clube de jardinagem.

– Oi, Pedí. – Cumprimentou Jade quando cheguei ao clube.

Cheguei antes dos outros alunos, melhor assim, menos explicações.

– Oi Jade, queria falar com você.

– É sobre o dia de hoje. – Isso não foi uma pergunta.

– Você se lembra... – Dei um sorriso fraco.

– Eu nunca vou esquecer. Seu aniversário é uma data importante, linda.

– Eu não acho. – Suspirei pesadamente.

– É verdade que você nunca gostou muito. – Ele foi até um canto e voltou com um belíssimo buquê nas mãos – Mas ainda sim é um dia especial!

– Jade – Não pude evitar sorrir – Elas são lindas!

– Você ainda é a mais linda de todas, Pedí!

– E você o mais galanteador, com certeza!

Nós dois rimos um pouco antes de voltarmos a ficar sérios.

– O que você queria me dizer? – Perguntou me fitando com seus olhos verdes.

– É que, você é o responsável pelo clube... Pode me liberar hoje?

Ele apenas afirmou com a cabeça e eu dei as costas indo embora.

Pedí’s POV OFF.

– Será que ela contou pra alguém? – Questionou Hally balançando a cadeira para trás antes de sairmos da sala.

– Com as meninas não. Peggy está realmente sentida.

Respondi para ela e para e para Iris que tinha se juntado no plano “fazer a fofoqueira fofocar”.

– Não acredito que a Peggy vai mesmo guardar um segredo – Comentou a ruiva – isso vai contra todas as leis da natureza.

A morena concordou freneticamente com a cabeça e eu não pude deixar de rir.

– Por que estão tão inquietas, senhoritas? – Perguntou Lysandre se aproximando no corredor.

– Peggy está de marcação com a gente. – Hally fez bico, mas depois pulou parecendo ter uma ideia – Ela não te falou nada sobre a descoberta de um evento que os professores estão organizando?

– Na verdade, acho que ela mencionou algo a respeito – Ele apoiou a mão no queixo de forma pensativa – Mas não consigo me lembrar, desculpe.

A garota baixou a cabeça com um sorriso sem graça preso no rosto. Se isso fosse um anime, daria para ver a gota escorrendo de sua cabeça.

– Acho que já era, Hally. – Comentei rindo.

– Mas por que a Peggy não quer falar com vocês. – O garoto perguntou olhando para mim.

– Houve uma festa do pijama para comemorar o aniversário da Melody – Respondi – Mas a Peggy não foi convidada, e agora está com raiva de todas as garotas.

– Mas não podemos tirar a sua razão. Afinal, ela se sentiu excluída em uma atividade que envolvia todas as suas amigas.

– Sim, Lysandre, está certo. Mas ela precisa entender que a festa era da Melody, e esta tinha razões pessoais para não querê-la presente.

Ele concordou de forma silenciosa e não falou mais. Nesse momento Hally deu um salto com outra ideia.

– Já sei! – Disse ela – Lysandre é meio cabeça de vento... Sem ofensas, claro. Mas outro garoto deve poder nos dizer o que a Peggy está escondendo. Podemos procura-los...

– Não, Hally – Interrompi – Podemos ir para o clube de basquete, que já estamos atrasadas.

– Não faz mal – Ela sorriu enquanto eu a rebocava pelo corredor - lá poderemos ver se o Dajan sabe de algo.

Pedí’s POV ON:

Cheguei cedo à casa do Castiel, mas já me esperavam.

– BONEQUINHA!!! – A mãe dele correu para me apertar antes mesmo que eu passasse pela porta.

– Ah, oi tia – Eu mal respirava com aquele aperto – Saudades de você!

– E eu de você, pequena. – Puxou-me para dentro da casa tirando o buquê do Jade das minhas mãos e o colocando em algum lugar – Está tão bonita! Minha irmã ficaria orgulhosa.

Meus olhos ficaram marejados, é sempre assim quando alguém fala da minha mãe. Castiel, que estava sentado no sofá, se levantou e foi para o quarto.

– Para onde viajaram dessa vez? – Perguntei me sentando no sofá.

Desde que eu me lembro, meus tios rodam o mundo em aviões, ele é piloto e ela comissária de bordo (um casal apaixonado e com a cabeça nas nuvens ha ha). Quando a minha mãe estava viva, eles sempre nos visitavam, mas agora meu pai não me deixa ter muito contato com a família da mamãe... É difícil pra ele.

– Estivemos no Caribe, lá e realmente maravilhoso! Eu nunca me canso. Tem até uma coisinha pra você...

O braço de alguém colocou um embrulho vermelho na minha frente.

– Feliz aniversário, Pedí!

– Tio John, nossa... Não precisava, gente.

– Pare de besteiras – Disse tia Verônica me dando um tapinha de leve no braço – Eu tenho o direito de mimar a minha sobrinha preferida.

Revirei os olhos rindo, sou a única sobrinha dela. Meu tio se sentou ao lado da esposa no sofá enquanto eu abria o presente, era uma saída de praia muito linda, estampada com sombras de animais marinhos.

– É linda! – Disse sorrindo.

– E o que o seu pai te deu...?

– Verônica! – Repreendeu-a Tio John.

– Ah, querido. Eu quero saber!

– Tudo bem – Ofereci um sorriso terno – Mas a senhora sabe que ele não comemora este dia.

– Eu sei, desculpe. – Ela apoiou o rosto na mão – Pelo menos o australopitecos de colarinho já fez as passes com o Rick?

Quase ri com esse jeito de falar, aprendi com ela.

– Nem perto disso.

– Mas aonde é que a criança está morando? Pensei que estava aqui com o Castiel, tomei o maior susto quando meu filho disse que o primo nunca veio...

– O restaurante que era da mamãe ficou em nosso nome – Apressei-me em acalma-la – Rick assumiu o lugar e está morando no apartamento do segundo andar. – Sorri – Afinal de contas ele não é mais criança.

– Vocês dois estão sempre me surpreendendo.

Pedí’s POV OFF.

– Ah, qual é, Dajan – Hally choramingava – Para de fazer doce. O que foi que a Peggy te disse?

– Está tão curiosa assim, princesinha? – É esse apelido da Hally pegou mesmo no time de basquete – Então vamos fazer um trato, te dou três tentativas pra roubar a bola de mim, se conseguir eu conto.

– Fechado! – Concordou a garota de forma confiante.

Cinco minutos depois minha amiga estava super frustrada, batendo de leve a cabeça na parede (preciso dizer que ela não conseguiu?).

– Hally, relaxa – Tentei conforma-la – Uma coisa é fazer uma cesta, outra bem diferente é ter que tirar a bola das mãos de um titular do time de basquete.

– Mas eu ainda não sei qual o segredo da Peggy! – Ela escorregou as costas pela parede até sentar no chão.

– Por que não tenta perguntar para o Nathaniel? – Tentei.

– (Sarcasmo) Ah, claro, porque o Nathaniel vai muito nos entregar o segredo dos professores, né?! – Ficou séria – Precisamos de outra coisa.

Suspirei e fiquei descascando o esmalte de uma unha que já estava pela metade...

– Já sei! – Ai que susto! – Mas é meio humilhante.

– Então não faça. – Do que ela está falando.

– Ele com certeza vai pedir algo em troca. – Ah, não, ele não!

– Hally, eu sugiro esque...

– Não tem jeito, vou falar com o Castiel! – NÃAAAOOO!!! Coitadinha da minha amiga, vai ser engolida viva.

– Você vai sozinha, miss Sherlock. Eu é que não vou arriscar virar criada particular daquele lá até o final do ano!

– Então eu vou sozinha, não tem problema. Até mais Talixka.

Pedí’s POV ON:

– Quando vão embora?

– Amanhã de manhã – Respondeu o meu tio – Temos um trabalho em Paris.

– E você, querida, quais os planos para o fim de semana?

– Ah, tia, vou estudar. Segunda tem prova ha há.

– Ah, e você ainda quer fazer parte do conselho estudantil?

– Não. Isso ficou no ano passado...

Meu celular interrompeu, era papai reclamando que eu perdi a hora de estar em casa. Escutei calada por um tempo antes de Tia Verônica tomar o aparelho das minhas mãos e começar a discutir, eles ficaram quase dez minutos brigando.

– Acho melhor você ir para casa, Pedí. – Disse Tio John quando finalmente a ligação acabou.

Concordei trêmula e dei um abraço de despedida na minha tia enquanto o meu tio pedia ao filho que me acompanhasse até em casa.

– Ei, você tá legal? – Questionou Castiel enquanto cruzávamos a cidade.

Apenas neguei com a cabeça, esta situação é angustiante, nem quero pensar em como vai ser quando eu chegar em casa.

– Como ele pode me odiar tanto, Castiel?

O garoto suspirou e desviou o olhar antes de responder:

– Ele não te odeia, Pedí. Só é um homem... Complicado.

– Ele me culpa pelo que aconteceu com a mamãe.

– Mas não foi sua culpa... Não foi culpa de ninguém!

– Se eu não tivesse nascido, ela ainda estaria aqui! Eu tornei a saúde dela frágil. A culpa é toda minha, não devia estar aqui!

Castiel me puxou contra seu peito, só percebi que estava chorando quando as lágrimas começaram a molhar a sua camisa. Não sabia que eu estava tão descontrolada.

Pedí’s POV OFF.

Hally’s POV ON:

Estava próximo à casa do Castiel quando recebi uma mensagem da Talixka: “Não faça nenhum trato ainda! Por também não ter ido à festa, Peggy contou o segredo para a Kim. Os professores estão organizando uma Corrida de Orientação”. Corrida de Orientação? Que ideia legal! Mal posso esperar para isso. Agora nem preciso mais falar com o Cass...

Minhas pernas travaram de repente, foi como se o corpo percebesse o que a mente ainda não tinha visto. Castiel estava do outro lado da rua abraçado com alguém, uma garota. Acho que ela me viu (Não é quem eu to pensando!). A ruiva se afastou dele (Não pode ser!).

– Hally! – Ela gritou.

Girei os calcanhares e corri para longe (Traidora!).


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Notas finais do capítulo

Entãaao... Gostaram?